Quem disse que quero parecer mulher, quem falou que eu não gosto de mulheres. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Sou o que pode ser chamado de hétero passivo.
Me identifico com a heterossexualidade (evidente), mantenho relações "afetivossexuais" com mulheres (essas relações podem ser através do meu vínculo matrimonial ou casual, com ou sem vínculo afetivo), rejeito qualquer traço de feminilidade em mim ou nos parceiros, sinto prazer penetrando mulheres, mas nas relações com homens quero ser penetrado.
Adoro uma "chave" abrindo meu armario.
Antigamente os homens se dividiam em: machos e bichas, sendo o macho o que comia outros homens e as bichas os sujeitos que eram comidos. O comedor não perdia o status de macho, inclusive em algumas situações tal fato era uma prova de sua virilidade. Vide minhas histórias com fatos de minha adolescência, quem me comia, não fazia questão de esconder,eu era uma espécie de troféu para exibir e mostrar a macheza deles. Hoje quem né come, já não se expõe.
Eu acho que foi essa conexão atual, de tanto quem come,como quem dá são homos, que gera a homofobia.
O cara gosta de pica ou de cuzinho, mas não quer ser entitulado de gay, bicha, viado.
Hoje em dia, o que mais se vê, são machões radicais, que de tantas vontades, canalizam esse tesão, na violência.
Sobre isso, tenho uma amiga piscologa, que fala sempre, metaforicamente.
" Eu não gosto de jiló, nem por isso eu bato nele. Se você não gosta de gay, não precisa bater, é só não comer".
Comecei esse texto com um pensamento, e ele foi se norteando pra outro caminho.
Pois sei que dar é muito bom
Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar.... sem amar
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo, ou no aniverário
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto, te deixa de quatro
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
