CHEGADA – 10h30
Estacionámos o SUV entre palmeiras.
Diana (gravida de 34 semanas) ficou no banco do passageiro — médico mandou repouso.
Eu desmontei as cadeiras, os miúdos saltaram logo para a piscina.
Nuno veio com o churrasco na mão e o sorriso fácil:
— Ó Rui, este ano a Carla trouxe gateaux de verão!
Carla desceu do carro: vestido leve, costas nuas, coque alto.
Quando esticou os braços para apanhar a caixa, o vestido subiu — vi a linha do biquíni por baixo.
97 dias sem sexo contaram-se sozinhos: pau meio-duro antes das 11.
ALMOÇO – 13h00
Quatro mesas juntas, crianças numa roda de toalhas.
Diana sentou-se no banco alto, pernas inchadas, ventilador portátil.
Carla servia salada, joelho a tocar no meu cada vez que passava.
Joana (pediatra, loira fria) observava sem parecer que observa.
Antonieta (auxiliar) anotava mentalmente: quem bebe vinho, quem vai ao quarto, quem se toca por baixo da mesa.
Conversa:
— Como está a gravidez, Diana?
— Só mais 6 semanas… mas o médico disse: zero esforço.
Olhou para mim: zero esforço incluía marido.
PISCINA – 15h30
Carla entrou na água com os miúdos.
Cada mergulho, decote abria 2 cm — só eu via.
Joana nadava em ritmo constante, olhos de raio-x atrás de mim.
Diana pediu para ir ao quarto “porque os pés estão a bater”.
Levei-a ao ombro — culpa apertou.
Quando a deitei na cama, ela agarrou-me na mão:
— Fica um bocadinho…
Mas o telemóde vibrava: mensagem de Carla — foto do biquíni no chão + texto:
“Vem buscar gelo. 3 min. Não demores.”
Lavabo de apoio, sem fechadura, cheiro a cloro.
Carla entrou, não trancou — “barulho acorda crianças”.
— Tens 30 segundos para dizer que não queres.
Silêncio pesado — ouvia Diana a tossir no quarto ao lado.
— Quero.
Beijou-me lento, lágrima real — sabor a mar e culpa.
Mão por cima do calção, sentiu volume, puxou para fora.
Engoliu metade, parou, olhou para cima:
— Ainda bem que és grande… o Nuno é rápido, mas curto.
Quando sentiu subir, puxou para trás:
— Não gozes. Guarda. Quero sentir-te inteiro… mas não é agora. Guardou o pau, limpou a boca, saiu.
Fiquei com os tomates azuis, saco de gelo na mão, esposa ao lado a tossir.
JANTAR – 20h00
Mesa comprida, Diana ao meu lado direito, Carla em frente.
Joana sentou-se à esquerda — perna cruzada, olhar fixo.
Carla — pé descalço — esfregou na minha canela durante o jantar inteiro:
sobe, desce, para quando alguém fala comigo.
Diana — notou a vermelhidão no meu pescoço (mordida leve):
— Colete do caiaque?
— Deve ter sido.
Antonieta — serviu o molho, olhou para a marca, anotou mentalmente.
NOITE – O ACORDO
Crianças na tenda-cinema, Nuno adormeceu com cerveja na mão. Diana pediu para deitar — fui levá-la. Quando a ajudei a deitar, agarrau-me a mão:
— Fica…
Mas o telemóvel vibrava:
“Quarto de hóspedes, 15 min. Vem com vinho. Se não vieres, acabou aqui.” — Carla
QUARTO DE HÓSPEDES – 23h15
Porta entreaberta, luz fraca, cheiro a roupa de praia. Carla — vestido no chão, só de fio-dental, costas para mim.
— Estou louca. Nunca fiz isto. Mas preciso sentir-te dentro… só uma vez. Depois apagamos.
Entrou milímetro a milímetro, parava, subia, descia. A cada estocada ouvia o Nuno ranger na cadeira lá fora.
Risco aumenta tesão — ela contraiu, gozou, mordendo o meu ombro.
Quando senti subir, puxou para fora, desceu, abriu a boca, engoliu, limpou e vestiu o vestido em 20 segundos.
REGRESSO – O PESO
Saí primeiro.
No corredor cruzei com Joana — parou, olhou para a marca do meu pescoço:
— Filme bom? — sem piscar.
Voltei ao terraço, sentei ao lado do Nuno adormecido. Carla chegou 5 min depois, sentou-se ao lado do marido, bebeu água.
Nenhum olhar trocado. Mas quando acendi o telemóvel, tinha mensagem:
“Amanhã, 7h, praia. Só nós. Leva camisinha… e coragem para dizer não outra vez.”