30 Dias (Dias 07 e 08)

Da série 30 Dias
Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 5235 palavras
Data: 30/12/2025 10:02:30
Assuntos: Anal, Gay, Oral, Sexo

Dia 07

Não sei você, mas pra mim o domingo é o dia internacional da preguiça. Não tem nada de bom que dê para fazer em casa dia de domingo. Não sei o que acontece, só que esse é o dia em que mais tenho tédio. Ainda por cima acordei bem cedo hoje; Ande até está roncando. Depois que o calor venceu a preguiça, levanto e vou para o meu ritual matinal: tomo meu banho, escovo meus dentes e desço para tomar meu café da manhã. A mãe do Ande já tinha preparado o café e montado a mesa. Peguei uma xícara e me sentei à mesa sozinho; já estou mais acostumado depois de sete dias, sou quase de casa.

Alisson aparece bem na hora que começo a comer. Ele me dá bom dia, se senta à mesa e se serve de café. Ficamos comendo em silêncio por um tempo. Depois do beijo, nossa relação ficou estranha; para ele parecia que nada tinha acontecido, porém, para mim, a história era completamente diferente.

— Pensei que sua noiva tinha dormido aqui — falo para puxar assunto.

— Deixei ela em casa ontem — ele responde.

— Vai montar o armário hoje?

— Sim, vou já para lá — ele responde.

Nenhum dos dois tenta fazer contato visual. Existe um clima entre nós que não sei como explicar e nem exatamente o que fazer com ele. Alisson toma seu café e sai da cozinha. Sei que as coisas estão estranhas e penso que devo pedir desculpas ao Alisson; vai ver é isso que ele espera que eu faça.

Contra todos os alertas em minha mente, vou até o quarto dele e bato na porta. Espero cinco segundos até ele abrir a porta — os cinco segundos mais longos da minha vida. Ele fica surpreso ao me ver em sua porta e, antes que a coragem se acabe e eu saia correndo feito um maluco, peço para entrar. Afinal, não dá para conversar sobre o beijo no meio do corredor da casa.

— Entra aí — ele fala.

No quarto dele tem um guarda-roupa igual ao do Ande. A cama dele é de casal e ele também tem um computador, não tão foda quanto o do Ande, mas só de bater o olho dá pra perceber que é uma boa máquina. O quarto dele só tem uma janela pequena quase no teto e é bem mais quente do que o do Ande; ele tem um ventilador desses grandes, que é o que ameniza a temperatura do quarto.

— Alisson, preciso me desculpar — começo falando antes que perca a coragem.

— Se desculpar pelo quê? — Ele não vai facilitar.

— Você sabe, o beijo. — Ele se senta na cama e finalmente me olha nos olhos.

— Renan, eu que te devo desculpas. Fui eu quem te beijou.

— Acho que nós dois nos beijamos — falo e ele ri.

— Acho que sim. — Ficamos os dois em silêncio.

Estou em pé, ele sentado na cama. Estou rindo e meus olhos estão nos dele. Caminho lentamente na direção dele. Alisson segura minha cintura e me puxa para mais perto dele. Levanto seu queixo, a tentação fala mais alto e toco os lábios dele com os meus. A princípio é só um selinho, mas as coisas vão esquentando e, quando percebo, estou no colo dele com meus braços em volta do seu pescoço e as mãos dele na minha bunda.

Me entrego a ele, beijo com tanto fogo e tanto tesão. Alisson mexe comigo só por estar perto; beijar ele derruba todas as barreiras que vim construindo desde que descobri esses novos interesses.

Por um momento esquecemos onde estamos ou quem somos, mas a realidade é cruel e o telefone dele começa a tocar. Saio de cima dele feito um gato. Antes que ele alcance o telefone, fujo de seu quarto o mais rápido que consigo. Foi sorte ninguém me ver saindo do quarto dele de pau duro e, por falar em membro duro, tenho certeza que senti o dele embaixo de mim enquanto estava no seu colo.

Ande acordou assim que entrei no quarto. Ele levantou com preguiça e foi para o banho e atrás de comer algo. Fui para o computador para jogar um pouco e tentar desviar minha atenção do fato de que tinha traído minha namorada. O combinado era nada de duas vezes com a mesma pessoa; não deveria ter beijado Alisson. Algo dentro de mim sabia o quanto seria perigoso seguir por esse caminho.

Foi só um beijo, não foi nada de mais, e nem vai acontecer de novo. Tenho certeza que nem contou. Fico repetindo isso na mente várias vezes até acreditar ser verdade. Um beijo sem nenhum significado, nem para mim nem para ele, mesmo ele tendo admitido que quis me beijar também. Alisson é noivo, isso sem entrar no mérito de que ele é um cara.

— Ande, seu irmão é do tipo fiel ou mulherengo? — pergunto quando ele volta para o quarto.

— Oi, como assim essa pergunta agora?

— Só fiquei curioso — minto.

— Cara, Alisson é mais antissocial do que eu era quando a gente se conheceu. Ele não vai a festas e nem bebe, por isso que a mãe enche tanto meu saco; ele é o filho perfeito dela.

— Entendi — falei me sentindo ainda mais estranho.

— Não digo que ele trai a noiva dele, não, mas porque ele sabe que se perder ela não arruma outra igual nem fudendo. Eles nunca saem para lugar nenhum que não seja para comer; ela passa mais tempo trancada no quarto com ele do que passeando por aí.

— Ele é ciumento? — Estou perguntando demais, só que não consigo evitar.

— Alisson não liga para nada, ele é um trouxa. Já foi corno também.

— A noiva dele traiu ele? — pergunto surpreso.

— No começo do namoro, aí eles terminaram. Só que depois ele aceitou ela de volta, porque ele é burro. Agora vai casar com ela.

— Estranho mesmo.

— E o pior nem é isso, a Carolina é louca de ciúmes dele. Ela acha que ele vai trair ela, porque ela já traiu ele. Cara, a mina é louca de ciúmes, ela já brigou com a mãe e tudo por causa de um barraco que ela deu no Natal do ano passado.

— Mas você disse que ele tem medo de perder ela mesmo com tudo isso — não entendo.

— É que depois que eles voltaram ela ficou “fiel”, mas o lance é que ela aceita as loucuras dele. Tipo, ela não reclama deles nunca saírem. Por mim, ele ainda tá com ela só pela comodidade. Ela foi a primeira namorada dele, primeira e única.

Ande me deu muito o que pensar sobre Alisson e eu. Ele é sério, já tinha imaginado que ele não é muito de conversar, não. Sobre ele estar em uma relação por conveniência, até que fez sentido para mim. Alisson é muito contido; olhando para ele, parece um trem que nunca sai da rota, está sempre cumprindo com a rotina. Nesse ponto os irmãos se diferem: Ande é mais divertido, mais espontâneo.

— Hoje vamos ficar jogando e à noite pedimos algo para comer — Ande revela nossa agenda de domingo.

— Não tem nenhum lugar para ir? — Queria sair, respirar.

— Podemos dar uma volta por aí, talvez chamar o John e a cunhada doida dele, já que viraram teus amigos.

— É, pode ser.

Estranhamente, meu medo era só do Alisson. Sobre o John, minha mente estava bem tranquila; tinha a sensação de que o que tinha rolado entre a gente não ia ser espalhado.

Passamos a tarde jogando. Depois de vencer várias no MK e no SF, ele me surpreendeu colocando Guitar Hero III: Legends of Rock. Por essa eu não esperava; ele sempre foi melhor nesse jogo. Fiquei sem acreditar que ele foi atrás do jogo só para me vencer, mas beleza, não é tão difícil, só precisava focar em apertar os botões certos.

A primeira partida ele escolhe “School’s Out”. Pegou pesado e perdi um pouco de tempo me familiarizando com os comandos. Ande e eu temos um acordo implícito de sempre jogar os jogos no mais difícil, ou seja, no Hard sempre. A primeira ele vence tranquilo e com folga; seus dedos deslizam pelo controle como se ele soubesse exatamente o botão antes de ver o que precisará apertar. Jogamos tanto esse jogo na época do primeiro ano que tínhamos algumas favoritas decoradas de cabeça; essa era uma das favoritas dele.

— Parece que ainda sou o melhor — Ande falou se gabando.

— Começou agora, meu chapa — falei.

— Então você escolhe agora — ele fala.

Vamos de “Reptilia”, uma das minhas. Ele jogou bem, mas comecei a pegar o jeito e a lembrar de como tocava ela no game. Ande é bom, mas consegui vencer. Foi uma vitória apertada, mesmo assim ganhei. Fiz como ele e fiquei o provocando; ele começou a rir. Lembrei por que era tão divertido jogar esse jogo: ele era muito bom, então quando ganhava dele era um chororô só.

— Deixa de mimimi e diz enquanto você quer perder para mim.

— Quero ver seu sorriso nessa aqui. — O safado foi na minha pior: “Welcome to the Jungle”.

Acabei perdendo. Essa música é o satanás e estou enferrujado. Ele estava todo feliz por ter ganho duas e eu uma, então fui no calcanhar de Aquiles dele. Quando ele percebeu já foi reclamando, porém é minha vez de escolher. Coloco minha favorita top um de game e que, por coincidência, é a que ele mais odeia.

— Não, velho, “Barracuda” é sacanagem.

— Por quê? Nem é difícil — falei zuando ele.

— Essa música é tão ruim que me desconcentra.

Comecei a cantar para deixar ele ainda mais desconcentrado.

— Sacanagem isso, Renan — ele fala. Mesmo assim o ignoro e continuo cantando.

Como resultado, a vitória é minha e, como das outras vezes que jogamos essa, ganhei de lavada. Tivemos que parar no empate porque o pai do Ande estava precisando dele. Ele disse que iria demorar um pouco, então fui jogar The Last of Us, que já tinha começado outro dia. Sozinho no quarto, o beijo tomou minha mente de novo, porém não era repulsa o que passava por mim, e sim desejo. Queria mais. A boca macia e deliciosa dele que dessa vez estava com gosto de menta — agora acho que ele deve ter chupado uma balinha ou algo assim.

Não podia ter esses pensamentos, só que era mais forte e não consigo controlar. Estou desejando o irmão do meu melhor amigo; isso consegue ser errado em muitos níveis. Mas quer saber? Estou de férias. A partir de agora vou fazer uma promessa a mim mesmo: o que acontece nas férias vai ficar nas férias. Parece muito drástico para mim, talvez não funcione tão bem assim, mas é isso, vou me esforçar para só deixar rolar.

O domingo passou correndo. Ande voltou e me chamou para almoçar. Depois do almoço vimos uns três episódios de Gen V que não tinha visto ainda, mas acabei pegando no sono. Dormir à tarde está virando uma rotina para mim; mesmo quando não durmo, o sono vem. Deve ser por causa da magia do interior: nosso corpo entende que é férias e é para descansar.

Ande me acorda umas dezesseis e quinze para tomar o café da tarde, outro hábito que não tenho em casa, mas estou tendo aqui. É de fazer todas as refeições do dia. Lá em casa minha mãe sofre para me fazer comer mais, sou meio ruim de boca em casa. Aqui estou com fome mesmo, nem é pela vergonha ou medo de dizer não para algo numa casa que não é a minha; minha mãe sempre nos ensinou que na casa dos outros a gente aceita e agradece, não importa se gosta ou não.

À noite o tempo simplesmente fechou e caiu um dilúvio, tanto que derrubou a luz e a internet outra vez. Como dormi à tarde, não estava com um pingo de sono e, para piorar, o quarto estava um forno de quente. Nem está no inverno, isso só pode ser culpa do aquecimento global, com certeza. O calor está tanto que não aguento mais; me levanto da minha rede e me dirijo para o quintal.

— Vai para onde? — Ande me pergunta.

— Tomar banho de chuva — falei pondo a toalha no ombro depois de tirar a camisa.

— Tá falando sério?

— Seríssimo — confirmo me dirigindo para o quintal.

Ande vem comigo. A chuva está bem melhor do que no quarto. Basta meu amigo estar perto para sermos duas crianças tomando banho de chuva no quintal escuro. Alisson aparece na porta do quintal rindo da nossa presepada.

— O que estão fazendo? — ele pergunta.

— Tomando banho de chuva — Ande responde.

Alisson tira a camisa e, por consequência, minha alma do corpo. Ele tem um corpo muito bonito, o cara é um gostoso. Ele se encolhendo porque a chuva está fria é fofo. Agradeço o quintal estar escuro, assim não tem como eles verem que estou com o pau duro. Quero pular em cima dele e beijar a boca gostosa dele, porém não posso e tento me conter. A chuva vai ficando cada vez mais intensa e, quando o primeiro trovão aparece, Ande desiste do banho de chuva.

— Tá com medo, Ande? — pergunto tirando uma com a cara dele, mesmo que também esteja em pânico por dentro.

— O cão que fica aqui fora.

Ele entra. Antes que eu pense em entrar também, Alisson me puxa para uma parte mais escura do quintal. Ele passa a mão pela minha cintura e me puxa para o seu corpo. Procurei sua boca com urgência; mesmo na chuva gelada, meu corpo ardia feito fogo.

Passei os braços pelo seu pescoço e ele me abraçou. Ali nos braços do Alisson, não quis mais nada além de que esse momento nunca acabasse. Não tínhamos tempo para conversar, só trocar beijos quentes debaixo de uma chuva torrencial. O coração dele está a mil, posso sentir, assim como ele pode sentir o meu. Estamos tão colados um no outro que dessa vez tenho certeza de que ele está duro enquanto me beija.

Mais um trovão estremece o chão, nos trazendo de volta à realidade. Basta um clarão para sermos vistos ali, então o melhor é parar — melhor pela situação, não para mim. Pelo menos dessa vez não fujo, e nem ele. Voltamos para dentro de casa. Fico abobado vendo esse deus grego se enxugando na minha frente. A iluminação é precária, mas consigo ver o que quero, que é seu corpo lindo e sua boca que tanto gosto. Antes de me despedir dele, faço a loucura de dar um último selinho nele; a adrenalina de sermos pegos deixa tudo ainda mais gostoso.

Deus sabe como eu queria ir para o quarto dele agora, só que não existe uma desculpa boa o suficiente que consiga dar para ir dormir lá. Fora que não sei se a noiva dele está aí; ela pode estar no quarto dele, já que segundo o Ande ela praticamente mora aqui. De qualquer forma, esse domingo não foi tão chato quanto estava esperando que ele seria. Fiquei com o Alisson na chuva e isso vou levar para o resto da vida. O tempo deu uma esfriada finalmente e, com isso, consigo enfim fechar os olhos e dormir.

Dia 08

O banho de chuva cobrou seu preço: acordei espirrando e com um pouco de dor de cabeça. Levantei, fui tomar meu banho para ver se melhorava e aproveitei para pedir um remédio para a mãe do meu amigo. Estou torcendo para ser só uma crise alérgica e não ficar gripado mesmo. Por essa razão não posso tomar banho de chuva; sempre tenho crise de sinusite.

Ande acordou cedo, já que não fomos dormir tão tarde; ele até tomou café da manhã junto comigo. Ande queria muito ir para a academia, mas, com minha dor de cabeça, o último lugar que eu gostaria de ir era para lá. Para piorar, minha dor de cabeça estava evoluindo para uma crise de enxaqueca; era meio raro, mas acontecia.

— Acontece às vezes, só preciso de um remédio para dor mais forte e descansar em um lugar o mais escuro possível — falei para o Ande e sua mãe.

— Filho, vai na farmácia. E Renan, você pode ir se deitar no quarto do Alisson, ele já foi trabalhar.

— Não, ele pode não gostar — falei.

— Ele não vai dizer nada não, vamos — ela fala me guiando para o quarto do Alisson.

Ande foi na farmácia e comprou o remédio que falei. O quarto do Alisson só tem uma janela pequena e é dessas que, quando fecha, o quarto fica todo no breu. Me deitei na cama dele; sua mãe me deixou o mais confortável possível. Posso sentir o cheiro dele nos travesseiros; a cama é bem confortável, mas a melhor parte mesmo é sentir o cheiro dele.

Ande aparece só para me dar o remédio e depois sai, dizendo que vai para a academia e que, se acontecer alguma coisa, devo ligar para ele. Só que estou bem, tirando a dor agoniante na minha cabeça. Vou sobreviver, apesar de ter enxaqueca junto com uma crise alérgica e tentar respirar ao mesmo tempo que sua cabeça parece que vai explodir. Por sorte, o remédio da alergia começa a fazer efeito e, com um pouco de esforço, consigo enfim dormir.

Acordo com um barulho na porta do quarto. Não sei que horas são, imagino que seja o Ande que já deve ter chegado da academia, só que me engano. Alisson se senta na cama e confere se não estou com febre. Não consigo vê-lo muito bem, o quarto está muito escuro, mas reconheceria esse perfume e esse toque em qualquer lugar.

— Estou melhorando — respondo.

— Que bom. O que você teve? — Alisson perguntou.

— Enxaqueca por causa da minha crise alérgica.

— Era para você ter tomado remédio ontem logo — ele fala.

— Desculpe por estar no seu quarto — me apressei em me desculpar, até para que ele não pensasse que tinha me aproveitado da situação.

— Fico tranquilo, não tem problema. Vim almoçar e mãe falou que cê tava passando mal.

— Já estou bem melhor, valeu, já posso sair — falei levantando da cama, mas ele me segurou.

— Fica.

No escuro do quarto, Alisson me beijou. Minha cabeça está girando e nem sei mais se é pelo mal-estar ou se é pelo beijo, o doce beijo do Alisson que me deixa completamente sem chão. Uma onda de desejo cresce entre a gente e ele vem para cima de mim sem hesitar também. Alisson fica entre minhas pernas, seu corpo grande e pesado em cima de mim; ele se apoia nos cotovelos, mesmo assim sinto seu corpo sobre o meu.

Meus dedos desbravam suas costas nuas, meu corpo inteiro treme. Ele beija minha boca com tanta vontade que estou desaprendendo a respirar. Meus dedos chegam em seu peito, seu abdômen; está ficando cada vez mais difícil de respirar. Quando minhas mãos chegam em seu cinto, sei que não existe mais volta.

Acredito que o escuro está nos dando coragem. Minhas mãos buscam pelo seu membro rígido, tiro ele de dentro da cueca; é grosso e quente. A respiração de Alisson falha. Inicio com movimentos lentos de vai e vem; ele me beija com mais desejo. A experiência é totalmente diferente da primeira vez.

Estou com o pau do Alisson na mão e com a língua dele na minha boca, e tudo que me importa agora é fazê-lo gozar. Parece certo satisfazê-lo. Justo quando não acho que tem como melhorar, ele tira meu pau de dentro da bermuda, segura e me masturba também. Sua mão é quente, firme, grande. Uso minha mão livre para agarrá-lo; soltamos nossos paus, que agora estão roçando um no outro. Alisson está sarrando o pau dele no meu e acho que meu coração vai parar a qualquer momento.

Não importa o que façamos, nossas bocas não ficam muito tempo longe uma da outra. Troquei de posição, indo para cima dele. Minhas mãos parecem pequenas no peitoral malhado dele; suas mãos apertam minha bunda com força, me fazendo gemer em seus lábios.

— Renan, o que você fez comigo?

— Não sei, mas posso te dizer que também me sinto assim.

— Sente? — Minha boca fica seca.

— Sinto — falei descendo pelo seu corpo.

Vou devagar, quero sentir o perfume dele. Quando meu rosto chega de frente para o seu pau, segurei pela base e, sem pensar muito, coloco o membro de Alisson em minha boca. Primeiro pela cabeça. Sinto um gosto estranho; chupar um pau é diferente de tudo que já fiz, é muito esquisito, é salgado, mas não penso em desistir. Acho que com o tempo posso me acostumar.

Tento pôr o máximo na boca, aguento chegar na metade. Alisson está completamente imóvel, porém não tenta me impedir em nenhum momento. Entendo isso como uma carta branca. Queria poder ver o pau dele, mas, pelo que estou sentindo na mão, ele deve ser lindo, reto e imponente até no escuro.

Até que tinha razão, estou pegando gosto pela coisa. Me concentro na cabeça, pego fôlego e tento pôr mais dele na boca. Alisson segura meu cabelo e força de vez em quando, mas isso me dá ainda mais vontade de engolir ele inteiro. De vez em quando percebo ele gemer baixinho; o pau dele parece crescer na minha boca, sinto ele pulsar. Sei o que está por vir e, por mais estranho que seja, não consigo parar; quero provar o gosto dele.

Ele tenta me fazer parar, mas é aí que vou ainda mais fundo. Alisson entende o recado e despeja todo o seu prazer na minha boca. O primeiro jato consegui engolir, entretanto minha boca encheu bem rápido e acabou vazando sua porra. Mesmo assim não tirei da boca, consegui engolir a maior parte; o gosto é amargo e muito estranho.

— Caralho, ninguém nunca fez isso antes — ele sussurra.

— Nem eu fiz isso antes. — Alisson me puxa para seus braços.

— Quem é você, Renan?

Não entendo a pergunta dele, então só fico calado. Ele aproveita o silêncio para me beijar, sem se importar de provar do seu próprio gosto que está na minha boca. Alisson segura meu pau e bate uma para mim até me fazer gozar em cima do pau dele. Nossa, a mão quente dele mal começou o vai e vem e eu me derreti todo em cima dele. Arrisco dizer que isso foi mais excitante do que os ménages que fiz; ainda não acredito.

— Mãe, cadê o Renan? — Quando escutamos a voz do Ande entrando em casa, minha alma quase sai do corpo.

Alisson se levanta pegando sua toalha, mas, antes de sair do quarto, ele me dá mais um beijo rápido. O safado está sorrindo, mesmo no escuro eu sei.

— O Renan está dormindo, melhor não acordar ele ainda — Alisson fala.

— Será que ele melhorou? — a mãe dele se questiona.

— Ele vai ficar bem, no primeiro ano ele tinha essa enxaqueca de vez em quando — Ande falou tranquilizando a mãe.

Fiquei no quarto pensando em tudo o que aconteceu. Realmente tinha feito oral pela primeira vez em um cara e não era um cara qualquer, era o irmão do meu melhor amigo. Isso era muita loucura, loucura pura. Minha mente divaga pensando em tudo que poderia fazer a mais com ele. Alguma coisa me fala que ele não me mostrou tudo que é capaz de fazer. Entendo que a circunstância não foi das melhores; podíamos ser pegos a qualquer momento e só agora que me dou conta disso.

O tesão pelo Alisson foi maior do que o medo de sermos pegos. Nem lembrei que a mãe dele ou Ande poderiam entrar no quarto a qualquer momento. Mesmo que a porta estivesse trancada, seria muito estranho ele ter se trancado comigo sozinho no quarto; nem sei como poderíamos explicar isso para os pais dele.

Ande foi no quarto depois de um tempo para saber como eu estava. Daí achei melhor “acordar” e sair do quarto. Tomei mais um remédio, depois fui tomar um banho. Depois do almoço já voltei para a cama, só que a do Ande agora. Ele está na sua cadeira gamer e estamos vendo o segundo filme da saga After. Estou vendo o filme, mas minha mente está longe, bem longe.

— Ei, tu acha que vai estar bem à noite?

— Por quê?

— O John disse que uns amigos vão rachar na praça hoje.

— E desde quando a gente joga bola, Ande? — Academia foi o máximo de exercício que já fiz na vida, sou magro só porque Deus quer.

— Eu jogo, e é basquete e não futebol.

— Ah, bem melhor. Só que não acho que sei nem como fazer a bola bater no chão — falei exagerando.

— Deixa de ser palhaço, você pode aprender, afinal sei que você gosta de basquete.

— Gosto de Kuroko no Basket e Slam Dunk, é diferente — falei me referindo aos dois melhores animes de basquete que existem.

— Cê vai gostar — Ande insistiu.

— Beleza, a gente vai, mas porque sei que você está no verme de jogar provavelmente.

— Eu sempre jogo com eles — ele se justifica.

— Tranquilo, a gente vai, mas vou levar o Kindle só por precaução.

— O cara está obstinado a não fazer exercícios mesmo — ele fala tirando onda comigo.

No telefone vejo mensagem do John e da Mônica perguntando se estou melhor. Respondo os dois e aproveito para perguntar se a Mônica vai estar no basquete mais tarde e, como previa, ela diz que não. Estou começando a repensar a ideia de não tentar jogar; afinal, vai ser chato ficar sentado só observando.

Estou conversando com Mônica quando uma solicitação no Insta me faz entrar em surto: Alisson solicitou para me seguir no Insta. Aceito e já peço para segui-lo de volta. Ele é muito low profile — quem não usa redes sociais —, tem o Insta só para ver meme, só pode. Praticamente não tem fotos dele e a maioria é com a noiva. Ande me disse que ele está com ela por conveniência; será que ele realmente não a ama? Tipo, eles vão casar.

— Renan?

— Oi — respondo voltando do meu devaneio.

— Nem tá vendo o filme, cara — Ande reclama.

— Tô sim, só estava respondendo a Mônica aqui.

Solto o telefone e foco no resto do filme. Até o café da tarde já estou ótimo; agora não sei se foi o remédio ou os beijos de mais cedo. Não sei se isso é normal, mas só consigo pensar no Alisson e em como quero repetir a dose. Não sou do tipo emocionado, mas se é pra explorar esse novo lado meu, que seja com um gostoso.

— Tá rindo de quê?

— Tô lembrando do filme — respondo.

Ande me emprestou um sapato bom para jogar basquete, já que o meu é escorregadio para a quadra, e partimos para o racha de basquete. Alisson e a noiva estão chegando no momento em que estamos saindo; nos encaramos por um breve momento e sigo para a saída. Na quadra, John é o primeiro a falar comigo, perguntando se estou melhor; ele é um bom amigo, está todo preocupado.

Depois de Ande confirmar que estou realmente melhor, eles começam a me ensinar o básico do basquete. Questões sobre as regras do jogo até que manjo bem, meu lance é a execução do esporte em si, mas Ande é um cara muito paciente e um excelente professor. Ele explica tudo que preciso saber para jogar a bola na cesta, porém não é o suficiente para jogar, então, enquanto eles racham, fico no canto treinando no que Ande me passou.

Basquete é melhor que a academia, deu até vontade de aprender a jogar mesmo. Enquanto estou treinando, vejo a ex do Ande chegando com umas amigas. Um dos caras que está jogando vai até onde ela está e eles se beijam. Deve ser o cara com quem ela traiu o Ande. Fico surpreso em como ele é maduro, nem parece se importar com o que acabei de ver. Nesse ponto somos bem diferentes. Segundo minhas irmãs sou assim por ser canceriano; não faço ideia do que isso tem a ver, mas minhas irmãs insistem em dizer que esse meu lado mais sensível é por conta do meu signo. Até parece que a hora que você nasceu e as estrelas vão dizer algo.

— Você estava no mesmo time que o talarico? — pergunto na hora em que estamos indo para casa.

— Ah, cara, a quantidade de coisas que já fiz depois que a gente terminou... nem ligo mais para ela, na real.

— Muito maduro — falei.

— Renan, meu melhor amigo está na minha casa, estou no melhor momento do meu corpo e tem umas minas viciadas no meu chá. Vou ligar para ex por quê? Ela que se foda.

— Vendo por esse lado... — concordo com ele.

— Ei, vamos tomar um açaí antes de ir para casa?

— Pode ser.

Vamos para o açaí na praça. John e outros dois amigos do Ande vão com a gente. Não coloco muito no meu pote, porque ainda estou com medo da enxaqueca atacar de novo, já o Ande enche o pote dele como se não houvesse amanhã. Os caras conversam sobre a festa na casa do John, o que me lembra do que fizemos no quarto dos pais dele, foi até legal.

— A Mari estava querendo de novo, Renan — John fala.

— Pode falar para ela que esse aí é só uma por pessoa — Ande fala.

— Tu ainda está levando a sério esse lance da relação aberta?

— Sim — minto, afinal já deveria ter parado com o Alisson há muito tempo.

— Tua namorada vai nem saber, cara — diz o John.

— Já disse isso para ele, só que isso é cabeça dura.

— Se mudar de ideia, avisa.

— Pode deixar — respondo. Algo me diz que não é só pra Mari que vale esse aviso

Voltamos para casa. Estou exausto; quando fico doente costumo cansar mais fácil. Vou para o banho logo, depois desço para tomar água, como já virou meu costume. Vejo o Alisson comendo um bolo sozinho na cozinha.

— Comendo escondido para não dividir com sua noiva, cara? Que feio — brinquei para tentar descontrair.

— Não, ela não está aqui.

— Por quê?

— Quero dormir sozinho hoje — ele fala, mas percebo que ele está com o pensamento longe.

— Posso ajudar com algo? — pergunto.

— Pode dormir comigo — ele fala me encarando. Fico sem saber o que dizer.

— Sabe que eu quero, né? — respondo.

— Sei sim. — Ele sabe que não existe essa possibilidade.

— Tu vai querer jogar algo antes de dormir? — Ande fala chegando à cozinha.

— Pode ser, o que você escolher tá bom.

— Consegui Dragon Ball Z: Budokai III, espero que esteja pronto para levar a surra da vida.

— Ah, você não perde por esperar, o príncipe dos sayajins jamais vai perder para um verme como você. — Entrei no modo nerd já era, pelo menos Alisson gostou, já que está rindo da gente.

— Vamos deixar esse cara sem graça aí — diz Ande reagindo ao riso do irmão.

Jogamos até umas duas da manhã, quando vejo uma mensagem do Alisson me pedindo para ir na cozinha. Ande desliga o computador para armarmos minha rede. Digo que estou indo beber água e encontro Alisson perto da escada; ele me puxa pela cintura e me beija.

— O que foi isso? — pergunto todo sorridente.

— Nada, só queria meu beijo de boa noite.

Depois desse beijo não tem como não ter uma ótima noite. Dormi feito um anjinho e, assim, um dia que começou ruim acabou de uma excelente forma, com mais uma para a lista NFNV (Nunca Fiz Na Vida).

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