Capítulo 3 – Ciúmes pequenos

Da série Portas Fechadas
Um conto erótico de Anakin
Categoria: Heterossexual
Contém 1003 palavras
Data: 26/12/2025 09:42:34

Depois daquela noite, eu evitei olhar para Lara por dois dias inteiros.

Fugia para a biblioteca da universidade, ficava até mais tarde nas aulas práticas, inventava trabalhos em grupo que não existiam. Qualquer coisa para não voltar cedo e encontrar aqueles olhos castanhos me esperando com aquele sorrisinho de quem sabe exatamente o que está fazendo.

Mas o apartamento é pequeno demais pra fugas longas.

Na sexta-feira, cheguei em casa às sete da noite, cansado de um dia inteiro de provas e ônibus lotado. O cheiro de macarrão com molho de tomate caseiro já tomava a sala quando abri a porta. Lara estava na cozinha americana, de costas, mexendo a panela no fogão. Usava um short jeans curto, desfiado nas barras, e uma blusinha de alça fina que deixava as costas quase inteiras à mostra. O cabelo preto estava preso num rabo de cavalo alto, balançando a cada movimento.

“Demorou hoje, hein?”, disse sem virar, mas o tom era diferente. Mais seco.

“Tive prova”, menti em parte. Tinha tido, mas terminou cedo.

Ela virou o fogo baixo e veio pra sala, limpando as mãos no pano de prato. Parou na minha frente, os braços cruzados debaixo dos seios, empinando-os sem querer – ou querendo.

“Prova ou foi encontrar aquela sua amiga da engenharia? Como é o nome mesmo… Marina?”

Eu congelei. Marina era só uma colega de laboratório com quem eu trocava mensagens sobre exercícios. Nada além disso. Mas Lara tinha visto o celular vibrar no sofá uns dias atrás e lido o nome na tela.

“Foi prova, Lara. A gente só troca material de estudo.”

Ela ergueu uma sobrancelha, o olhar afiado.

“Sei. Ela manda coraçãozinho nas mensagens, né? Vi quando você deixou o celular aberto.”

Eu senti o rosto esquentar.

“Você mexeu no meu celular?”

“Não precisei mexer. Estava na tela de bloqueio.” Ela deu um passo mais perto, a voz baixando. “Você sabe que eu não gosto quando você fica muito grudado com essas meninas, Gabi. Elas só querem te usar.”

Eu ri sem graça, tentando desviar.

“Você tá exagerando. É só colega.”

Lara mordeu o lábio inferior de leve, um gesto que ela fazia quando estava nervosa ou irritada. Os olhos dela desciam pelo meu rosto, paravam na boca por um segundo, depois voltavam.

“Eu só… cuido de você. Somos tudo o que a gente tem, lembra?” A voz saiu mais suave agora, quase um sussurro. Ela esticou a mão e ajeitou a gola da minha camiseta, os dedos roçando meu pescoço de propósito. “Não quero que ninguém te machuque.”

O toque foi rápido, mas queimou. Eu dei um passo pra trás, sentindo o pau já reagindo só com aquela proximidade.

“Vou tomar banho”, murmurei, passando por ela rápido.

No banheiro, tranquei a porta – coisa que quase nunca faço – e liguei o chuveiro frio. Apoiei as mãos na parede, deixando a água bater na nuca, tentando esfriar a cabeça e o corpo. Mas a imagem dela ali, tão perto, o cheiro do molho misturado ao perfume doce dela, não saía da mente.

Quando saí, enrolado na toalha, o jantar já estava na mesa. Lara tinha posto os pratos lado a lado, como sempre. Sentou do meu lado no sofá – a gente come ali mesmo, a mesa de jantar virou depósito de livros.

Comemos em silêncio no começo. Ela enrolava o macarrão no garfo devagar, lambendo o molho dos lábios de um jeito que parecia inocente, mas não era. De vez em quando olhava de canto pra mim.

“Desculpa se eu fui chata”, disse de repente, a voz baixa. “É que… às vezes sinto ciúme. Você é meu irmão favorito, sabe?”

Eu ri, tentando aliviar.

“Seu único irmão.”

Ela sorriu de lado.

“Exato. Então é todo meu.”

O jeito que ela falou aquilo – “todo meu” – fez algo virar no meu estômago. Coloquei o prato vazio na mesinha e me levantei pra lavar.

Ela veio atrás, como sempre. Ficamos lado a lado na pia pequena. Eu lavava, ela enxugava. Nossos braços se encostavam toda hora. O short dela roçava na minha perna quando ela se esticava pra guardar um prato no armário alto. Em certo momento, ela se inclinou demais e o corpo inteiro encostou nas minhas costas por um segundo – os seios macios pressionando, o quadril encaixando no meu.

Eu parei de esfregar a panela.

Ela não se afastou logo.

Senti a respiração dela na minha nuca.

“Você tá tenso, Gabi”, sussurrou bem perto do meu ouvido. “Relaxa…”

Os dedos dela tocaram minhas costas de leve, traçando a espinha por cima da camiseta. Subiram até a nuca, massageando devagar. Eu fechei os olhos um segundo, o corpo inteiro arrepiado.

“Lara…”

Ela parou, mas não afastou a mão.

“Desculpa”, disse, mas a voz não parecia arrependida. “É que você trabalha muito. Queria te ajudar a relaxar.”

Ela saiu da cozinha devagar, deixando o pano de prato na pia. Quando passei pelo quarto dela pra ir pro meu, a porta estava aberta. Lara estava deitada de bruços na cama, de shortinho e regata, olhando o celular. As pernas dobradas pro alto, balançando devagar, a bunda empinada marcando o tecido esticado.

Ela ergueu o olhar e sorriu.

“Boa noite, maninho. Sonha comigo.”

Eu fechei a porta do meu quarto com força, deitei na cama e apertei o travesseiro no rosto.

Porque eu sabia que ia sonhar.

E sabia que ela também sabia.

(Fim do Capítulo 3)

Galera, muito obrigado mesmo por todo o carinho nos comentários e mensagens! Vocês não imaginam o quanto me motiva ver que estão gostando de “Portas Fechadas”. A Lara está só começando a mostrar as garras, e o Gabriel… coitado, tá resistindo o quanto pode kkk. Prometo que a tensão vai subir muito ainda!

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Coloca “Portas Fechadas” na mensagem que eu fico todo bobo vendo que é de vocês 💜

Beijo enorme em cada um e até o Capítulo 4 bem rapidinho!

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