O inclemente sol de meio-dia parecia um ovo estrelado no centro do céu azul sem nuvens. Era um dia preguiçoso do finalzinho de dezembro, os 45 seg do último tempo, e a cidade estava quieta.
Pelo menos os quarteirões ao redor do meu apartamento, majoritariamente residenciais e com moradores idosos, estavam silenciosos. A essa hora os turistas se apinhavam nas praias do outro lado do túnel.
Para fugir do calor insuportável que pairava como véu denso e quente na sala, eu coloquei a bermuda de tactel mais fina que tenho, um chinelo dourado de Hermes e desci os dois lances de escadas para a rua, não sem deixar de antes verificar o espelho antigo e pesado da recepção.
Dava pra ver, claramente, o desenho pincelado do meu pau na bermuda cinza, se mostrando como um volume pesado que balançou conforme dei dois passos em frente ao reflexo.
Sorri.
Só iria dar uma volta no quarteirão, o querido poderia caminhar livre, leve e solto para variar um pouquinho. Alguém poderia perder o olhar tempo demais tentando desvendar a cor da cabeça, tão delineada no tecido sintético e finíssimo como véu. Eu não ligava se alguém olhasse…
A verdade é que o território da fantasia, imaginação e o campo erótico que o meu pau cria, valem o risco sair de vez em quando por aí fazendo uma ode à liberdade.
Caminhei sem pressa, deixando que o pau balançasse batendo nas coxas e sentindo a pressão leve do tecido sobre ele. “Se eu estou sentindo desse jeito, as pessoas ao redor provavelmente estão sentindo também”, pensei intuitivamente.
A resposta veio em seguida nos olhares arrastados que comecei a sentir; Eros estava vivo e logo fez com que eu sentisse no corpo inteiro um calor e vibração. Ignorei, deixei que aquele breve desejo, de alguém me encarando, assentasse dentro de mim.
Continuei para o parque, dois quarteirões da minha casa e lá, sentei em um banquinho, despretensiosamente abrindo as pernas e deixando que o cetro se posicionasse em seu trono entre minhas roliças coxas.
Percebo que até agora não me descrevi. Sou um homem brasileiro, de bigodinho preto, careca brilhante de conhecimentos & um pauzão preto, lindo como uma obra-prima de Da Vinci, dito mágico por aqueles que o conheceram — eu acredito, apenas.
Foi quando o vi. Primeiro os olhos, buscando os meus, passeando pelo meu corpo todo — nesta altura, completamente brilhando de suor, os pelos negros distribuídos na barriga e peito emanando minha essência de macho —, parando na minha rola, que sentiu seu olhar e pulsou na hora.
Era um jovem branco e bonito, com um piercing na sobrancelha e tatuagem no pescoço. Tinha cara de puto manso que adora levar vara de macho mais velho e uma bundinha redonda e arrebitada apertada em um shortinho curto de puta. Em seguida o sorriso aberto, faiscando com o olhar que pousou sobre mim. Senti sua energia batendo no meu corpo, meu coração acelerou.
E eu senti um lampejo daquilo que os escritores chamam de borboletas no estômago. O suficiente para saber que ali era território diferente. Mas não para me fazer desistir de qualquer coisa.
Quando dei por mim, já estava apertando a protuberância que cresceu como bandeira sendo hasteada. Uma senhora passando longe com o cachorro e olhando desconfiada.
O rapaz passou devagar na frente do banco, olhou duas vezes e ajustou a própria bermuda mostrando que estava duro também. Eu abri ainda mais as pernas, deixando que o volume pesasse. Ele mordeu o lábio, passando a língua nos dentes.
Um silêncio pesado, só o barulho de cigarra e o vento quente.
Ele se aproximou devagar, sentou ao meu lado, a coxa encostou na minha, uma mão "acidental" roçando na minha perna. Ele tinha um cheiro amadeirado de perfume e suor.
Só com o olhar, ele pediu, para mamar.
— Mas aqui? — perguntei, olhando ao redor, à praça que brilhava sob o sol, ao um ou outro transeunte que apareciam a distância. Um cara de bicicleta diminuindo a velocidade, e passando direto.
Ele gemeu, confirmando e ajoelhando à minha frente.
— Por favor, senhor. Me deixe adorá-lo! — Ele sorria, eu pensava que alguém no prédio a frente poderia ver algo. — Se alguém aparecer a gente finge que tô amarrando o tênis…
Sem esforço, coloquei o tecido da bermuda de lado, a rola escapando e brilhando lustrosa no ar. Com habilidade, a boca quente dele envolveu só a cabeça primeiro, língua girando na glande como se quisesse lamber cada veia, depois desceu devagar, engasgando um pouco, baba escorrendo quente pelas bolas.
— Isso, agora engole esse pauzão inteiro — mandei, já obrigando sua garganta na extensão do mastro. Ele soltou uma baba larga, mas continuou com a rola toda dentro, só as bolas cheias balançando para fora. — Boa, putinha!
Como uma puta que recebe seu biscoito de aprovação, ele rebolou o rabo e começou a demonstrar que queria me servir também com ele.
Ainda sem falar nada, ele tirou a bermuda tactel que estava usando e virou a bundinha pra mim, deixando que eu admirasse as curvas perfeitas daquele rabo branco e liso.
Minha língua correu para a borda daquele cuzinho, minha missão era deixar ele muito babado e piscando pedindo pica. Não foi preciso muito tempo. Aquele muleque era mesmo uma puta.
Ele desceu devagar, o anel apertado resistindo no começo, depois cedendo com um gemido rouco; senti cada centímetro sendo engolido, quente, úmido, pulsando em volta de mim
— Pode ficar a vontade, finge que é teu pole dance! — foi a última coisa que eu consegui dizer. Ele entrou em um estado de transe. O rabo dele apertava e soltava em cada rebolada, como se estivesse ordenhando, o calor subindo pelas minhas coxas, o barulho molhado misturado com os gemidos dele.
Por alguns minutos, só parecia haver o meu pau.
Negro, veiudo, grande, grosso, peludo e latejando querendo leitar.
E o cuzinho rosa dele.
Eu sentia o cuzinho quente, úmido, batendo que nem milkshake dentro dele em socadas fundas. Ou foi isso que eu senti quando o leite saiu escorrendo em cachoeira daquele cu guloso.
Eu gritei.
Ele gritou.
E começou a gozar também, gemendo, tremendo, chorando, e por fim, gargalhando.
Meu corpo ainda tremia, o cu dele latejando na memória, enquanto eu tentava respirar fingindo normalidade pro mundo que continuava a girar.
Ele se limpou brevemente, apertou minha mão, agradeceu, e sumiu atrás das árvores. Eu vi a tatuagem brilhando de suor uma última vez.
Meu pau pulsou na bermuda uma última vez, ainda mais agradecido que o muleque que acabara de sentar até gozar em mim.
Resolvi que a caça deste lobo solitário já estava cumprida e o ano novo poderia vir.
Havia terminado já com boas entradas.