30 Dias (Dias 05 e 06)

Da série 30 Dias
Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 5723 palavras
Data: 24/12/2025 01:16:37
Assuntos: Anal, Gay, Oral, Sexo

Dia 05

Hoje o Ande teve que acordar bem mais cedo para ajudar o pai dele em alguma coisa que não perguntei. É estranho acordar e ele não estar dormindo ainda. Vou para o meu banho e depois desço para tomar meu café da manhã. Ficar sem o Ande pela casa é complicado; ainda não me sinto muito à vontade, mas estou com fome, então não tenho escolha. Pelo menos, ao que parece, não tem ninguém em casa. Aproveito para tomar meu café tranquilo, depois subo para o quarto, ligo o computador e vou jogar algo até meu amigo voltar.

Acho que hoje vamos para a academia em outro horário de novo. Pelo menos amanhã vai ter o tal torneio de Magic que o Ande comentou; estou animado para voltar a jogar, faz muito tempo que parei. Já arrumei meu deck e montei boas estratégias, estou confiante. Aproveito para falar com minha mãe e minha namorada; mando mensagem para as duas perguntando como estão as coisas e falando que estou legal. Porém, antes de soltar o celular e voltar para o jogo, chega mais uma mensagem: uma do John.

Trocamos nossos números no dia da festa; peguei até o da Mônica também. Quando abro a mensagem, vejo que ele me mandou uma daquelas mídias de visualização única. Achei meio estranho, mas abro a foto mesmo assim. Meu coração acelera e meu pau começa a ganhar vida: John está sentado em uma cadeira, com as pernas abertas, segurando seu membro ereto e bem rígido. Seu corpo malhado tem gotas de suor; só aparece uma parte da boca, não dá para ver o rosto, mas reconheço os traços. O nude é dele mesmo, tenho certeza. O pau do John é grande e cheio de veias.

Não sei o que fazer ou pensar. Quero fechar a foto, porém meu corpo não me obedece e fico ali olhando. John é um cara bonito e, pelo jeito, bem dotado. Deve comer muitas meninas; entretanto, o que está martelando na minha cabeça é o motivo de ele ter me mandado essa foto. Não está fazendo muito sentido. Respiro fundo e saio da foto. Por ser de visualização única, não posso ver de novo. Estou pensando em mil formas de questionar, porém John se adianta em uma mensagem me pedindo mil perdões.

Ele fala que a foto era para outra pessoa, uma mina que ele está paquerando, e acabou mandando para mim sem querer. Ainda assim, mandar uma foto dessas por engano é difícil. Entretanto, vou aceitar que foi mesmo um erro e esquecer o que vi. Mando uma mensagem falando que acontece e que não liguei. Quis escrever para ele tomar mais cuidado no futuro, mas achei que já seria demais, então desisti.

O caso foi dado por encerrado... ou foi o que achei. Na minha mente, a rola do John fica voltando e voltando; ele tem um pau bonito. Poderia até estar ganhando dinheiro com OnlyFans. Ele é educador físico, então o corpo malhado daquela forma é normal. Por curiosidade, entro no Insta dele e começo a ver suas fotos de sunga ou com roupas de treino. Calções de praticar esportes normalmente têm o tecido fino; percebi nas fotos que ele tem mesmo um volume considerável. Nunca tinha reparado nisso antes.

Leva um tempo até me tocar que estou manjando a rola de outro cara. O que está acontecendo comigo? Não sou assim, não sou de ficar avaliando pintos alheios. Antes de sair do Insta dele, percebo que ele me colocou no Close Friends. Algo me diz para não ir lá, só que a curiosidade venceu e fui ver os stories. A primeira foto é de ontem à noite, dele na academia; tem outra dele com uns amigos jantando fora.

Até então, tudo bem. Só que ele postou dois stories no Close: um de cueca na frente do espelho, o pau duro e bem marcado. Meus olhos estão arregalados. Ele é todo raspado, não tem pelos. Nessa foto, o celular está na frente do rosto, mas dá para ver um sorriso de safado. Na segunda foto, John está na mesma posição do nude que mandou, só que de cueca box branca. O pau está tão duro que parece que vai escapar da cueca a qualquer momento. Minha língua passa nos meus lábios de forma involuntária; meu corpo inteiro está tremendo.

Queria ver o nude dele de novo, mas é melhor que não possa. Meus pensamentos já estão me traindo muito. Só consigo pensar que vou vê-lo hoje e não faço ideia de como vou conseguir não manjar a rola dele pessoalmente. Não sou assim, não sinto atração por homens, mas conheço bem a sensação de quando quero pegar uma mina, e estou com essa mesma sensação agora sobre o John.

Caralho. Vou para o banheiro tomar um banho; talvez a água gelada resolva esses pensamentos estranhos. Me esforço muito para não me masturbar pensando nele. Nem arrisco ver um pornô, porque posso acabar pensando nele e me arrepender depois. Ainda estou digerindo o fato de ter batido uma cheirando a cueca do Alisson... tem algo de muito errado comigo. Preciso comer uma mina.

O Ande volta perto da hora do almoço. Estou cem por cento focado no jogo e tentando parecer normal. Meu amigo não notou nada, ainda bem. Conversamos sobre The Last of Us enquanto a mãe dele nos chama para almoçar. O almoço estava ótimo e ainda teve sorvete de sobremesa. A mãe do Ande me deu uma bronca por lavar a louça de novo, mas a tranquilizei falando que era uma forma de matar a saudade de casa.

De volta ao quarto, o Ande estava todo animado. Ele percebeu minha curiosidade e contou o motivo:

— Hoje a gente vai poder ir na Lagoa!

— Lagoa?

— É uma lagoa que tem aqui na cidade. Lá à noite é cheio de lugares legais para comer, tem bar também. Como a gente não bebe, vamos comer uma pizza top hoje.

— Esse lugar me parece caro, Ande. Não posso gastar tudo na primeira semana — falei, sendo responsável.

— Eu vou pagar! Ajudei o meu pai no trabalho e ganhei uns trocados do velho. Relaxa. — Não quero te dar despesa...

— Renan, considere isso uma compensação por ter te deixado ir sozinho para a casa do John — ele fala com um sorriso.

Ficou combinado: academia à tarde e Lagoa à noite. Tiramos uma soneca depois do almoço. Ande apagou rápido, já que acordou cedo. Eu também estava com sono, mas desci para tomar água. Quando chego na cozinha, dou de cara com o Alisson. Ele está usando um calção de futebol branco, bem fino — acho que está sem cueca — e com uma camisa do Corinthians no ombro. Acabou de chegar da academia, suado, cabelos molhados e rosto vermelho. Fico olhando para ele por o que pareceu uma eternidade.

— Cadê o Anderson, Renan?

— Dormindo — respondo, evitando contato visual.

— Entendi. Você vai fazer o que agora?

— Nada, só esperar ele acordar.

— Você pode me ajudar com uma coisa então? — Fico surpreso com o pedido.

— Posso, claro.

— Massa. Vou só tomar banho e já te chamo.

Esperei uns vinte minutos no quarto até ele aparecer, agora de calça jeans e camisa polo branca. O perfume amadeirado dele veio de longe. Alisson tirou a moto da garagem e me deu um capacete reserva. O momento foi constrangedor porque eu não sabia onde segurar. Com o Ande, seguro nos ombros, mas com o Alisson... dei um jeito de me segurar na própria moto (na alça traseira).

Ele pilota melhor que o Ande. Fomos até o escritório dele na prefeitura; ele estava todo arrumado e eu de bermuda e havaianas, mas ele não pareceu se importar.

— Carolina comprou um armário. Vamos pegar na loja e levar para a casa da mãe dela. Vim só pegar a chave da caminhonete do trabalho — explicou. Carolina é a noiva dele.

No carro, seguimos em um longo silêncio. Ele é muito sério e intimidador. Tudo o que eu sabia é que ele torcia para o Corinthians, enquanto eu sou Fortaleza desde moleque. Descarregamos a estante desmontada na casa dos sogros dele e foi rápido. O Ande me mandou mensagem puto, dizendo que o irmão era um babaca por ter me pedido ajuda, mas eu não me importei. Alisson já pagou açaí para mim, era o mínimo que eu podia fazer.

Às 15:30, fomos para a academia. Meu dia estava bom até eu ver o John. Depois de ver o que vi, não sabia como me comportar. Ele agiu como se nada tivesse acontecido. As coisas iam bem até eu precisar deitar no banco para o supino e ele se posicionar atrás de mim para ajudar. O problema era que o pau dele ficava muito perto do meu rosto. Comecei a suar frio e meu pau deu sinal de vida; sorte que a cueca era apertada.

O nude do John não saía da minha cabeça. Terminar o treino foi uma tortura. Saí de lá correndo e, no banho em casa, não aguentei. Imaginei o John batendo uma, segurando aquele pau grande e firme, tirando a foto para seduzir. Comecei a me questionar: qual seria a sensação de pegar no pau de outro cara? Mão de homem é diferente, deve ter uma pegada mais firme.

Acabei entrando em um site pornô e pesquisei por "oral gay". Ver aquilo me deu um tesão absurdo, o mesmo que sinto vendo duas minas juntas. Imaginei o John me chupando e gozei muito. Preciso encontrar uma forma de lidar com isso, ou o Ande logo vai desconfiar das minhas idas demoradas ao banheiro.

À noite, fomos para a Lagoa. O lugar é lindo, com um vento geladinho. Vários amigos do Ande apareceram, inclusive o John (que estava lindo, diga-se de passagem) e a Mônica.

— Só você para me fazer vir para isso — a Mônica brincou.

A noite foi divertida, a pizza era de outro nível e o clima entre o Ande e a Mônica até que estava em trégua. Voltamos para casa quase meia-noite. O Ande estava eufórico.

— Te falei que ia gostar da pizza! — ele disse, orgulhoso.

— Estava boa mesmo. Se eu ganhar amanhã no Magic, pago um sushi para a gente.

Ele foi tomar banho e eu fiquei esperando. Quando desci para beber o último copo d'água, vi a porta do quintal aberta. O Alisson estava lá sozinho, de samba-canção, lendo no Kindle.

— Algum problema? — perguntei.

— Só calor mesmo. Quer um pedaço de chocolate? — ele ofereceu.

Aproximei-me dele e peguei um pedaço. Estava bem ao lado dele.

— Sabe, pensei que você não gostava de mim — confessei.

— Nem te conheço direito, como não gostaria? — ele respondeu.

— Sei lá, é que você nunca sorri.

— Sorrio sim. Para sua informação, sou o mais divertido da família — ele abriu o sorriso mais bonito que já vi na vida.

Rimos juntos, mas então o clima mudou. Ele me olhou nos olhos e eu retribuí. Ficamos em silêncio até que nos inclinamos um para o outro. Alisson beijou minha boca.

Não foram borboletas no estômago, foram fogos de artifício. Meu corpo entrou em brasa. Mordi o lábio dele e a língua dele penetrou minha boca. Nunca fui beijado assim; foi o melhor beijo da minha vida e, ao mesmo tempo, o mais aterrorizante. A barba rala, a pegada forte... beijar um homem é completamente diferente.

Não teve agarração, foi só o beijo. Nenhum de nós recuou até o beijo terminar naturalmente. Assim que nos separamos, o pânico bateu. Corri sem dizer uma palavra para a minha rede. Meu coração estava disparado, o mundo girando. Fiquei acordado até o amanhecer, tentando me convencer de que fora um sonho.

Fiz merda no quinto dia das férias. Ainda faltam 25 dias para voltar para casa. Isso definitivamente foi para a lista de coisas que eu nunca tinha feito na vida.

Dia 06

Como acordar depois de um sonho? Não faço ideia. O gosto de chocolate em minha boca me faz questionar se foi mesmo um sonho ou não. Alisson me beijou ou fui eu que o beijei? Nem sei dizer o que aconteceu, só uma coisa é certa para mim: foi bom. Bom mesmo. A boca macia dele, o gosto de chocolate, a barba rala dele me fazendo cócegas, o calor irradiando do corpo dele.

Se isso é um beijo, posso dizer que eu era BV — boca virgem — todo esse tempo. Foi como uma droga que me levou às nuvens e agora vem a rebordosa. Estou fodido. Como vou explicar para o Ande que meti a língua na boca do irmão dele? A noiva do Alisson com certeza vai querer me matar. No que eu estava pensando? O próprio Alisson vai acabar com minha raça. De repente, um medo percorre meu corpo; é como se meus membros pesassem toneladas e não consigo sair da rede. Porém, preciso enfrentar.

Levanto e vou ao banheiro. Durante o banho, me lembro do beijo e meu pau já começa a ficar “animado”. Que sina essa minha. Termino meu ritual matinal e desço para a cozinha em busca de minha sentença. Vejo a mãe do Ande preparando café.

— E aí Renan, dormiu bem? — Ela não parece saber.

— Dormi sim, obrigado.

— Tem pão, queijo e presunto. Você quer ovos?

— Não, obrigado.

— Tá aí o café, pode comer. O Ande disse que você está comendo pouco por vergonha, precisa disso aqui não. Pode comer que se não der, compramos mais — ela fala sendo gentil.

Alisson aparece na cozinha. Ele está com a roupa que usa no trabalho: calça jeans e uma polo branca, seus cabelos penteados, o perfume amadeirado tomando conta do ambiente. Ele é tão bonito. Olho para seus lábios, mas logo me arrependo e desvio o olhar.

— Bom dia — ele fala com tom normal.

— Bom dia — respondo, enquanto minha mente pensa em mil coisas que ele possa estar pensando agora.

— Mãe, vou almoçar com o pessoal do trabalho hoje, vai ter comemoração do aniversário da secretária do chefe.

— Tá bom, filho.

Ele sai me deixando apenas um aceno de cabeça. Será que foi mesmo um sonho? E, por agora, é melhor assim. Talvez ele também esteja processando o que aconteceu. Alisson não parece o tipo que trai a noiva; ele nunca sai para festa sem ela e, tirando a academia, ele está no trabalho ou em casa, fora que ela marca colado em cima dele.

Mas aí me vem a pergunta: por que ele me beijou e por que eu o beijei de volta? Foi bom e fico molinha só de lembrar, de imaginar os braços dele em volta de mim. Meu lado pervertido até imagina como teria sido pegar no pau dele na hora. Será que ele ficou duro como eu durante o beijo? São tantas perguntas, porém nenhuma pode ser respondida. Melhor deixar isso para lá. Foi bom, mas pelo jeito essa é uma daquelas coisas que fazemos uma única vez na vida e nunca mais ninguém fala a respeito.

No fim, foi bom ele não ter comentado nada, assim não preciso lidar com isso de uma forma ruim. Posso só guardar na lembrança — já que nunca vou esquecer esse beijo — e seguir com a vida. Em meio aos meus pensamentos, Ande chega até a mesa da cozinha. Tomo um susto quando ele fala comigo; disfarço e já puxo o assunto para o torneio a que iremos hoje. Ande é desatento, com ele é fácil fingir que está tudo bem. Vou ficar assim até meu organismo enfim se acalmar, afinal foram muitas emoções para um dia só.

Fomos para a academia pela manhã mesmo. Um dia depois, ainda estava desconfortável ver o John e não pensar no nude dele. Pelo menos isso desviou meus pensamentos do beijo na noite passada. Foi o dia de malhar perna; logo quando pensei que o pior já havia passado, me veio esse inferno que é treino de perna. Nossa, saí de cada aparelho com as pernas tremendo. John teve até que me ajudar algumas vezes.

O problema de ter o John tão perto ajudando é que ele fica bem perto. Não posso nem reclamar, porque meio que arrumei um personal para mim. É tão difícil conseguir a atenção desses caras para te ajudar quando precisa, mas ele não; John era atencioso com todos, parece gostar mesmo do que faz e, diga-se de passagem, ele é muito bom mesmo. Ele explica tudo com muita paciência e calma.

Depois de seis dias, posso dizer que sim, odeio academia, mas malhar com Ande ainda é melhor do que ficar “sozinho” na casa dele. Odeio a sensação de que estou incomodando ou sendo folgado; se não fosse o beijo, acho que teria acabado lavando a louça de novo. Acho que só estou com muita coisa na cabeça, tenho que tentar esfriar um pouco.

— Mais tarde vamos tomar umas lá em casa, querem aparecer?

— John nos convida.

— A gente não bebe — falei.

— É, mas acontece que não vai ter só birita. Os coroas saíram, foram para a casa da vó, meu irmão e eu estamos chamando algumas pessoas lá para casa.

— Ah, então vai ter mulher? — perguntou Ande.

— Com certeza, mano.

— Então vamos aparecer sim — disse Ande já animado.

— Tem certeza, Ande? — perguntei depois só para ele.

— Cara, estamos solteiros. Quer dizer, você tem um passe livre, vamos aproveitar.

— Se você diz.

— Vamos, cara, vai ser massa.

Depois da academia, voltamos para casa para almoçar e preparar tudo para o torneio que aconteceria no final da tarde. Mandei mensagem para a Mônica perguntando se ela iria estar na festa, ao que ela confirmou que sim. Fiquei mais aliviado, já que se não arrumasse ninguém, “sozinho” eu não ficaria. Ande ia com toda sede ao pote, esse iria transar com certeza. Eu já não sei; se aparecer alguém legal, melhor não dispensar, pode resolver esse meu problema recente.

Aproveitei para tirar um cochilo depois do almoço. Foi mais como uma desculpa para não encontrar com Alisson pela casa de novo. Acredito que estou lidando incrivelmente bem com tudo isso, porém ainda existe uma chance de surto da minha parte. Para variar, sonhei com Alisson me beijando de novo, só que no sonho ele me segurava com força e eu conseguia sentir seu membro rígido como o meu, o perfume dele me deixando zonzo e completamente entregue a ele.

Senti ele no meu pescoço, estava delirando de tesão quando acordei com Ande me chamando. Ele disse que já era hora de começar a me arrumar. Iríamos comer algo e nos dirigir para o local, que é uma loja de produtos geeks voltada especialmente para Magic. Fico surpreso de ver algo assim em um interior; Magic é mesmo um jogo muito popular, afinal.

Consigo ter a sorte de não cruzar com Alisson em casa ainda. Iríamos para uma festa, então as chances de fechar o dia sem vê-lo de novo eram grandes. Ande e eu nos arrumamos e partimos para a loja de Magic. Já tinha algumas pessoas por lá, tinha alguns amigos da academia que reconheci, mas a grande maioria não fazia ideia de quem eram. O torneio cobrou uma taxa de inscrição: o primeiro colocado (no caso, o vencedor) leva tudo e mais um brinde; o segundo colocado só ganha o brinde. Paguei minha inscrição e fiquei esperando o sorteio das chaves.

De início, levei um pouco de tempo até voltar à minha antiga forma, mas por sorte me deixaram crescer o suficiente na partida e com isso me classifiquei para a final. Ande, que por sorte não caiu no meu mesão, também conseguiu passar. Nas partidas a seguir, os outros jogadores já não estavam me dando muito espaço, porém já era tarde demais para eles. Fui sem pena para cima do jogo, até me lembrei da sensação que tinha antes quando jogava nos campeonatos da minha cidade. Meu deck verde e azul estava no ponto que queria, não teve para ninguém.

Queria ir para a final contra o Ande, mas ele bobeou e acabou perdendo. A final foi meio dura, só que minha cara de blasé fez o meu adversário ficar nervoso. Comecei perdendo até, só que quando ninguém imaginava, virei a partida e derrotei o cara com uma jogada linda. Peguei minha grana e dei o brinde para o Ande, já que seria o prêmio dele como segundo colocado. Afinal, o pai aqui não perde.

— Hoje a janta é por minha conta — falo para o Ande.

— Sushi! — ele comemora.

Alguns caras vêm falar comigo para me parabenizar e perguntar coisas sobre meu deck. Falo com todos; afinal, ser bom não quer dizer que posso ser petulante. Ainda joguei algumas partidas com o pessoal até a hora de ir para casa. Tinha muito tempo que não me divertia tanto fazendo algo que gosto. Percebi que meus atuais amigos da escola não gostam das mesmas coisas que eu. Quando Ande foi embora, tive que parar com tudo e começar a gostar de outras coisas para me enturmar; talvez por isso meu segundo ano foi tão ruim.

— O que foi, Renan? — Ande perguntou me entregando o capacete.

— O quê? — Você está todo distraído aí.

— Ande, você é meu melhor amigo, porque é fácil ser seu amigo.

— Oh, para, senão eu choro — falou zoando.

— Seu besta, ano passado foi difícil sem você.

— Para mim também, Renan. Num lugar novo, demorou muito até que eu conhecesse essa galera que joga.

— Você não teve um amigo próximo que nem eu? — pergunto.

— Nem cheguei perto. Você é meu brother, Renan, e depois que comecei a namorar e ficar com as gatinhas daqui, meio que para mim ficou de boas e nós ainda estávamos jogando pelo PC.

— Até sua ex embaçar — falei colocando o capacete e subindo na moto.

— Já me desculpei por isso — ele fala pondo o capacete e ligando a moto.

Voltamos para casa. Escuto a voz do Alisson assim que entro em casa; meu coração acelera, então apresso um pouco o passo. Por sorte ele está no quarto dele com sua noiva. Passo direto e vou em direção ao quarto do meu amigo no andar de cima. Ande para para falar com a mãe dele. Uma hora ou outra vou ter que olhar para o Alisson nos olhos de novo, então preciso ser homem e só deixar passar assim como ele fez, por mais difícil que seja.

Para não ficar muito tarde, Ande e eu nos arrumamos logo para irmos comer nosso sushi, depois iríamos direto para a casa do John. Quando estamos saindo, Alisson chama o Ande. Prefiro não esperar e vou direto para a moto esperar por ele. Quando Ande chega até mim, está com cara feia.

— Que foi?

— Alisson acha que sou empregado dele, só pode. Quer que eu compre sushi para ele e para o encosto — meu amigo fala meio puto.

— Que encosto?

— A noiva dele — solto uma risada involuntária.

— E qual o problema? — pergunto.

— Já vamos para lá mesmo.

— Só que não vamos voltar aqui só para entregar o jantar desses folgados. Disse para ele que se quiser sushi, ele mesmo vá comprar.

Espero que não, penso. Seguimos para nosso destino. Só tem um restaurante de sushi na cidade e nem é lá grande coisa, mas dá para comer e o preço não é tão absurdo quanto pensei que seria.

— Sério, cara, Alisson é muito folgado — Ande fala.

— Ele parece legal — falei.

— Porque ele não é teu irmão, mas se quiser a gente troca — mais uma vez rio, só que agora de nervoso.

— Não, minhas irmãs são chatas, mas amo elas — falei.

— Por falar nisso, a Rayane ainda está solteira?

— Vai se foder, Ande. Nunca que vou deixar você pegar uma das minhas irmãs — agora foi a vez dele rir.

— Por que não?

— Porque ela é mais velha que você e porque não quero meu melhor amigo com minha irmã, isso é esquisito para caralho.

— Acho que sim, mas olha, se você quiser pode namorar meu irmão.

Nesse momento engasgo com o refri; o Ande gargalha alto da minha reação. Sigo ele na risada para tentar me passar. Ainda bem que era refri — se fosse um pedaço de sushi, este que vos narra teria ido "de Americanas". Assim foi fácil voltar a respirar.

Quando se fala no diabo, ele aparece. Foi só o Ande falar do irmão que vejo ele chegando com a noiva no sushi. Nessa hora agradeci o Ande e ele não gostarem de ser vistos juntos em público, assim Alisson senta longe da gente. De vez em quando meu olhar encontra o dele; por mais que me esforce, não consigo não olhar para ele.

— E aí, vamos? — falo, incomodado por estar ali.

— Ainda está cedo, acho que vou pedir outro combinado.

— Para onde vai tudo que você come, Ande?

— Sou atleta, cara, preciso comer bem — ele fala fazendo o músculo.

— Tá, mas pede logo porque estou indo pagar a conta antes que o Alisson faça isso de novo — digo me dirigindo para o caixa.

Faço o pedido do Ande e encerro nossa conta. Pago com o dinheiro que ganhei no torneio e ainda sobrou um pouco; foi mesmo um bom negócio, afinal. Depois de pagar a conta, fui para o banheiro. Lá, o banheiro masculino fica ao final de um corredor estreito. Quando saio do banheiro, dou de cara com Alisson. Ele sorri para mim e minhas pernas falham. Ele diz oi e respondo oi. Ficamos assim um tempo, até que percebo que ele quer usar o banheiro, então passo por ele. Só que passei a centímetros dele, beco maldito. Pude sentir o perfume dele, que já sou viciado. Meu pau ficou meia bomba logo de cara, isso porque nem encostei nele, só passei perto. Ele entrou no banheiro enquanto me ajeitei para não ficar com o pau marcando na bermuda jeans que estou usando e volto para a mesa.

Por via das dúvidas, sento de costas para onde Alisson está com a noiva. Espero Ande terminar de comer para enfim podermos sair dali. Fomos direto para a casa do John. Hoje a garagem estava fechada, mas dava para ouvir a música vindo lá de dentro. Ande foi estacionar a moto e eu fui apertar a campainha. Mônica foi quem abriu a porta para a gente.

— Nossa, que pontualidade britânica é essa, amigo.

— Não ando em festas, Mônica, sou da igreja — respondo.

— Falei para ele que ninguém chega cedo, mas esse ansioso queria vir logo — Ande fala.

— Já estão aqui, então entrem.

— Que música é essa?

— Estou ouvindo uma música muito diferente tocando.

— Patê e Cachaça. Tem que aproveitar enquanto os pagodeiros não chegam e se apossam da JBL — respondeu Mônica.

— Até que gostei — disse Ande, que adora coisas alternativas.

John está lindo como sempre, de bermuda jeans preta e uma blusa lisa branca. Ele está usando uma corrente no pescoço e um relógio prata no pulso: o hétero pagodeiro básico. Além dele tem só uns dois amigos, uma mina, o irmão dele e a cunhada, além da gente é claro. Com o tempo vão chegando mais amigos; o que seria uma coisa só com alguns amigos logo vira uma festa como no dia do aniversário. Ande já se deu bem no início da festa e foi para a garagem com uma mina muito gata. Fiquei conversando com a Mônica, que era a única pessoa que conheço e que está relativamente disponível.

— Se solta, boy — ela disse.

— Não sei, nem conheço ninguém aqui.

— Atá, como se fosse difícil tu pegar alguém aqui hoje.

Mônica não pôde continuar comigo; o namorado levou ela para dançar. Nem sabia que ela dançava pagode com ele, mas pelo jeito um casal ideal precisa de concessões. Fiquei com meu refrigerante sentado vendo todos se divertirem. Até que ver bêbados dançando é legal também. No meu terceiro copo de Coca-Cola precisei ir ao banheiro. Sei que tem um banheiro na cozinha, só que quando chego nele tem alguém usando e, pelos gemidos, vão demorar. Por sorte vejo o irmão do John indo pegar outra cerveja na geladeira.

— Cara, preciso mijar e tem gente usando aqui — falo.

— Cara, usa o dos meus pais, é o primeiro quarto do corredor. Pode ir lá que não estamos deixando qualquer um usar não.

— Valeu, mano.

Sigo para o banheiro no quarto dos pais dele. Por sorte não tem ninguém usando mesmo, consegui mijar tranquilo. Só que ao sair do banheiro vejo John se pegando com uma mina no quarto. Ela já está só de roupa íntima e ele sem camisa. Vou para a porta para sair logo do quarto e não atrapalhar o rolê deles, mas John segura meu braço e sorri. Estou confuso e de pau duro. A mina é morena e tem o peito pequeno e durinho do jeito que gosto. Ele a guia até mim e, quando vejo, estou beijando ela enquanto ele a enconcha por trás. Depois ela se vira e beija ele; beijo seus ombros, ela tem a pele macia. Aproveito para tirar minha roupa também, fico só de cueca assim como o John. Ele tira o sutiã dela e a faz se ajoelhar; ela é safada, logo tira o pau dele da cueca e enfia na boca. Ver o pau dele de perto me deixa todo arrepiado. Tiro meu pau também e ela logo vem me chupar.

Tal hora ela tenta pôr os dois na boca. Um choque percorre meu corpo no momento em que meu membro encosta no dele. Ela se levanta e volta a nos beijar. John pega umas camisinhas no bolso da bermuda dele, me entrega uma e pega outra. Não perco tempo e coloco a capa no meu pau. Ela me faz deitar na cama e vem por cima de mim, sentando no meu pau. Começo a meter nela sem pena, a puta geme alto, vou metendo forte até que meu pau escapa de dentro dela. Aí acontece o que não estava esperando: John segura no meu pau e coloca dentro dela de novo. A mão quentinha dele no meu membro quase me faz gozar.

Mudamos de posição e as coisas ficam ainda mais quentes quando ela tira minha camisinha porque quer me sentir no pelo. Sei que é loucura, mas meu tesão está a mil. John se deita, ela deita por cima dele fazendo um meia-nove e pede para mim meter no cuzinho dela. Caralho, que puta safada. Não faço ela pedir duas vezes; começo a comer o cu da safada. Vou metendo e ela vai pedindo mais. Enquanto isso, John chupa a bucetinha dela. Uma coisa começa a me passar pela cabeça... Só deixo rolar. Numa das metidas, tiro do cuzinho dela e soco na bucetinha dela. Meu plano funciona melhor do que esperava: sinto a língua do John no meu saco. Minha alma sai do corpo. Ele começa a lamber meu saco e meu pau; enquanto chupa, ela acaba me lambendo no processo. Cara, que tesão.

Quando acho que não pode melhorar, ele tira meu pau de dentro dela e soca na boca. Não sei se todo boquete de cara é bom assim, mas posso te dizer que o do John é perfeito. Meto umas três vezes na boca dele e depois volto a socar na bucetinha dela. Quando sinto que vou gozar, tiro de dentro dela e gozo em cima da bunda dela. A safada senta no pauzão do John depois e me chupa deixando meu pau limpinho. Essa mina é a mais safada que já comi na vida. John faz ela gozar deixando ela toda fodida; ele é o único que não gozou.

Ela levanta e vai ao banheiro se limpar. Tanto ele quanto eu estamos mortos deitados na cama um do lado do outro, mas ele ainda está com o pau duro. John se levanta para ir ao banheiro, mas levanto junto e seguro ele pelo braço. Tô no inferno, vou abraçar o capeta. Colo minha testa na dele e seguro seu pau. John fecha os olhos e curte a punheta que estou batendo para ele. O pau dele é maior que o meu, bem mais grosso; minha mão mal fecha em volta dele. Sinto o bichão pulsando na minha mão. Sua respiração fica ofegante. Cuspo na minha mão e acelero o movimento de vai e vem. John fala no meu ouvido que vai gozar, então paro o movimento e seguro o pau dele com mais firmeza. Ele geme e começa a gozar em cima do meu pau, me sujando com sua porra. Caralho, nunca uma punheta foi tão foda assim.

Vamos para o banheiro nos limpar, depois saímos do quarto. A mina continua aos beijos com John. Eu pego outro copo de Coca-Cola e vou para a garagem. Decidi que foi bom e que não tenho que surtar com isso agora; surtar não vai mudar o fato que um cara me chupou e que eu toquei uma para ele. Depois penso sobre isso com calma. Acabei de descobrir que quem estava gemendo no banheiro era a Pri, que se trancou lá com Ande. Meu amigo solteiro não perdoa ninguém mesmo.

Ficamos nessa festa por mais um tempo até Ande me dizer que tínhamos que ir para casa antes que a mãe dele começasse a ligar, porque já era perto da meia-noite. Então fomos para casa. Cara, que loucura. Nunca pensei que faria um ménage; agora tinha dois para a conta. John chupou meu pau e bati uma para ele... que loucura, velho. Queria contar para o Ande, porém achei melhor deixar só para mim. Não sei como ele iria reagir, então contei só as partes do ménage que não envolviam a boca do nosso amigo no meu membro e minhas mãos no dele. Assim ficou melhor.

— Essa festa rendeu mesmo então — Ande fala todo animado. — Sim, rendeu mesmo. — Cara, você tem que quebrar essa regra de não poder comer a mesma mina duas vezes. — Não adianta, Ande, sou fiel à minha namorada. — Isso seria minha garantia de que não tocaria no pau do John de novo, mesmo que eu meio que quisesse.

Em casa, tomei meu banho. Lembrei do que aconteceu e fiquei bem feliz, só que uma coisa me preocupava mais do que minha experiência com John: se estava com vontade de bater uma com John, a vontade de beijar o Alisson de novo era infinitamente maior. Bem, não tem o que fazer. Atualizo minha lista de coisas que nunca pensei que faria na vida e dou por encerrado meu sexto dia de férias.

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