Capítulo 0. O Início

Um conto erótico de BBCLover
Categoria: Heterossexual
Contém 2022 palavras
Data: 26/12/2025 10:08:07

Em 1979, um vírus assolou o mundo, alterando a biologia humana para sempre. Ele modificou geneticamente os nascidos a partir daquele ano, criando uma nova casta denominada pela ciência como MODIFICADOS, e popularmente conhecida como "aberrações" ou "estranhos".

Apesar de não apresentarem deformidades externas grotescas em comparação com os NORMAIS (a população não afetada ou nascida sem o gene ativo), a fisiologia interna e sensorial mudou drasticamente. As mulheres modificadas adquiriram uma sensibilidade avassaladora. Zonas antes secundárias tornaram-se primárias: a região anal tornou-se tão lubrificada e erógena quanto a vaginal, e a própria vagina desenvolveu uma estrutura interna capaz de transformar a penetração profunda — antes dolorosa — em uma necessidade fisiológica de prazer extremo.

Essas mulheres modificadas possuíam uma resistência parcial aos feromônios dos BULLS, o topo da cadeia alimentar masculina. Já as mulheres normais eram presas fáceis, totalmente suscetíveis a essa química, traindo parceiros e abandonando a razão ao menor sinal desse contato.

Os homens modificados dividiam-se em três categorias: primeiro vinham os SISSIES: Homens com sensibilidade similar à feminina com relação aos feromônios dos Bulls, desenvolvimento peniano atrofiado (micropênis de até 7 cm) e traços corporais feminilizados (curvas, pele macia). Em segundo, os NORMAIS, pejorativamente chamados pela sociedade em geral de CUCKOLD. esses eram a vasta maioria. Homens sem o gene dominante. Com pênis médios (15 a 16 cm), tornaram-se a classe trabalhadora sexualmente frustrada, frequentemente trocados ou humilhados pelas parceiras que buscavam algo ‘maior’ e melhor. Por fim, os BULLS. As anomalias genéticas do topo. Imunes a doenças, recuperação rápida e fisicamente imponentes. Sua marca registrada era o falo: brancos e mulatos oscilavam entre 25 e 28 cm; negros ultrapassavam facilmente os 28 cm, chegando a 32 cm ou mais. Eram os únicos a exalar o feromônio da dominação.

Nesse cenário, ergueu-se a Bull Red Light Corporation. Sediada em São Marcos, num complexo fortificado de alta tecnologia, a corporação monopolizou o que se entende por prazer. Com seus blocos administrativos, estúdios de gravação, laboratórios de P&D e parcerias com empresas diversas, basicamente industrializou a luxúria, transformando a nova biologia em lucro. Com seu projeto de expansão dos negócios, fez parcerias com a Cleanse Solutions e Erotique Designs, que em breve serão conhecidas.

Longe dos prédios espelhados da capital, a vida de Gil acontecia em meio a poeira das ruas asfaltadas de Santa Ana. O ano era 2000. Gil morava na fazenda do tio, a sudeste de Boa Vista, mas sua vida social e escolar pulsava a 20 km dali, na Escola Inês Bastos e, principalmente, no restaurante-bar de sua mãe.

A geografia de Santa Ana conspirava para o pecado. Na entrada da cidade, uma praça funcionava como um pulmão de comércio durante o dia e um coração de vícios à noite. Sendo um entreposto rodoviário, a praça atraía caminhoneiros, viajantes e homens solitários. Onde havia demanda, havia oferta. As mulheres que hoje a corporação chama polidamente de "talentos do job", na época eram apenas prostitutas batalhando pelo pão.

Entre elas estava Silvana.

Silvana era uma mulher jovem de 19 anos, classificada como Modificada. A sua aparência era um convite ao pecado carnal e cru. Baixinha, com 1,57m de altura e 60kg, ela era compacta e densa. A pele morena exibia marcas de biquíni nítidas no colo e nos ombros, prova de uma vida sob o sol. Os cabelos escuros e cacheados emolduravam um rosto espevitado e vivido.

Mas o que prendia o olhar dos homens — e do jovem Gil — era a metade inferior. Silvana tinha pernas grossas, fortes, que sustentavam uma bunda grande, redonda e empinada, desafiando a gravidade e o bom senso. Em contraste, os seus seios eram pequenos, naturais e visivelmente caídos e murchos, marcas indeléveis da amamentação e da maternidade. Longe de ser um defeito, essa característica conferia-lhe uma sensualidade real, acessível, de "mulher de verdade", sem silicones ou artifícios. Ela tinha tatuagens espalhadas pelo corpo, incluindo uma escrita cursiva no peito, e uma personalidade prática: "sem milagres nem frescuras".

Durante o dia, Silvana era a mãe de família que ajudava no restaurante da mãe de Gil. À noite, ou nos intervalos da vida, ela jogava o jogo.

Gil e Silvana tornaram-se confidentes improváveis. Ele, jovem, franzino e com uma delicadeza que beirava o feminino; ela, uma veterana dos desejos da carne. Silvana sentiu-se à vontade com o garoto. No início, houve até uma faísca de atração, ou talvez apenas o tédio dela buscando diversão.

As provocações eram constantes. Silvana usava saias jeans curtas que mal cobriam a curva inferior das nádegas e blusinhas finas que não escondiam o contorno dos mamilos murchos. — Gil, pega aquele pano pra mim? — pedia ela, debruçando-se sobre o balcão propositalmente, empinando o rabo na direção dele. Quando Gil passava por ela no espaço apertado entre as mesas, ela rebolava, esfregando a bunda macia na virilha do rapaz. Gil, ingênuo e carente, interpretava aquilo como um prelúdio de amor, não como o exercício de poder de uma mulher experiente sobre um menino.

A bolha de inocência começou a trincar com o Senhor Wilson. Um cliente assíduo e amante secreto da mãe de Gil, Wilson era o arquétipo do moralista de fachada. Um dia, chamou Gil num canto: — “Olha, garoto. Acho que vocês deviam se comportar. Ficar se esfregando assim... assusta os clientes. Sua mãe não ia gostar de saber dessa falta de respeito no estabelecimento dela.”

Gil sentiu a vergonha queimar o rosto. Mas não podia se livrar fácil daquela ilusão romântica que estava vivendo.

Foi em busca de conselho que Gil procurou Ezequiel. Ezequiel era o filho do dono de um bar adjacente. Tinha nessa época seus 25 anos, cínico, com a pele curtida e o olhar de quem já viu tudo o que a noite de Santa Ana tinha para oferecer. Ezequiel era um Normal, mas daqueles que a natureza compensou no limite da categoria. Não era um Bull, longe disso, mas carregava entre as pernas um pênis de 18 cm — uma medida respeitável, acima da média medíocre de 15 cm dos outros Normais. Ele não tinha a recuperação sobre-humana dos Bulls, precisando de tempo para recarregar após uma foda, mas sabia usar o que tinha com brutalidade e eficiência.

Gil encontrou Ezequiel limpando copos. Com o coração na boca, o jovem confessou: — “Zeca... eu tô gostando da Silvana. De verdade. O jeito que ela brinca comigo, as provocações... acho que ela também quer. Tô pensando em pedir pra ficar com ela, sabe? Namorar…”

Ezequiel parou de limpar o copo. Ele olhou para Gil, depois soltou uma gargalhada seca, rouca, que ecoou pelo bar vazio. — “Namorar? Gil, tu é muito inocente, moleque.” — “Inocente?” — perguntou Gil. Ezequiel riu de novo, balançando a cabeça. — “Gil, acorda pra vida. Eu já tive lace com ela. Eu comi foi o cu dessa doida até ela dizer para tirar e botar na buceta porque não aguentava mais…”

A frase atingiu Gil como um soco no estômago. A imagem romântica de Silvana desintegrou-se instantaneamente, substituída por uma visão gráfica e suja que a mente de Gil não conseguia bloquear.

Enquanto Ezequiel continuava a rir e a atender um fornecedor, Gil olhou para a porta de metal que levava aos fundos do bar. Ele sabia o que havia lá. Muitas vezes, durante o dia, quando o movimento caía, Ezequiel e Silvana baixavam a porta de enrolar pela metade e sumiam lá para trás.

A mente de Gil, fértil e agora envenenada pela revelação, reconstruiu a cena com uma clareza dolorosa. Não era amor. Era carne e desejo.

O "quarto" dos fundos não tinha reboco. As paredes eram de tijolos vermelhos expostos, assentados de qualquer jeito, dando ao ambiente uma atmosfera de obra inacabada, crua e vulnerável. Não havia cama, apenas um estrado de madeira baixo, improvisado, coberto por um colchão velho. Roupas jogadas — uma camisa masculina, uma bolsa preta barata — descansavam sobre uma cadeira de plástico, testemunhas silenciosas da pressa e da luxúria. A iluminação era precária, uma luz amarela e fraca que criava sombras longas e escondia a sujeira dos cantos, mas realçava o suor dos corpos.

Na visão de Gil, ele via Silvana ali. Ela estava de quatro sobre o colchão, cercada por tecidos desgrenhados — um lençol de listras vermelhas e pretas, áspero, contrastando com tecidos azulados e esverdeados embolados por baixo.

A cena era de um close-up extremo, íntimo e visceral. A pele morena das coxas e da bunda de Silvana brilhava sob a luz fraca. Ezequiel, o Normal bem-dotado, estava atrás dela. A mão dele, de tom de pele semelhante ao dela, estava espalmada sobre a nádega esquerda de Silvana. Os dedos de Ezequiel estavam abertos, pressionando a carne macia com força possessiva, criando pequenos sulcos na pele, o polegar e o indicador esticados num gesto de dominação e controle.

Mas o foco não era a mão. Era a penetração. Sendo uma Modificada, o ânus de Silvana não era apenas um orifício excretor; era um centro de prazer. E Ezequiel estava a usá-lo. A vulva de Silvana estava visível logo abaixo, os lábios num tom de rosa-avermelhado profundo, quase púrpura, pareciam distendidos, inchados pelo atrito e pela excitação. A abertura vaginal estava exposta, úmida e convidativa, mas ignorada naquele momento. O pênis de Ezequiel — um tom de pele ligeiramente mais claro que a glande rosada que desaparecia nas profundezas — estava focado no ânus. A imagem mental de Gil era de uma penetração forte e seca. O membro de 18 cm, grosso o suficiente para desafiar qualquer outro Normal, entrava e saía, esticando o anel muscular de Silvana.

— Aah... Zeca... devagar... — a voz dela ecoava na mente de Gil, não com doçura, mas com a urgência de quem precisa aliviar uma coceira biológica.

Num segundo flash mental, a perspectiva mudava. Agora a visão era de cima e de trás. Silvana estava debruçada, o rosto afundado no travesseiro encardido, os cabelos negros e cacheados espalhados pelas costas suadas. A coluna dela fazia uma curva suave, descendo até a tatuagem tribal na base das costas, logo acima do rego. As nádegas grandes e redondas, o orgulho de Silvana, estavam elevadas e separadas pelas estocadas de Ezequiel. O tecido listrado de vermelho e preto sob os joelhos dela roçava na pele a cada empurrão. Não havia beijos. Não havia "eu te amo". Havia apenas o som da carne batendo contra carne, a respiração ofegante de Ezequiel — que, por ser Normal, suava e gemia de esforço para manter o ritmo — e os gemidos roucos de Silvana, que recebia aquilo como uma necessidade fisiológica, uma manutenção do seu corpo modificado.

Ezequiel não era um Bull. Ele demoraria a recuperar-se. Depois daquilo, ele precisaria de água, de descanso, talvez de um cigarro. Mas naquele momento, naqueles 18 cm de mediocridade glorificada, ele era o dono daquela mulher.

De volta ao balcão, Gil olhava para Ezequiel com outros olhos. A admiração infantil desaparecera, dando lugar a um misto de nojo e uma compreensão fria e adulta. Era o despertar para uma realidade cruel.

— “Ela é mulher pra foder, Gil” — disse Ezequiel, secando as mãos num pano encardido, sem notar a devastação no rosto do garoto. — “Ela gosta é de sentir entrar com força. Se tu não tem rola para isso ou dinheiro para pagar, esquece. Amor não enche barriga nem buceta de mulher.

Gil saiu do bar atordoado. A praça de Santa Ana continuava movimentada lá fora. Caminhoneiros chegavam, ocupavam as mesas de bares e restaurantes, negociavam o prato de comida e a foda para depois. Silvana continuava a sorrir no restaurante da mãe dele, servindo mesas com aquele jeito espevitado, a bunda empinada roçando nas cadeiras, os seios murchos balançando sob a blusa fina.

Mas Gil sabia agora. Ele queria romance num mundo que tinha sido geneticamente reescrito para não ter nenhum. Ele queria romance onde só existia atrito, fluidos e transações. Aquele foi o dia em que Gil deixou de ser criança e começou a entender melhor as coisas. A partir daquele momento, quando ele via Silvana sorrindo muito, mantendo muita aproximação com qualquer homem ali, com certeza o plano deles era sexo. Mas o ciúme sempre o acompanhava, era mais forte que ele, na sua ilusão, sua paixão platônica por aquela mulher.

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