DEMÔNIO COLORIDO 😈😈 Capítulo 2

Um conto erótico de Dan
Categoria: Gay
Contém 1463 palavras
Data: 30/12/2025 23:18:24

Daniel passou a noite inteira virando na cama.

Não conseguia parar de ver a imagem do Robinson em câmera lenta na cabeça: o suor descendo pelo pescoço, o cabelo desgrenhado pelo treino, aquele sorriso preguiçoso que parecia iluminar o campo inteiro.

Cada detalhe, cada movimento, cada respiração… tudo insistia em voltar.

E junto com isso, a voz de Dante ecoava, suave como veneno doce:

“Eu posso te dar tudo o que você quer…”

Daniel apertou o travesseiro com força.

— Não, não, não… isso é loucura.

Mas a sensação permanecia.

A vontade também.

E quando finalmente adormeceu, foi apenas para acordar duas horas depois, com o coração acelerado demais.

Ele se levantou, tomou banho, se arrumou… e tentou parecer normal quando encontrou Mateus para ir à escola.

Mas ele não estava normal.

NA ESCOLA

Quando chegaram no pátio, Robinson estava lá.

E, como sempre, parecia que o tempo dava um jeito de desacelerar só para ele.

Ele estava encostado na parede, rindo com dois colegas do time, segurando o taco de baseball apoiado no ombro.

A camiseta do uniforme estava puxada nas mangas, revelando o braço forte, marcado, cheio de pequenas veias que subiam até o bíceps

— o tipo de detalhe que Daniel desejava não notar… mas notava. Sempre.

O cabelo castanho escuro estava úmido de suor, caindo em mechas caóticas pela testa.

A boca… aquela boca… era naturalmente sensual, como se tivesse sido desenhada para provocar.

E Daniel sentiu a respiração falhar.

Mateus cutucou ele:

— Mano, você travou de novo. Tapa na cara pra voltar?

— Cala a boca — Daniel murmurou, corando.

Foi nesse momento que Robinson olhou na direção deles.

E sorriu.

Aquele sorriso de galã latino ensolarado, espontâneo, bonito demais para ser real.

— Fala, Mateus! — disse, acenando. — E aí, cara… Daniel, né?

Daniel quase respondeu, mas a voz… não saiu.

Robinson, todo simpático, deu dois passos na direção deles.

Aproximou-se tanto que Daniel pôde sentir o cheiro dele: algo quente, masculino, limpo, levemente amadeirado… como se tivesse acabado de sair do treino direto para um comercial de perfume caro.

— Tô precisando de um favor — disse Robinson, apoiando o taco no chão. — A professora disse que você manja muito daquele trabalho de matemática. Eu tô perdido nele. Você podia me dar uma força depois da aula?

O coração de Daniel bateu tão forte que quase doeu.

— E-eu? Eu… eu posso sim — conseguiu responder, baixinho.

Robinson sorriu de novo.

Um sorriso tão radiante que era quase uma agressão direta aos nervos dele.

— Valeu, mano. Você é gente boa pra caramba. — Robinson tocou de leve o ombro de Daniel. — Quebrar esse galho vai salvar minha média.

O toque… quente… firme… fez Daniel quase esquecer como respirava.

E então, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa coerente, Robinson virou-se para correr até o treino.

— Depois da aula eu te procuro! — ele gritou por cima do ombro.

Daniel ficou ali, parado.

O rosto queimando.

As mãos suando.

As pernas bambas.

Completamente destruído por… dois minutos de conversa.

Mateus ergueu a sobrancelha, segurando o riso.

— Ah, sim. Totalmente normal o jeito que você ficou roxo. Zero crush envolvido.

Daniel empurrou o amigo.

— Cala a boca.

Mas ele sabia.

O mundo inteiro sabia.

Ele estava apaixonado de um jeito tão absurdo que chegava a doer.

MAS NEM TUDO ERA BONITO

Mais tarde, enquanto copiava um exercício, algo quente passou pela nuca de Daniel.

Não era físico.

Não era vento.

Era… presença.

Uma voz doce, penosa, malignamente carinhosa:

“Ele nem notou você, né?”

Daniel fechou os olhos.

Dante.

“Sabe o que eu vi?” — a voz continuou, provocante. —

“Ele chamou você de ‘mano’. Ele te vê como… amigo. Ou pior: como ninguém.”

Daniel respirou fundo, tentando ignorar.

Mas aquilo doeu.

Doía porque era verdade.

Robinson era tudo: bonito, forte, popular, desejado.

Daniel era… Daniel.

Pequeno demais.

Tímido demais.

Comum demais.

Dante completou, afiado como um sussurro proibido:

“Eu posso fazer ele olhar pra você de outro jeito.

Eu posso fazer ele te desejar.

Eu posso colocar você na vida dele… e no coração dele.

É só dizer sim.”

O lápis tremeu entre os dedos de Daniel.

Porque pela primeira vez…

Aquilo não parecia tão errado.

Parecia apenas…

Sedutor.

Tentador.

E dolorosamente possível.

No fundo, Daniel sussurrou para si mesmo:

— Talvez eu nunca seja suficiente pra ele… sozinho.

E Dante riu.

Um riso satisfeito.

Como quem sabe que o jogo está começando a virar.

O sol da tarde caía pesado sobre o campo da escola, e para qualquer pessoa normal aquilo significaria apenas mais um treino de fim de tarde.

Para Daniel?

Era tortura. Uma deliciosa, miserável tortura.

Ele parou na arquibancada com o caderno sobre o colo, fingindo que estava ali só para “adiantar umas anotações do trabalho de História”. Na verdade, ele já tinha passado duas páginas em branco porque simplesmente não conseguia focar.

Não com Robinson ali.

Robinson era o tipo de presença que dominava qualquer lugar sem fazer esforço. Alto, largo, ombros escandalosamente bonitos, a pele reluzindo dourada sob o sol. O cabelo — aquele cabelo perfeito, ondulado mas comportado, com volume natural e aquele balanço de comercial — se movia toda vez que ele corria.

E quando ele corria…

Nossa.

Era como se o tempo reduzisse a metade da velocidade.

A camiseta branca, agarrada pelo suor, marcava cada linha do peito, cada curva do abdômen. As costas dele, largas, flexionavam de um jeito que fazia Daniel esquecer o próprio nome.

E a boca… aquela boca sensual, arqueada, macia demais pra ser real.

— Meu Deus… — Daniel murmurou sem perceber.

Lá embaixo, Robinson ergueu uma bola com um braço só, como se fosse leve demais. Os músculos do bíceps estufaram e Daniel apertou o caderno contra o peito.

“Eu não devia estar aqui.”

Claro que devia.

Mas não devia.

Robinson dava risada com os colegas, aquele sorriso grande, cheio, elétrico — o danado sabia ser bonito até rindo. E quando ele virava o rosto, só um pouco, dando aquela encarada intensa antes de lançar a bola… Daniel sentia como se estivesse assistindo ao trailer de um filme proibido.

— Você vai ter um treco desse jeito, nerd — disse uma voz zombeteira atrás dele.

Daniel se assustou, mas era só Mateus, mastigando um pacote de salgadinho.

— Cala a boca — Daniel resmungou. — Eu só tô… observando a técnica.

Mateus deu risada tão alto que algumas pessoas olharam.

— Técnica? Qual? A técnica do “ficar encarando o cara como se ele fosse um milkshake de três sabores”?

Daniel escondeu o rosto no caderno.

— Ele é um milkshake. Não me julga.

De repente o apito soou no campo. O treino terminou. Robinson afastou o cabelo do rosto e bebeu água, deixando um filete escorrer pelo pescoço. Daniel perdeu o ar.

E então — porque o universo adora brincar — Robinson olhou pra arquibancada.

E viu Daniel.

E sorriu.

Um sorriso simples. Normal. Simpático.

Mas pra Daniel foi um míssil direto no coração.

Robinson deu um tchauzinho com a cabeça, como quem reconhece alguém bacana.

Nada além disso.

Nada além do básico.

Mas as pernas de Daniel ficaram bambas.

— Ele… ele me viu. — Daniel engoliu seco.

— Ele só cumprimentou, cara — Mateus deu de ombros. — Você é bom de nota, ele vive pedindo ajuda em matemática. Ele te vê como uma calculadora humana. Relaxa.

Daniel tentou engolir o bolo na garganta. Calculadora. Claro. Óbvio. Era só isso.

Robinson começou a subir as escadas da arquibancada. Daniel congelou.

— Aí ele vem, aí ele vem, ele está vindo — Daniel sussurrou, entrando em pânico.

Robinson parou diante deles, ainda arfando leve do treino — e ouvindo aquilo era até sensual.

— Ei, Daniel. — Ele sorriu. — Eu te procurei na aula hoje. O professor passou a lista do trabalho. Cê… cê pode me explicar depois?

“Pode”, Daniel queria dizer.

“Pode qualquer coisa”, ele pensou.

“Pode me pedir até pra aprender a falar mandarim.”

— P-posso, claro. A hora que você quiser.

Robinson riu baixinho, mexendo no próprio cabelo num gesto fofo, distraído.

— Beleza. A gente marca. Valeu, cara.

Ele bateu no ombro do Daniel, um toque leve mas que incendiou tudo do pescoço pra baixo, e desceu as escadas indo embora.

Daniel ficou parado, zonzo.

Mateus balançou a cabeça:

— Você tá perdido, mano.

Daniel nem respondeu. Só observou o caminho onde Robinson tinha ido, a respiração ainda descompassada.

E foi naquele exato instante — quando Daniel estava sozinho por um momento, sem notar que Mateus já descia as escadas — que sentiu um arrepio estranho subir pela nuca.

Um sussurro soprou bem no seu ouvido.

Tão suave que pareceu uma carícia.

— Ele nunca vai te notar de verdade… não sendo só “você”.

Daniel congelou.

Olhou pros lados.

Não tinha ninguém.

Nada.

Mas a voz continuou:

— A não ser que você queira mudar isso.

E eu posso te ajudar.

O vento gelado varreu a arquibancada, apesar do calor.

Daniel sentiu o coração acelerar.

Algo tinha despertado.

E estava interessado nele.

Muito interessado.

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Foto de perfil de DanizinhoDanizinhoContos: 228Seguidores: 138Seguindo: 5Mensagem Autor Paraibano de 29 anos, escrevo na casa dos contos desde 2017, com experiência em contos voltados ao público jovem (embora tenha um público cativo maduro também), não tenho nada contra o maniqueísmo embora nos meus contos eu sempre prefira mostrar personagens humanizados que cometem erros, acertos e possuem defeitos e qualidades, meu maior sucesso foram os contos

Comentários

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Vai perde são poucas vagas http://t.me/banidostelegram_bot

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