Por volta das 20h30 daquele domingo, fui para a casa de Vanessa. Entrei, e a gente ficou conversando na sala sobre o jogo do Brasil que tinha rolado mais cedo. Mas os olhares se encontraram de um jeito que não dava pra fingir, e logo ela me puxou pro corredor, as mãos firmes me guiando até a cama. Foi mais uma noite de sexo.
Namoramos bastante. Futuramente, detalharei outras transas nossas, mas como essa foi basicamente um replay do que ocorrera no sábado, ficaria repetitivo, porém tenho que dizer que novamente foi uma maratona de sexo e fiquei ainda mais doido pelo cheiro e pelo gosto da bocetona grande de Vanessa.
Consegui fazê-la gozar novamente, chupando-a, e na 3ª foda, com suas dicas sobre me posicionar no papai e mamãe, sendo guiado pelos quadris para ficar um pouco mais para cima dela, e depois de 4, ela me explicando sobre o jeito para ter uma pegada mais firme, quase a fiz gozar. Vanessa brincou no final:
-Achei que seriam precisas muitas aulas, mas você tá se saindo um aluno muito bom.
Depois de nossa maratona, Vanessa se virou de lado, apoiando a cabeça na mão e me olhando com uma expressão séria que não combinava com o sorriso que ainda tinha nos lábios.
-Tem mais uma coisa para te falar... -Disse hesitante, me olhando como que temendo minha reação.
- Olha, Play, não vou mentir, eu tenho vontade de trepar todo dia, me toco sozinha no banho, na cama...e se fosse depender do Evair, morreria na seca. Por isso eu tenho um cara que vejo uma vez por semana. Não vou negar, esse é muito bom de cama, tem 35 anos, mas nosso negócio é só sexo, sem envolvimento. Então nas terças não dá pra gente se ver.
Fui tomado por um ciúme louco ao ouvir aquilo. Entretanto, não tinha cabimento exigir exclusividade, ainda mais sendo um garoto de 18 anos que estava começando a aprender trepar com ela. Seria ridículo criar uma cena por causa disso. Engoli seco e murmurei um "tudo bem", tentando esconder o desconforto. Ela percebeu, claro, e logo tratou de me animar, se aproximando com um sorriso.
-Quintas, sábados e domingos, podemos transar à vontade, e às vezes até nas sextas, já que nem sempre o Evair vem nesse dia. Disse, passando a mão no meu peito, me puxando pra um beijo rápido, e aquilo aliviou um pouco o peso que eu sentia.
Naquela semana, acabamos transando de quinta a domingo direto. O velho não apareceu na sexta porque tinha um jogo do Brasil, e a família dele estranharia se ele saísse. Foram trepadas épicas, cinco num dia! Cinco! Claro que algumas foram espaçadas ao longo do dia
No sábado à noite, algo incrível ocorreu. Na TV passava um sonolento Polônia x Portugal, mas nós estávamos interessados em foder, era a 2ª. Fiquei em pé ao lado da cama, o pau duro pulsando, enquanto Vanessa se posicionou de quatro, as mãos e joelhos afundando no colchão. A bunda dela estava empinada pra mim, os quadris largos tremendo levemente de expectativa; Agarrei o pau com a mão direita, guiando a cabeça inchada até a entrada da boceta dela. Deslizei a glande pelos pequenos lábios protuberantes, esfregando devagar, e ela gemeu baixo:
-Vai, Play, me come logo.
Empurrei pra dentro, e passei a estocar de maneira cadenciada. Tava conseguindo segurar mais pra gozar, as muitas trepadas desde quinta me davam um controle que eu não tinha antes, somado ao meu preparo físico e à pegada que estava aprendendo.
Depois de uns bons minutos assim, o ritmo acelerou, e eu segurei os quadris largos dela com as duas mãos, os dedos cravando na pele suada, puxando-a contra mim com cada estocada. O pau entrava e saía furioso, ela começou a gemer mais alto:
-Puta que pariu, Play, como você tá metendo gostoso! Vou gozar nesse pauzão, vou gozar... vou gozar... soca fundo, caralho! Me fode!
Os gritos dela me incendiaram. Passei a estocar alucinadamente. Ela olhou para trás com uma expressão de desejo e espanto, como se quisesse ter certeza de que era eu mesmo que estava ali lhe fodendo como um garanhão, depois se virou como uma potranca se ajeitando para que eu a fodesse melhor.
De repente, ela explodiu num gozo escandaloso.
-AAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
O corpo inteiro tremeu, a boceta apertando meu pau pulsando em ondas. Não aguentei mais, senti meu gozo chegando e urrei com todas as minhas forças, jogando um mar de porra quente dentro dela.
Ficamos deitados por uns três minutos, ofegantes, o quarto cheirando a sexo e suor. Então, ela se virou, ainda tremendo, e me abraçou com força:
- Puta que pariu, Play! O que foi isso? Seu moleque safado! A minha boceta tá pulsando forte! Acho que vou ter que pedir arrego, tô quebrada! (gargalhando).
A safadeza era incessante e no domingo à noite, tive mais uma surpresa deliciosa de minha adorável professora. Estávamos na segunda trepada, dessa vez no sofá. Vanessa já tinha gozado antes, eu a chupei bastante e depois a penetrei, sentindo a boceta quente pulsar ao redor do meu pau, gozamos juntos. Agora, na segunda rodada, ela me olhou com um brilho travesso nos olhos.
-Play, vou te deixar você colocar na minha bunda como presente por estar indo tão bem.
Fiquei louco de excitação, pois nunca tinha comido um cuzinho.
Ela se levantou nua e foi até a cozinha. Voltou com um bom pedaço de manteiga na mão, rindo baixo.
-O certo é usar vaselina ou um creme, mas como não tenho, vai na manteiga. Porque eu não sou doida de levar um pauzão grosso assim a seco ou só com cuspe. - explicou,
Primeiro, ela besuntou meu pau, as mãos quentes espalhando a manteiga escorregadia pela glande inchada, descendo pelo comprimento, esfregando cada veia pulsante até eu sentir um arrepio subindo pela espinha. Depois, virou de costas, inclinando o corpo e abrindo as nádegas com uma mão, expondo o cuzinho apertado. Passou a manteiga ali também, os dedos deslizando devagar, untando a entrada rosada, esfregando com cuidado pra lubrificar tudo, eu ajudei e fiquei doido ao ver meu dedo deslizar para dentro do cu dela. Até que chegou o momento de socar meu pau.
-Vai devagar, Play, coloca aos poucos e sempre para se eu mandar.
Me aproximei, o pau escorregadio na mão, e encostei a cabeça na entrada. Empurrei devagar, sentindo a resistência inicial, o cu era grandinho, mas apertado cedendo milímetro por milímetro.
Depois de uns minutos, ela disse:
-Enfia mais um pouco -
E eu entrei mais, o pau sendo engolido pelo calor apertado do cu dela. Levou um tempo bom, parando e reiniciando, até que finalmente consegui enfiar quase tudo, a base do pau pressionando a carne macia das nádegas. Que delícia! Comecei a me mexer, socando cadenciado, o pau deslizando no cuzinho lubrificado.
Depois de um tempo, passei a socar forte, os quadris batendo contra a bunda dela, o som da pele se chocando ecoando sala. Me esforcei pra não gozar, porque ter meu pau dentro daquele cu era uma sensação maravilhosa — quente, apertado, pulsando ao redor de mim. Vanessa virou a cabeça, me olhando com um sorriso malicioso, provavelmente rindo da cara de louco que eu devia estar fazendo, os olhos arregalados, a boca entreaberta.
Na TV, a Dinamarca massacrava o Uruguai com um humilhante 6 a 1 e no sofá eu detonava o cuzinho dela, socando sem parar. Depois de um tempo bom, não aguentei mais, creio que saí de mim de tão louco que fiquei, sentindo o prazer final chegando, falei algo enrolado e gozei tão forte que até babei literalmente, a porra jorrando dentro do cu dela, escorrendo pelas laterais enquanto eu tremia e berrava.
Aquele mês de junho foi inesquecível. Fodia Vanessa 3 ou 4 dias na semana. O Brasil acabou sendo eliminado num sábado à tarde nos pênaltis para a França, o que fez meu pai encher a cara, chorar e até apagar no chão da sala, companhia do nosso cachorro, Bobby, Já eu, poucas horas depois nem me lembrava do jogo, pois já estava recebendo uma deliciosa cavalgada de minha professora.
Durante esse mês, os boatos na rua começaram a crescer. Pessoas me viam saindo da casa dela altas horas. A vizinha da direita, espalhou que ouvia gritos indecente de Vanessa, quando eu estava lá. As amigas ou conhecidas da minha mãe, que me viram crescer ali no bairro, ficavam chocadas ao terem quase 100% de certeza de que eu tinha um caso com Vanessa. Elas cochichavam entre si, os olhos arregalados, como se ela e eu estivéssemos cometendo o maior dos pecados. Já os homens me apertavam com perguntas, amigos queriam saber cada detalhe, e até os amigos do meu pai faziam piadas maliciosas, dando risadinhas e cutucando meu ombro me cumprimentando. Eu sempre negava, balançando a cabeça e dizendo que era tudo invenção.
Quando saía de minha casa, dava uma baita volta pra não ir direto para a dela. Subia um quarteirão ou descia outro, voltava por um caminho torto, ia pelo sentido contrário, tudo pra despistar os olhos curiosos. Mas muitos já tinham sacado o esquema. Meu pai, com seu jeito bonachão mas firme, esbravejava em casa, a voz ecoando pela sala:
-A vila toda falando, isso vai chegar no ouvido daquele velho, filho! Sei que a mulata é um peixão, mas arruma uma solteira. A filha do dentista, por exemplo, você não tinha ido numa festa com ela? Então, menina linda, podia ser miss, ou escolhe outra, mas não se envolve com mulher comprometida!
Eu tentava me defender, repetindo com cada vez menos firmeza:
-Não tô saindo com ela, o povo fala demais. - mas estava claro pra todo mundo, inclusive pra mim, que a mentira não colava mais.
Fazer Vanessa gozar seja chupando-a ou fodendo-a estava se tornando normal para mim, verdade que o fato da mulata ser extremamente fogosa ajudava, mas eu tinha meus méritos e estava sempre buscando aprender mais, aperfeiçoar o que estava legal e não fazer o que não era bom para ela. Não sei exatamente quando foi, mas fato é que num dado momento, era impossível transar com ela e a mesma não gozar em meu pau. Eu a chupava toda, inclusive seu cuzinho que estava sempre bem asseado para nossas transas.
A essa altura, eu já era tratado com muitos dengos por ela, nos beijávamos bastante na sala. Seguíamos vendo os filmes, inclusive passamos a alugar os pornô. Vanessa ria de algumas posições forçadas e dos gemidos falsos, mas uma ou outra coisa nos agradava e decidíamos imitar.
Após dois meses e pouco que estávamos transando, Vanessa me surpreendeu e disse:
-Play, eu terminei meu caso com aquele cara das terças.
Dei um pulo surpreso na cama:
-Terminou?
Ela sorriu e desviou o olhar:
-É, pensei melhor e vi que se é para ter só sexo, por que preciso dele, se agora tenho você que tá mandando tão bem quanto ele?
Eu sorri orgulhoso, mas logo depois, Vanessa me disse algo que me deixou encucado:
-Vamos combinar uma coisa para nenhum dos dois ficar chateados. O que nós temos aqui é uma delícia, mas não somos namorados, por isso, se você quiser sair com outra ou eu com outro, não pode ter estresse e se uma hora você começar a gostar de uma gatinha e quiser ficar só com ela, tudo bem.
Não entendi nada. Primeiro Vanessa me diz que terminou com o cara que era bom de cama, porque eu estou satisfazendo-a, mas agora vem com esse papo de ficar com outro.
-Bom, eu não quero sair com mais ninguém, Vanessa. Até porque onde vou arrumar uma mulher linda e gostosa como você? – Disse na minha sinceridade de jovem.
Ela sorriu e disse:
-Ah! Play! Você se tornou um comedor selvagem que me deixa arreada, mas ainda segue sendo um fofo. É claro que já, já, você vai querer uma coisinha nova para variar e não tem problema.
Eu insisti que não queria outra, mas Vanessa apenas sorriu sem acreditar. Na verdade, além do puta tesão que sentia por aquela mulher, estava apaixonado, sim, as fodas eram maravilhosas, mas eu gostava de beijá-la, de estar com ela, não pensava na diferença de idade, só pensava naquele momento.
Eu estava vivendo uma época de ouro em minha vida, muita gente só percebe um momento feliz depois que ele passa, mas não foi o meu caso, eu era e feliz e sabia. Até que num começo de tarde, estou saindo de casa para ir para o mercado, quando dou de frente com Evair. Com um jeito de quem se acha superior, ele falou:
-Para aí, ô moleque! Quero falar com você.
Fiquei espantado ao ver que era Evair me chamando, ele usava um terno cinza do “tempo do onça” como dizia meu pai e óculos ray-ban provavelmente para parecer menos velho e esconder seus olhos estrábicos. Sua arrogância se fez presente já no modo de me abordar e no que viria a seguir. Ele se aproximou e disse:
-Você que é o moleque metido a galanteador que gosta de visitar a mulher dos outros? -Disse como se fosse um policial.
Tentei me fazer de bobo, fazendo cara de confuso, como se não fizesse ideia do que estava acontecendo.
-Como é que é, senhor? Não entendi...
Ele deu um passo à frente e apontou o dedo ossudo na minha direção, a unha amarelada tremendo de raiva.
-Não vem com essa, fedelho! Tô sabendo que anda se metendo com a minha Vanessa. Olha aqui, isso vai ter que parar ou você vai se arrepender de ter nascido!
Senti seu mau hálito e vi seus dentes amarelados. A ameaça veio num tom baixo, quase um rosnado. Engoli seco e decidi disfarçar melhor, forçando um sorriso nervoso:
-Ah, sim, está falando da Vanessa que mora mais para lá, eu a ajudei a montar seu videocassete há alguns meses e depois a ensinei como usá-lo. Mas é claro que não tenho nada com ela, sou bem mais novo.
Evair tirou os óculos e exibiu seu olhar “fatal’ de um olho no gato, outro no peixe e bufou como se minha resposta fosse uma piada ruim:
-Não me tome por idiota, garoto! Me contaram que você não para de ir à casa dela, que sai de madrugada como se fosse dono do pedaço, já me deram a ficha completa e isso já tem muito tempo. Vou te explicar uma coisa apenas dessa vez, a Vanessa é minha! Eu banco tudo pra ela, há anos, a casa, a comida, tudo! E nenhum homem vai tomá-la de mim, muito menos um moleque com cara de veadinho como você! Conte logo a verdade, seu mentecapto! Você anda comendo a Vanessa?
Procurei fingir que estava irritado:
-Alguém deve ter tentado tirar uma onda com a cara do senhor e inventou esse absurdo. Agora, não vou deixar que venha na porta da minha casa, falar meio mundo de merda, me dá licença que tenho que ir trabalhar.
Evair ficou mais irritado e disse num tom baixo, como que não querendo que alguém que passasse, ouvisse:
-Toma cuidado, moleque, tenho contato com os 'homens', sabe de quem tô falando? Gente da pesada! Apesar de ter acabado a ditadura no Brasil, conheço uns brutamontes que foram do DOPS que me devem uns favores e iam adorar fazer um estrago nessa sua carinha delicada de bichinha. Quem sabe não socam um cassetete no teu cu e você gama? Não tromba comigo, moleque, esse é o primeiro e último aviso. Quem tromba comigo se machuca!
Minha mente girou com aquelas ameaças nojentas. Meu tio, irmão do meu pai, tinha sido preso e apanhado pra cacete nos anos 70, apenas por ser professor. Ele nunca tinha feito nada, nem era ligado em política, mas um dia foi parado na saída da escola por algum agente do DOPS que não gostou da cara dele e do nada, o prendeu. Meu tio ficou dois dias levando porrada e depois saiu todo quebrado sem nem saber por quê. Aquilo marcou nossa família e agora o velho aparecendo na porta da minha casa, me ameaçando, fez meu sangue subir e me tirou o prumo. Num impulso, sem pensar nas consequências, fiz bobagem e decidi jogar a verdade na cara velha e enrugada dele:
-Quer saber mesmo a verdade, velho bizarro? Eu tô transando com a Vanessa sim e ela goza muito, coisa que nunca conseguiu com você! Sabe o que é melhor você fazer? Se enxergar! Com 70 e caralhada de idade, acha mesmo que dá conta de uma mulata daquelas? E sobre bancá-la, é só você sumir que ela monta o salão de cabeleireiros dela e vai ganhar o suficiente pra se manter, porque é uma excelente profissional!
Ele ficou paralisado por uns segundos, os olhos arregalados ainda mais tortos, a boca entreaberta, como se não acreditasse no que ouvia. Ele era branquelo e ficou ainda mais pálido com a revelação, precisando de um tempo para se recuperar, mas logo a empáfia voltou:
-Pois bem, então vou mandar expulsar a Vanessa daquela casa e vamos ver como ela se vira sem um teto, a minha grana e as coisas boas que eu dou!
Senti um baque no peito. Sempre achei que ele tinha dado a casa pra Vanessa de papel passado, um presente de quem a sustentava, e sem esconder minha surpresa, perguntei,
-Mas a casa não é dela?
Ele riu de maneira cruel exibindo seus dentes amarelos e retrucou com desdém:
-Dela o caralho! Comprei e tá no nome do meu irmão, para a minha esposa não saber. Mas já que a puta quer dormir com um moleque cheirando a leite, vou botá-la pra fora só com a roupa do corpo!
Naquele instante, percebi que tinha feito uma merda. Confirmar o caso tinha colocado a Vanessa numa cilada, e ela perderia tudo por minha causa. Senti o golpe, e captando minha expressão, Evair prosseguiu:
- Sem mim, a Vanessa tá fodida e olha lá se você ainda não vai levar umas baitas porradas. É só eu querer, sou poderoso...até o doutor Paulo Maluf me conhece e me respeita.
Fiquei em silêncio por um momento, o coração disparado, a mente girando em busca de uma saída. Então, uma ideia surgiu, e, sabendo que Evair era completamente louco por Vanessa, decidi blefar:
-Se o senhor fizer isso, no fundo estará nos ajudando. Convenço a Vanessa a irmos pro Rio e começarmos uma vida lá. Ela monta o salão dela, eu tenho um pouco de grana e a ajudo com um trabalho qualquer. Vamos ser felizes, e o senhor não poderá fazer nada, a não ser chorar se lembrando dela.
Evair sentiu a pancada e ficou novamente pálido, com a boca entreaberta enquanto me encarava espantado. Antes que ele pudesse formular uma nova ameaça, eu prossegui, apertando o ponto fraco:
-Será que o senhor aguenta ficar sem ela depois de todos esses anos?
Ele ficou chocado, os olhos tortos perdidos no vazio:
-Ela não teria coragem de fazer isso comigo...
Aproveitei a brecha e rebati, cravando as palavras:
-Sem a casa e a sua ajuda, acha mesmo que Vanessa ainda iria te querer? Por qual motivo? Seu pique na cama? Sua beleza de deus grego? Suas histórias de ter sido o grande nome da era de ouro do rádio?
O velho ficou arrasado, o rosto branco cheio de pintas, parecia derreter. Se eu não soubesse do safado, narcisista e preconceituoso que ele era, talvez até sentisse pena, mas eu conhecia a ficha do “Olhar 43”. Com um tom fingido de desdém, como se não me importasse muito, falei:
-Acho que tem um jeito das coisas não tomarem esse rumo radical e o senhor ficar com a Vanessa.
Ele arregalou os olhos, demonstrando esperança, e disparou:
-Qual? Você vai se afastar dela? Quer dinheiro pra isso? Pode dizer, não sou um milionário, mas tenho uma coisinha aqui, outra ali...
-Não quero sua grana nem vou me afastar da Vanessa! Mas podemos chegar a um acordo. Fica tudo como está, prometo que meu lance com ela será só sexo. O senhor continua visitando-a, mas com uma condição: passe a casa para o nome dela.
Evair se irritou:
-Mas é muita cara de pau desse basbaque! Quer dizer que preciso agora da sua permissão pra visitar a Vanessa? Ah, veadinho de merda, acho que não vou encomendar só uma surra não! Que porra você tem na cabeça de achar que vou aceitar uma besteira dessas? Passar a casa pro nome dela e ainda aceitar que você fique comendo-a? Sem contar que é só passar a casa pro nome dela e você vai se enfiar lá e não me deixar nem entrar!
O velho tinha um ponto, e eu sabia que talvez tivesse forçado demais. Mas decidi jogar minhas cartas com cuidado.
-A Vanessa é tão ingênua que sempre pensou que a casa estava no nome dela e não quis larga-lo. Tenho certeza de que se seguir oferecendo um bom dinheiro para mantê-la, ela não te larga. Já são o quê, 4, 5 anos juntos? Ela tem afeição ao senhor, e um dinheiro pra pagar tudo sempre cai bem.
Eviar ficou pensativo, os olhos semicerrados, processando as palavras:
-Isso é verdade, ela já acha que a casa está no nome dela, eu inventei... mas ainda teria você, seu veadinho! – resmungou o velho barraqueiro.
Aproveitei a abertura e respondi com calma:
-Entenda uma coisa, seu Evair. Se não for eu, será outro. A Vanessa precisa de sexo com mais pegada, firmeza e não se ofenda, mas nas suas condições não dá mais. Eu a visito discretamente e sigo sem interferir na vida de vocês. O senhor pode vir se encontrar com ela, e tudo segue como está.
O velho se irritou novamente:
-Não vou aceitar porra nenhuma! – E foi se afastando.
Mas então, de repente, ele parou e após um longo silêncio tenso, murmurou quase pra si mesmo:
-Vou pensar...
Sem dizer mais nada, virou as costas e desceu para a rua debaixo, onde havia um ponto de táxi. Estava tão desnorteado que nem quis visitar a Vanessa, mas eu, por outro lado, precisava correr para contar a ela o que tinha acontecido.
Muitas novidades e confusões surgiriam iriam começar.
