Dezembro esse mormaço que parece pesar nos ombros da gente, uma promessa de chuva que nunca descarrega, deixando tudo em suspenso. Nos últimos dia de aula, a escola era um deserto de corredores ecoando o nada. Somente alguns alunos compareciam, obrigados pelos pais ou pelas notas baixas.
Antes de Rosa sair de casa, o marido dera a ordem com a naturalidade:
— Sem calcinha hoje, Rosa. Quero que você sinta tudo.
Ela obedeceu. A saia de linho, leve e traidora, roçava em sua buceta depilada a cada passo. Na sala, apenas cinco alunos, os sobreviventes do ano letivo. Rosa, num impulso de quem quer encerrar o ciclo com dignidade, levou-os para a biblioteca.
— Procurem algo da nossa terra — disse ela, sentando-se numa cadeira de madeira cujas frestas pareciam querer ler a sua nudez.
Um aluno, o Ricardo, trouxe um volume de Carlos Drummond de Andrade. Não qualquer um, mas o Amor Naturais. Rosa abriu na página marcada e sentiu o sangue fugir do rosto. Era o poema "O Chão é de Cimento":
"O sexo é o que temos de mais nosso / e o que mais nos exila de nós mesmos. / [...] Mas se o corpo se abre, o mundo vira / um imenso palácio de delícias."
Enquanto lia em voz alta, a voz de Rosa engrossou. A palavra "delícias" saiu como um suspiro. Sob a mesa, suas coxas se apertavam, tentando conter o rio que começava a transbordar. Os alunos ouviam, compenetrados na métrica, sem suspeitar que a professora, sob o verniz da literatura, estava com a buceta pulsando, ensopada de um desejo que Drummond apenas traduzira em versos.
No intervalo, refugiou-se num canto da sala dos professores e sacou o celular. "Mestre, li Drummond para os alunos. Estou em carne viva. A saia está colada em mim. Não aguento de tesão."
A resposta veio em segundos, curta e impiedosa: "Vá ao banheiro agora. Tire tudo. Masturbe-se até gozar e mande a prova. Quero ver essa buceta de professora escancarada para mim no meio do expediente."
Rosa sentiu um estalo no baixo ventre. Entrou na cabine do banheiro, trancou a porta e, num movimento febril, livrou-se da saia, da blusa e do sutiã. Ficou nua. O espelho manchado refletia suas tetas pesadas, os mamilos apontando para o teto.
Ela se encostou na parede fria de azulejos e mergulhou os dedos na própria umidade. — Sou sua puta... sou sua escrava... — pensava, enquanto a outra trabalhava no clitóris inchado, freneticamente. O orgasmo veio como uma chicotada, um espasmo que a fez tremer da raiz dos cabelos aos dedos dos pés. Antes de se limpar, pegou o celular. Tirou uma foto de baixo para cima, mostrando a buceta vermelha, aberta e brilhante de gozo, com o fundo dos azulejos brancos da escola. Depois, uma das tetas espremidas pelas mãos, com o rosto transfigurado pelo prazer.
"Missão cumprida, Mestre. Gozei pensando no senhor e no poema."
O marido, ao ver as fotos anteriores, respondeu com um sarcasmo carregado de luxúria: "Excelente didática, Rosa. O corpo docente nunca esteve tão bem representado. Mas Drummond ainda tem muito a ensinar. Quero que aprofunde o estudo. Se eles querem poesia, dê poesia a eles."
Rosa guardou o celular, sentindo o aparelho vibrar como um comando direto do Mestre. Voltou para a biblioteca. O mormaço de dezembro pesava, e a turma de rapazes já cheirava a hormônios e deboche. Ela sentou-se, abriu o livro e, com a voz ligeiramente embargada pela umidade que ainda sentia entre as pernas, leu o verso proibido de Drummond:
— "No corpo feminino, esse retiro – a doce bunda – é ainda o que prefiro."
Um silêncio de choque durou dois segundos, seguido por uma explosão de risos e assobios.
— Caramba, professora! — exclamou Gabriel, o mais ousado. — O Drummond era dos meus! O velho era tarado por uma rabiola!
— Olha só, a professora lendo isso sem nem gaguejar! — comentou outro, enquanto os meninos se cotovelavam.
Rosa sentiu o rosto queimar. A vergonha lutava contra um tesão avassalador. Imaginava o Mestre ouvindo aquilo, imaginava a mão dele descendo com força exatamente naquele "retiro" que os alunos agora comentavam com tamanha vulgaridade. Ela tentou manter a pose de mestre, mas seu clitóris latejava, exigindo a atenção que só o cinto do marido sabia dar.
A aula seguinte era com a turma das meninas, o que Rosa julgou ser mais calmo. Doce engano. Elas entraram com um ar de quem já sabia de tudo o que fora lido na sala ao lado. Rosa respirou fundo, sentindo o linho da saia — sem calcinha por baixo — roçar perigosamente em sua fenda ensopada.
— Vamos ler "A Outra Porta do Prazer" — anunciou ela, a voz agora mais rouca, quase um sussurro confessional.
Ela começou a leitura, e cada palavra parecia descrever sua própria vida sob o comando do marido:
“A outra porta do prazer, porta a que se bate suavemente, seu convite é um prazer ferido a fogo e, com isso, muito mais prazer. Amor não é completo se não sabe coisas que só amor pode inventar. Procura o estreito átrio do cubículo aonde não chega a luz, e chega o ardor de insofrida, mordente fome de conhecimento pelo gozo”.
As alunas trocaram olhares maliciosos, divertindo-se com o constrangimento que Rosa tentava — e falhava — em esconder.
— Professora... essa "outra porta" que ele diz... é o que eu estou pensando? — perguntou uma menina da primeira fileira, com um sorriso de canto. — Porque o meu namorado vive querendo "bater suavemente" nessa porta aí.
— É — completou outra, rindo para as amigas. — E esse "prazer ferido a fogo"? Parece coisa de quem gosta de levar uns tapas, né? Tipo o que a gente ouve nos funks por aí. O Drummond era safadinho, hein, professora?
Os rapazes ao fundo uivavam de rir. Rosa sentia-se desfalecer. A descrição do "estreito átrio do cubículo" lembrou-a instantaneamente da noite anterior, quando o marido a forçara a aceitá-lo exatamente por aquela porta, no escuro do quarto, enquanto ela gemia de dor e ardor.
— Meninas, contenham-se — disse Rosa, a mão trêmula segurando o livro. — O autor fala da busca pelo conhecimento através do corpo. O gozo é uma forma de saber.
Os alunos e as alunas riam, sem entender um pingo sequer de literatura. Rosa fechou o livro bruscamente. Sentia a buceta pingando, o linho da saia marcando a umidade. Ela era a imagem da professora séria, mas por dentro era a "outra porta" escancarada, o "prazer ferido a fogo" que o Mestre tanto apreciava. O sinal tocou, salvando-a do escrutínio dos alunos, mas condenando-a ao desejo que agora a consumia por inteiro.
Rosa não se conteve e contou ao marido, por mensagem, como foram as aulas. Ele riu das piadinhas dos alunos, mas isso lhe deu ideias. "Prepare-se, porque hoje à noite vamos usar a outra porta do prazer, minha escrava", dizia a última notificação. Aquilo era o seu selo de propriedade.
Ao entrar, ela não precisou de ordens. O ritual era o seu oxigênio. Despiu-se no meio da sala, deixando a saia de linho — marcada pela umidade do dia — cair como uma oferenda. Ajustou a coleira de couro no pescoço, e, nua, as tetas grandes e pesadas balançando ao ritmo de sua respiração curta, foi ao encontro do marido na sala, ajoelhou-se diante da poltrona onde o Mestre a esperava.
— Conte tudo — ordenou ele, enquanto passava a ponta do sapato pelos mamilos duros de Rosa. — Como foi ver os garotos babando naquele verso sobre a sua bunda?
Rosa, com o rosto colado no joelho dele, derramou as palavras. Contou do deboche, das risadinhas das meninas sobre o "prazer ferido a fogo", e da audácia do Ricardo ao comentar sobre seu "retiro".
— Você se excitou com o olhar deles, Rosa? — perguntou ele, puxando-lhe o cabelo para trás.
— Não, Mestre... — ela arfou, os olhos brilhando. — Só o senhor tem o direito de me tratar como a puta que sou. O deboche deles só me fazia lembrar que eu sou sua, e que só o senhor sabe o que realmente acontece nessas portas. Eu latejava de ódio e de gozo, querendo que o senhor estivesse lá para me calar na frente de todos.
— Boa garota. Agora, mostre-me o resultado dessa aula de literatura. Masturbe-se. Quero ver essa buceta de professora gozar pelo seu dono.
Ali mesmo, no tapete da sala, Rosa abriu as pernas. Seus dedos mergulharam na carne inchada, chapinhando na umidade farta que acumulara o dia inteiro. Ela se tocava com uma fúria selvagem, os gemidos subindo de tom enquanto o marido assistia, impassível. Quando o orgasmo a atingiu, um espasmo longo que a fez revirar os olhos, ela gritou o nome dele, entregando-lhe o seu prazer como um tributo.
— Agora — disse ele, levantando-se —, vamos tratar da "outra porta".
No quarto, a penumbra era cortada apenas pela luz do corredor. Ele a colocou de quatro, a bunda empinada para o teto, o "retiro" que Drummond tanto prezava agora exposto e vulnerável. O marido começou o trabalho com um plug de aço gelado, dilatando-a com uma paciência cruel. Rosa gemia, sentindo a plenitude dolorosa daquela invasão. Depois veio o vibrador, uma vibração surda que parecia sacudir seus ossos, preparando o caminho.
Quando ele finalmente retirou o brinquedo e substituiu pela carne, Rosa sentiu o mundo desaparecer. Ele entrou seco, forte, rompendo a resistência do estreito átrio do cubículo. Era o "prazer ferido a fogo" que ela lera na biblioteca. Cada estocada era um choque elétrico que percorria sua espinha. O marido a possuía com uma possessividade que beirava a violência, enquanto as mãos de Rosa apertavam os lençóis, sua boca aberta num grito mudo.
No ápice, ele a puxou pelos cabelos, obrigando-a a virar-se. Ele saiu de seu rabo com um estalo e, antes que Rosa pudesse respirar, enfiou o pau em sua boca.
O impacto dos sentidos foi devastador. Rosa sentiu o cheiro forte e animalesco de seu próprio cu no pau do marido. Aquele odor acre, misturado ao suor dele, agiu nela como um entorpecente. Era a prova final de sua degradação e de sua glória: ela estava saboreando a si mesma através dele. O cheiro de sua própria intimidade violada a excitou de tal forma que sua buceta, já exausta, voltou a contrair-se em espasmos.
— Beba tudo, escrava — rosnou ele.
Ele gozou fundo em sua garganta, um jorro quente que ela engoliu como se fosse uma comunhão. Rosa limpou o pau dele com a língua, aspirando aquele cheiro de "outra porta" que agora perfumava o quarto, sentindo-se a mulher mais suja, mais culta e mais amada de todo o subúrbio.
O êxtase ainda não havia esfriado na pele de Rosa quando o marido, recostado na cabeceira da cama como um imperador satisfeito, deu a nova ordem da noite:
— Vá para a cozinha, Rosa. Quero que você prepare o jantar exatamente como você está: marcada e aberta.
Rosa obedeceu. Caminhou pelos corredores da casa sentindo o gosto do sêmen e do próprio cu na sua boca, lubrificante escorrerem por suas coxas, o corpo trêmulo e a alma em paz. Estava nua, apenas com a coleira no pescoço. Começou a manusear as panelas, picar as verduras e a fritar a carne.
Foi então que o som da porta da frente anunciou a chegada dos filhos. Emily e Enzo entraram na sala com a naturalidade de quem volta de um cinema. Ao passarem pela cozinha e darem de cara com a mãe naquele estado — as nádegas vermelhas das cintadas, as tetas balançando sobre o fogão —, não houve choque, apenas a aceitação cínica de uma rotina compartilhada.
— E aí, coroa? — soltou Enzo, jogando a mochila no sofá e rindo ao ver as marcas de cinto na bunda da mãe.
Rosa não respondeu, mantendo os olhos fixos na panela, o rosto em brasa. Emily, no entanto, não seguiu para o quarto. Sentindo uma curiosidade que beirava o cruel, ela caminhou até a cozinha para beber um copo d'água.
Quando Rosa se abaixou para pegar uma travessa no armário inferior, a cena se revelou por completo para a filha. Emily parou com o copo a meio caminho da boca. Ali, sob a luz forte da cozinha, ela viu o estado do "retiro" da mãe. O cu de Rosa estava em carne viva: o esfíncter, dilatado pelo uso recente, permanecia entreaberto, exibindo uma mucosa rosada e irritada que parecia pulsar ao ritmo da respiração ofegante da professora. Havia um brilho úmido e viscoso que denunciava a invasão, e as bordas estavam levemente inchadas, de um roxo profundo que contrastava com a pele branca das nádegas.
Emily soltou um riso curto, um deboche seco que cortou o silêncio da cozinha.
— Nossa, mãe... — começou ela, observando com detalhes a abertura exposta. — O papai realmente não teve pena de você hoje, não é? Dá para ver daqui que você foi usada até o limite. Chega a estar... escancarada. Como você consegue caminhar sem gemer?
Rosa travou na posição, de quatro diante do armário, sentindo o olhar da filha vasculhando sua intimidade ferida. A vergonha era um peso físico, mas o fato de ser observada e ironizada pela própria filha sobre o seu estado de degradação provocou um jato de lubrificação em sua buceta, que pingou no piso da cozinha.
— É o meu lugar, Emily... — murmurou Rosa, a voz sumindo na garganta.
— Seu lugar parece estar bem machucado, então — retrucou Emily, bebendo a água e saindo da cozinha com um sorriso vitorioso.
Rosa levantou-se devagar, sentindo o ar-condicionado tocar sua abertura sensível. Ela estava humilhada diante da prole, reduzida a um objeto de piada e inspeção, mas no fundo de seu ser, ela sabia: era exatamente esse o tempero da sua vida.
O jantar naquela noite não era uma refeição, era um tribunal de costumes onde a ré já havia confessado e agora desfrutava da sentença. Rosa servia o assado, caminhando com cautela de quem carrega um segredo doloroso entre as nádegas. O marido, sentado à cabeceira, observava a cena com um brilho de triunfo nos olhos.
— E então, Enzo, Emily? O que acham do serviço da nossa servidora hoje? — perguntou ele, cortando a carne com um estalo de talheres.
— O serviço é bom, pai — disse Enzo, entre uma garfada e outra —, mas a mãe está andando como se tivesse um ovo de avestruz escondido ali atrás. O senhor pegou pesado com ela, não foi?
Emily riu, trocando um olhar de cumplicidade com o irmão. — O Enzo tem razão. Eu vi na cozinha, pai. A coitada está com o rabo num estado que só vendo. Vermelho é pouco.
O marido gargalhou, batendo na mesa. — Ela merece. Mas não foi só em casa que ela foi uma boa menina. Rosa, conte para os seus filhos como foi a sua aula de Literatura hoje. Conte o que você leu para os rapazes e para as moças.
Rosa sentiu o rosto queimar. Mas a ordem era o seu guia. — Eu li Drummond... li sobre o "retiro" que é a bunda feminina. E li sobre a "outra porta do prazer", aquela que se bate suavemente, mas é ferida a fogo.
Os filhos pararam de comer, as bocas meio abertas. Enzo soltou um assobio longo. — Caramba, mãe! Você leu isso na escola? Para os alunos?
— Sim — murmurou ela, o clitóris pulsando. — Os alunos fizeram piadas, perguntaram se eu gostava de ser ferida a fogo. E eu... eu fiquei em carne viva diante deles.
— Que ousadia, dona Rosa! — Emily exclamou, com um deboche que escondia uma ponta de admiração. — A professora respeitada instigando a molecada com poesia erótica. O Diretor ia adorar saber dessa "metodologia".
— E não parou por aí — interrompeu o marido, o olhar fixo na esposa. — Conte o que você fez quando chegou em casa, escrava. Conte o que eu fiz você confessar.
Rosa respirou fundo, as tetas balançando pesadamente. — Eu contei para o seu pai como eu fiquei excitada com tudo isso. Ele me mandou masturbar no chão da sala e, depois... ele cuidou da minha "outra porta", como o poema pedia.
Enzo caiu na risada, batendo no ombro do pai. — Boa, coroa! O senhor é o mestre da interpretação de texto! Pelo estado que a mãe está, o senhor não bateu suavemente na porta, o senhor botou ela abaixo!
— É verdade — completou Emily, com um brilho malicioso. — O Drummond ficaria orgulhoso. O "estreito átrio do cubículo" da mamãe hoje está bem arrombado.
Rosa sentia a humilhação escorrer por seu corpo como um bálsamo. Ser o centro das piadas picantes dos filhos, ter sua intimidade violada discutida entre o arroz e a carne assada, era o ápice de sua entrega. Ela era a mãe, a professora e a puta da casa. Naquela casa, a poesia de Drummond não era lida; era vivida na carne, até o último e mais profundo verso.
