Fui um menino piranha; desde pequeno, adoro macho. Os carinhas que me davam pica diziam que eu era a mulherzinha deles, mas nenhum se assumia meu marido. As fodas eram às escondidas; ninguém podia saber que eles me comiam. Na maioria das vezes, o safado me colocava para mamar a rola e depois dava umas socadas desajeitadas na bunda, até esporrar no fundo do meu cu. Com o pau ainda babando, ele levantava a bermuda e fazia de conta que eu não existia.
Quase sempre, eu estava disponível para os boyzinhos que queriam me pegar, mas ninguém se preocupava em me dar prazer. Eles tinham namoradas, diziam-se héteros que comiam veados só por diversão. Como se tivessem medo dos próprios desejos, alguns me tratavam no feminino. Chamavam-me de Rafaela, de fêmea gostosa e de puta safada; eu achava isso engraçado. Desde cedo, aprendi que cada pessoa tem os seus fetiches.
Aos meus desejos, porém, ninguém dava muita atenção. Eu queria ser beijado na boca, tocado no corpo todo e ter uma mão amiga para extrair o meu leite, mas eram raros os bonitões que se interessavam por essas coisas.
Lembro de um fortão que ficou incomodado ao ver que o meu pau estava tão duro quanto o dele. E teve um loirinho que se ofendeu só porque comecei a bater uma punheta enquanto ele metia o pau em mim. Por causa desse povo complicado, eu me acostumei a gozar sozinho, longe do olhar do macho que havia lascado o meu cu.
Com as experiências acumuladas, fui me tornando exigente. Além de dar, também queria receber prazer. Não preciso mentir: eu gostava de participar da fantasia dos boys que chamavam o meu cu de bucetinha apertada. Passei, porém, a dar preferência aos caras que me procuravam conscientes de que teriam uma foda no melhor estilo pau com pica.
Essa foi a minha história, até o dia em que caí nas graças e na madeira do ex-marido da minha mãe. Na primeira semana de casados, Betão deu um novo sentido à minha vida. Eu amava ser dele, porque ele também era meu.
Desde a primeira vez que me pegou na cama, Alberto deixou claro que me queria porque eu era homem igual a ele. A única diferença entre a gente era que cabia a mim abrir a bunda para levar rola. Tirando isso, um fazia o que queria com o outro.
Betão amava o meu cu e tratava o meu pau com muito carinho. Eu me sentia um novinho muito pica quando ele dava banho de língua nos meus ovos e mamava o meu talo fino e branquelo. O ativão me chupava com tanto gosto, que eu ficava bruto. Segurando na cabeça dele, socava sem pena na sua garganta profunda. Nessas horas, eu era um veadinho fodendo a boca de um ursão.
Depois de quase tomar o leite da minha vara, o machão despejava o cuspe no meu rego e empurrava a tora no meu cu. As fincadas eram muito cruas, poderiam estraçalhar a minha carne e rasgar a minha alma. Ser dominado por Betão me deixava em êxtase. Eu tinha prazer em brincar de ser submisso a ele; isso jogava o nosso tesão para as alturas.
Ao meu cu, Alberto não dava sossego. Ele adorava beijar, lamber, chupar, meter a ponta da língua e enfiar o dedo. Quando ele enterrava a tora, era para me arrombar. Toda vez que a gente trepava, de tanto levar tapas, socadas e cravadas, eu ficava com a bunda dolorida. Para não deixar escorrer a gala que ele me dava, eu ignorava a ardência e travava o cuzinho.
As sementes do meu marido eram valiosas, não podiam ser jogadas no vaso sanitário ou no ralo do banheiro. Um dia, quem sabe, eu poderia engravidar dele. Eu alimentava a fantasia inocente de carregar na barriga um novo Betão.
Fora de casa, nossa rotina era pesada — ele na obra e eu na faculdade. Ainda assim, foder era sagrado, pelo menos uma vez por dia. Metendo o cacete em mim, Betão renovava as energias para encarar suas jornadas de pedreiro. Varado por ele, eu me aliviava da pressão que era a vida de universitário.
Dando o cu ao meu marido, eu me tornava cada vez mais homem. Socando a pica em mim, ele se tornava cada vez mais macho.
Já havíamos caído na boca do povo. Todo mundo devia estar falando que o negão botou a mulher para fora de casa e transformou o filho dela na sua mulherzinha. Eu e ele ríamos muito imaginando as piadinhas que rolavam no bar que ficava perto da nossa casa. Os desocupados só não diziam nada quando a gente passava por lá porque ninguém seria louco a ponto de tirar Betão do sério.
Eu e Alberto não fazíamos nada escancarado, mas também não tínhamos nada a esconder. Qualquer um podia ver que éramos um casal. A gente não se intrometia na vida de ninguém, então ninguém tinha nada que se intrometer na nossa história.
Todos os dias, antes de montar na moto para ir trabalhar, Betão me dava um beijinho na boca. Ele saía muito cedo, mas a vizinha da frente passou a acordar antes da gente, para assistir à cena do casal apaixonado. Fingindo varrer a calçada, ela ficava de olho em nós dois. A coitada devia morrer de inveja de mim. O marido dela era um traste, mas isso não era da minha conta.
— A gente não deve a cabeça a ninguém, Fael. Quem anda se incomodando com a nossa vida, vai acabar infartando. Não desejo isso nem aos inimigos, mas quem vive se envenenando por causa da vida dos outros só termina mal.
Alberto estava certo. Só se preocupa com a vida dos outros quem tem uma vida sem graça. De gente envenenada, só se deve ter pena.
Todas as noites, na volta da faculdade, eu descia do ônibus numa praça e ia andando pela rua pouco iluminada. Sempre havia uns caras inconvenientes nas calçadas, mas eles não tinham coragem de mexer com o magricelo casado com o pedreiro fortão.
Em casa, Betão me esperava apenas de cueca. Ele só dormia depois de ganhar massagem e de me dar pica. O namoro de todas as noites começava na sala; eu sentava no colo dele e, entre um beijo e outro, dizia umas safadezas no seu ouvido. Falando umas putarias em alto e bom som, ele me levava para o quarto. Na cama, o pau cantava até de madrugada.
Uma foda hoje e outra amanhã, chegamos ao fim da segunda semana de casados. Na sexta-feira, quando terminou a aula, caía um forte temporal. Ansioso para chegar à minha casa, saí correndo pelo campus. Mesmo sem conseguir abrir os olhos direito, vi que alguém corria ao meu lado. Era Wendel, um colega de curso.
— Parece que a chuva vai engrossar mais. Eu estou de carro. Quer carona, Rafael?
Sem diminuir os passos, agradeci a gentileza.
— Valeu, Wendel, mas não quero incomodar você. Vou de ônibus mesmo.
Ele insistiu, mas não mudei de ideia. Era só uma rajada de chuva, dava para ir tranquilo de ônibus.
— Fica para a próxima, brother. Meu busão já está vindo.
Levantando o dedão, ele se despediu dizendo que, quando eu quisesse, o seu carro estaria à minha disposição. Mal entrei no terminal, um ônibus parou no ponto.
A caminho de casa, olhando o céu desabar sobre Aracaju, voltei a pensar em Wendel. Ele não era um cara bonito, mas tinha estilo e cultivava a fama de ser um gostosão. Rolavam histórias de que ele pegava as meninas mais desejadas da faculdade. Quando nos conhecemos, bati logo o olho na sua mala. No jeans apertado, dava para ver a rolona dobrada para o lado. Passei uns dias louco para mamar e para agasalhar no cu aquele cacetão. Com o tempo, a vontade esfriou. Na correria do estudo, sofrer por macho hétero seria perda de tempo.
Wendel era um cara legal, a gente fez uns trabalhos juntos e se entendeu bem. Não tínhamos muita amizade, mas éramos bons colegas. Nunca imaginei que ele curtisse ficar com brothers. Vai ver que estava curioso para saber como seria gozar com outro macho. Se fosse isso, comigo é que ele não ia matar a curiosidade. Eu estava casado e dava muito valor ao meu marido. Não tinha necessidade nem vontade de aprontar com Betão.
Pensando nessas coisas, venci a distância entre o campus e o bairro onde morava. Como se estivéssemos em sintonia, meu amorzão me mandou um áudio.
“Fael, já está perto? Vou esperar no ponto, estou levando o guarda-chuva. O aguaceiro está arrastando tudo!”
Pela janela do ônibus, vi o meu maridão sozinho no ponto. Ele não tinha carro, mas tinha disposição para sair de casa embaixo de um temporal para cuidar do maridinho.
Assim que desci do bus, Betão me deu abrigo sob o guarda-chuva, botou minha bolsa nas costas dele e passou um braço por trás dos meus ombros. Agarrados, saímos inventando caminhos entre as poças de água.
Numa esquina, o desejo foi mais forte que o risco de sermos arrastados pelo aguaceiro. Protegidos apenas por um humilde guarda-chuva, eu e Betão nos abraçamos para mais um dos nossos beijos de cinema. Foi lindo, pena que ninguém filmou.
Encarando a chuva, chegamos sãos e salvos à nossa casa. Enquanto eu tomava banho, Alberto organizou as coisas e foi me esperar na cama. Ao ver sua bunda para cima, eu soube logo o que ele queria. Para satisfazer seu desejo, tirei minha cueca, sentei nas coxas dele e comecei a dar um trato nas suas costas.
Para massagear os ombros, sentei na bundona de Betão. Virando a cabeça, ele me olhou muito sério. Pensei que ele ia reclamar, mas recebi sinal verde.
— Bunda com bunda, negócio da porra! Tá gostoso isso, Fael.
Se ele gostou, eu tinha mais que aproveitar. Enquanto apertava os dedos nos seus ombros e na coluna, girei a bundinha sobre a dele. Entrando na brincadeira, ele também passou a requebrar.
— Bunda comendo bunda… A gente é foda de todo jeito, Rafa!
Curtindo a esfregação entre nossos rabos, caprichei na massagem. Após um longo suspiro, Betão me fez um pedido.
— Dê beijinhos. Você dá?
Dobrando-me sobre ele, dei uns beijos na nuca e esfreguei meus peitinhos nas suas costas. Nessa posição, minha pica nervosa passou a roçar na bunda dura dele. Fiquei arrepiado, o pau até babou.
Suspirando fundo, o grandão não parecia se incomodar por ter um caralho atrevido batendo no seu rego. Alberto curtia demais estar casado com uma pessoa que também tinha pica. Isso era muito legal no nosso relacionamento.
Deslizando para baixo, passei a ponta da língua nas costas dele e dei beijos molhados nas nádegas. Ele gostou tanto, que dobrou uma perna para a frente. Não resisti: dei um beijão no rego e olhei lá no fundo. O cuzinho do negão era a coisa mais linda de se ver. Tinha poucos pelos ao redor, era roxo, fechadinho e estava bem limpo. Tive vontade de beijar, mas fiquei com receio de cutucar a fera com vara curta.
Depois de receber beijos e lambidas nas coxas e na bunda, Alberto virou de frente. Com muita dedicação, apliquei uma massagem no peitoral. De olhos fechados, ele me deu mais trabalho.
— A pica também merece um trato, Fael.
Prendendo o grossão dele entre as mãos espalmadas, espremi o talo de baixo para cima e alisei a cabeça com a ponta de um dedo. Depois, testando a capacidade de respirar, suguei a tora para a garganta. Fazendo pressão com os lábios, fiquei puxando de baixo para cima, como se quisesse fazer o mastro crescer ainda mais.
— Assim eu gozo, meu putinho. Ui…
Só de ver o meu putão lutando para segurar a vontade de gozar na minha boca, eu também precisei me esforçar para não esporrar no lençol. De tanto tesão, o meu pau estava a ponto de explodir.
Para finalizar a massagem, apoiei os joelhos em torno dos quadris de Betão e fiquei me jogando para a frente e para trás. A tora dele logo encontrou o caminho e passou a deslizar no meu rego.
Quando arreganhei a bunda, Alberto empinou o mastro. Com as mãos pousadas no peito dele, desci lentamente, até o meu cu engolir o pau de sebo. Cheio de arte, comecei a galopar. O pauzudo quase chorou de tesão ao sentir que o meu cuzinho estava comendo seu caralhão.
— Fael, você é o dono da minha pica… nasceu pra me dar o cu.
— Filme essa porra, caralho. Vai Betão…
Na maior agonia, ele pegou o celular e apontou a câmera para a cena do crime. Dominado pelo espírito da putaria, botei o cu para sugar e mastigar o cacete. Desesperado, Betão jogou o celular na mesinha, esticou-se todo e deu várias socadas de baixo para cima. A briga entre cu e rola ficou violenta; os estalos pareciam tapas.
A cada fincada que eu tomava no cu, a minha pica pulava para a frente e se jogava de um lado para o outro. Sem ter como controlar a safada, dobrei a cabeça para trás e esporrei para o alto.
— Betão… Betão… ahhh…
Ao me ver gozar sem ter tocado no pau, Alberto entrou em agonia e acelerou as socadas. Dando uma cravada rápida, ele deixou o leite jorrar nas profundezas do meu cu.
— Rafa! Porra! Veado!
Movido pela dor de gozar, ele me prendeu pelos ombros, dobrou as pernas e ficou sentado. Acomodado no colo dele, com a pica inchada presa no meu cu, meti a língua em sua boca. Unidos de corpo e alma, permanecemos naquela posição não sei por quanto tempo.
Dormi tão bem nessa noite, que perdi a hora. Quando acordei, Alberto já tinha saído para o trabalho. Ao ligar o celular, vi o vídeo da nossa trepada. Olhando para o entra e sai do pau dele no meu cu, repassei na mente cada cena da nossa foda.
Com as pernas doendo e com um sorriso frouxo, fui cuidar da vida. Após o banho, tomei o café que Betão deixou pronto e adiantei uns trabalhos da faculdade. No meio da manhã, comecei a faxina semanal. Quando estava passando o aspirador de pó na sala, bateram na porta.
Eu estava com o cabelo amarrado; usava um shortinho florido e uma regata bem coladinha no peito. Devia estar parecendo uma mocinha, mas fui atender assim mesmo. Ao abrir a porta, já recebi uma ofensa.
— Quer dizer que você virou a empregadinha do negão? Coisa bonita, seu Rafael! Você acha que isso é futuro? Em que mais você está servindo a ele? Pelo que eu estou vendo…
Pego de surpresa, perdi a voz. Respirando fundo, reencontrei a capacidade de rebater baixarias.
— Acho bom o senhor falar direito comigo, pai. Aqui não é a sua casa. Não pode chegar desse jeito.
Com a raiva brilhando nos olhos, seu Ivaldo partiu para cima de mim. Ele chegou me ofendendo, mas não gostou da forma como eu tive que tratá-lo. Se ele engrossasse para o meu lado, eu não ia ficar quieto. Eu já era um homem. Nem pai, nem marido nem ninguém tinha o direito de me tratar mal.
— Olhe como fala comigo, Rafael! Eu ainda sou o seu pai, é por isso que estou aqui. Junte seus bagulhos, arrume as trouxas e vamos embora, que essa história já passou dos limites. Mal se juntou com o malandro, você deu pra o que não presta. Olhe pra você, rapaz! Está parecendo as putinhas que andam pelo calçadão. Quer ser veado? Seja! Mas não precisa ser puta de vagabundo nenhum.
Meu pai não tinha o direito de me dizer essas coisas. Se ele não me respeitava, eu não era obrigado a respeitá-lo. Botando o dedo na sua cara, mostrei que não era mais criança.
— Seu Ivaldo, eu estou na minha casa e ninguém tem o direito de me dizer besteira aqui dentro. E fique sabendo que eu não sou puta de Betão. Ele é o meu marido. Ma-ri-do! Entendeu? Ele me respeita e eu tenho respeito por ele. O senhor sabe o que é respeito?
Pensei que seu Ivaldo fosse ter um ataque cardíaco com essa novidade. O coitado ficou vermelho, o rosto tremendo. Atirando cuspe para todo lado, ele aumentou a voz; dava para o povo da rua ouvir.
— Eu já desconfiava dessa porra! Bem que Leila disse que era isso que estava acontecendo aqui. Você virou puta do macho que era da sua mãe e ainda quer respeito. Eu vou acabar agora com essa cachorrada. Você vai embora comigo, nem que seja debaixo de pancada, pra todo mundo ver que você ainda tem um pai. Não aceito ver meu filho sendo mulherzinha daquele safado. Você vai criar vergonha na cara, por bem ou por mal.
— Que moral o senhor tem pra falar assim comigo? Nunca ligou pra mim, sempre viveu reclamando porque tem que me dar uma mixaria por mês. Agora vem pra cá dar uma de bom pai. Eu não sou mais menino não. Eu já disse que estou muito bem com o meu marido. Não quero cantinho nenhum na sua casa. Também não estou pedindo para o senhor aceitar nada. Essa história é minha e de Betão, a gente sabe o que quer. E se o senhor não tem nada de bom para me dizer, a saída é pela mesma porta por onde entrou.
Botar todas essas coisas para fora me deixou sem ar. Tremendo muito, seu Ivaldo deu um passo na minha direção e gritou na minha cara.
— Você virou um veadinho safado! Uma putinha de ponta de rua! Você e aquele negão fuleiro que levou chifre da sua mãe não valem nada.
Quase enfiando o dedo no nariz de seu Ivaldo, gritei umas verdades na cara dele.
— Se tem algum fuleiro aqui, não sou eu nem ele. Tá achando que porque me botou no mundo pode me esculhambar? Não é assim não, seu Ivaldo! Eu sou veadinho com muito orgulho. E sou muito homem pra encarar o senhor. Nunca mais se atreva a falar assim comigo, já está avisado. E todo mundo sabe que, antes de aprontar com Betão, dona Leila encheu o senhor de chifre. Corno manso!
Era errado jogar essas coisas na cara do meu pai, mas foi ele quem me provocou. Eu estava quieto no meu canto, ele já chegou querendo me diminuir e xingando o meu marido. Eu sabia que, por trás dele, tinha minha mãe. Mesmo separados há muitos anos, dona Leila ainda dominava o coitado.
Em vez de me entender, o cabeça dura continuou a vir para cima de mim. Ao perceber que virei os olhos na direção da porta, ele deve ter imaginado que eu estava procurando um jeito de sair correndo. Eu estava mesmo com medo, mas era porque agora a coisa poderia ficar feia de verdade. Erguendo o braço, ele continuou a me esculhambar.
— Eu não pedi pra ter um filho veado! Mas já que botei você no mundo, vou dar um jeito na sua vida, nem que depois eu vá preso!
Quando a mão de seu Ivaldo girou no alto, eu arregalei os olhos. Antes que o sopapo atingisse o meu rosto, uns dedos que eu bem conhecia agarraram o pulso do covarde.
— Baixe a bola e cale essa boca, seu Ivaldo.
Atordoado, o coroa virou para trás — e deu de cara com Alberto.
Meu pedreiro chegou do trabalho muito suado. Pela camisa aberta até o umbigo, dava para ver o peitão subindo e descendo. Ele estava fazendo força para não obrigar logo o meu pai a engolir o que tinha acabado de falar. Por mais que tivesse sido ofendido, eu não queria causar um duelo entre eles.
Quase quebrando o punho de seu Ivaldo, Betão mostrou quem tinha mais autoridade.
— Quem o senhor pensa que é pra entrar na minha casa e dizer o que quiser? Como todo mundo pode ver, eu e ele estamos juntos. E ninguém aqui está interessado em saber o que o senhor pensa disso. E vou repetir o que Fael já falou: nunca mais se atreva a dizer certas palavras com a gente. A coisa agora é assim: eu sou o marido do seu filho e ele é o meu marido. Se mexer com ele, vai ter que resolver comigo.
Contorcendo-se feito um doido para fazer Betão soltar o seu braço, meu pai ainda quis cantar de galo na casa dos outros. Sorrindo para não chorar de dor, ele tentou atingir a macheza do genro.
— Eu que não vou me igualar a um marmanjo que criou nojo de boceta e deu pra comer veado. E ainda enche a boca pra chamar esse outro aí de marido! Falta de vergonha da porra! Vai ver que é como dizem. Quem come também dá, não é isso? Eu queria ver uma porra dessas: esse gasguito botando pra arrombar com um cara que, até ontem, vivia dando uma de machão.
Quase quebrando o pulso do meu pai, Betão mostrou que sabia usar as palavras.
— Coroa, o negócio é o seguinte: o que um marido faz com o outro na cama não é da sua conta. Se depender de Fael e de mim, o senhor vai morrer sem ver o quanto é bom ser livre pra fazer o que dá prazer de verdade. Se a curiosidade for muita, procure algum coitado que queira mostrar, no seu couro mesmo. Vai ser difícil encontrar, mas deve ter por aí uns agoniados que pegam qualquer bagaceira.
Como se estivesse numa camisa de força, meu pai ficou se sacudindo de um lado para o outro. Sem forças para se libertar da garra de Alberto, só lhe restou continuar a cuspir xingamentos.
— Vai se foder, porra! Não sou veadão igual a você não! Já fui corno, mas veado eu não sou.
Com uma calma surpreendente, Betão soltou o pulso do desavisado, tirou das costas a bolsa do trabalho e, num gesto de proteção, passou a mão por meu ombro. Com voz de quem já cansou de tanta perturbação, ele encarou novamente o sogrão.
— Escute bem, seu Ivaldo. Eu não quero quebra-quebra dentro da minha casa, porque o senhor não vai ter condições de pagar os prejuízos. Em consideração ao seu filho, vou lhe dar o direito de escolher. O senhor prefere ir resolver esse assunto comigo no meio da rua, ou quer botar o rabo seco entre as pernas e dar o fora? Estou aqui para o que der e vier. Diga aí, seu corno: como é que a gente vai encerrar essa questão? Vamos logo, que eu ainda tenho muita coisa pra fazer hoje.
Eu jamais deixaria o meu marido quebrar o meu pai no meio da rua, nem em lugar nenhum. Mas só de imaginar a cena, já tive vontade de rir — seria uma festa para a vizinhança. Felizmente, seu Ivaldo mostrou que ainda tinha um pouco de juízo na cabeça.
— Pois muito bem! Eu lavo minhas mãos. Se vocês acham bonito viver na veadagem, o problema não é meu. Se Leila ainda quiser se meter nisso, venha de Rondônia resolver a vida do filho que está dormindo com o macho que ela mesma arranjou.
Sentindo que o clima estava menos pesado, eu voltei a me fazer ouvir.
— Está certo, seu Ivaldo, pode deixar que eu vou resolver tudo com a minha mãe. Mas ela não está em Rondônia, não; ela está em Roraima.
Só porque eu fiz essa correção, meu pai se virou no cão de novo. Pensei até que ia partir para cima, mas ele achou melhor se vingar tirando vantagem da situação.
— Só vou avisar uma coisa: quando essa história de maridos não der mais certo, ninguém venha atrás de mim. Na minha casa não tem lugar para filho que desmoraliza pai e mãe por causa de macho. E tem mais, seu Rafael: a partir de hoje, do meu bolso não sai um real para as suas mãos. Já que você está se achando emancipado e diz que tem marido, não precisa mais da minha mixaria, não é verdade?
Seu Ivaldo vivia reclamando por eu estar fazendo faculdade em vez de procurar um emprego. Agora ele tinha a chance de se livrar de qualquer responsabilidade comigo. Apertando o meu ombro, Betão demonstrou que eu contava com o seu apoio.
— Seu Ivaldo, Fael está vivendo com um homem, não é com um moleque não. Eu trabalho e dou conta das nossas coisas. Não se preocupe: ninguém aqui vai passar fome. Pegue o seu dinheiro e soque onde quiser. Agora faça um favor para o senhor mesmo: volte para sua casa. Eu e Rafael queremos ficar a sós, para cuidar da nossa vida.
A tranquilidade do genro, deixou o meu coroa azedo. Aos tropeções, ele se encaminhou para a saída. Passando na sua frente, abri a porta e fiz um gesto de paz.
— Vá esfriar a cabeça, pai. Se cuide, viu? Tchau.
A cara dele ficou horrível quando eu disse isso. Não falou nada, mas os xingamentos devem ter chegado até a ponta da língua. Fiquei triste, mas a vida tinha dessas coisas. Se algum dia ele quisesse nos fazer uma visita educada, as portas estariam abertas.
Passando um olhar pela casa, Betão respirou fundo e deixou os músculos relaxarem. Andando na ponta do pé, ele foi para o banheiro. Instantes depois, voltou de lá nuzão, com a roupa do trabalho pendurada no ombro e com o sabonete e o shampoo nas mãos
— Vou botar essas roupas na máquina e tomar banho no quintal. Você deixou o banheiro tão limpo, dá pena de sujar.
Admirando o balanço da bunda dele, voltei a passar no chão o aspirador de pó. Nem parecia que, há poucos instantes, aquela sala tinha se transformado num campo minado. Ainda bem que nenhuma bomba estourou.
Quando terminei o trabalho, recebi um chamado.
— Fael, me dê uma mãozinha aqui.
Já sabendo do que se tratava, tirei à roupa, peguei a esponja de banho e fui para o quintal. Molhando-me todo, esfreguei as costas do meu gigante. Ao olhar para nossa sombra no muro, levei um susto: o pau dele estava durão! No mesmo instante, minha pica deu um pulo.
Quando terminei de esfregar suas costas, Betão pegou a esponja e começou a esfregar as minhas. Do nada, ele me prendeu pela cintura e, sem preliminares, meteu a pica no meu cu. Tapando minha boca para abafar os gritinhos de dor, ele passou a me foder em ritmo acelerado.
Toda a violência que gostaria de ter descarregado na cara do sogro, ele estava usando para arrombar o meu cu. Não era para me castigar que Alberto estava fazendo isso; era para fortalecer a nossa união.
Segurando nos galhos da goiabeira que crescia ao lado do muro, aguentei nas costas o peso do grandão e ainda me sobrou força para contrair a bunda. Eu estava sendo currado, mas também estava dando uma puta surra de cu na rola bruta dele.
Cada caralhada mandava para longe de mim um pouco da tensão deixada pela briga. O meu pai disse muita coisa feia comigo, mas eu respondi à altura. Ficamos no empate, então era melhor deixar isso pra lá e ser feliz.
Dando tapas na minha bunda, Betão puxou o pau. Antes que o vazio crescesse dentro de mim, ele me colocou sentado na lavanderia, escancarou minhas pernas e voltou a me foder como se estivesse com raiva. No ritmo das chibatadas, saíam das nossas bocas gemidos e sussurros.
— Tome rola, veadinho.
— Betão… marido… ai!
Na ponta dos pés, ele se dobrou sobre mim e ficamos com os peitos grudados. Batendo na barriga de Betão, minha pica ficou doidona e espirrou muito leite. Entalado no meu cu, o caralho dele me presenteou com jatos e jatos de gala. Segurando-o pelo pescoço, grudei os lábios nos dele. Chupando minha língua, ele esperou que a energia da gozada fluísse entre nossos corpos.
Ao sair de mim, Albertão respirou fundo e apontou o caralho para o meu peito. Prevendo o que ele ia fazer, balancei a cabeça, dizendo-lhe que podia ficar à vontade.
Sentado na beira da lavanderia, com a cabeça dobrada para trás, recebi o primeiro jato. O líquido quente atingiu meus peitos, escorreu até a pica e fez uma poça entre as minhas coxas. Escancarando as pernas, deixei que o cuzinho esfolado também fosse atingido. Ardeu, mas deu muito prazer.
À luz da tarde, o mijo de Betão ficou dourado. Não tinha explicação, mas esse banho reacendeu o tesão. Nunca pensei que isso era tão bom. Feito um menino safado, ele apontou a pica para a minha cara. Assim que fechei os olhos, o jato atingiu minha testa e desceu até o meu cu.
Quando acabou, Betão me colocou no chão, pegou a mangueira e recomeçou o outro banho. Enquanto ele passava shampoo nos cabelos, apontei a pica para sua bunda e lhe mostrei a força do meu mijo. Em vez de brigar, ele ficou rindo.
— Agora deu certo pra mim, Fael. Você é um putinho da porra.
Em meio a muitas putarias e gargalhadas, terminamos o banho. Eram quase três da tarde, estávamos morrendo de fome.
Depois de comer, fomos para a cama. Com a cabeça apoiada no peito de Alberto, fiquei fazendo carinho na rola que, instantes atrás, tinha espancando o meu cu.
Alisando minha bunda, Betão falou sobre o confronto com seu Ivaldo.
— Aquilo que eu disse ao seu pai é verdade. Fique tranquilo, Fael. Dentro das minhas condições, não vai faltar nada pra você. Eu sou seu marido, você conta comigo pra tudo. Ser casado é isso: um cuida do outro.
Alberto era um cara simples, mas sabia falar bonito e me transmitia muita segurança. A gente teria que encarar muitos problemas para se impor como casal, mas o importante era estar junto e alegre. Quando eu estivesse formado e conseguisse um bom emprego, nossa vida ficaria bem melhor.
A vibração do celular interrompeu meus pensamentos sobre o futuro. Minha mãe mandou um áudio da minha mãe. Seu Ivaldo já devia ter lhe informado que o ex-marido dela agora era o meu marido. Eu estava descansando de uma briga, por isso deixei essa outra para depois.
Rolando a tela, uma mensagem chamou minha atenção.
“E aí, Rafa? Conseguiu chegar vivo ontem à noite ou morreu afogado no caminho? A chuva foi forte, devia ter aproveitado a carona. Na próxima oportunidade, já sabe: estou à sua disposição. E o que temos pra fazer nessa noite de sábado”
Mas não é que Wendel estava mesmo dando em cima de mim? Para que ele se situasse logo, mandei uma resposta bem clara.
“Oi, Wendel. Cheguei muito bem à minha casa. O meu marido foi me esperar no ponto. Estou aqui com ele, a gente vai curtir o fim de semana juntos.”
Dando pegadas na minha bunda, Betão soltou um bocejo. Ele trabalhava muito, estava cansado. Eu também queria descansar, por isso desliguei o celular e me acomodei melhor ao lado dele. No meio do nosso beijo, comecei a rir.
— Que foi, Fael?
— Estava me lembrando da briga. A coisa começou feia, mas terminou engraçada. Sem partir para a ignorância, você desarmou seu Ivaldo. Ele saiu daqui mansinho.
Depois de refletir um pouco, Betão se deixou contagiar pelo meu sorriso. Roçando as pernas nas minhas, ele me fez rir ainda mais.
— Seu pai estava fazendo por merecer, mas acho que eu não teria coragem de mandar o coitado passar uns dias numa cama de hospital. Ele é seu pai, Fael. Não seria certo quebrar a cara do meu sogro. E você também jogou duro com ele. Eu estava só de tocaia, esperando o momento de entrar em cena. Gostei de ver que o meu maridinho é bom de briga. Fiquei até com medo de você; já sei com quem estou casado.
Ao ouvir isso, soltei a gargalhada e dei mais um beijão nele. Com Alberto tudo virava graça.
— No fim das contas, o bate-boca com meu pai me rendeu uma foda histórica. Não sei como a lavanderia aguentou a pressão que você botou para me comer.
— Botei pra quebrar, não foi? Eu estava com o sangue fervendo. Acho que fui bruto com você. Desculpe.
— Desculpas por você botar para foder comigo? Eu quero é mais! Foi incrível tomar no cu no fundo do quintal. E adorei o que você fez… tão quentinho.
Com um sorriso de putão, Alberto pegou na sua mangueira e fez de conta que estava me dando outro banho dourado. Quando fiz cara de quem está delirando de prazer, ele se jogou em cima de mim e devorou a minha boca. Conversando sobre putarias, rolando na cama e rindo feito moleques, a gente se esqueceu da briga e dos problemas. Esses momentos de intimidade entre maridos eram tão satisfatórios quanto uma foda.
Agarrando-me por trás, Betão deu as coordenadas para o que restava do sábado.
— Vamos dormir um pouco. Mais tarde, a gente come alguma coisa e depois a gente se come de novo.
Esticando o pescoço consegui dar mais um beijinho na boca do maridão. E me declarei para ele.
— Amo você, Alberto.
Passando um braço na frente do meu peito, ele me prendeu ainda mais ao seu corpo. Sussurrando no meu ouvido, ele me deixou emocionado.
— Eu sou seu, meu Rafael. Amo você pra sempre.