Parte II: A Liturgia do Sabor

Um conto erótico de Entre Águas e Chamas
Categoria: Heterossexual
Contém 1036 palavras
Data: 28/12/2025 06:45:32

O "Sim" que digitei sobre o filho dela não foi apenas uma aceitação; foi o gatilho que faltava para que a conversa perdesse qualquer freio moral. O cursor piscava na tela e meu corpo, já febril sob o edredom, reagia a cada segundo de demora. Eu não queria uma menina. Eu queria exatamente aquilo: uma mulher que sabia o peso da vida.

​A resposta dela veio, e não foi um agradecimento doce. Foi uma intimação.

​Ayandara:

— Que bom. Porque eu não venho em pedaços, Malik. Sou o pacote completo. Meus peitos, que você deve estar imaginando agora, já sustentaram vida, têm peso, têm história. E minha barriga tem marcas de quem se esticou para abrigar o mundo. Se você quer essa preta aqui, tem que ter disposição para lidar com tudo isso.

​A franqueza dela atingiu meu sistema nervoso como uma dose de testosterona. A imagem dela como mãe não a suavizava; pelo contrário, dava a ela uma aura de potência, de uma terra fértil e perigosa. Minha mão desceu instintivamente para o meu pau, apertando o eixo com força, a baba escorrendo e melando meus dedos, enquanto eu visualizava aquelas marcas que ela mencionou.

​Malik:

— História é tudo o que eu quero ler, Ayandara. Mas não com os olhos. Quero ler com a língua. Passar a boca em cada estria, sentir o gosto da sua pele, o mel dos teus lábios, o cheiro que só mulher feita tem. O fato de você ser mãe só me diz que você conhece seu corpo melhor do que qualquer garota. Você sabe onde dói e sabe onde é bom. Eu não quero uma folha em branco. Eu quero o livro todo, e quero ele aberto na minha cama.

​O "digitando..." dela demorou. Eu imaginava o sorriso de canto, aquele beicinho de quem está avaliando a presa. O jogo de poder estava estabelecido: eu era o faminto no portão; ela, a dona da chave.

​Então, ela resgatou a lista que eu havia feito antes — vinho, frio, chocolate e o nosso F1 — e a distorceu com a maestria de quem domina a arte da sedução.

​Ayandara:

— Você falou de chocolate lá em cima... A noite aqui esfriou mesmo. O pequeno acabou de dormir (até cochilei com ele aqui, mas acordei acesa). Agora a casa tá em silêncio, o edredom tá pesado, mas minha pele está queimando. Fiquei pensando nessa sua lista.

​Minha respiração pesou, ficando curta. O celular quase escorregou da mão suada. O latejar entre minhas pernas se tornou doloroso, pedindo alívio, mas a mente pedia mais dela.

​Ayandara:

— Chocolate é bom. E com a mente leve do F1 deve ser melhor ainda. Mas sabe o que supera? Você aqui, nossas peles contrastando, enquanto nos beijamos. Melhor que chocolate, não acha?

​A mensagem veio acompanhada de uma foto de visualização única. <Mídia Oculta>

​Cliquei com o coração na boca. Não era um nude explícito — isso seria fácil demais. Era um close da clavícula dela, descendo para o início do colo, onde a pele retinta brilhava com uma fina camada de óleo. A iluminação amarelada do quarto destacava a textura, o poro, a vida pulsando ali. No canto, a alça fina de uma blusa sugeria que, dali para baixo, o acesso era restrito — e absurdamente cobiçado.

​Soltei um gemido rouco no quarto vazio. O tesão era uma urgência bruta. Eu precisava, fisicamente, estar dentro dela.

​Malik:

— Porra, Ayandara... Você não tem noção do que fez agora. Eu lamberia até você tremer. Misturar o chocolate, o vinho, o seu suor... Eu não ia parar enquanto você não implorasse.

​A resposta dela demorou alguns segundos a mais. O "digitando..." aparecia e sumia, como se ela estivesse lutando para teclar. Quando a mensagem chegou, ela destruiu o resto da minha sanidade.

​Ayandara:

— E quem disse que eu ia implorar pra parar?

— Desculpa, preto... mal consigo digitar. Minha mão não aguentou. Enquanto eu leio o que você faria com a língua, meus dedos desceram. Tô tocando minha buceta agora, abrindo os lábios, sentindo como eu tô molhada só de imaginar o contraste da sua mão aqui embaixo, seus dedos longos me profanando.

​A imagem mental me atingiu como um soco. Ayandara, com as pernas abertas na solidão do quarto, dedos trabalhando no próprio prazer enquanto pensava em mim. O som da minha respiração ficou errático. Minha mão acelerou o ritmo, tentando acompanhar o movimento fantasma que eu imaginava ela fazendo.

​Malik:

— Isso é covardia... Meu pau tocando o lençol, deixando ele melado, a cabeça babando, querendo socar cada centímetro em você, preta. Quero tocar seu interior com minha língua, com meu pau, com meu corpo todo. Sentir seu corpo vibrar e ser meu. Goza pra mim, preta. Goza pensando no meu peso em cima de você.

​Ayandara:

— Você tem sorte de estar longe. Porque se estivesse nesse quarto, com esse frio lá fora... eu não ia usar os dedos. Eu ia montar em você e te ensinar que a gente não precisa de aliança pra se prender. A gente se prende no encaixe, na pressão, no ritmo.

​Nós estávamos nos entregando um ao outro, numa sincronia profana. Eu, do outro lado da tela, era refém daquela narrativa, me masturbando violentamente com a certeza de que ela fazia o mesmo. A distância física virou um instrumento de tortura prazerosa.

​Malik:

— Desse jeito, você me enlouquece. Não posso garantir que eu responda racionalmente ao desejo de te devorar e sentir cada pedaço teu, e tampouco garanto que não vou abusar e te querer só pra mim.

​Ayandara:

— Guardei seu nome aqui. Malik. Significa rei, né?

— Na minha cama, rei também se ajoelha. E se você for um bom rapaz até o dia do nosso encontro... talvez eu deixe você governar um pouco. Mas só depois que eu estiver saciada. Aí te dou o chocolate de noite... e aquele pão com mortadela na chapa que você prometeu no café da manhã.

​A noite lá fora continuava fria, mas ali, naquele chat, o inferno estava aceso. Eu sabia, enquanto meu corpo relaxava no pós-gozo, ainda ofegante e com a mente presa na imagem dos dedos dela, que eu tinha assinado um contrato vitalício de perdição, guiado pela mão firme de uma mulher que sabia transformar água em chama.

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