A Bela Arte da Surpresa

Um conto erótico de LUiY
Categoria: Gay
Contém 1595 palavras
Data: 26/12/2025 22:09:33
Assuntos: Gay

Capítulo 01 - Clima Natalino

Benjamin, aos 19 anos, sempre teve um presente no Natal, uma ceia na véspera, uma família reunida no almoço do dia 25 — tudo no mais puro e belo clima natalino. Ben gosta de tudo isso: das decorações que ajuda seu pai, Enzo, um fisiculturista, a colocar pela casa inteira; e ama ir com sua mãe, Beatriz, uma médica focada em pediatria, ao supermercado comprar as coisas para a ceia.

— Sua tia Sandra está um pouco estressada. Então, meu amor, sei que você é simpático, mas, se ela fizer cara feia, evita se aproximar e releva, tá bom? — diz Beatriz enquanto esperam na fila do supermercado.

— Entendi. Mas, mãe, por que ela está assim? Ela e o tio Rafael são os mais tranquilos.

— É sobre isso… — Beatriz se aproxima do ouvido de Ben e sussurra: — Ele a traiu. Ela viu mensagens e fotos no celular dele.

Benjamin fica espantado. Sandra e Rafael sempre foram o típico casal de comercial de margarina: juntos, amáveis, felizes. Em nenhuma hipótese possível Ben imaginou que justamente eles poderiam enfrentar um problema de traição.

— Mas, Benjamin, só eu sei disso porque ela me contou. Ela não vai dizer para mais ninguém, nem para o seu avô. Você sabe como ele é. Então, só nós dois sabemos, segredo, hein!

Benjamin entende bem o gênio difícil do avô. Se essa história vazasse, havia duas possibilidades: Rafael morreria ou seria pego no pau.

Todo ano, seus avós, tias, tios, primos e primas vão para sua casa. Passam a semana pós-Natal e a semana inteira do Ano-Novo ali. A casa fica extremamente movimentada, o que não incomoda nenhum dos três — afinal, eles amam a casa cheia. Benjamin é o típico parente querido por todos: adorável, confiável, o guardião de segredos. Para as primas, ele é a caixinha de confidências. Se depender dele, os segredos morrem junto com ele. Por isso, a certeza de que guardaria aquele segredo era absoluta.

São 21h da noite, e os parentes já começam a chegar. Beatriz é completamente desastrada quando o assunto é organização: comprou roupas combinando para os três. Ela veste um vestido vermelho florido, com saia até o chão. Benjamin usa bermuda e camiseta vermelhas, também floridas, com as mesmas estampas do vestido da mãe. Já Enzo está com uma calça preta — que Beatriz comprou num tamanho menor por engano —, mas ele sabe que tudo está sob controle dela, e isso o deixa feliz. Mesmo apertada, ele usa a calça, que acaba chamando atenção. Por fim, uma camisa social vermelha, também florida.

Os primeiros a chegar são os avós. Eduardo, um homem de 51 anos que não aparenta a idade, é alto, com cabelos intactos e corpo firme de quem foi professor de educação física. Está acompanhado de sua bela esposa Helena, que carrega uma grande travessa coberta por um pano de prato. Os dois formam o casal mais fofo da família.

Ao ver Ben, Eduardo vai até ele e o puxa para um abraço.

— Faz tempo que não vejo meu neto. Como você cresceu!

— É o fermento que a mãe coloca na comida fazendo efeito — brinca Ben, arrancando uma risada do avô. — E puxei a família: pai grande, o senhor também, então tá tudo certo.

— É… eu sou bem grande — sussurra Eduardo ao passar por Ben, indo cumprimentar Beatriz.

Os outros chegam em sequência, cada um trazendo seus pratos. Ben é muito próximo de Safira, sua tia de 18 anos, irmã adotiva de seu pai. No Natal, a maioria dos parentes é da família de Enzo. Beatriz tem poucos familiares vivos: apenas seu pai, o senhor Vasco; sua irmã Sandra; seu cunhado Rafael; e seu sobrinho Artur, de 17 anos, melhor amigo de Ben.

Quando chegam, Artur vai direto até Benjamin, com um olhar triste. Ben sabe exatamente o motivo. Logo depois, ele observa Sandra e Rafael entrando juntos. O clima entre eles é terrível, palpável, cortante. O único que parece alheio a tudo é Vasco, que claramente não sabe da traição. Vasco é o típico homem másculo, machista e preconceituoso — a cota padrão da família — e, apesar disso, é um homem de 49 anos extremamente atraente e cheio de ego.

A noite de Natal segue. Apesar do silêncio entre Sandra e Rafael, o clima geral se mantém agradável. As tias conversam enquanto arrumam a mesa; os primos ajudam; alguns homens se espalham pelo sofá com bebidas, falando de futebol, política e dinheiro — tudo misturado. Outros discutem investimentos e imóveis.

— Filho, já vamos iniciar a ceia. Vai chamar sua mãe, por favor — pede Enzo a Benjamin.

Sem responder, Ben larga o que fazia e sobe as escadas até o quarto da mãe. A porta está entreaberta. Lá dentro, estão Beatriz e Sandra. Benjamin se prepara para entrar quando escuta:

— Ele me traiu com um viado, mana. Tá comendo um viado e sendo comido também. Eu vi a foto do cu dele no celular… “Dilema” era o nome do contato…

— Benjamin? — Ele se assusta ao virar e dar de cara com o avô Eduardo.

— Pode me ajudar aqui, amigão? — pede Eduardo.

— Po… posso! — Ben responde rápido. — Mãe, o pai tá chamando pra ceia.

— Claro, filho. Já estamos descendo.

Benjamin sai dali nervoso com o que ouviu. Vai até o quarto dele, onde Eduardo o espera. Entram com agilidade.

— Estou usando uma cinta. Eu sei que é estranho… e nem preciso, mas sua avó tá usando e me obrigou a usar também. Pode me ajudar a tirar?

— Claro, vô.

Eduardo tira a camisa polo, revelando a cinta preta bem apertada. Ben abre o zíper nas costas. Quando Eduardo se vira, seu corpo malhado ganha destaque. Ele respira aliviado. Benjamin, sem entender o motivo, não consegue desviar o olhar.

— Legal, né? Anos ensinando jovens a jogar futsal e dando dicas pros machos ficarem atraentes na academia deixam efeito — comenta Eduardo, se exibindo ainda mais.

— Sim… o senhor é… gostoso — diz Ben, surpreendendo até a si mesmo.

Eduardo sorri.

— Você acha?

— Acho… muito.

Ben percebe o que acabou de dizer e se assusta.

— A ceia já deve ter começado. A gente precisa descer — fala, nervoso, tentando sair.

Antes, Eduardo o segura.

— Me passa seu número depois. Somos família e nem temos o contato um do outro.

— Passo sim — responde Ben, sorrindo, e sai do quarto.

Na sala de jantar, o nervosismo dá lugar à animação. Quase todos já estão sentados. Ben se senta ao lado da mãe, à direita do pai, que ocupa o centro da mesa. À esquerda, o lugar de Eduardo está vazio. Do outro lado, Sandra deveria estar ao lado de Ben, mas Rafael ocupa o lugar. Sandra se senta longe, ao lado de Vasco e Helena.

Enzo bate levemente na taça e se levanta.

— Aqui estamos nós, mais um ano, mais um Natal…

Eduardo chega apressado e se senta.

— Pode continuar, filho.

— Mais um ano em que agradeço a Deus por cada um aqui. Mas, como sempre sou eu que falo, vamos mudar. Sandra, poderia fazer a honra?

Sandra se assusta, pensa por alguns segundos e se levanta.

— Não vou falar muito… Que Deus abençoe cada pessoa aqui…

Eduardo olha para Benjamin, que sustenta o olhar.

— Que cada momento vivido sirva de aprendizado…

Vasco encara Rafael, que mantém a cabeça baixa, a perna tremendo. Ben percebe e troca um breve sorriso com Artur.

— Que suas metas, por mais estranhas que sejam, possam ser alcançadas…

Artur olha para Ben.

— E, por fim, que a bela arte da surpresa natalina preencha nossos corações. Que seja uma noite linda.

Ela se senta emocionada. Todos aplaudem.

São 3h30 da manhã. Quase todos já dormem. Restam apenas Benjamin, Enzo e Rafael. Enzo bebeu demais e dorme largado no sofá.

— Pai, vai pra cama — diz Ben.

Sem resposta. Ele dormiu ali mesmo.

— Ele é teimoso, né? — comenta Rafael.

— Muito. O que tem de grande, tem de teimoso — Ben ri.

— Exato — Rafael concorda.

— Beatriz… Beatriz… — murmura Enzo.

Ben se aproxima.

— Beatriz, me chupa… chupa meu pau…

Ben o ajeita no sofá.

— Você ouviu isso? — pergunta a Rafael.

— Ouvi. É estranho.

— Nem me fala.

Ben vai até a cozinha buscar água. Rafael o acompanha.

— Percebi que você reparou no meu nervosismo hoje. Obrigado por isso.

— Não precisa agradecer.

Ben observa Rafael: 1,80 de altura, moreno, olhos claros. Uma pessoa boa… mas não tanto. Traiu sua tia com outro homem.

— Eu traí sua tia — Rafael diz, quebrando o silêncio. — E sei que foi errado. Principalmente por ter sido com outro homem…

— Foi bom? — Ben pergunta, impulsivo. — Tipo… ficar com homem?

Rafael se surpreende.

— É diferente de ficar com mulher. Não melhor, mas… bom, de um jeito diferente.

— Você… comeu?

Rafael ri.

— Também. Faço os dois. E você?

— Eu… nunca fiquei com homem. Só com mulheres.

— Mas tem curiosidade?

— Talvez…

O silêncio se instala. Um barulho os assusta. Ben vai até a sala, mas encontra apenas a janela aberta, o vento forte.

— Vou me deitar. Preciso dormir — diz Rafael. — Obrigado novamente, Benjamin.

Ele sobe as escadas, deixando Ben sozinho com o pai desacordado no sofá.

Ou quase.

Ben se aproxima de Enzo e percebe algo marcando a calça apertada. Extremamente marcado. Ben fica nervoso. Dá passos lentos até ele. Sua mente é puro tesão e curiosidade.

Ele toca. O próprio corpo responde.

Quando vai abrir o zíper, Enzo murmura:

— Me chupa… tô precisando…

Ben se afasta rápido.

— Pai, vamos pra cama. O senhor tá dormindo aqui faz tempo.

— Vamo, filhote… vamo…

Ben o ajuda a subir as escadas.

Ao chegarem ao topo, passos surgem da outra sala.

Eduardo aparece, vestindo uma roupa branca larga, aberta — expondo seu corpo tenso, duro como pedra.

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