De Corno a Predador: Como Me Vinguei Da Minha Esposa e Do Seu Amante - PT. 02

Um conto erótico de Gil
Categoria: Heterossexual
Contém 2492 palavras
Data: 27/12/2025 01:57:40

“No xadrez, a Rainha é a peça mais poderosa do tabuleiro. Mas também é a mais sacrificável. Porque quando você oferece a Rainha e o adversário aceita... ele já perdeu o jogo."

***

Quarta-feira. 17h43.

Eu estava sentado na beira da cama king-size do Motel Paraíso das Estrelas, Suíte Presidencial — a ironia do nome não passava despercebida —, bebericando um Macallan 18 anos que eu tinha trazido de casa. A garrafa custou mais que três diárias daquele lugar. Mas era importante. *Apresentação* era tudo.

O quarto não era o antro vagabundo onde Camila e Marcos costumavam se encontrar. Eu tinha alugado a suíte mais cara do estabelecimento. Espelhos no teto. Banheira de hidromassagem. Lençóis de cetim vermelho-sangue. Mas o que realmente importava eram as três câmeras que eu tinha instalado em ângulos estratégicos — uma atrás do espelho falso, uma disfarçada no abajur, e uma no teto, com visão panorâmica.

Não era pornografia amadora. Era documentação jurídica em 4K.

Eu sorri para o meu reflexo no espelho. O homem que me encarava de volta não era mais o João bonachão, o pai de família, o gerente de projetos que levava bronca do chefe e aceitava calado.

Esse homem tinha os olhos de um enxadrista três lances antes do xeque-mate.

***

**JOGADA 1: O SACRIFÍCIO DO PEÃO**

Marcos chegou primeiro. Era 18h17. Treze minutos adiantado. Bom. Pontualidade era sinal de medo, e medo era combustível.

Quando ele entrou na suíte — eu tinha deixado a porta entreaberta —, me encontrou exatamente onde planejei: sentado numa poltrona de couro sintético, de frente para a cama, as pernas cruzadas, o copo de whisky na mão. Eu estava vestido de forma impecável: camisa social branca, calça de alfaiataria, sapatos de couro italiano. Parecia um executivo prestes a conduzir uma reunião de demissão.

Porque era exatamente isso.

— Fecha a porta — ordenei, sem olhar para ele.

Marcos obedeceu. A mão dele tremia quando girou a tranca.

— João, eu... eu não sei o que você quer, mas...

— Senta.

Apontei para a cama. Ele hesitou. Eu finalmente olhei para ele, e deixei o silêncio fazer o trabalho sujo. Cinco segundos. Dez. Quinze.

Ele sentou.

— Você joga xadrez, Marcos?

A pergunta o pegou desprevenido.

— O... o quê?

— Xadrez. O jogo. Você joga?

— Eu... não. Nunca aprendi direito.

Eu sorri. Claro que não. Homens como Marcos não jogavam xadrez. Eles jogavam sinuca em botecos, faziam apostas em futebol, viviam no *agora*. Sem estratégia. Sem visão de futuro. Por isso eram tão fáceis de manipular.

— Pena. Porque você está no meio de uma partida agora, e nem percebeu. — Eu me levantei, caminhei até a janela. Lá fora, o neon vagabundo do motel piscava. — Sabe qual é a primeira lição do xadrez? *Controle o centro do tabuleiro.* Quem controla o centro, controla o jogo.

— João, pelo amor de Deus, eu não entendo...

— Você acha que controla alguma coisa aqui, Marcos? — Virei para ele, devagar. — Você acha que *escolheu* foder a minha mulher? Que foi uma decisão sua?

Ele piscou, confuso.

— Você foi um *peão*, Marcos. Uma peça descartável que eu coloquei no caminho da Rainha só para ver até onde ela ia. E ela foi longe. Ela atravessou o tabuleiro inteiro. — Eu ri, sem humor. — Parabéns. Você ajudou a provar que ela não vale o ar que respira.

O rosto dele ficou vermelho.

— Isso é loucura...

— Loucura seria te matar. — Minha voz saiu gelada. — Mas eu não vou sujar as mãos. Eu vou fazer algo muito pior. Vou fazer você se destruir sozinho.

Tirei o celular do bolso. Desbloqueei. Mostrei a ele a tela.

Era um e-mail pronto para envio. Destinatário: **Letícia Fonseca**. Assunto: **"Sobre o Noivo que Você Vai Casar em Março"**. Anexos: 14 arquivos de imagem, 6 de vídeo.

Marcos empalideceu.

— Não... não, por favor...

— Ela é bonita, sua noiva. Vi as fotos no Instagram. Professora de yoga, né? Sorriso lindo. Parece uma boa pessoa. — Eu guardei o celular. — Seria uma pena ela descobrir que o amor da vida dela passa as quartas enfiando o pau na buceta de uma mulher casada no banco de trás de um Civic.

Ele começou a chorar. Não foram lágrimas discretas. Foi aquele choro de homem que nunca aprendeu a lidar com consequências. Soluços, catarro, desespero puro.

— Eu imploro... eu faço qualquer coisa...

— Eu sei. Por isso você está aqui. — Eu voltei para a poltrona, sentei, cruzei as pernas de novo. — Então presta atenção nas regras do jogo.

***

**JOGADA 2: A ARMADILHA DA TORRE**

Eu expliquei tudo com a paciência de um professor ensinando matemática para uma criança burra.

— Às 18h30, a Camila vai chegar. Você vai recebê-la com um beijo, como sempre faz. Mas hoje, vai trazer ela pra essa suíte. Você vai dizer que é uma surpresa especial.

— João...

— Cala a boca. Eu não terminei. — Eu tomei um gole do whisky. — Quando ela entrar, você vai começar a tirar a roupa dela. Devagar. Beijos no pescoço, as putarias que você sempre faz. Mas você vai seguir o roteiro que eu vou te passar agora. Cada palavra. Cada gesto. Se você improvisar, se você tentar avisar ela de alguma forma... — Eu apontei para o celular. — ...o e-mail sai.

Ele balançou a cabeça, frenético.

— Tudo bem, tudo bem... o que você quer que eu faça?

Eu sorri. Era a primeira vez que ele me chamava de "você" em vez de "João". Subconscientemente, ele já tinha aceitado a hierarquia.

— Quando ela estiver nua, você vai dizer: *"Eu trouxe uma surpresa pra você, amor."* E então vai abrir aquela porta. — Apontei para o banheiro.

— E... e você vai estar lá?

— Não. Eu vou estar *aqui*. — Bati no braço da poltrona. — De frente pra cama. Assistindo. E quando ela me ver, você vai segurar ela. Não deixa ela sair. E vai dizer: *"Ele já sabe de tudo, Camila. E agora, a gente vai fazer exatamente o que ele mandar."*

Marcos engasgou.

— Você quer que eu... que eu transe com ela... na frente de você?

— Não. Eu quero que você *obedeça*. Existe diferença. — Eu me levantei, caminhei até ele, me abaixei para ficar na altura dos olhos dele. — No xadrez, Marcos, a Torre se move em linha reta. Sem desvios. Sem criatividade. Ela existe para cercar, para bloquear, para *prender*. Hoje, você é a minha Torre. E você vai fazer exatamente o que eu mandar, no ritmo que eu mandar, ou a tua vida desmorona antes da meia-noite. Entendeu?

Ele assentiu, quebrado.

— Entendi.

— Ótimo. Agora levanta. Vai lavar esse rosto de choro. Ela não pode perceber que você está cagado de medo. Você é o "macho alfa", lembra? — Eu dei um tapinha condescendente no ombro dele. — Faz teu papel.

***

**JOGADA 3: A ENTRADA DA RAINHA**

18h29.

A porta se abriu.

E lá estava ela.

Camila entrou como sempre entrava nos encontros ilícitos: sorriso largo, olhos brilhando de adrenalina, a bolsa Louis Vuitton (que EU tinha comprado no aniversário dela) jogada no ombro. Ela usava um vestido preto justo, salto alto nude, o cabelo solto caindo em ondas sobre os ombros.

Ela estava linda.

E eu não senti absolutamente nada.

— Amor! — Ela se jogou nos braços de Marcos, que a segurou com rigidez teatral. Ela não percebeu. Estava ocupada demais com os próprios hormônios. — Que lugar é esse? Você enlouqueceu? Isso aqui deve custar uma fortuna!

— Você merece — Marcos murmurou, a voz tensa.

Ela riu, aquela risada aguda e irritante que eu costumava achar fofa. Agora soava como unha em quadro-negro.

— Me trata tão bem... — Ela o beijou, a língua invadindo a boca dele com fome. As mãos dela já estavam desabotoando a camisa dele.

Eu assisti de onde estava, escondido no banheiro, através da fresta da porta. A ereção que eu esperava sentir — algum resquício perverso de tesão voyeurista — não veio. Eu estava *entediado*. Como alguém assistindo a um filme que já viu mil vezes.

Marcos a guiou até a cama. Ela caiu de costas, rindo, as pernas se abrindo automaticamente. Ele subiu por cima dela, beijou o pescoço, as mãos tremendo enquanto puxava o zíper do vestido.

— Marcos... — Ela gemeu. — Me fode logo... tô molhada desde que saí do escritório...

**Vadia.**

A palavra ecoou na minha cabeça com a frieza de um diagnóstico médico. Não era raiva. Era *constatação*.

Marcos tirou o vestido dela. Ela não usava sutiã. Os seios — que eu tinha pago para "corrigir" depois da gravidez dos gêmeos — balançaram livres. Ele abaixou a calcinha dela, rendada, vermelha. Também comprada com o meu dinheiro.

E então, como ensaiado, Marcos parou.

— Eu trouxe uma surpresa pra você, amor.

Camila riu, ofegante.

— Que tipo de surpresa?

Marcos olhou para a porta do banheiro.

— Você vai ver.

E então, ele me deu a deixa.

Eu abri a porta.

***

**JOGADA 4: O XEQUE**

Camila me viu.

E o mundo dela colapsou.

Eu vi nos olhos dela: primeiro confusão, depois reconhecimento, depois horror absoluto. A boca abriu num grito silencioso. Ela tentou se cobrir com as mãos, patética, como se eu não tivesse visto cada centímetro daquele corpo mil vezes antes.

— J-João... — A voz saiu estrangulada. — O que... o que você tá fazendo aqui?

Eu caminhei até a poltrona. Sentei. Cruzei as pernas. Tomei um gole do whisky.

— Boa noite, Camila. — Minha voz estava calma, quase cordial. — Desculpa interromper. Continua.

Ela olhou para Marcos, desesperada.

— Marcos, o que tá acontecendo?!

Marcos a segurou pelos pulsos quando ela tentou se levantar. Ele estava pálido, suando, mas obedeceu o roteiro.

— Ele já sabe de tudo, Camila. E agora, a gente vai fazer exatamente o que ele mandar.

Ela começou a gritar.

— SOLTA! SOLTA, PORRA! JOÃO, ME AJUDA!

Eu ri. Foi a coisa mais natural do mundo.

— Te ajudar? — Eu me inclinei para frente. — Amor, você tá pedindo ajuda pro marido que você chifrou por seis meses? Pro pai dos seus filhos que você humilhou no banco de trás de um carro estacionado no shopping? — Eu fingi pensar. — Não. Acho que não.

Ela começou a chorar. Lágrimas grossas, rímel escorrendo.

— Por favor... por favor, João, me perdoa... foi um erro...

— Erro é errar no Excel. Erro é esquecer o aniversário de casamento. — Eu me levantei, caminhei até a cama. Ela tremeu quando me aproximei. — Mas você não *errou*, Camila. Você *escolheu*. Você escolheu cada mensagem. Cada foto. Cada vídeo que mandou pra ele gemendo igual uma puta. Cada mentira que você contou olhando nos meus olhos. — Eu me abaixei, o rosto a centímetros do dela. — Você jogou a partida. E agora, eu vou te dar o xeque-mate.

***

**JOGADA 5: O SACRIFÍCIO FORÇADO**

Eu voltei para a poltrona.

— Marcos. Continua.

Marcos congelou.

— João... cara, eu não consigo...

Eu peguei o celular, desbloqueei, coloquei o dedo sobre o botão "Enviar" do e-mail.

— Eu vou contar até três.

— NÃO! — Marcos entrou em pânico. — Tá bom! Tá bom, porra!

Camila olhou entre nós dois, a sanidade derretendo em tempo real.

— Marcos... Marcos, não... por favor...

Mas Marcos, o "macho alfa", o "amante apaixonado", já tinha feito a escolha dele.

Ele a beijou. Não foi carinhoso. Foi desesperado, mecânico. E enquanto a beijava, a mão dele deslizou entre as pernas dela.

— NÃO! — Camila gritou, tentando fechar as coxas. — NÃO, MARCOS, PARA!

— Ela tá molhada — Marcos disse, a voz morta. Ele olhou para mim, esperando aprovação como um cachorro espera um petisco.

Eu sorri.

— Óbvio que tá. Putinha sempre fica molhada quando é humilhada. — Eu apontei para o pau dele. — Agora tira essa calça e faz o que você faz de melhor. Fode ela.

Camila me olhou com ódio puro.

— EU TE ODEIO! EU TE ODEIO, SEU FILHO DA PUTA DOENTE!

— Eu sei. — Eu tomei outro gole. — Mas você ainda vai gozar. Porque o teu corpo é mais honesto que a tua boca.

***

**A CENA**

Marcos a fodeu.

E eu assisti a cada segundo.

Não foi sexo. Foi execução. Ele a penetrou com força, as mãos segurando os pulsos dela acima da cabeça. Camila chorava, gritava, cuspia insultos. Mas o corpo dela... o corpo dela traía.

Eu vi quando os quadris dela começaram a responder. Quando os gemidos de raiva se misturaram com gemidos de outra coisa. Quando a respiração acelerou não só de pânico, mas de *excitação* involuntária.

— Diz pra ele que você me ama — ordenei.

— NUNCA! — Ela cuspiu.

Eu olhei para Marcos.

— Para.

Ele parou no meio da estocada. Camila gemeu de frustração, e o ódio nos olhos dela se aprofundou quando percebeu a própria reação.

— Diz, ou ele não continua.

Ela me encarou. Lágrimas. Rímel. Humilhação. E então, numa voz quebrada:

— Eu... eu te amo, João.

— Mentirosa. — Eu ri. — Mas serve. Continua, Marcos.

E ele continuou. E ela gozou. Gritando, cuspindo ódio, socando o peito dele, mas *gozando*. O corpo convulsionou, as costas arquearam, e eu vi a alma dela se estilhaçar em tempo real.

Quando Marcos gozou dentro dela, segundos depois, Camila virou o rosto para o lado e vomitou na cama.

***

**O MATE**

Eu me levantei, ajeitei a camisa, terminei o whisky.

— Marcos. Levanta. Vai embora.

Ele saiu da cama tropeçando, puxando a calça, o pau ainda babando. Ele não olhou para Camila. Não olhou para mim. Apenas fugiu pela porta como o rato que sempre foi.

Camila ficou deitada, nua, destruída, coberta de fluidos e vergonha.

Eu peguei o roupão que estava no banheiro e joguei em cima dela.

— Se cobre. Você tá ridícula.

Ela se enrolou no tecido, soluçando.

— Por que... por que você fez isso...

Eu me agachei ao lado da cama.

— No xadrez, Camila, existe uma jogada chamada *Gambito da Rainha*. Você sacrifica a peça mais poderosa do tabuleiro para ganhar vantagem estratégica. — Eu acariciei o cabelo suado dela. Ela tremeu. — Eu te sacrifiquei hoje. Te joguei no meio do tabuleiro como isca. E agora? Eu ganhei o jogo.

— Eu vou te denunciar... vou dizer que você me obrigou...

Eu sorri.

— Com qual prova? As câmeras mostram você chegando feliz, beijando ele, abrindo as pernas sem ninguém te forçar. — Eu me levantei. — Mas eu tenho provas de seis meses de adultério. Mensagens. Fotos. Vídeos que você mandou pra ele com a buceta escorrendo. — Eu me virei para sair. — Advogado já tá preparando os papéis. Até sexta, você tá fora de casa. Sem pensão. Sem guarda dos filhos. Sem nada.

Ela gritou:

— EU VOU TE DESTRUIR!

Eu parei na porta. Olhei para trás.

— Você já tá destruída. — Eu sorri. — Xeque-mate, amor.

E saí.

Lá fora, o neon vagabundo do motel piscava. Entrei no carro. Liguei o som. Uma música qualquer.

E pela primeira vez em meses, eu respirei fundo.

Livre.

**************

“A verdadeira jogada é aquela que não é vista” ♟️🖤

E então ele disse: “E julgar-te-ei como são julgadas as adúlteras e as que derramam sangue; e entregar-te-ei ao sangue da fúria e do ciúme. E entregar-te-ei nas mãos deles, e eles derrubarão a tua câmara e destruirão os teus altos lugares, e te despirão os teus vestidos, e tomarão as tuas joias de adorno, e te deixarão nua e descoberta. E farão subir contra ti uma multidão, e te apedrejarão com pedras, e te traspassarão com as suas espadas.”

Aguardem a última parte… a vingança ainda não acabou.

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