30 Dias (Dias 09 e 10)

Da série 30 Dias
Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 3940 palavras
Data: 31/12/2025 09:57:57
Assuntos: Anal, Gay, Oral, Sexo

Dia 09

Nove dias. Se me dissessem que essas férias seriam dessa forma, nunca teria acreditado, ou pior ainda, nem teria vindo. Não que tenha me arrependido de algo; é mais por não ter coragem mesmo. O segredo para ter passado por tudo isso até aqui foi o fato de já estar acontecendo; é mais fácil deixar rolar do que fazer de caso pensado, pelo menos no meu caso é assim.

No chuveiro, aproveito para lembrar do momento que tive com Alisson: o gosto dele em minha boca, o cheiro do perfume dele, a voz dele no meu ouvido, as mãos dele em mim. Por que algo tão proibido tem que ser tão bom? Não entendo a forma como as coisas aconteceram até aqui, mas sei que aconteceu e tentar nadar contra essa correnteza de descobertas seria meio que inútil.

Antes, descer as escadas era muito difícil; só de pensar em encontrar com Alisson, meu corpo tremia inteiro. Agora o tremor é por outro motivo. É bizarro como tudo pode mudar em tão pouco tempo. Bastou um beijo para me meter nessa confusão. Fazer sexo oral com um cara ainda dá para aceitar; agora, ele ser noivo de outra pessoa, aí que mora o problema. Me preocupei tanto em não arrumar outra que não me dei conta que estava virando o “outro” de alguém.

Agora não consigo mais parar. Estou depositando minhas esperanças na consciência do Alisson, onde ele vai me dizer que não podemos mais fazer isso. Sei que pensar assim é covarde da minha parte, mas Alisson me beijando é tão diferente de tudo que já vivi. Achava que o máximo de prazer tinha sido alcançado no ménage, mas só pôr o Alisson na boca igualou o jogo. Fiquei tão excitado, e quando ele me tocou foi como se deixasse uma marca em mim.

Bem, estou no inferno, não me resta muito mais do que abraçar o capeta. Acho que, se fizer outra loucura dessas com o John, posso ver que não é o Alisson em si, e sim a situação que me deixou daquela forma. Tenho que sair com John de novo, aproveitar que ele aparentemente tem interesse.

Desci para tomar meu café e vejo que Ande já acordou enquanto eu estava no banho. Ótimo, porque tenho um pouco de vergonha ainda de comer sozinho na casa dele. Ande está todo feliz; pelo jeito teve uma boa noite de sono. Mas, como felicidade de pobre dura pouco, sua mãe aparece na cozinha lhe dando uma notícia desanimadora.

— Filho, depois do almoço você vai com seu pai na casa dos seus avós.

— Não, mãe, nem começa. O Alisson disse que iria com o pai — ele protesta.

— Acontece que seu irmão viajou. Ele teve que ir no cartório da cidade que a Carolina nasceu para pegar uma segunda via da certidão de nascimento dela para o casamento.

— Tão conveniente que ele tenha ido justo hoje... Esse cara tá de palhaçada comigo.

— Filho, deixa disso, só está faltando isso pro seu irmão marcar a data com ela. Seja mais compreensível.

— Tá bom, mãe, que droga. O Alisson pode fazer tudo nessa casa, eu que me fodo sempre. — Ande ficou mesmo puto.

— Olha a boca, meu filho.

— Tá, mãe, estou acostumado com a senhora sempre defendendo ele e passando pano pro Alisson. — Ele levanta da mesa e vai para o quarto.

Fico sem entender o que aconteceu. Afinal, o motivo do Alisson não poder ir com o pai deles no compromisso me pareceu válido. Ande explode muito fácil com a família dele; se eu falar assim com alguém lá em casa, com toda a certeza elas me ajudam a encontrar com Jesus.

— Não sei o que faço com esse menino — a mãe dele fala com uma voz cansada. Isso deve acontecer muito. Mesmo assim, conheço o Anderson, é melhor não me meter.

— Desculpe por isso — ele fala quando entro no quarto. — É que eles sempre deixam o Alisson fazer o que quer.

— Ande, prefiro ficar calado — falei e ele me olhou nos olhos, mas não prosseguiu com o que queria falar.

— Vamos nos arrumar para ir à academia agora pela manhã.

— Beleza.

Ir para a academia seria bom para poder falar com John; achei melhor falar com ele pessoalmente. Por telefone poderia causar uma ideia errada do que estou realmente buscando. Me arrumo e vamos para a academia. Já conheço meus exercícios, então sigo para as minhas séries sem esperar pelo John, mesmo assim não tarda para ele vir me ajudar.

— Tá ficando mais independente, gostei de ver — ele disse.

— Aprendo rápido — falei. — Então, John, queria falar com você.

— Pode dizer.

— Acha que consegue marcar outro rolê daquele? — Percebo os olhos dele se iluminando.

— Com outra mina? — ele pergunta.

— É.

Queria dizer que não, que seria só a gente, mas não tive coragem. Não tinha total certeza se ele toparia algo só nós dois e, se eu dissesse que aceitava ser com a mesma, Ande iria querer marcar outro rolê com a Júlia, e não tenho esse tipo de interesse no meu amigo. Ele é gato e tals, mas nossa amizade ficaria muito estranha, então melhor não mexer com isso.

— Beleza, vou ver se encontro alguém, mas acho que não vai ser difícil, você é gatinho — ele falou piscando para mim.

John é mesmo uma criatura dura de decifrar. Faço meus exercícios tranquilo, sem pressa. Quando tenho dúvida, John vem me ajudar, ou peço ajuda para o Ande quando ele está mais perto. Faço todas as minhas séries até o fim. Estou exausto, mas posso postar uma foto com a legenda “tá pago”.

Depois da academia voltamos para casa. Eles vão de moto, Ande guiando para o pai, que não pode mais pilotar nessas viagens porque a estrada de terra é horrível e porque já não enxerga mais tão bem. Como vão de moto, não tem como eu ir junto; só vou ver meu amigo amanhã na hora do almoço.

— Pode dormir na minha cama, cara — disse ele.

— Valeu, mano.

— Cara, sério, odeio ir para lá, é muito chato.

— Sinto muito.

— Eu é quem sinto, você vai ficar aqui só. Mas olha, a gente chega pela manhã; vamos só ter que levar os velhos para fazer exames. Sempre é o pai quem fica responsável por isso.

— Sem problema, posso ficar lendo e assistindo alguma coisa. Vou ficar bem, relaxe.

— Beleza.

Ande saiu com o pai dele. Alisson não estava em casa, só me restou ficar no computador mesmo. Aproveitei para pôr em dia o Berserk, que não lia desde a notícia da morte do Miura. Acabei de ler Berserk e já era hora de procurar algo para jantar. Na casa do Ande o jantar era individual, cada um providenciava o seu. Claro, tem pão, queijo, essas coisas para preparar em casa mesmo algo, e como quero economizar, foi o que fiz: preparei um sanduíche bem recheado.

Penso que quanto mais cedo dormir, mais cedo o Ande volta. É muito estranho e desconfortável ficar na casa do meu amigo sem ele, mas claro que meu sono não apareceu ainda. Mandei mensagem para Mônica para falar bobagem. Onde Ande está não pega internet e é desses lugares que até sinal de celular é ruim.

Consigo entender o porquê dele detestar esse lugar. Quero mandar mensagem para o Alisson, mas se ele estiver com a noiva, isso pode causar problema para ele, então me contenho. Coloco o terceiro filme da franquia After, que Ande me deu sua bênção para assistir sem ele. Não é a mesma coisa assistir sem ele, porém é melhor que nada.

O tédio é tão grande que o sono me alcança e durmo no meio do filme. Sonhei com Alisson me abraçando, seu pau sarrando em mim como fizemos da outra vez, só que ele me coloca de costas para ele e fica ainda melhor. Acordo com meu pau duro, entretanto não lembro de todos os detalhes do sonho, só posso imaginar as coisas indecentes que devo ter feito.

Levanto meio atordoado para desligar o computador. Depois deito na cama do Ande para dormir, mas não consigo encontrar uma posição boa, não consigo me sentir à vontade na cama dele. Então vou para minha rede de novo; agora sim, no meu lugar, consigo dormir bem e voltar para meu sonho molhado.

No meu sonho estou me pegando com Alisson; estou em cima dele, estamos os dois pelados. Ele me beija com fogo e paixão. Só que John entra no meu sonho também; ele vem por trás de mim, beijando meu ombro e subindo para o meu pescoço. Estou sarrando meu pau no do Alisson e sentindo o pau do John sarrando atrás de mim. Me viro e beijo John.

A boca dele não é como a de Alisson, é diferente. O tesão de estar entre eles dois é surreal, e tudo fica ainda mais louco quando John beija Alisson. Estamos os três na maior pegação. Aproveito para chupar o pau do Alisson mais um pouco; vou descendo até seu membro duro e o coloco na boca. John me segue e começamos a dividir o pau do Alisson.

Nos beijamos e chupamos. Esse sonho parece tão real, é tudo tão quente, estou suando. E é no melhor momento do sonho que acordo molhado de suor. No sonho foi tudo ótimo, mas na vida real ter os dois na cama ao mesmo tempo não é uma boa ideia. Me levanto molhado de suor e com o pau babando. Olho no relógio e já é madrugada. Desço para tomar água, na verdade mais na esperança de ver o Alisson, porém ele não estava na cozinha. Mas sei que ele está em casa porque, quando me esgueiro até a porta do seu quarto, vejo que a luz está acesa ainda — dá para ver a luz debaixo da porta e também escuto o barulho do ventilador.

Deve estar com a noiva dele, então volto para o meu quarto o mais silenciosamente possível. Pego minha toalha e vou para o banheiro; quero tomar um banho e quem sabe bater uma punheta. Entro no perfil do Insta do Alisson para ver alguma foto dele que dê para usar como inspiração. Vejo que ele está online na DM e, mesmo relutando, mando mensagem para ele.

— Oi, Alisson, ainda acordado?

— Sim, estou terminando um trabalho. Pensei que você estava dormindo; quando cheguei fui no quarto, mas você estava dormindo.

— Tive um sonho e acordei. Agora vou tomar um banho para voltar para a cama.

— Um sonho? Foi ruim?

— Depende.

— Depende de quê?

— Sonhar com você pelado em cima de mim é ruim? — Fui ousado. Só depois me toquei que a noiva dele poderia ler.

Ele não respondeu mais. Acho que fui com muita sede ao pote; ele deve ter ficado puto, ou pior, a futura esposa dele pode ter visto. Não sei o que fazer agora. Ir lá só vai piorar as coisas. Pelo contexto nem tem como falar que foi um engano, até porque ninguém manda uma DM por engano para ninguém.

Vou para o banheiro tomar meu banho. Quando estou quase entrando no banheiro, vejo Alisson só de toalha me seguindo. Meu coração só falta saltar da boca. Ele vem para cima de mim. Entramos no banheiro aos beijos; sei que não temos muito tempo, mas vou aproveitar cada segundo. Ele me beija, beija meu pescoço, chupa meus mamilos. Estou contra a parede, não tenho para onde fugir dele. Sua boca volta a encontrar a minha e nossas línguas se enrolam como em uma dança perfeita.

Tiro a toalha dele, que já não conseguia esconder seu pau duro mesmo. O agarro com as duas mãos, junto com o meu, e assim tenho umas das melhores experiências da vida, que é bater uma com dois paus juntos ao mesmo tempo. Ele geme baixinho e eu também; abafamos nossos gemidos na boca um do outro.

Quero experimentar uma coisa do sonho e, por puro impulso, me viro de costas, apoiando o rosto e as mãos na parede do banheiro. Vejo o ar deixando os pulmões do Alisson. Ele coloca o pau na minha entrada virgem e força um pouco, porém sem tentar entrar. Estou rebolando no pau dele e a sensação é ótima. Ele está onde queria que estivesse; estranhamente quero muito que ele entre, mas não estou pronto ainda. Escoro ele na parede, então, e me ajoelho, olhando para ele de baixo para cima. Estou amando nosso banho.

Alisson começa movimentos de vai e vem fodendo minha boca. Ele está ainda mais safado do que da última vez. Suas bolas são grandes e pesadas; aproveito para segurá-las enquanto tento engolir o membro inteiro dele. Na luz, Alisson é ainda mais bonito pelado; cada detalhe do corpo dele me deixa ainda mais no clima de ficar com ele.

Depois de um tempo chupando ele, Alisson tira seu pau da minha boca e, batendo uma, despeja sua porra no meu rosto, me dando um banho do seu prazer. Me senti tão dele nesse momento e gostei da sensação, gostei dele sendo safado assim. Senti tesão real por um cara; nossa, e pensar que uns dias atrás isso nunca sairia da minha boca.

Mesmo sem tempo, ele me abraçou por trás e bateu uma pra mim. Gozei rápido sentindo sua dureza em minha bunda. Ele se limpa e sai do banheiro antes de mim. Sua noiva deve estar no quarto; se não, estamos apenas começando. Me sinto mal por ser o caso dele, porém é tão excitante o risco, o desejo. Alisson está se tornando um vício perigoso, porém irresistível.

O lance é a adrenalina, com toda certeza. Essa adrenalina que me faz querer mais. Por isso, mais do que nunca, preciso ficar com o John e ter certeza que minha pira é pela situação e não pela pessoa. Preciso tirar certas ideias tortas da cabeça, não quero ser o emocionado que não entendeu que era só uma rapidinha no final.

Esse foi um dia que me deu muito para se pensar. O problema é que, para um nerd como eu, pensar demais é o mesmo que perder a coragem e desistir. Não tem como encontrar sentido ou razão nas minhas ações. O que me trouxe a esse momento foi uma atitude impulsiva e uma filosofia de abraçar o capeta. Pelo menos não foi minha primeira transa no chuveiro — não sou tão virgem assim, afinal. Isso é se não contarmos que foi minha primeira vez com um cara no chuveiro. Mas quem liga para gênero? Sexo é sexo e, nesse caso, já dei o check nesse item da lista tem tempo. Após o banho, volto para minha rede pensando se vou ter coragem de ultrapassar essa linha perigosa de deixar o Alisson entrar em mim. Uma coisa é certa: se eu for dar para alguém, tem que ser ele.

Dia 10

Acordei, olhei para a cama e Ande não estava nela. Levei meio segundo até lembrar que ele tinha viajado e que chegaria agora pela manhã. Os pensamentos de ontem à noite me deixaram ocupado; dormi bem mais tarde do que estava pretendendo. Bem, agora é encarar mais um dia de cabeça erguida.

Levantei e fui para o banheiro que agora trazia lembranças de ter me pegado com Alisson nele. Tomei meu banho, escovei os dentes, troquei de roupa e desci para o café da manhã. Como sempre, a mesa estava pronta. Me sentei, servi meu café e peguei uns pães de queijo que eram novidade no cardápio matinal; gostei do acréscimo. Se não fosse a academia, voltaria para casa mais gordo — se é que já não estou engordando. Nem me pesei, só por via das dúvidas; a ignorância é uma dádiva.

A mãe do Alisson me pediu para acompanhá-la até a feira e não tive como dizer não. Quando voltamos, ela descobriu que posso fazer coisas que o Ande normalmente não faz ou reclama: coloquei o lixo para fora e troquei uma lâmpada da garagem que pensei que eles apenas não ligavam. É meio absurdo o Ande se recusar a fazer o que a mãe manda; nem dá tanto trabalho assim.

Perto da hora do almoço, Ande finalmente chegou. Já estava sentindo falta dele. Meu amigo não tem jeito: já chegou reclamando da viagem e da demora para os exames dos avós. Quando me perguntou como foi meu dia sem ele, disse que foi bem chato; passei a maior parte do tempo no computador.

— Se o Alisson não fosse tão chato, tinha pedido para ele fazer algo com você — ele disse. Mal imagina...

— De boas, cara.

— Antes que eu esqueça de novo: estava pensando na volta para casa. Seu aniversário não é agora, dia quinze? — Torci para que ele não tivesse lembrado.

— Sim — respondi.

— Como assim “sim”? Era para ter me lembrado antes, Renan! Agora temos pouco tempo para pensar em algo épico.

— Menos, Ande. Você sabe que odeio aniversário.

— Cara, achei que já tinha superado isso.

— Você tem suas coisas, eu tenho as minhas. Não comemoro aniversário.

— Deixa disso! Quando vamos poder comemorar juntos de novo? Por favor, deixa eu te fazer uma festa só dessa vez?

— Não, Ande. Nada de festa.

— Não precisa ser grande, por favor — ele insistiu. Conheço o amigo que tenho; ele não ia desistir.

— Beleza, mas nada de gente demais. Uma pizzaria já está perfeito — falei, já de mau humor.

— Que isso, cara! Vai fazer dezoito. Quando for os meus, vou pôr essa cidade abaixo, comer até mulher casada... a putaria vai ser grande! — Ande viajou.

— Tá certo, o comedor de casadas — brinquei. — Só você mesmo para me fazer celebrar sem ter nada para comemorar.

Odeio ficar mais velho. Um cachorro que tínhamos morreu no meu aniversário de treze anos e, desde então, é uma luta na minha casa. Aprendi que, para fugir de festas grandes, o melhor é concordar com programas genéricos, como um jantar ou sair para comer em algum lugar.

— Vamos para a academia que horas?

— Mais tarde. Agora é a hora do Alisson.

— Por que você não vai com ele? Vocês malham no mesmo lugar.

— Ele é muito chato. Você não convive com ele; se tivesse que conversar um pouco, veria. Eu aturo porque sou obrigado, é meu irmão.

— Acho que está exagerando. Já troquei umas ideias rápidas com ele e foi de boas.

— Você não entende, Renan. Alisson não é esse cara perfeito que a mãe acha.

— Se você está dizendo...

— Vamos ver alguma coisa depois do almoço? Estreou um filme de terror no Prime que quero assistir — Ande mudou de assunto.

Depois do almoço, fomos para o quarto. Ande sabe escolher filmes de terror; esse era mesmo assustador. Ainda bem que estávamos vendo de dia. De vez em quando, via o Ande trocando mensagens e a curiosidade bateu.

— Com quem você está conversando? — perguntei em tom de zoeira.

— Júlia está me chamando para transar hoje. Ela tá viciada na minha rola — às vezes o Ande incorpora um "hétero top".

— E aí, vai sair com ela?

— Vou perguntar se ela não tem ninguém para você.

— Tá maluco? Sai com a mina. Eu posso ir para a casa do John, você me busca depois. Só não vai poder dormir lá.

— Tem certeza? Não vai ficar puto?

— Fala sério, Ande. Deixa eu ver com o John se ele não tem nada marcado.

John disse que por ele estava tudo bem. O filme acabou, tomamos café e fomos para a academia. Estou começando a ficar bom nisso; John não precisou me corrigir e até disse que tenho potencial para um treino mais pesado. Mas não sei se manteria a rotina sozinho em casa; exige muito comprometimento.

Na volta, Ande começou a se arrumar para o encontro. Ele passou tanto perfume que dava para sentir de longe.

— Mano, precisa gastar o perfume todo?

— Você não entende nada de mulher, meu amigo.

— Cuidado para ela não ter uma crise alérgica.

Ele me deixou na casa do John. O irmão dele e a Mônica logo fizeram piada do cheiro do Ande, que foi embora puto dizendo que estávamos com inveja. Logo depois, o irmão do John e a Mônica saíram para a casa de um amigo. Fiquei sozinho com o John no quarto dele.

Meu coração batia forte. Ele levantou para pegar o celular e perguntou o que eu queria jantar. Eu o agarrei por trás, segurei seu pau e respondi no ouvido dele:

— Você.

Lancei minha jogada. John respondeu empurrando a bunda contra meu pau e se virando para me beijar. Coloquei a mão por dentro da bermuda dele; o membro estava quente e duro.

— Hoje vamos terminar o que começamos naquele dia — provoquei.

— O que você vai fazer? — ele perguntou.

— Você já vai descobrir.

Tiramos as roupas e ficamos de cueca. Começamos a nos masturbar e nos beijar. Me ajoelhei e, sem pensar muito, coloquei o pau dele na boca. Era diferente do de Alisson, mas John parecia estar adorando. Depois, ele foi quem ficou de joelhos entre minhas pernas. Ele tinha habilidade, engolia tudo.

Invertemos as posições. Ele deitou na cama com a cabeça para fora e eu comecei a foder a boca dele. O tesão estava a mil.

— Quero meter em você — falei.

John pegou camisinha e lubrificante. Antes de começar, pedi para ele ficar de quatro. Abri a bunda dele e não resisti: caí de boca no seu cuzinho. Ele afundou o rosto no travesseiro para abafar os gemidos. Coloquei a camisinha, lubrifiquei tudo e comecei a entrar. No início houve resistência, mas logo deslizou.

Começamos devagar e fui aumentando a velocidade. O som do quarto era apenas o dos nossos corpos se chocando. Mudei para a posição de "frango assado", segurando as pernas dele bem abertas. Meti fundo até não aguentar mais. Quando gozei, enchi a camisinha; ele também gozou, sujando o próprio peito.

Fomos nos limpar. Depois, pedimos uma pizza e ficamos assistindo à novela. O sexo foi ótimo, mas, quando acabou, viramos apenas amigos conversando sobre besteiras. Não tive vontade de beijá-lo de novo. Foi sexo, e para ele parecia estar tudo bem assim também.

Ande apareceu por volta das dez, todo feliz. Ele cochichou algo com o John que não me deixou ouvir — devia ser sobre a tal festa. No caminho para casa, refleti. Já passei da fase da negação; estou aceitando que sou bissexual. Faz sentido. Ainda amo mulheres, mas homens podem ser divertidos. O bom de estar aqui é que ninguém conhece minha família, então posso descobrir isso com discrição.

Porém, uma pergunta me incomodava: por que sinto falta do beijo do Alisson e não senti o mesmo pelo John? O sexo com o John foi bom, mas foi só isso: sexo.

Em casa, assistimos ao quarto filme da série After com o Ande. Terminou o filme, ele desligou tudo e eu fui para a minha rede. Vi uma mensagem do Alisson no celular:

— Você está bem? — ele perguntou.

— Sim. E você, já está em casa?

— Sim, acabei de chegar. O Ande já dormiu?

— Ainda não. Sua noiva está aí?

— Não, ela vai sair com o pai amanhã cedo.

— Entendi. Vai trabalhar ainda?

— Estou ligando o computador, tenho um freela. Sou contador de muita gente na cidade.

— Queria um beijo de boa noite — mandei.

— Também quero — ele respondeu com uma foto de visualização única. Era ele fazendo biquinho para a câmera. Lindo.

— Como foi seu dia? — ele quis saber.

— Foi revelador, kkkk.

— Que profundo — ele mandou uma figurinha engraçada.

Ficamos trocando mensagens até o sono chegar. Dormi feliz por ter conversado com ele. Podíamos ter nos encontrado pessoalmente, mas pelo WhatsApp foi tão diferente que nem pensamos nisso. Meu décimo dia acabou, e com ele a minha última chance de evitar uma grande confusão.

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