Capítulo 11: A Linha Cruzada e o Último Segredo
Luan estava deitado no meu peito quando acordei. Tentei não acordá-lo, mas foi só me mexer que ele abriu os olhos. Continuamos assim em silêncio. Fiz cafuné nele. Luan se aninhou mais ainda no meu corpo. Estávamos em uma situação nova na nossa relação, experimentando um nível de intimidade ainda maior do que o que vínhamos fazendo — e pensar que comer ele não nos deu a ligação que esse momento deu. Não quis pensar em nada, só me deixei curtir o momento.
— Foi isso que você fez com o Professor? — Me perguntou, quebrando nosso silêncio.
— Não entendi?
— Ele me dispensou. Imagino que depois desse seu novo eu, deixou o cara de quatro.
Não curti o rumo da conversa, mas fiquei tranquilo.
— Luan, meu lance com o Professor é diferente, não faço com ele o que faço com você — Respondi, querendo pôr fim no assunto.
— E que porra estamos fazendo, João? — Ele disse, levantando e olhando para mim.
— Não estou te entendendo, Luan? — Fiquei mesmo confuso.
— É que você está todo entregue e carinhoso. Olha, eu te amo, primo, mas isso aqui é só sexo — Disse, apontando o dedo para indicar o sinal de nós.
— Não estou entendendo, você sempre ficou de boas com tudo que fazíamos — Comecei a me irritar com a reação dele.
— João, eu não sou gay, cara. Gosto de dar para você, mas não quer dizer que eu vou namorar um cara. — Ele estava falando como se eu fosse um iludido e isso me irritou.
— Luan, não estou te pedindo em namoro e não entendo sua reação agora.
— É só que essa porra está ficando muito séria. É melhor a gente parar.
— Do que você está falando? — Agora estava puto com aquela conversa.
— João, eu pensei que estava fazendo brothegem, mas agora que você me disse que é bi e está todo carinhoso comigo, isso aí para mim é demais, irmão. Respeito suas escolhas, mas não curto. — Ele estava mesmo sendo um babaca e eu não estava acreditando.
— Primeiro, Luan, eu não escolhi ser bi, apenas me descobri. Percebi que curto caras e que não adianta de nada ficar negando isso agora, já que posso curtir — Respondi puto.
— Beleza, mas acho melhor mesmo não fazemos mais isso. — Não estava reconhecendo ele. Luan era o que não surtava.
— Você quem sabe — Respondi, levantando e me vestindo.
Ele saiu do meu quarto depois de se vestir e eu fiquei sentado na cama com as mãos no rosto. Queria entender o porquê da loucura do Luan. Ele era o cara mais de boas com toda essa situação. Pensei que ele fosse ficar feliz por mim finalmente estar me permitindo, e o que me irritava mais era que eu só era livre com ele. Mesmo com o Professor, não me sentia tão à vontade como ficava com Luan.
Parecia que tínhamos regredido para quando ele chegou. Mal nos víamos em casa e nem nos falávamos. Esperava que, quando ele se acalmasse, poderíamos conversar, mas a sensação que eu tinha era que ele estava me evitando. No fim de semana, ele não dormiu em casa. Fiquei mal com toda a atitude dele, tanto que no fim de semana não saí com o Professor. Estava sem cabeça, ele entendeu de boas.
O mês se arrastou para passar. Fatinha me mandava mensagens de vez em quando, vi o Professor umas duas vezes e meu primo mal parava em casa, e quando estava, só falava comigo o essencial. Dona Helena até me perguntou se havíamos brigado e eu disse que não. Luan me evitou o máximo e, depois de um tempo, parei de tentar falar com ele. Não iria forçá-lo. O foda é que sentia falta dele, não do nosso sexo em si, mas o cara tinha virado um amigo muito próximo meu.
Pensar que, se Luan havia reagido da forma que reagiu quando contei que era bi, Dona Helena morreria se eu contasse. Pensar nisso começou a me deixar um pouco deprê e sem vontade de sair. Entrei no automático, não queria “deixar de ser bi”, mas fiquei com medo da reação da minha vó e mal por ter perdido minha amizade com o Luan.
Uma sexta-feira estava malhando quando recebo uma mensagem do Professor falando que não poderíamos nos ver. A mãe dele estava com uns tios na cidade e ele tinha que dar atenção para eles. Fiquei de boas, não estava na vontade de sair. Foquei no meu treino, porém percebi que um carinha não tirava os olhos de mim. Ele era branquinho e forte, tinha um corpo mais definido que o meu, mas era mais baixo que eu. O cara era bonito e comecei a ficar na vontade de ficar com ele, então troquei olhares. Com o tempo, ele veio pedir para dividir o aparelho comigo.
— Você treina sempre aqui?
— Sim, só que não costumo vir nesse horário. — Ele me olhava com muito tesão.
— Me chamo João. — Estiquei a mão para ele.
— Pedro, prazer. — Ele apertou minha mão e me olhou nos olhos.
Terminamos nosso treino juntos e na saída fui no vestiário para banhar e trocar de roupa. Por coincidência — ele me esperou — encontrei com ele na saída da academia.
— Tô de carro, quer uma carona? — Reconheci aquele olhar de desejo.
— Pode ser.
Fomos conversando e sentei com as pernas abertas para provocá-lo. O cara estava babando por mim. Dei uma arrumada no pau e vi que ele olhou. Sabia o que ele queria e eu também queria.
— Tem um motel aqui perto — Lancei na lata.
— Estava tentando criar coragem para te chamar para fazer algo — Disse ele, rindo.
— É só chegar, mano. — Peguei a mão dele e coloquei no meu pau para ele ver que estava duro.
Pedro apertava meu pau enquanto dirigia. O motel que indiquei para ele era bom e discreto. Já tinha fodido o Professor lá umas vezes. Pedro não tinha alianças, o que me deixou muito excitado. Transaria com um cara que não era meu primo e nem ganharia nada além de prazer, era perfeito para mim.
Assim que entramos, Pedro veio para cima de mim. Peguei ele no colo e nos beijamos. Minha barba estava meio grande e isso pareceu deixar o cara maluco. Chupei seu pescoço e voltei para sua boca. Pedro tinha um beijo de tirar o fôlego. Era algo novo e maravilhoso. Depois daquele beijo, senti que nada mais importava.
Coloquei ele contra a parede ainda no meu colo e beijei sua boca da melhor forma que sabia. Nossas línguas pareciam dançar. Mordia o lábio dele e ele gemia nos meus braços. O cara estava entregue totalmente e literalmente nas minhas mãos. Ele apanhava meu cabelo e me abraçava com força. Levei ele até a cama e o coloquei de joelhos. Tirei sua blusa e depois a minha. Ele foi direto para meus mamilos e suas mãos para dentro da minha bermuda. Gemi quando senti suas mãos quentes no meu pau.
Pedro deitou e me puxou para cima dele. Tirei minha bermuda e fiquei só de cueca. Tirei o restante da roupa dele, o deixando peladinho. Coloquei ele de costas e deitei em cima dele. Beijava seus ombros, suas costas, sua bunda — e que bunda gostosa, durinha. Abri suas nádegas e seu cuzinho rosado piscava para mim. Meti a língua no rabo dele. O filho da puta rebolava no meu rosto. Fodia ele com minha língua e ele delirava e me xingava. Acertei sua bunda gostosa com tanta força que estalou e marcou meus dedos em sua bunda deliciosa.
— Caralho, sabia que você era macho fodedor assim que te vi — Disse ele, gemendo.
Soquei dois dedos dentro dele enquanto me deitava por cima dele de novo. Falava sacanagem no ouvido dele enquanto fodia ele com meus dedos.
— Vou te fazer meu viadinho — Disse com minha voz grossa no ouvido dele e o cara se arrepiou todo.
— Faz, me faz teu viadinho — Pedro delirava.
Tirei minha cueca, fui até minha bolsa e peguei lubrificante e camisinha — sempre tinha na bolsa da academia por causa do Professor. Coloquei a camisinha, mandei ele ficar de quatro, lubrifiquei bem o cuzinho dele, coloquei meu pau na sua entrada e meti nele. Fui entrando pouco a pouco. Pedro afundou o rosto no colchão e aguentou minha rola toda dentro dele. Fiquei maluco vendo ele delirando de tesão. Foi só o tempo dele se acostumar para começar a foder ele com força, do jeito que eu gostava de fazer.
— Que rola maravilhosa, puta que pariu, guri.
— Aguenta rola, vai, viadinho.
— Aguento sim, a sua eu aguento, mete, João, me arromba — Disse, chorando na minha pica.
Me sentei e ele veio para o meu colo. Pedro sentava em mim com tanta vontade que estava difícil segurar o meu prazer por mais tempo, mas nesse momento não pensei, só me deixei levar. Levantei com ele no meu colo, apoiei ele na parede e soquei fundo nele. O cara gemia feito louco, seus lábios estavam lindos. Beijei sua boca, com fogo, com desejo. Metia a língua na boca dele e fodia seu cuzinho com muita intensidade. Pedro gemia totalmente entregue. Não teve mais como segurar e comecei a gozar enquanto fodia ele. A cada metida, um jato de porra enchia ainda mais a camisinha.
Coloquei ele na cama, deitei por cima dele fazendo um meia nove e nem queria parar para pensar, só queria fazer. Tirei a camisinha e comecei a foder a boca dele com meu pau, ao mesmo tempo que caí de boca no pau dele. Mamei com gosto, com tesão. Senti ele tentando tirar o pau da minha boca antes de gozar, mas não deixei. O cara gozou na minha boca. Cuspi a maior parte, não por nojo, só não estava pronto para engolir ainda, mas a experiência de ter um pau gozando na minha boca não decepcionou em nada.
— Caralho, gostoso e sabe foder, deve ser comprometido, né — Perguntou enquanto estávamos deitados nos recuperando.
— Não, solteiro.
— Hétero discreto? — Disse ele ainda procurando defeitos.
— Sou Bi, mas não sou 100% assumido ainda.
— Entendo, nossa, quer dizer que posso sentar em você de novo — Disse ele me olhando.
— Pode sim, se quiser pode até sentar agora.
Voltamos a nos beijar e fodi ele de novo antes de nos limparmos e ele me deixar em casa. Pegou meu número e saiu feliz da vida. Mais uma vez, estava convicto que curtir a vida era melhor que ficar sofrendo pelos cantos. Quando entrei, minha vó já tinha ido dormir e Luan estava na sala vendo TV. Passei para a cozinha só dando boa noite. Ele veio atrás de mim e puxou assunto.
— Tava com o Professor? — Ele parecia sério.
— Não, ele estava ocupado — Respondi, pegando pão no armário e queijo na geladeira para fazer um queijo quente.
— Já arrumou outro.
— Outro quê, Luan? — Falei, olhando para ele.
— Outro Daddy.
— Não, não estou procurando por ninguém para pagar minhas contas.
— O Professor paga bem mesmo.
— Luan, o que você quer, irmão?
— Nada, só estou querendo entender, João, como você mudou tanto do nada, estava com alguma mina?
— Não, Luan, eu não estava com uma mina, eu estava com um cara e a gente até rachou o motel, se você quer saber.
— Que merda você está fazendo da sua vida, João? — Ele parecia irritado.
— Vai se foder, Luan, eu estou vivendo e quer saber, foi bom para caralho.
— O que foi bom para caralho, João? Que briga é essa? — Minha vó apareceu na cozinha e eu fiquei frio quando a vi. Luan tentou desconversar, mas eu fiquei cansado de mentir, mentir para mim e mentir para a pessoa mais importante da minha vida. Dona Helena me amava, se isso mudasse eu iria sofrer, mas queria que ela soubesse por mim e não por outros.
— Não estamos brigando, vó — Disse Luan.
— Ótimo — Disse ela, saindo.
— Vó, foi um cara, eu saí com um cara. — Ela olhou para mim e fiquei em pânico.
— Então você traiu Luan, o seu primo? — Até ele ficou pálido com a afirmação dela.
— Como assim, vó, Luan e eu não temos nada — Tentei me explicar.
— Ah, pelo amor de Deus, Jão, meu filho, eu sou velha, não surda.
