POR VOCÊ EU FAÇO TUDO, MEU AMOR

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 7303 palavras
Data: 30/12/2025 16:41:14

Bruno Calighari tentou disfarçar sua tristeza quando Camila, retirando o consolo de dentro de sua buceta e, jogando-o para o lado, falou sem disfarçar a tristeza de sua voz:

– Não adianta amor. Não vou conseguir. Não é a mesma coisa.

Assim que acabou de falar ela se arrependeu ao ver a tristeza toldar o brilho que até minutos antes cintilavas nos olhos do homem que, a meia voz, se desculpou, fazendo com que ela tentasse, consertar o estrago que acabara de causar na auto estima dele:

– Desculpe meu amor. Você sabe que tudo o que eu quero nessa vida é te fazer feliz. Mas é que eu sofro tanto com essa situação que estamos vivendo.

– Eu sei querida. Não se preocupe. A culpa é minha. – Falou ele se controlando para não explodir e colocando uma entonação suave em sua voz.

Alguns minutos depois, ambos estavam deitados na cama de costas um para o outro, algo que um ano antes era impensável, pois seus corpos funcionavam como um imã que os atraia um para o outro.

A união entre o casal era tão forte que eles eram motivos de inveja nos círculos familiares e nos sociais que frequentavam. O comentário que mais se ouviam sobre eles eram frases como: “Se você precisar encontrar a Camila, procure pelo Bruno que ela vai estar ao lado dele.” Ou então uma pergunta que expressava a dúvida que todos carregavam: “Como esses dois fazem para trabalharem durante a semana? Eles não conseguem se separarem!”.

Mas a melhor explicação a respeito daquele casamento foi dada por Valfrido, primo de Camila. Tendo a mesma idade dela e visivelmente apaixonado por sua prima, ele dizia que aqueles dois tinham nascidos para pertencerem um ao outro e explicava que bastava prestar atenção para observar que, quando Bruno se movimentava, Camila também se movia de uma forma que fazia parecer que eles estavam dançando ao passo que ele agia como se estivesse disposto a ficar diante de um projétil de arma de fogo para protegê-la.

O que mais impressionava a todos era a diferença de idade entre os dois. Bruno, com quarenta e cinco anos era divorciado de um casamento complicado cujo encerramento quase o levou à loucura, pois era dedicado à família e totalmente louco por sua esposa. Depois da separação, ele jurou que nunca mais se deixaria envolver por outra mulher e passou a adotar um comportamento que o fazia parecer aos olhos de todos que sentia ódio de todas as mulheres e nunca permitia que nenhuma se aproximasse dele, nem mesmo por amizade ou uma simples simpatia.

O que mais doía nele era o motivo da separação. Aos trinta anos de idade, depois de casar com a mulher que conhecera quando tinha vinte, tivera um namoro de quatro anos e se casara com Ana Julia para, depois do casamento, descobrir que ela não demonstrava ser aquilo que ele parecia antes do casamento. Seu caráter mais caseiro e reservado provocava brigas homéricas, pois ela insistia em viver uma vida social rica. Filha de pais pobres, ela viu no casamento um trampolim para isso e se deparou com algo totalmente diferente.

Essas brigas foram provocando distanciamentos e não demorou para que o sentimento mais presente para Bruno era a solidão, pois mesmo vivendo debaixo do mesmo teto, o distanciamento entre eles se tornava cada vez mais forte. Não que ele não amasse à sua Anaju, como gostava de chamá-la, na verdade ele nutria por ela uma paixão incontrolável, mas entre aguentar as implicâncias e reclamações dela e se fechar em si mesmo, ele ficou com a segunda opção. Algumas tentativas de mudar para dar a ela o que ela tanto queria foram infrutíferas, pois ela sempre queria mais.

Seguindo a máxima da Lei de Murphy, tudo o que está ruim tende a ficar ainda pior. Ana Julia, ao se convencer de que não encontraria no marido aquilo que tanto buscava, começou a se afastar dele e a se aproximar de antigos colegas e, como tinha a sua própria profissão, pois era dentista, deu início a uma jornada de busca de satisfação sem a participação do marido e aconteceu o que não podia ser diferente, logo se envolveu com outro homem, um conquistador barato que via nela um pedaço de carne unido à uma chance de se dar bem na vida.

Os horários de chegada em casa dela começaram a se prolongarem cada vez mais até que aconteceu aquilo que sempre acontece quando se tenta enganar a alguém durante o tempo todo. Esquecendo-se que isso é impossível, Bruno ouviu um comentário sobre a esposa que o deixou alerta e não demorou a surpreender à esposa nos braços do homem.

Traído, machucado e com ódio no coração, ele a agrediu e a situação só ficou pior entre eles e Bruno só não perdeu tudo o que tinha, inclusive, a liberdade, porque o pai de sua esposa a proibiu de seguir adiante com o processo por não querer seu nome citado em páginas policiais. Então fizeram um acordo onde o coitado entrou com a bunda e a Ana com o pé. Ele saiu do casamento com uma mão a frente e outra atrás.

Não conseguindo dormir por causa do sofrimento e revolta que sentia, passou a frequentar bares, sempre evitando companhia e essa atitude não demorou a cobrar seu preço. Cinco anos depois, com apenas trinta e cinco anos de idade, Bruno foi diagnosticado como diabético e a primeira recomendação do médico é que ele não podia consumir bebidas alcoólicas, o que ele não levou a sério e continuou sua vida como se nada disso lhe dissesse respeito. Para piorar, seu rendimento no emprego caiu muito por causa do uso de bebidas e das noites insones e ele acabou sendo demitido.

Sozinho, sem emprego, Bruno passou a se dedicar a um projeto que se dedicara na época de sua adolescência e desenvolveu um aplicativo para celulares que obteve muito sucesso. Tanto sucesso que não demorou para que uma empresa do ramo se interessasse fazendo com que, da noite para o dia, o fracassado e endividado homem se visse dono de uma fortuna tão grande que lhe permitiria viver uma vida de rico por mais cem anos, se ele vivesse tanto tempo.

Como tanto dinheiro e nada para fazer, sem amigos e sem expectativas, Bruno via o tempo passar entre um copo e outro e se fechou em sua solidão e, sabendo ou não, praticando um suicídio lento e progressivo, sem se incomodar com o seu estado de saúde.

Só havia uma pessoa nesse mundo que conseguia arrancar Bruno de sua casa. Tratava-se de Otávio, um amigo de infância que, embora muitas vezes sendo hostilizado em suas tentativas de aproximação, nunca desistia.

Foi Otávio que praticamente invadiu o apartamento de Bruno depois de vários insucessos ao tentar entrar em contato com ele e o encontrou caído no corredor que ligava a parte social de seu apartamento ao quarto. Ligou para uma ambulância e assim salvou sua vida, não só por essa providência, mas também pelas providências que adotou depois, sendo a principal dela levar o amigo para sua casa onde sua esposa Ondina, uma das poucas pessoas que Bruno obedecia, passou a cuidar dele.

Um mês depois disso, aconteceu aquilo que iria provocar em Bruno a conscientização de que ele precisava viver. Uma visita da família de um primo de Ondina, composta pelo casal e uma filha, foi apresentada em Bruno quando da reunião na casa dos pais dela por ocasião das festividades do final do ano. Com seu desinteresse de sempre, ele cumprimentou ao casal sem demonstrar nenhuma emoção até que eles se afastaram e o homem segurou no braço de uma jovem que estava atrás dele e até então fora da visão do homem e disse:

– Essa é minha princesa Camila.

Bruno estendeu a mão que foi ignorada pela moça. Em vez disso, ela deu dois passos a frente, ficou nas pontas dos pés e lhe deu um beijo no rosto e quando se afastou, seus olhos se encontraram, enquanto o pai dizia em tom de brincadeira:

– Essa ingrata vai me abandonar. Está de casamento marcado para daqui há dois meses.

Mas Bruno não ouviu essa última informação. Nesse momento, ele estava perdido em uma situação que só pode ser entendida por quem leu o livro “O Chefão”, quando Michael Corleone se deparou com uma garota na Sicília e foi atingido pelo que os sicilianos definem como “O RAIO”. Ou então pela explicação do “imprinting” que acontecia entre os lobos na saga Crepúsculos.

E, com vinte e dois anos, no auge de sua beleza, estava de casamento marcado com Gustavo. Ambos pertenciam as famílias da Classe Média Alta e tinham em comum a arrogância e a prepotência de quem nunca precisou batalhar para conquistar nada na vida. E dona de uma beleza ímpar, fazia o tipo de garota favorita a ser sempre a Rainha do Baile e ele o craque da equipe de futebol. Sempre rodeados de pessoas que se passavam por amigos quando na verdade eram apenas puxas sacos que ficavam à sombra da popularidade deles por não conseguirem as suas próprias e assediados, ela pelos rapazes e ele pelas garotas.

Mas Camila sabia explorar melhor essa situação e, por ser assediada também por aqueles que nem eram tão rapazes assim, não se intimidava diante das situações difíceis e não foram poucas as vezes em que suas notas foram atribuídas muito mais por favores sexuais do que por seu conhecimento na matéria em questão.

E, de repente, lá estavam os dois com seus olhares perdidos depois do mergulho profundo que deram um nos olhos do outro. O dela, verde água, cintilava como dois sóis iluminando o universo apesar de seus diminutos tamanhos enquanto os deles, de um negro profundo, pareciam revelar a ela todos os segredos que detinha. Mas apenas para ela. Bruno só se recuperou do choque quando sentiu seu corpo ser sacudido por Ondina que falava ao seu ouvido:

– Bruno! Você está se sentindo bem?

Voltando do planeta mais distante da mais distante galáctica, Bruno pigarreou limpando a garganta antes de falar, pois temia que sua voz não saísse:

– Ahn! O que? Ah sim. Muito prazer, Bruno.

Camila sorriu e seu sorriso foi como se um terceiro sol surgisse para ofuscar de vez o pobre homem, mas apenas para o que existia à sua volta, pois era como se apenas a jovem estivesse ali presente.

Foi a jovialidade de Camila que quebrou aquele clima estranho. Ela podia ser metida e intragável, mas algo dentro dela fazia com que ela permanecesse ao lado do homem e ela o convidou para se juntar aos outros que, naquele momento, se dirigiam ao local onde uma enorme árvore de natal tinha aos seus pés uma quantidade incontável de presentes que começaram a ser distribuídos. Até mesmo para ele havia um, por obra da incansável Ondina que pensava em tudo.

A partir daquele momento, Bruno e Camila não se separaram. Ele se deleitava com os comentários engraçados que ela fazia, até mesmo quando criticava alguma coisa. Se algum daquelas pessoas que cercavam a garota o tempo todo estivesse ali presente, certamente estranharia a sua conduta. Camila abandonara de vez o seu costumeiro sarcasmo e ironia e fazia comentários engraçados e que não ofendiam a ninguém e ele, por seu lado, falou com ela em uma única noite palavras que, se somadas, alcançariam um total bem maior do que todas aquelas que ele pronunciara no último ano.

Cada encontro de seus olhos provocava sorrisos nela e arrepios nele e nem mesmo quando Gustavo, o noivo chegou, Camila se afastou de Bruno, o que provocou um mal estar, pois ele agiu como fazia normalmente, inclusive, fazendo comentários jocosos a respeito da idade da companhia de sua noiva, o que fez com que ela reagisse imediatamente chamando a atenção dele. Despediram-se trocando números de telefones e com olhares que traduziam a vontade de cada um deles de permanecerem juntos.

Na manhã seguinte, ao acordar, Ondina se surpreendeu ao notar que Bruno já estava fora da cama, coisa que nunca acontecia. Ela o encontrou sentado em uma varanda que existia atrás da casa, esticado em uma poltrona confortável e segurando seu celular diante dos seus olhos com uma concentração que parecia querer ver o mundo através dele.

O que Ondina não sabia era que ele já tinha escrito e apagado cerca de dez mensagens para Camila e, em todas elas, a pergunta de como tinha sido a sua noite no início e depois variavas, com as primeiras falando sobre o tempo, depois sobre as qualidades dela e a última com um convite para se encontrarem ainda naquela manhã. A amiga, que embora tenha notado o interesse dele durante a festa não imaginava a importância que aquele encontro tivera para ele, brincou:

– Bom dia Bruno! O que você está fazendo com esse celular na mão. Você não gosta de conversar?

Bruno procurava por uma resposta gentil para dizer a ela quando o celular vibrou sem sua mão e, antes mesmo que o som da notificação de recebimento de mensagem soasse, ele já estava lendo e seu coração pulou uma batida ao ver que era de Camila. Para ele foi normal, porém, se fosse com outra pessoa, ele criticaria o fato de um simples ‘oi’ provocar tal reação em um homem adulto.

Não acostumado a conversar, principalmente por aplicativo, ele começou a digitar:

– Oi. Como passou a noite? Você está bem? Sua manhã está boa? Você já se alimentou?

A resposta veio em forma de mensagem de voz e quando ele abriu viu o marcador de tempo deslizar para a direita e não ouviu nada. Como sempre, o aparelho estava com o volume no mínimo. Demorou alguns segundos preciosos para perceber isso e outros para descobrir como fazer a mensagem ser ouvida novamente. Quando conseguiu, ficou decepcionado, pois apenas uma risada cristalina soou do aparelho o deixando constrangido por pensar que ela estava zombando dele. Mas enquanto ele pensava em algo para dizer e diminuir o constrangimento que achava ter causado, outra mensagem chegou e a voz suave, embora divertida de Camila encheu seus ouvidos de música e seu coração de alegria:

– Nossa Bruno! Não faz nem três horas que nos despedimos. Não dava para acontecer muita coisa. Mas estou bem sim. E você?

Nem quando viu seu saldo bancário depois de ter negociado a sua criação, ele se sentiu tão alegre e aliviado. Então disse:

– Estou bem sim. Mas não consegui dormir direito.

– Por quê? Aconteceu alguma coisa depois que você foi embora?

– Não. – Respondeu ele o que pareceu algo muito seco, o que não aconteceria se ele usasse a mensagem de voz como ela fazia.

A reação de Camila foi imediata. Digitando ela falou:

– Desculpe minha indiscrição. Não é da minha conta.

Percebendo o que acontecia, ele gritou para Ondina que estava fora de sua visão:

– COMO É QUE EU FAÇO PARA FALAR NESSE NEGÓCIO AQUI?

Imediatamente surgiu Valentina, filha do casal que, com apenas nove anos, entendia de celular mais do que Bruno iria conseguir aprender em toda a sua vida e, pacientemente, ensinou para ele que respondeu:

– Não é isso. Desculpe. É que eu tenho dificuldades em dormir mesmo.

A vontade dele era dizer que não tinha dormido por não conseguir se livrar da imagem do sorriso e dos olhos verdes dela. Só não dissera porque Valentina estava ao seu lado. Mas Camila não sabia disso e mandou:

– Puxa. Fiquei triste agora. Pensei que não tinha dormido porque estava pensando em mim.

A alegria do homem foi tão grande que, de repente, a presença da criança não era mais importante. Se bem que isso iria lhe causar uns probleminhas, pois ela, ao ouvir o que Camila dissera, saiu correndo enquanto gritava:

– O TIO BRUNO E A CAMLA ESTÃO NAMORANDO NO ZAP!

O rosto de Ondina apareceu no vão da porta. Ela encarava Bruno com um olhar de reprovação. Mas ele nem notou isso, pois nesse momento já estava convidando Camila para saírem naquele dia e ela aceitou, o que fez com que ele se afobasse e perguntasse:

– Onde você mora? Fala que eu estou indo aí te buscar.

Novamente ela enviou uma mensagem rindo e depois outra que dizia:

– Calma homem. Acabei de acordar e estou toda amassada. Vamos deixar isso para depois do almoço. Pode ser?

Não era algo que o agrava, mas ele sabia que tinha que aceitar e marcaram de se falarem depois do almoço.

Aquele dia, um ensolarado Natal, foi o mais longo e o mais angustiante para Bruno. Para ele, parecia ter se passado um século até que ele, usando o carro de seu amigo Otávio, pois ele tinha ido para a casa dele ao sair do hospital e nunca se preocupara em ir buscar o seu, estacionou diante um condomínio luxuoso na região do Ipiranga e, antes que descesse do carro, viu Camila se dirigindo até onde ele estava.

Vestida com um short jeans e uma camiseta branca de alças bem comportada e praticamente sem nenhuma maquiagem no rosto, ela sorria para ele enquanto se aproximava. Ele saiu do carro e fez a volta a recebendo com um beijo no rosto, o que foi correspondido e depois abriu a porta do passageiro para ela que brincou com ele:

– Hum! Assim eu me sinto uma princesa. Um cavalheiro abrindo a porta do carro para mim!

– Isso é natural. Você é uma princesa.

Camila ficou ruborizada com o elogio e sorriu discretamente.

Ainda faltavam duas horas para anoitecer quando saíram dali e até anoitecer eles ficaram rodando e discutindo aonde deveriam ir. Para Bruno, a dificuldade era se lembrar de um lugar que estivesse à altura da beleza daquela mulher e, para ela...

Bom, ela tinha ideias poucos convencionais que teria dito a ele caso a diferença de idade não fosse tão grande e os dois teriam ido direto a um motel. Mas ela queria que a iniciativa partisse dele, porém, por mais que ela desse dicas a esse respeito, era algo que Bruno não estava acostumado e, como dizem os jovens, sua ficha não caia.

O resultado disso é que eles ficaram rodando por quilômetros e quilômetros na cidade de São Paulo sem que nenhum dos dois sentissem fome ou sede. Era como se o tempo tivesse congelado e nada pudesse ser provocado para acontecer, pois o destino se encarregaria disso. Assim, depois de várias informações passadas de parte a parte, com Bruno se abrindo com relação ao seu passado e ela de seus sonhos para o futuro, já era quase meia noite quando o carro voltou a estacionar diante do prédio em que ela morava. Ela não fez nenhuma menção de descer do carro e Bruno desligou o motor do mesmo indicando que aquela despedida não seria tão simples assim, pois ele não queria que ela saísse do carro e ela se comportava como quem não está a fim de sair.

Não dava para saber o que poderia surgir dessa situação antes que algo acontecesse. Mas, para o azar de ambos, a pior coisa que poderia acontecer foi o que aconteceu. Já fazia uns cinco minutos que estavam conversando quando alguém bateu no vidro do lado em que estava Camila e quando ela olhou naquela direção, lá estava Gustavo com caras de poucos amigos. Ela abriu a porta e foi praticamente puxada para fora e Bruno, ao ver isso, saiu pelo outro lado, deu a volta no carro e segurou no ombro de Gustavo enquanto falava:

– O que é isso rapaz? Ninguém está fazendo nada de errado...

O gancho de direita de Gustavo acertou em cheio o queixo de Bruno que ficou tonto, deu dois passos para trás e caiu no chão. O agressor andou em direção a ele com a intenção de chutar o seu corpo caído, sendo impedido por Camila que se colocou entre os dois e falou:

– Não faça isso Gustavo. Você está sendo covarde.

Com o ódio estampado no rosto, o jovem empurrou sua namorada para o lado fazendo com que ela também caísse e no segundo seguinte estava imobilizado por um homem negro, musculoso e alguns centímetros mais alto que ele. Controlada a situação, o homem foi dissuadido a não chamar a polícia, mas exigiu que Gustavo fosse embora e Bruno foi levado para o hospital por Camila que usou o carro de Otávio.

O episódio que a princípio poderia ser abafado se transformou em um problema para todos os envolvidos por causa da reação das pessoas que, mesmo sem estarem envolvidas diretamente, escolheram um lado. Os pais de Camila ficaram a favor de Gustavo enquanto Ondina resolveu defender Bruno. Mas o pior foi o Otávio que, sendo o amigo do Bruno, ficou revoltado com ele e chegou a acusa-lo mais tarde de ter se aproveitado da diferença de idade para roubar a noiva do rapaz.

Isso tudo porque, no dia seguinte ao acontecimento, Camila foi se encontrar com Gustavo e lhe devolveu a aliança que usava colocando um fim ao relacionamento deles, o que só piorou a situação porque os convites para o casamento já tinham sido distribuídos e para os pais delas era ultrajante explicar aos convidados que o casamento não se realizaria.

Bruno saiu do hospital no dia seguinte e, duas semanas depois, ele e Camila compareceram a um cartório e oficializaram o casamento.

Foram três anos de pura felicidade. Sem necessidade de pensar em dinheiro, pois o que tinha era suficiente para mais de uma vida, Bruno resolveu apenas curtir a vida na companhia da mulher que se transformou em seu norte e ela só agia no sentido de fazê-lo feliz.

O sexo era mais que satisfatório. Tão satisfatório que acontecia de irem visitarem uma cidade muito badalada e, em vez de se dedicarem a conhecerem as atrações da mesma, se fechavam no quarto do hotel e transavam sem parar. Bruno nunca foi o grande comedor, porém, sua experiência foi o suficiente para transformar Camila no tipo de mulher que faz a felicidade de qualquer homem. Nos meios sociais ela era uma dama que atraía a atenção de todos com sua beleza e simpatia enquanto na cama se transformava em uma verdadeira puta.

Não era o caso de fazer tudo o que o marido queria para agradá-lo. Sua dedicação ia muito além disso e o que acontecia no final é que ele que tinha que se desdobrar para satisfazer os desejos e taras que ela inventava e estava sempre querendo mais. Além disso, ela mudou radicalmente o seu comportamento, mostrando o lado humano e bom que ela possuía e que só não era demonstrado por causa da competitividade do meio em que ela vivia antes.

Depois de três anos de pura felicidade, os primeiros sinais de problemas surgiram. De repente, a potência sexual de Bruno começou a diminuir. O médico que ele procurou deu o diagnóstico depois de muitos exames. O diabetes estava cobrando seu preço e ele estava se tornando incapacitado de manter uma ereção.

A princípio, Camila resolveu o problema estimulando seu marido que sentia sim tesão, porém, não conseguia atingir ao orgasmo, o que se tornou um problema. Mas logo ela começou a cuidar também das necessidades dela e percebeu algo que nenhum especialista tinha lhe dito. Quando ela gozava ao ter sua buceta chupada pelo marido, ou mesmo com ele a fodendo com o uso dos dedos, a reação dele era idêntica a de um homem que estava tendo um orgasmo, com a única diferença que seu pau continuava inerte e não ejaculava, mas as demais reações eram as mesmas. Então ela começou a se dedicar a isso.

Depois da língua e dos dedos de Bruno, por iniciativa dele, surgiram os pênis artificiais. A princípio ela se satisfazia com isso e ficava feliz quando, a cada vez que gozava, via seu marido ter aquelas reações que, se não eram um orgasmo completo, parecia que o realizava.

E foi assim que passaram mais dois anos. Lógico que o corpo da jovem mulher começo a se ressentir da falta de um homem que lhe desse o prazer completo. Não só a penetração de um pau duro e vibrante em sua xoxota, como também o peso e cheiro de um macho sobre ela era algo que fazia falta. Entretanto, ela amava demais ao Bruno para reclamar disso e cumpria com disposição a sua tarefa de obter o prazer solitário para que ele pelo menos sentisse aquela sensação do prazer que não conseguia atingir.

Não sendo de ferro, a cada dia que passava mais seu corpo cobrava uma experiência onde ela fosse realmente fodida e não apenas aquelas simulações e isso fazia com que o seu orgasmo se tornasse cada vez mais difícil de ser conquistado e, como o prazer de Bruno estava diretamente ligado ao dela, as frustrações atingiam a ambos.

E era isso que aconteceu naquela noite. Ela tinha tentado vários modelos diferentes de pênis artificiais e nenhum deles foi o suficiente para que ela gozasse, criando aquele impasse que mantinha os dois deitados de costas um para o outro, cada um deles mergulhados no mesmo problema, sem que encontrassem uma solução.

Camila mantinha os olhos fechados e ressonava tentando parecer que estava realmente dormindo quando Bruno jogou o cobertor para o lado, ficou sentado na cama e depois se reclinou sobre ela. Sabendo que aquilo era um fingimento, ele tocou seu ombro e a chamou. Quando ela abriu os olhos, virou a cabeça e o encarou, ele falou de uma vez só, sem nenhuma introdução que pudesse prepará-la para o que ia ouvir:

– Eu estive pensando que a gente podia recorrer a um outro homem.

– O quê você quer dizer com isso? – Perguntou Camila que realmente não entendia o que acabara de ouvir.

– Outro homem. A gente contrata algum homem para transar com você e te satisfazer. – Explicou Bruno e logo percebeu que, se tivesse jogado um fósforo aceso em um barril de pólvora o efeito não seria tão devastador.

Para resumir, depois da clássica pergunta: “Você está pensando que eu sou o que, uma puta? Camila recitou todas as coisas que acreditava ser a intenção de seu marido transformá-la e puta e biscate, diante das outras que ela arrumou poderia parecer até mesmo um elogio. Depois ela mudou e passou a dirigir as ofensas a ele que, de corno pervertido a maníaco sexual, passou também por várias classificações. Não satisfeita, antes de expulsá-lo do quarto, ela se colocou no papel de vítima que era vista pelo marido como um mero depósito de porra, independente da origem dessa porra.

Bruno foi dormir no quarto de hóspedes na esperança de que, no dia seguinte, poderia se explicar para Camila e dizer a ela que, para ele, o simples fato de saber que ela seria tocada por outro homem era um martírio e que, se ele propôs isso, foi pensando nela, inclusive, usando o fato que ficar sem sexo por tanto tempo poderia ser prejudicial até mesmo para a saúde.

Nunca alguém esteve tão longe de ver suas esperanças serem realizadas.

A partir daquele dia, Camila simplesmente se negava a conversar sobre qualquer assunto com seu marido. Não que ela ficasse muda. Em vez disso, bastava ela se aproximar dele para que a ladainha de ofensas e lamúrias começasse e isso não era o principal. O que mais afligia a Bruno era o fato de que ela parou de cuidar dele. Não preparava mais as comidas apropriadas que ele consumia por causa da doença e a única coisa que ele conseguia levar a boca que era preparado por ela era o café.

Mas para isso ele tinha que se servir e, no dia em que ele se serviu e percebeu que por perto só havia açúcar para ser usado, ele comentou:

– Esse café está amargo.

– O açúcar está bem aí do seu lado. – Informou ela mal humorada.

– Mas você sabe que eu não posso...

Bruno teve que interromper sua fala para se desviar do frasco contendo adoçante que ela, violentamente, atirou nele. E ela fez isso e virou as costas correndo para o seu quarto, deixando seu marido aflito, pois ele não sabia como contornar aquela situação diante da impossibilidade imposta por Camila que evitava qualquer diálogo.

Foram duas semanas em que o verdadeiro paraíso de antes se transformou em no inferno. Bruno não teve uma única oportunidade de se aproximar dela e seus planos de convencê-la a fazerem uma viagem ou de oferecer a ela qualquer presente era impossível, pois a comunicação entre os dois se tornou impossível diante da conduta da jovem mulher.

Na segunda semana, já mais calma, mas nem por isso aberta a permitir a aproximação do marido, Camila começou a pensar pela primeira vez em sua situação. Não porque ela estivesse propensa a mudar de ideia, mas sim porque o seu jovem corpo se ressentia pela falta de prazer e, mesmo a língua do seu marido, seus dedos ou algum dos brinquedos que usavam começavam a fazer falta. E isso fez com que ela voltasse a recorrer aos vibradores. Porém, com uma crueldade que ela nunca tinha demonstrado, só fazia isso quando tinha a certeza de que seu marido ouviria o ruído do aparelho e também os seus gemidos. Ela sentia prazer em saber que ele se retorcia em algum lugar da casa por saber que ela estava sendo artificialmente fodida sem a participação dele.

Foi mais uma semana de martírio para Bruno que, se depois da mudança de comportamento de Camila que passou a se satisfazer sozinha começou a cuidar da saúde dele, embora com relação à comunicação mantivesse o mesmo distanciamento, sentia a falta daquele tipo de prazer incompleto que tinha ao ver sua esposa se realizando sexualmente.

O que o marido não sabia é que não precisou de uma semana para que Camila também sentisse que alguma coisa estava faltando. Ela percebeu que o gozo que tinha antes, embora não fosse da forma intensa que ela desejava, era muito melhor do que o atual, pois ver a reação de seu marido quando ela estava se aproximando do orgasmo era algo que também lhe dava prazer.

Foi na tarde do sexto dia depois que ela tinha voltado a se dedicar ao prazer solitário que ela se sentou ao lado dele que estava no sofá da sala assistindo a um documentário e perguntou sem nenhuma preparação:

– Você tem certeza de que não vai surtar se souber que eu transei com outro?

Bruno ficou pensativo por não ter uma resposta, pois ele não tinha certeza de que aceitaria tranquilamente esse fato e só respondeu quando ela insistiu, explicando exatamente isso e completando com a informação de que ela não precisava temer por nada e que, por pior que fosse, ele jamais teria nenhuma reação contra ela ou contra o homem que ela escolhesse.

Camila ficou vários momentos pensando sobre isso até lhe ocorrer que, se seu marido sentia uma espécie de prazer em vê-la se estimulando com um vibrador, ou com seus próprios dedos, talvez a saída fosse que ela poderia transar com outro na presença dele e, já que ele prometera não ter nenhuma reação negativa, e ela confiava muito nele que nunca fizera uma promessa que não cumprisse, ela disparou:

– E se... – Ao começar falar toda a convicção que segundo antes a animara a fazê-la a abandonou e ela interrompeu sua fala.

– E se o que. – Perguntou Bruno e, diante da indecisão de Camila, insistiu: – Pode falar, meu amor. Você sabe que comigo você pode se abrir e vou sempre te apoiar.

Ela pensou um pouco e falou sem interrupção:

– Eu estava pensando que se você estiver presente pode ser bom para nós dois.

– Como assim? – Perguntou ele sem entender.

– Eu já notei que você sente alguma coisa quando me vê gozando. Então eu achei se você estiver junto, vai sentir alguma coisa também quando eu estiver sendo fodida por outro.

Camila usou o termo ‘fodida’ de propósito. Sua intenção era deixar a conversa mais próximo de um sexo sacana do que a simples solução de um problema e, ao ver o brilho de desejo que ela tanto conhecia surgir nos olhos do marido, soube que estava certa. Mas Bruno ainda não estava convencido e perguntou:

– O problema não é esse. O problema vai ser como você vai se sentir enquanto transa com outro homem na minha presença.

Ao ouvir isso, o rosto de Camila ficou vermelho e ela abaixou a cabeça demonstrando que estava envergonhada, mas mesmo assim, explicou para Bruno:

– É que nesses dias que eu tentei gozar sozinha, não foi a mesma coisa. Parece que sem você por perto o prazer que eu sinto nem se compara com os que tinha quando você assistia.

Bruno ficou pensando e a princípio achou que ela estava pensando em aceitar a ideia, porém, não queria que ele ficasse magoado e oferecia aquela saída. Porém, algo dentro dele se agitou. Aquela espécie de prazer que independe de seu pau ficar duro começou a afetar suas entranhas que se agitaram e ele finalmente falou:

– Se é isso que você pensa querida, eu aceito. Podemos tentar sim. Se não der certo, a gente procura por outra saída.

E a resposta de Camila indicava que essa parte do assunto estava resolvida, passando para o passo seguinte:

– E quem você acha que podemos chamar para ser essa terceira pessoa? Você já pensou em alguém?

– Não, querida. Não pensei e nem vou pensar porque acho que, para isso dar certo, tem que ser alguém por quem você sinta vontade. Pegar qualquer um só porque tem um pau pode ser o mesmo que usar um de nossos vibradores.

– Verdade. Mas eu também não pensei em ninguém ainda.

– Então pense.

– Tá bom então. Vou pensar. Mas não me apresse. Pode demorar – Falou Camila se levantando do sofá e depois de dar três passos, parar e falar sem se virar para o marido: – E você pode voltar a dormir na nossa cama. Não vou mais te punir por querer resolver a minha situação.

Bruno se levantou e a abraçou por trás beijando o pescoço dela que virou o rosto para que suas bocas se encontrassem em um beijo apaixonado. Quando finalmente suas bocas se separaram, ele colheu as lágrimas que escorriam dos olhos dela com sua língua.

As noites voltaram a ser como antes e na segunda delas Camila sentiu novamente algum prazer ao ver seu marido suando ao seu lado enquanto ela tinha um vibrador enfiado na xoxota e um menor em seu cuzinho, em uma inovação, pois nunca tinha tentado isso antes. E Bruno a elogiou com a voz tremida deixando claro que aquela atitude dela o deixara ainda mais excitado.

Contrariando a previsão de Camila, não demorou. Seis dias depois, numa quarta-feira, ela tinha ido visitar seus pais, uma das raras atividades dela em que Bruno não a acompanhava e, no caminho de volta para casa, usando um Uber, notou que o motorista mexeu no retrovisor do carro e entendeu que ele só podia estar fazendo isso para poder ter uma visão de seu corpo. Olhou para o homem e se sentiu excitada, pois ele a lembrava de um antigo professor de matemática que, muito ruim em didática, mas dono de uma pica enorme que sabia usar com grande perícia, tinha sido o responsável pelas excelentes notas que ela obteve naquele ano. Era como se uma parte daquela Camila adolescente ressurgisse dentro dela, mas apenas a parte de suas atividades sexuais e nada de sua arrogância e prepotência.

Resolvendo testar se aquele ajuste na posição do retrovisor interno foi para melhorar a visão do trânsito ou de seu corpo, ela abriu um pouco as pernas deixando suas coxas aparecendo e o resultado foi imediato, com ela percebendo uma mudança no ritmo da respiração do homem. Então ela ousou mais um pouquinho e talvez tenha exagerado, pois sua calcinha azul turquesa de renda e transparente surgiu na visão do pobre homem, mostrando muito mais que a fineza e qualidade do tecido, pois o seu grelinho durinho marcava o tecido e uma mancha de umidade na região de sua buceta surgiu.

O resultado quase causou uma tragédia quando o homem, perdido em sua excitação, avançou um sinal vermelho e por muito pouco não foi atingido por um ônibus que trafegava no sentido transversal. Ela, entre assustada e ainda excitada, falou:

– Cuidado moço. Você quer me matar?

– Desculpe moça. Foi um descuido. Mas valeu a pena, viu. – Respondeu o homem e sorriu.

Camila foi se deslocando no banco traseiro para o lado contrário ao do motorista e atingiu o seu objetivo. O que ela queria ver estava lá, demonstrado em uma enorme tenda formada na calça do homem deixando claro que ali havia um pau de tamanho considerável.

Como já estavam próximo da residência dela, nada mais aconteceu, mas na hora de descer do carro, Camila disse com uma voz maliciosa:

– Apesar do susto, gostei do seu trabalho. Você tem um cartão?

Com a mão tremendo o homem foi pegar uma caixinha onde continha os cartões de visita e em sua pressa deixou que a caixa caísse entre os dois bancos traseiros. Ele se abaixou para pegá-los e Camila, que ainda estava dentro do carro, se curvou para pegar um deles no chão enquanto falava:

– Não há problema. Já peguei o meu.

Ela havia desabotoado os dois primeiros botões da blusa que usava e esse gesto fez com que o homem tivesse uma visão de seus seios que, cobertos com um sutiã que fazia conjunto com a calcinha, permitia que ele visse os bicos de seus seios também marcando o tecido. O homem ficou olhando para aqueles belos seios como se estivesse hipnotizado até que ela, em um gesto de ousadia, segurou o queixo dele e forçou para que seus olhos se encontrassem e voltou a falar, dessa vez com a voz tremida:

– Gostei muito da viagem. Só espero que da próxima vez as emoções sejam mais prazerosas e tenham menos sustos. – E depois baixou os olhos para o volume das calças dele e acrescentou sorrindo: – Quer dizer, um pouco de susto acho que vai ter, mas desse tipo de susto eu gosto.

E rindo saiu de carro deixando o pobre homem plantado enquanto um policial se aproximava para perguntar porque que ele estava estacionado em um local proibido.

Chegando em casa Camila não conseguiu esconder sua irritação e nem se importou em responder às perguntas do marido sobre como estava sua família, pulando no colo dele que estava no sofá e o beijou na boca e, quando ele perguntou o motivo de tanto entusiasmo, ela contou para ele tudo o que tinha acabado de acontecer e não ficou muito surpresa quando notou que ele não demonstrou nenhum ciúme, mas sim excitação. E ficou melhor ainda quando ele disse:

– Pena que vai ser difícil encontrar ele de novo. Senão poderia ser o escolhido.

E ela abriu sua mão diante dos olhos incrédulos dele ao ver um cartão de visita todo amassado e manchado pelo suor que a excitação provocou nas mãos dela. Ela não disse nada e ficou encarando o Bruno enquanto sorria para ele e ele ficou boquiaberto ao perceber que as apostas tinham sido colocadas na mesa e, olhando para os olhos claros de Camila que brilhavam de excitação, soube que não se travava de um blefe.

Para Bruno a ligação para o motorista do Uber, cujo cartão informava se chamar Paulo Renato, seria feito naquele mesmo instante. Foi Camila que se negou a fazê-lo dizendo a ele que preferia ir mais devagar e antes deixar o homem louco de desejos por ela, fazendo com que o marido a provocasse:

– Estou vendo que a putinha de antigamente está renascendo.

– Aquela putinha não está renascendo porque ela nunca morreu. O que aconteceu foi que ela encontrou um homem que a satisfazia em todos os sentidos e se tornou putinha exclusiva dele.

– Um homem que não está conseguido cumprir o seu papel, diga-se de passagem.

– Para com isso Bruno! Não se diminua nunca. Você é o meu homem e você é meu tudo. O fato de você não poder me foder é apenas uma fatalidade que te impede. Não fosse isso, não haveria no mundo um homem mais completo que você. Aliás, mesmo assim não tem um homem tão completo como você, pois quem em são consciência aceita deixar que a esposa que tanto ama seja usada por outro homem e não é para o prazer desse homem, mas apenas para o prazer dela. Esse homem é apenas o objeto que vai ser usado para esse fim.

– Mas eu...

– Mas nada. Já te pedi. Nunca mais toque nesse assunto porque, ao fazer isso, você está jogando no lixo tudo o que é mais bonito entre nós dois que é o amor que sentimos um pelo outro. Fale isso de novo e você vai descobrir que ainda não me viu brava, aquelas duas semanas que vivemos recentemente vai parecer o Jardim do Eden diante do inferno que vou fazer em sua vida.

– Eu te amo. – Foi a única coisa que Bruno conseguiu dizer enquanto se aproximava dela e a abraçava, beijando com paixão a sua boca linda.

Depois disso, voltaram ao assunto “motorista do Uber” e Camila só comentou que no cartão tinha dizia que aquele número tinha Whatsapp e que ia usar isso para deixar aquele homem morrendo de desejos por ela.

Naquele mesmo dia ela começou o seu plano entrando em contato com o Paulo Renato, mas em uma mensagem onde dizia apenas um ‘oi’. Ele respondeu prontamente perguntando se ela precisava de alguma coisa e Camila comentou com Bruno:

– Precisando eu estou. Mas vamos com calma.

E para ele escreveu: “Eu não estou achando o meu RG. Será que não deixei cair no chão do seu carro?”

“Só um momento, vou verificar”. E menos de dois minutos depois, a resposta: “Achei. Estava quase embaixo do meu banco, por isso que eu não tinha visto. Quer que eu leve em sua casa? Passe o endereço”.

– Lógico que você vai trazer aqui em casa. Mas não hoje. – Disse ela para o Bruno ouvir e riram os dois enquanto ela digitava a resposta: “Hoje não dá. Cheguei em casa e meu marido estava de saída e me trouxe junto. Você pode guardar para mim que quando eu estiver em casa você traz?”

“Lógico. É só me chamar que eu levo”. – Respondeu o homem imediatamente.

– Você já fez isso de caso pensando, não foi? – Perguntou Bruno sorridente.

– Lógico que foi. Se depois você não concordasse, bastava pedir para ele trazer, pagar pela viagem e dar uma gorjeta e pronto. Ficaria tudo bem.

– E agora? O que você vai fazer? – Perguntou ele excitado.

Camila pensou um pouco e depois respondeu:

– Bom. Você vai ter que dirigir para mim durante alguns dias, pois essa CNH vai demorar um pouco para chegar aqui. Enquanto isso, eu vou colocando lenha na fogueira e no dia que ele vier trazer, já vai vir sabendo que vai ser muito bem usado. Deixe comigo.

– Só espero que não demore! – Comentou Bruno.

– Você está com pressa? Está querendo ver logo sua esposa sendo uma putinha usada por um estranho? É isso que você quer?

Bruno olhou para Camila e seu brilho no olhar e o sorriso que ostentava dispensava qualquer resposta. Em sua cabeça, o pensamento de como aquela mulher era importante para ele e como ela tinha renunciado a uma vida de prazeres, emoções e divertimentos por amor a ele.

O que ele não sabia, é que Camila pensava quase a mesma coisa. Ela sabia que o amor enorme que Bruno sentia por ela era o responsável por aquela permissão onde ela reencontraria o prazer de ter um pau de verdade fodendo a sua bucetinha.

ESSA HISTÓRIA TERÁ CONTINUAÇÃO NO DIA EM QUE ALGUM DESAFIO TENHA UM TEMA QUE PERMITA ENCAIXAR SUA CONTINUAÇÃO.

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Foto de perfil genéricaSenhora do LagoContos: 8Seguidores: 14Seguindo: 0Mensagem Escrevo fantasias.

Comentários

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Olá. Eu recebi um e-mail dizendo que meu comentário foi respondido mas por alguma razão eu não recebi a resposta. Fiquei muiiiito curioso. Kkkkk

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Olá. Eu não acho que deva esperar o momento em que surja um tema que oermita encaixar sua continuação. Este conto é um primor, uma joia rara aqui no CDC. Um conto onde do princípio ao fim o que prevalece é o AMOR, RESPEITO E CUMPLICIDADE. Por favor continue e parabéns. É um dos contos que eu mais tive prazer de ler. Obrigado.

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