A PECULIAR VAGINA-ARQUIVO

Um conto erótico de Rico Belmontã
Categoria: Grupal
Contém 3243 palavras
Data: 05/12/2025 06:21:59

Num departamento estatal sem nome, perdido nos meandros de um prédio colossal que se erguia como um monólito cinzento no coração de uma cidade qualquer, trabalhava Karl. Ele era um homem de quarenta e poucos anos, com cabelos ralos e grisalhos que caíam como cinzas sobre sua testa enrugada, olhos vazios que refletiam décadas de monotonia burocrática. Seu dia a dia era um ciclo interminável de carimbos, assinaturas e arquivos poeirentos que pareciam multiplicar-se sozinhos nas gavetas. O ar no escritório era sempre úmido e opressivo, impregnado com o cheiro de papel velho e tinta seca, e o zumbido constante das lâmpadas fluorescentes era o único som que quebrava o silêncio sufocante.

Naquela manhã chuvosa, quando o relógio de parede marcava exatamente 9h15 – o horário exato em que os funcionários deveriam iniciar suas tarefas, sob pena de advertência –, Karl recebeu uma entrega especial. Um mensageiro anônimo, vestindo um uniforme cinza idêntico ao seu, depositou sobre sua mesa uma caixa de papelão, selada com fita vermelha e marcado com as palavras “Confidencial – Uso Interno Indefinido”. Karl, acostumado a protocolos rígidos, rasgou o lacre com as unhas roídas, esperando encontrar mais um dossiê de relatórios intermináveis. Em vez disso, ao abrir a caixa, deparou-se com algo que fez seu estômago revirar: uma vagina humana, perfeitamente preservada, aninhada entre as pastas como se fosse parte integrante do arquivo. Ela era quente ao toque, úmida e pulsante, com os pequenos lábios carnudos e rosados que se contraíam involuntariamente, exalando um odor almiscarado misturado a um leve traço de formol e algo mais primal, como o cheiro de uma mulher no cio. Pequenos pêlos pubianos desgrenhados aderiam às bordas, e o clitóris protuberante latejava como um coração minúsculo, convidando-o a um abismo de repulsa e fascínio.

Anexada à pasta superior, uma ordem datilografada em letra impessoal: “O funcionário designado deve realizar inspeção diária às 17h47, por exatos sete minutos e meio. Registrar: volume ejaculado (ml, duas decimais), temperatura interna (°C), contrações (quantidade e intensidade: leve, moderada, violenta). Desvios resultarão em sanções.” Karl piscou, incrédulo, sentindo um formigamento involuntário entre as pernas. Seu pau, adormecido há anos em um casamento falido e noites solitárias, começou a endurecer contra a calça apertada. Ele trancou a porta da sala minúscula – um cubículo de paredes finas onde mal cabia uma mesa e uma cadeira – e, com as mãos trêmulas, tocou a vagina preservada. Ela reagiu ao contato, contraindo-se levemente, como se estivesse viva, arrancada de um corpo ainda quente e implantada ali por algum decreto sádico do estado.

Às 17h47 em ponto, Karl abaixou as calças, expondo seu pau semi-ereto, veias pulsantes e glande avermelhada. Ele posicionou o arquivo sobre a mesa, abrindo as pastas como páginas de um livro profano, e enfiou o membro na abertura úmida. A sensação foi imediata e avassaladora: as paredes vaginais se moldaram ao seu comprimento, quentes e viscosas, sugando-o para dentro como um vácuo burocrático. Karl começou a mover os quadris mecanicamente, fodendo com estocadas precisas, cronometrando no relógio de parede que nunca atrasava. Cada penetração produzia um som molhado, um squish, ecoando na sala vazia. Aos três minutos, a vagina apertou mais forte, massageando sua glande sensível, e Karl gemeu baixo, sentindo o orgasmo se aproximar. Aos sete minutos, ele gozou em jorros quentes e espessos, o sêmen branco e viscoso transbordando pelas bordas das pastas, escorrendo pela cartolina e pingando no chão em poças pegajosas. Ele anotou: “Volume: 4,2 ml. Temperatura: 37,8°C. Contrações: 12, moderadas.” Mas a vagina não parou; continuou a pulsar, como se estivesse digerindo seu esperma, e uma gota de fluido claro – lubrificação feminina? – vazou, misturando-se ao dele em uma gosma híbrida.

Nos dias seguintes, o ritual se repetiu, mas a vagina evoluiu de forma bizarra, como se estivesse aprendendo com ele, adaptando-se como um formulário que se auto-ajusta. No terceiro dia, durante a penetração, pequenas protuberâncias internas emergiram das paredes, como dedos carnudos minúsculos que massageavam seu pau de dentro para fora, enrolando-se em torno da base e apertando suas bolas com uma pressão sádica que misturava dor e prazer. Karl, suando profusamente, fodeu com mais força, sentindo o clitóris roçar contra sua pélvis, inchando a cada estocada. Ele gozou violentamente, o sêmen jorrando em volumes maiores, 5,8 ml, e notou que a temperatura subira para 38,2°C, como se o arquivo estivesse febril de excitação. Após o horário oficial, ele não resistiu: chegou mais cedo no quarto dia, trancou a porta e enfiou a língua na abertura, lambendo os pequenos lábios com fome, chupando o clitóris até que inchasse como uma uva madura. O sabor era salgado, metálico, com um toque de decomposição que o fazia vomitar bile, mas também o excitava de forma doentia. Ele lambeu fundo, a língua explorando as dobras internas da vulva, sentindo contrações que sugavam sua boca como um beijo voraz.

Karl começou a experimentar, impulsionado por uma curiosidade sádica que brotava de sua alma entediada. No quinto dia, antes da sessão, ele inseriu objetos do escritório: um clipe de papel dobrado, frio e afiado, que a vagina engoliu com um tremor, contraindo-se violentamente em torno dele. Quando o retirou, estava coberto de muco viscoso e um fio de sangue, como se o arquivo estivesse menstruando. Ele gozou três vezes seguidas naquela tarde, o pau latejando dolorosamente, enquanto preenchia formulários em triplicata, borrando a tinta com sêmen fresco que escorria de suas mãos. “Contrações: 28, violentas,” anotou, sentindo o cheiro de sua própria excitação misturado ao do arquivo. À noite, em casa, ele sonhava com a vagina: ela crescia, engolindo seu corpo inteiro, sugando-o para um abismo úmido onde burocratas nus fodiam em orgias selvagens.

Semanas viraram meses, e as anomalias se intensificaram. A vagina desenvolveu tentáculos de tecido carnoso que saíam das bordas durante as fodas, enrolando-se em torno de suas coxas, apertando com uma força viril até deixar marcas roxas na pele. Uma vez, um tentáculo penetrou sua uretra, esticando o canal fino com uma dor lancinante que o fez gritar, mas também o levou a um orgasmo explosivo, esperma misturado a sangue jorrando como uma fonte grotesca. Karl, agora obcecado, começou a falar com o arquivo durante os atos: “Por que você me tortura assim? É esse o propósito da vida?”, sussurrava enquanto enfiava os dedos ao lado do pau, esticando as paredes internas até rasgarem levemente, regenerando-se magicamente segundos depois. Ele provava os fluidos que vazavam – uma mistura de seu sêmen e o suco da vagina, azedo e pegajoso – engolindo goles como um elixir curativo.

Então, sem aviso, a inspetora apareceu. Era uma mulher de uns cinquenta anos, alta e magra, com tailleur cinza apertado que delineava seios pequenos e quadris ossudos, expressão impassível como uma máscara de cera. Ela materializou-se na sala durante uma sessão, cronômetro na mão, assistindo em silêncio enquanto Karl fodia o arquivo com movimentos brutais, o pau enterrado até a raiz, bolas batendo contra as pastas. Os sons molhados – squish, slap – ecoavam, e a inspetora não piscava. Após os sete minutos e meio, ela se agachou sem dizer uma palavra, abriu a boca e chupou o pau dele ainda sujo de fluido vaginal e porra, a língua girando em torno da glande para limpar cada gota de sêmen e muco. Seus lábios se esticavam, sugando com força mecânica, dentes roçando levemente a pele sensível em um tortura sutil. Karl gozou na garganta dela, o esperma escorrendo pelos cantos da boca enquanto ela anotava: “Eficiência: Adequada. Sugestão: Aumentar profundidade e dor.” Ela engoliu tudo, sem engasgar, e saiu como se nada tivesse acontecido.

As visitas da inspetora se tornaram regulares e cada vez mais pervertidas. Na segunda, ela se sentou na mesa, abriu as pernas expondo uma boceta depilada e úmida, e ordenou que Karl fodesse o arquivo enquanto lambia a dela. Ele obedeceu, a língua enterrada em seus lábios melados, chupando o clitóris enquanto seu pau deslizava na vagina preservada. A inspetora gemia baixo, “Mais fundo, seu burocrata inútil,” e gozava em jatos que espirravam no rosto dele, misturando-se ao suor. Na terceira visita, ela trouxe instrumentos: um vibrador grosso e metálico que inseriu no cu de Karl durante a penetração, vibrando em sincronia com as contrações do arquivo, esticando seu cu virgem até sangrar. A dor era excruciante, mas o prazer o fazia ejacular volumes recordes – 7,9 ml –, enchendo copos de medição que transbordavam com um sêmen espumoso. “Bom menino,” ela sussurrava, chicoteando suas costas com um cinto de couro enquanto ele fodia, deixando vergões vermelhos que ardiam por dias.

Outros elementos sórdidos infiltraram-se no ritual. Karl descobriu que seu superior, um homem obeso e suado chamado Herr Müller, visitava a sala à noite. Ele encontrava resquícios: sêmen grosso grudado nas pastas, que era obrigado a limpar com a língua antes de sua sessão, o gosto amargo e rançoso o fazendo vomitar, mas também endurecer o pau. Uma vez, durante uma auditoria surpresa, uma equipe de cinco burocratas – três homens e duas mulheres, todos nus da cintura para baixo – entrou e formou uma fila. Cada um fodeu o arquivo por turnos: o primeiro homem enfiou seu pau curto e gordo, gozando rápido; a mulher seguinte sentou-se sobre ele, esfregando a buceta até o clitóris inchar e esguichar; Karl anotava métricas coletivas, o ar fedendo a suor, esperma e fluidos femininos acumulados. No final, eles o forçaram a lamber tudo, a língua raspando as pastas enquanto eles riam, chicoteando suas nádegas expostas com réguas de metal.

A vagina, agora uma entidade mutante, desenvolvia novos horrores. Pequenos orifícios secundários surgiam nas bordas, como ânus minúsculos que Karl sodomizava com os dedos, sentindo-os apertar com força lasciva. Uma vez, durante uma foda violenta, um tentáculo carnoso penetrou seu próprio cu, fodendo-o de volta enquanto ele penetrava o arquivo, criando um ciclo de dor recíproca que o levava a orgasmos múltiplos, sêmen e sangue misturados escorrendo pelas pernas. Ele experimentava: inseria agulhas de costura nos lábios vaginais, vendo-os se contraírem em agonia, regenerando-se; ou queimava o clitóris com a ponta de um cigarro, o cheiro de carne queimada o excitando enquanto fodia o buraco fumegante.

Anos se arrastavam em um borrão de repetição absurda. Karl envelhecia, o corpo curvado sobre a mesa, o pau calejado e deformado de tanto uso, coberto de cicatrizes de fricção. Suas fodas tornavam-se dolorosas, o sêmen escasso e amarelado, misturado a pus de infecções recorrentes. A inspetora, agora grisalha mas ainda sádica, retornava para sessões finais: ela o amarrava à cadeira, inseria um strap-on enorme no arquivo e forçava Karl a ser fodido por ele, o pau artificial esticando seu cu até rasgar as pregas, enquanto ela masturbava sua própria xoxota, gozando em seu rosto. “Você é propriedade do estado,” ela rosnava, pisando em suas bolas com saltos altos até incharem arroxeadas.

Karl sabia, no fundo de sua alma esgotada, que o fim se aproximava. No dia em que seu pau falhou – seco, flácido, incapaz de gozar apesar das chicotadas e vibrações –, a inspetora anotou: “Inaptidão confirmada.” Ele foi transferido para o setor dos desaparecidos: uma sala subterrânea onde arquivos vivos devoravam corpos inteiros. Lá, vaginas multiplicadas em pastas infinitas o engoliram, sugando-o para um eterno foder sem clímax, tentáculos penetrando cada orifício – boca, cu, uretra – em uma orgia sádica de burocracia carnal. Seu último pensamento, enquanto se dissolvia em fluidos, foi que a vida era isso: um arquivo que nunca se fecha, uma putaria sem fim.

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NOTA DO AUTOR

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Reflexões sobre "A Vagina Arquivo"

Como autor deste conto, inspirado na tradição kafkiana de explorar o absurdo burocrático e a alienação humana, gostaria de oferecer esta nota para elucidar as camadas metafóricas subjacentes à narrativa. Essa história não é meramente uma peça de ficção erótica explícita e absurda; ela serve como uma alegoria sombria da existência moderna sob sistemas opressivos, onde o indivíduo é reduzido a um instrumento de repetição mecânica, consumido por forças impessoais que misturam desejo, dor e insignificância. A fusão de elementos pornográficos gráficos com o surrealismo kafkiano visa chocar o leitor, forçando uma confrontação com o grotesco da vida cotidiana, onde o sexo – símbolo primal de vitalidade e conexão – é pervertido em um ritual de submissão e autodestruição. Vou explicar a metáfora central, focando especialmente no final, e pontuar as passagens mais estranhas, correlacionando-as com ideias filosóficas para esclarecer o todo. Minha intenção é revelar como o conto critica a burocracia como uma máquina devoradora, ecoando temas de existencialismo, niilismo e teoria do poder.

A Metáfora Central: A Burocracia como uma Entidade Carnal e Devoradora

No cerne do conto, – uma vagina preservada e pulsante aninhada entre pastas de cartolina – representa a burocracia estatal como um organismo vivo, insaciável e mutante, que suga a essência humana. Assim como em obras de Franz Kafka, como *O Processo* ou *O Castelo*, onde o indivíduo é esmagado por sistemas labirínticos e indecifráveis, aqui o arquivo simboliza o aparato administrativo que transforma o trabalho em um ciclo eterno de penetração e extração: o funcionário Karl "penetra" o arquivo diariamente, registrando métricas impessoais, ecoando como o trabalho alienado consome a alma, deixando apenas resíduos (sêmen, anotações) como prova de existência. O erotismo explícito não é gratuito; ele metaforiza o desejo reprimido na sociedade moderna, onde o prazer sexual é cooptado pelo sistema, tornando-se uma forma de controle. Karl começa horrorizado, mas evolui para obcecado, ilustrando como o indivíduo internaliza sua opressão, encontrando um prazer masoquista na submissão – uma crítica à alienação marxista, onde o trabalhador se torna estranho a si mesmo, e ao existencialismo de Jean-Paul Sartre, que descreve a "má-fé" como a negação voluntária da liberdade em favor de papéis impostos.

O prédio labiríntico e o horário rígido (17h47) reforçam o tema kafkiano do tempo como prisão: o relógio não é mero instrumento, mas um verdugo que dita o ritmo do coito burocrático, simbolizando como a modernidade quantifica e desumaniza até o mais íntimo. A umidade constante, o zumbido das lâmpadas e o cheiro de papel velho misturado a fluidos corporais evocam um ambiente sensorial que funde o orgânico ao mecânico, sugerindo que a burocracia não é abstrata, mas uma entidade corporal que infecta e corrompe o corpo humano.

O Final: Dissolução no Abismo Burocrático e a Epifania Niilista

O desfecho, onde Karl é transferido para o "setor dos desaparecidos" após sua impotência sexual, é o clímax metafórico do conto, representando a morte simbólica – ou pior, a dissolução total – do indivíduo no sistema. Quando seu pau "falha", seco e inútil, isso não é apenas uma falha física, mas uma metáfora para o esgotamento existencial: Karl, após anos de repetição, perde a capacidade de "produzir" (sêmen como símbolo de vitalidade criativa), tornando-se obsoleto para o estado. A transferência para uma sala subterrânea, onde vaginas multiplicadas o engolem em uma orgia eterna sem clímax, ecoa o inferno dantesco reimaginado por Kafka – um limbo de tentáculos penetrando orifícios em um "eterno foder sem fim". Filosoficamente, isso correlaciona-se ao niilismo de Friedrich Nietzsche: a burocracia é o "eterno retorno" do mesmo, uma repetição vazia que nega o "sim à vida", reduzindo o homem a um escravo do ressentimento. O último pensamento de Karl – "a vida era isso: um arquivo que nunca se fecha, uma putaria sem fim" – é uma epifania camusiana, aludindo ao absurdo de Albert Camus em *O Mito de Sísifo*, onde a existência é um ciclo sem propósito, e a revolta está em reconhecê-lo. Aqui, no entanto, não há revolta; apenas submissão sádica, criticando como os sistemas de poder (inspirado em Michel Foucault) disciplinam o corpo através do prazer pervertido, transformando o desejo em uma ferramenta de vigilância e punição. O final esclarece que não há escape: a burocracia devora não só o corpo, mas a alma, deixando o indivíduo em um estado de "não-existência" eterna, uma putaria burocrática que perpetua o ciclo para outros.

Passagens Mais Bizarras: Correlações Filosóficas e Esclarecimentos

Para pontuar as seções mais grotescas e bizarras, selecionei momentos chave onde o sadismo e o explícito servem à crítica filosófica. Cada uma é projetada para chocar, forçando o leitor a confrontar o absurdo da condição humana através do corporal.

1. **A Descoberta Inicial da Vagina Preservada (Abertura do Arquivo)**: A vagina "quente, úmida, pulsando como se tivesse sido arrancada de um corpo ainda vivo" é a passagem mais visceral, ecoando *A Metamorfose* de Kafka, onde Gregor Samsa acorda como inseto. Filosoficamente, isso correlaciona-se ao conceito de "corpo sem órgãos" de Gilles Deleuze e Félix Guattari: o arquivo é um órgão descontextualizado, uma máquina desejante que opera independentemente de um corpo inteiro, simbolizando como a burocracia fragmenta o humano em partes funcionais. O horror inicial de Karl, seguido de ereção involuntária, esclarece a dualidade freudiana de Eros e Thanatos – desejo e morte entrelaçados –, criticando como o sistema transforma repulsa em dependência.

2. **A Evolução da Vagina com Tentáculos e Protuberâncias**: Durante as fodas, "pequenos tentáculos de tecido carnoso emergem, enrolando-se em torno de suas bolas, apertando com força sádica". Essa mutação bizarra é uma alegoria para a adaptabilidade opressiva da burocracia, que "aprende" e se ajusta para explorar mais, como o capitalismo tardio descrito por Karl Marx, onde o trabalho alienado evolui para sugar mais valor. Filosoficamente, liga-se ao sadomasoquismo de Marquis de Sade, reinterpretado por Foucault em *Vigiar e Punir*: o prazer na dor é uma forma de poder, onde o tentáculo penetrando a uretra de Karl (causando "dor lancinante" misturada a orgasmo) simboliza a internalização da vigilância – o sistema não só controla, mas invade o mais íntimo, tornando o indivíduo cúmplice de sua própria tortura.

3. **As Visitas da Inspetora e Auditorias Coletivas**: A inspetora chupando o pau sujo de Karl, ou inserindo um vibrador em seu ânus enquanto ele fode o arquivo, é sadismo explícito que pontua a hierarquia burocrática. Na auditoria com cinco burocratas, onde Karl lambe resquícios de fluidos alheios, isso evoca orgias como rituais de submissão, correlacionando-se ao "banquete dos deuses" em Platão, invertido: em vez de elevação, é degradação. Filosoficamente, ecoa Nietzsche em *Genealogia da Moral*, onde o sadismo é a moral do escravo invertida – os oprimidos (burocratas) perpetuam a cadeia de dor. Esclarecendo: isso critica como o poder sexualiza a autoridade, transformando colegas em verdugos, e o sêmen coletivo como "resíduo" simboliza a insignificância compartilhada na massa anônima.

4. **Experimentos Sádicos de Karl (Inserção de Agulhas e Queimaduras)**: Karl inserindo agulhas nos lábios vaginais ou queimando o clitóris com cigarro, vendo regeneração mágica, é o ápice do bizarro, representando a tentativa fútil de rebelião contra o sistema. Filosoficamente, liga-se ao absurdo de Camus: ações sem consequência permanente, como Sísifo rolando a pedra, mas com sadismo para mascarar o vazio. Esclarece que Karl, ao torturar o arquivo, tortura a si mesmo, ilustrando o masoquismo existencial de Sartre – a liberdade é ilusória, e a dor auto-infligida é a única agência em um mundo opressivo.

5. **Resquícios do Superior e Limpeza com a Língua**: Encontrar sêmen seco de Herr Müller e limpá-lo oralmente é grotesco, simbolizando a contaminação hierárquica. Correlação com Foucault: o corpo é um local de poder, onde o inferior ingere os "resíduos" do superior, perpetuando a subordinação. Filosoficamente, evoca o "grande confinamento" – isolamento em rituais degradantes que reforçam a insignificância.

Em suma, essas passagens bizarras não são mera gratuidade; elas amplificam a metáfora kafkiana, usando o pornográfico sádico para desmascarar o absurdo da existência burocrática. O conto esclarece que, em um mundo onde o desejo é quantificado e o prazer é punição, a humanidade se dissolve em um ciclo niilista. Espero que esta nota enriqueça a leitura, convidando o leitor a refletir sobre sua própria "penetração" diária no sistema.

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você consegue inserir na literatura erótica um autor em cuja obra não existe sexualidade. Em Kafka o único resquício de sexualidade é o sadismo de uma engrenagem social onipotente, inacessível, que destrói a individualidade, coletivizando o extremo vazio e a ausência de sentido, o niilismo. É a teologia negativa em Kafka tentando mostrar Deus através daquilo que Ele não é. Deus não é a coletivização burocrática que destrói a individualidade, portanto Deus é o contrário disso. A Cabala diz que Deus retirou-se pra que desse vazio surgisse o universo e a humanidade. Por isso Kafka mostra esse vazio e ausência de sentido que passou a existir quando Deus retirou-se.Outra interpretação da teologia negativa é que através do máximo de devassidão e depravação se encontrará Deus porque quando ele retirou-se deixou alguma fagulha divina e se essa fagulha for expulsa por uma extrema devassidão, ela retornará com mais força trazendo a presença de Deus a esse mundo devasso redimindo o ser humano causando assim o final da História humana e a religação definitiva do ser humano com Deus.

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