A luz da manhã entrou pelas frestas da janela de madeira como lâminas douradas, cortando a penumbra do quarto. O som do mar lá fora estava diferente, mais manso, sem a fúria da noite anterior. A tempestade tinha passado. Dentro da casa, porém, o que tinha começado na escuridão só estava se transformando.
Patrícia acordou devagar, não com um susto, mas com uma sensação. Primeiro, o calor. O quarto estava abafado, o ar pesado, com um cheiro de sal, suor e algo mais espesso. Depois, a consciência do peso e da textura sob seu corpo.
Ela não estava sozinha na cama. Isso, ela sabia. Mas a forma como estava deitada era mais do que apenas “apertado pra caber”.
Sua cabeça descansava no ombro direito de Bruno, encaixada ali como se aquele lugar tivesse sido feito para isso. O braço dela atravessava o peito dele, a mão espalmada bem abaixo da clavícula, sentindo o subir e descer da respiração lenta. A perna dela estava jogada por cima da perna dele, coxa com coxa, pele com pele.
E havia o outro ponto de contato. Aquilo que a fez abrir os olhos de uma vez, o coração disparando.
Alguma coisa dura e quente tocava sua coxa interna, bem perto da virilha. Não era um osso. Não era joelho. Era algo mais cilíndrico, mais vivo.
As lembranças da noite anterior voltaram em ondas.
Ela lembrou do trovão. Da corrida na chuva. Do corpo nu do irmão sob os relâmpagos. Da toalha ridícula. Do convite para a cama. Do colchão afundando com o peso dos três. Do jeito que, no escuro, ela se aproximou, encostou a perna, deslizou a mão pela barriga dele. Lembrou da ponta de seus dedos roçando nos pelos pubianos. Lembrou de ter deixado a mão ali, quase na base do pau dele, sentindo apenas a vibração, sem ter coragem de apertar.
Não tinha sido um sonho.
Agora, à luz fraca do amanhecer, tudo estava mais nítido — e mais perigoso.
Ela levantou o rosto devagar, sem mover o resto do corpo. Olhou para baixo.
O lençol tinha escorregado durante a noite, e agora cobria apenas até um pouco abaixo do umbigo de Bruno. O resto estava exposto. O peito dele, largo, com o desenho dos músculos, o mamilo escuro, a linha de pelos descendo da metade do esterno até desaparecer no início dos pelos pubianos.
E o pau.
A ereção matinal estava ali, com toda sua arrogância. Deitado um pouco para o lado, voltado em direção à mãe, mas encostando também na coxa da irmã. A base dele saía de um emaranhado de pelos pretos, grossos, molhados de suor. O tronco se erguia grosso, cheio, as veias azuis destacadas sob a pele esticada. A cabeça era larga, roxa, brilhando com uma pequena gota de líquido translúcido na ponta.
Patrícia engoliu em seco. O coração batia forte o suficiente para sacudir seu peito.
Sua mão, que durante a noite tinha parado cautelosa nos pelos do baixo-ventre dele, agora coçava para descer mais.
Ela olhou para o rosto dele. Os olhos estavam fechados. As sobrancelhas relaxadas. A boca entreaberta. Parecia dormir profundamente.
Mas ela lembrava de como, na madrugada, a respiração dele tinha mudado quando a ponta dos dedos tocou a base do pau. Como o corpo dele ficou mais tenso por um segundo, antes de se render.
*Ele sabe que eu encostei.* A ideia a excitou e aterrorizou na mesma medida. *E não tirou minha mão.*
Ela afastou a mão do peito dele, deixou-a escorregar pela pele quente. Passou pelo esterno, pelo abdômen, sentiu os gomos firmes sob a ponta dos dedos. Chegou à linha de pelos. A respiração dele deu uma pequena pausa, quase imperceptível, mas que ela sentiu.
Patrícia hesitou. Tudo dentro dela gritava que era errado. Que aquele era o irmão. Que aquilo era incesto. Crime. Pecado.
Mas a lembrança da noite anterior — do tamanho daquele pau, dele nu na chuva, da toalha mal cobrindo o volume — empurrava seus dedos para frente.
Ela deixou a mão deslizar mais alguns centímetros.
Os dedos entraram na mata de pelos. A palma da mão encontrou a base do pau. Era ainda mais grosso do que ela lembrava.
Por um segundo, ela só pousou a mão ali, sem apertar. Sentiu a pulsação. O sangue passando. O calor irradiando.
Bruno não se mexeu. Mas um músculo na mandíbula dele tremeu. A veia do pescoço saltou um pouco mais.
*Ele está acordado.* Ela soube na hora. Ninguém finge tão bem o próprio corpo.
Sentindo-se corajosa e condenada ao mesmo tempo, ela fechou os dedos ao redor do tronco. Não conseguiu fechar completamente. Faltou espaço. A grossura fazia com que as pontas dos dedos não se tocassem do outro lado.
Um arrepio atravessou a espinha do irmão.
Ela começou um movimento leve. Subiu um pouco, sentindo a textura da pele deslizando sob seus dedos, a tensão endurecendo ainda mais. Desceu de novo até a base. Uma vez. Duas vezes. Três.
A respiração de Bruno, antes lenta e uniforme, começou a ficar mais pesada. Ele ainda não abriu os olhos. Mas o peito subia e descia mais rápido.
Do outro lado da cama, Cristina se mexeu.
O coração de Patrícia quase explodiu. Ela soltou o pau de repente, como se tivesse tocado numa chapa quente, e fechou os olhos, voltando a encostar a mão no peito dele, fingindo um meio abraço de sono.
Cristina abriu os olhos devagar. A claridade a incomodou por um segundo. Virou de lado.
Ela viu a cena do ângulo dela: o filho deitado de costas, corpo exposto até a cintura, o lençol amontoado na altura da barriga; a filha enroscada nele, a cabeça no ombro, um braço sobre o peito, a perna por cima da perna dele. Era uma imagem de "família", poderia ser inocente, não fosse o detalhe que a fazia prender a respiração.
O pau dele ainda estava duro. Ela conseguia ver o contorno sob o lençol amarrotado. E, mais do que isso, sentia na pele — a parte de trás da coxa ainda lembrava da pressão daquela carne durante a noite, quando ela o havia sentido encostar em sua bunda. O corpo dela sabia.
— Bom dia... — Cristina disse, a voz mais baixa e rouca do que o normal.
Bruno abriu os olhos. Precisou de um segundo para voltar ao mundo. Lembrou da tempestade. Lembrou da corrida. Lembrou da cama. Lembrou da bunda da mãe roçando no pau. Lembrou da sensação de uma mão — leve, hesitante — na base do seu pênis durante a madrugada.
E agora, ao acordar, lembrava nitidamente da sensação de dedos apertando e subindo há poucos instantes.
Ele virou o rosto. Os olhos foram bater direto nos de Patrícia, que fingia ainda estar despertando.
— Bom dia — ele respondeu, a voz grave, carregando o subtexto de tudo que não podia ser dito.
— Dormiram bem? — Cristina perguntou, tentando parecer casual, mas os olhos fugiram para a região coberta pelo lençol.
— Melhor do que na barraca — Bruno disse, com um sorriso torto.
Patrícia se afastou um pouco, devagar, como se estivesse simplesmente se alongando. O corpo dela, porém, ainda vibrava com o toque proibido que tinha acabado de acontecer.
Quando finalmente os três se levantaram, cada um fingiu que estava apenas cansado da tempestade. Ninguém comentou a postura na cama. Ninguém falou da mão que não deveria ter descido tanto. Mas todos sabiam.
A barreira tinha trincado.
***
O café da manhã foi improvisado. Pão francês amanhecido, manteiga, café forte. O rádio velho na cozinha pegava uma FM com chiado de vez em quando. Uma música lenta de pagode romântico tocava no fundo, falando de traição e segredos.
Bruno vestia um short de moletom seco que achara no fundo da mala. Sem cueca novamente. Cada passo fazia o tecido roçar na glande ainda sensível, lembrando-o da mão da irmã.
Patrícia estava de shorts jeans e um top cropped simples, mas a sensação da pele do pau dele na palma da mão a perseguia como um fantasma. Ela mal conseguia segurar a xícara sem tremer.
Cristina, em um short de algodão e uma regata larga sem sutiã, sentia os mamilos raspando no tecido a cada movimento, como se a sucção imaginária da boca de um bebê — ou de alguém mais velho — tivesse deixado aquela região em carne viva.
— A chuva parou de vez — Cristina comentou, olhando pela janela para o céu azul que começava a se impor. — A praia deve estar vazia. Só a gente.
— Bora descer então — Bruno disse logo, com uma pressa que denunciava mais fuga do que entusiasmo.
— Eu vou trocar de biquíni — Patrícia falou, levantando-se tão rápido que quase derrubou o café.
No quarto, a porta fechada, ela se encostou por um segundo e respirou fundo. Tirou o top, ficou só de sutiã e short. O espelho do guarda-roupa devolveu a imagem de seus próprios olhos arregalados, a respiração curta.
— Você é louca — ela sussurrou para si mesma. — Louca.
Mas quando abriu a gaveta de roupas de banho, a mão foi direto no biquíni branco.
***
A areia estava quente sob os pés descalços. Um vento leve trazia o cheiro do mar misturado com alga e um leve odor de manguezal distante. Não havia viva alma na faixa de areia à frente da casa. Era como se a ilha tivesse sido reservada só para eles naquele dia.
Bruno fincou o guarda-sol como se estivesse descarregando a tensão no metal.
Cristina esticou a canga, e Patrícia jogou-se ali, de barriga para cima, o biquíni branco já marcando os seios e o contorno dos mamilos por baixo.
— Eu vou entrar na água — Bruno anunciou, tirando a camiseta e revelando o tronco nu ao sol. As costas largas, o V bem marcado dos músculos que desciam em direção ao cós do short, a linha de pelos negros desaparecendo ali. — Não demorem.
Ele correu em direção ao mar, sem olhar para trás. Precisava do choque da água para tentar apagar, nem que fosse por alguns minutos, a lembrança da mão dela. Cada passo, porém, fazia o pau semi-erecto balançar dentro do short, pesando, lembrando-o de que não havia água fria suficiente no mundo para resolver aquilo.
Na areia, Cristina e Patrícia tiraram as cangas e se acomodaram nas cadeiras de praia.
O biquíni vermelho de Cristina parecia menor à luz do sol do que no espelho do quarto. O tecido esticava no limite, abraçando os seios generosos, comprimindo-os no centro, criando um vale profundo de pele morena.
— Lembra que você ficava de topless aqui? — Patrícia perguntou, sem tirar os olhos do filho que já mergulhava na arrebentação.
— Lembro — Cristina respondeu, ajeitando os óculos escuros. — Você e Bruno corriam na areia, faziam castelo, eu ficava tomando sol.
— Eu achava lindo você andando pra lá e pra cá sem se preocupar — Patrícia disse, virando o rosto para a mãe. — As outras mães ficavam cochichando. Os pais ficavam babando. Você não tava nem aí.
Cristina riu, um pouco nostálgica.
— Era outra época. Vocês eram crianças. Ninguém ligava.
— Ele ligava — Patrícia insistiu, apontando com o queixo para o mar. — Você acha que o Bruno não lembra?
Cristina acompanhou o olhar da filha. Bruno saía da água, caminhando devagar, o corpo brilhando de gotas que escorriam, o short preto colando nas coxas, delineando claramente o volume pesado entre as pernas.
Um arrepio percorreu a coluna dela.
— A praia tá vazia, mãe. — Patrícia desamarrou a alça do pescoço do próprio top. — Vai ficar uma marca horrível se a gente não tirar.
Cristina hesitou por um segundo. Sabia que não se tratava de marquinha. Sabia que o que ela estava escolhendo ali não era só uma decisão sobre tom de pele.
Mas quando Patrícia soltou o fecho nas costas e tirou o top, deixando os seios livres, apontados para o céu, o orgulho ferido e a competitividade feminina falaram mais alto.
— Eu fico muito tempo sem vir pra praia — Cristina murmurou. — Que se dane.
Ela puxou a cordinha do próprio top, o tecido cedeu, e os seios maduros ficaram à mostra.
O sol os beijou. O vento os arrepiou. Os mamilos escurecidos se enrijeceram quase de imediato.
Patrícia virou o rosto para o corpo da mãe.
— São lindos, mãe — ela falou, sem ironia. — Maiores que os meus.
— Cresceram quando eu fiquei grávida de você e do Bruno — Cristina respondeu, mais para si mesma. — E nunca mais voltaram.
— Os meus são mais duros. Os seus são mais grandes. — Patrícia levantou uma mão e, sem pensar demais, pousou-a brevemente na lateral de um dos seios da mãe. A pele era quente, a carne macia.
Cristina se sobressaltou, mas não afastou a mão.
— Tá vendo? — Patrícia continuou, agora falando mais baixo. — Homem gosta dos dois tipos. E ele... — os olhos dela voltaram para o mar, onde Bruno retornava — ...tá olhando.
Bruno parou alguns passos antes de chegar às cadeiras. Ficou ali, em pé na areia, ofegante, a água escorrendo das costas. Olhou.
Viu os seios da irmã apontando para o sol, pequenos mas redondos, mamilos rosados. Viu os da mãe, pesados, a aréola grande e escura, mamilos grossos, quase inchados.
O short molhado não teve chance. O pau, que já estava meio rijo desde o café da manhã, encheu de sangue de novo, esticando o tecido, formando uma protuberância clara na frente.
Cristina percebeu. Ao invés de cruzar os braços, estufou discretamente o peito, como quem “se ajeita na cadeira”.
— Vem sentar, filho — ela disse, apontando para a areia ao lado. — A areia ainda tá molhada, mas seca rápido.
Ele se jogou no chão, de pernas semi-abertas, fingindo olhar para o horizonte. As duas mulheres, no entanto, sabiam muito bem que ele estava lutando para não encarar diretamente os seios delas.
Patrícia decidiu não facilitar.
— Passa protetor nas minhas costas? — Ela pediu, entregando o frasco e virando-se de bruços na cadeira. O movimento fez com que os seios se espalhassem um pouco para os lados, e um mamilo escapasse parcialmente pela lateral, quase visível para ele.
Bruno pegou o frasco. As mãos estavam úmidas, um pouco tremidas. Espremeu o produto na palma, espalhou e pousou as mãos nas costas dela.
A pele de Patrícia era quente, macia e firme. Ele começou no ombro, espalhando o protetor em movimentos circulares. Desceu lentamente pela coluna, sentindo cada vértebra sob os dedos.
— Mais forte — Patrícia murmurou, com o rosto apoiado no braço. — Tô tensa ainda da noite.
Ele obedeceu. A pressão das mãos aumentou. A massagem ficou mais parecida com um amasso do que com um cuidado de pele. Sua mão chegou à linha da calcinha. Parou.
— Mais embaixo — ela guiou, quase num sussurro.
Os dedos dele entraram um pouco sob o elástico, tocando a parte superior das nádegas, onde a curva começava a ficar mais pronunciada. A pele ali era mais macia, mais quente.
Patrícia soltou um gemido curto.
Cristina observava a cena deitada do lado, por trás dos óculos escuros. O ciúme queimou, ácido, na garganta. Viu o filho tocando a filha como um homem toca uma mulher. E viu a filha aceitar como uma mulher aceita o toque de um homem.
— Minha vez — ela disse, tentando manter a voz neutra, mas precisando participar de algum jeito.
Virou-se de bruços também.
Bruno engoliu em seco. Agora eram as costas da mãe. Mais largas, mais maduras. As alças do biquíni não estavam mais lá. O tecido vermelho abandonado na canga deixava claro: se ele tocasse muito para os lados, alcançaria o seio.
Ele repetiu o processo. Ombros. Escápulas. Meio das costas. A mão escorregando com o óleo. Chegou na altura do sutiã — que não existia. Sentiu a lateral do seio pela costela. A carne cedeu um pouquinho sob a pressão.
Cristina não fez som nenhum, mas os dedos dos pés dela se contraíram na areia, denunciando o efeito.
Ele poderia ter parado ali. Poderia ter recuado.
Mas em vez disso, na hora de "espalhar melhor" o produto, os dedos delinearam a base invisível do seio pela lateral, como se contornassem um semicírculo imaginário.
O bico do peito roçou na canga.
Um arrepio atravessou a coluna de Cristina.
— Tá bom, filho — ela murmurou, não porque estivesse ruim, mas porque, se deixasse, não ia querer que ele parasse.
Ela se virou de costas de novo, deixando os seios ao ar de novo, um pouco mais avermelhados, o mamilo um pouco mais duro.
Os três ficaram em silêncio por alguns minutos, fingindo aproveitar “o sol da manhã”. Mas aquele silêncio não era neutro. Era denso. Cada um preso no próprio labirinto de pensamentos sujos.
***
Quando voltaram para a casa, o sol tinha subido mais, e a casa estava um forno. Bruno largou o cooler na cozinha e disse que ia até o mercadinho buscar gelo e mais cerveja.
Assim que ele saiu, Patrícia jogou-se na cama do quarto de casal, de cara para cima, apenas de calcinha. Arrancou o sutiã, arremessou longe. O ventilador girava preguiçosamente.
— Eu tô ficando maluca — ela falou, encarando o teto.
Cristina, sem sutiã também, se jogou do lado, de calcinha bege simples. Os seios balançaram, livres, repousando natural sobre o peito.
— Você não é a única — a mãe respondeu.
Patrícia virou o rosto.
— Você viu ele hoje de manhã? — perguntou, sem rodeios. — Na cama.
— Vi — Cristina admitiu, sem fingir. — Vi você grudada nele. Vi ele grudado em mim. Vi... tudo.
— Eu encostei — Patrícia confessou, como se estivesse falando num confessionário. — Primeiro ontem à noite. Só um pouquinho. Senti os pelos. Parei. Mas hoje... eu peguei mesmo. Apertei.
Cristina fechou os olhos. A imagem mental da filha com a mão no pau do irmão era tão forte que ela sentiu fisicamente na própria mão.
— E?
— Parece que não acaba nunca — Patrícia disse, girando o pulso no ar, como se medisse algo invisível. — É duro. Muito. Mas a pele é lisa. E quente. Eu achava que ele ia pular da cama, brigar comigo. Ele fingiu que tava dormindo. Mas eu vi, mãe. Ele prendeu a respiração. Ele gostou.
Cristina inspirou fundo.
— Claro que gostou. Ele é homem. E você é... você.
— Você já imaginou isso? — Patrícia se virou de lado, apoiando a cabeça na mão, encarando o perfil da mãe. — Antes. Quando a gente morava todos juntos. Você já pensou que ele... que ele podia ser homem demais?
Cristina manteve o olhar no teto por mais alguns segundos, lutando contra a vergonha, até escolher a honestidade crua.
— A primeira vez que eu vi ele de pau duro — ela começou, a voz baixa — foi sem querer. Ele devia ter treze anos. Entrei no quarto pra pôr roupa pra lavar. Ele tava dormindo, só de cueca. O lençol tinha escorregado. Eu... vi o volume. Não era de menino. Eu saí do quarto tremendo. Fiquei o dia inteiro fingindo que não tinha visto. Mas toda vez que eu via ele, eu lembrava.
— E pensava o quê? — Patrícia insistiu, cruel.
— Pensava que... se ele não fosse meu filho... — Cristina não completou. Um rubor violento subiu pelo pescoço.
Patrícia sorriu triste.
— Você não tá sozinha, então.
As duas ficaram em silêncio. O ventilador rangia.
Patrícia esticou a mão devagar e pousou-a no seio esquerdo da mãe. Apertou com delicadeza. Sentiu o peso. A textura.
— Eles são tão diferentes dos meus — ela murmurou, fascinada. — São mais... cheios.
— São velhos — Cristina rebateu, mas não afastou a mão da filha. — Já amamentaram vocês dois. Não são mais peitos de menina.
— Não são velhos. São enormes. Homem deve ficar louco.
Os dedos dela deslizaram até o mamilo. Era grosso, comprido. Ao beliscá-lo levemente, sentiu endurecer mais. Uma resposta involuntária.
Cristina soltou um pequeno suspiro.
— Para, Patrícia...
— Você não mandou eu parar ontem na sala — a filha retrucou, lembrando do toque de Bruno sob o top. — E nem hoje na praia, quando ele roçou a mão em você.
Cristina fechou os olhos. O queixo tremeu de leve.
— Chupa — ela disse, de repente, as palavras escapando antes de passarem pelo filtro da razão. — Só pra você saber como é.
Patrícia piscou.
— O quê?
— Você perguntou como é quando um homem chupa. — Cristina virou um pouco o corpo, oferecendo melhor o seio. — Começa assim.
Patrícia aproximou o rosto, hesitante. O cheiro da pele da mãe chegou primeiro: sabonete, sal, um fundo de suor seco. Abriu a boca e abocanhou o mamilo.
Cristina arqueou levemente as costas. Um gemido baixo escapou. A língua da filha passando no bico duro disparou sensações que ela não sentia fazia anos.
Patrícia chupou com mais coragem. Usou os dentes de leve. A mão livre apertou o outro seio.
— Mais devagar — Cristina sussurrou, uma mão indo para os cabelos da filha, guiando o ritmo. — Isso. Assim. Homem gosta quando você suga a base e brinca com a ponta.
O som de pneus na brita do lado de fora as fez se separarem como se um raio tivesse caído entre elas.
— O gelo! — Patrícia arregalou os olhos, limpando a boca com as costas da mão.
Cristina puxou rapidamente uma regata do pé da cama e vestiu. Não deu tempo de sutiã. Os seios ficaram soltos por baixo, mamilos duros apontando contra o tecido fino.
Patrícia pegou a primeira camiseta que viu e enfiou pela cabeça. A camiseta era larga demais, e, sem sutiã, o balanço dos seios dela ficou evidente.
Quando Bruno entrou pela porta do quarto, com o saco de gelo numa mão e um pacote de cerveja na outra, parou.
Por um segundo, tudo o que viu foi a composição: a mãe na beira da cama, respirando um pouco mais rápido, os cabelos um pouco bagunçados, a regata grudando nos mamilos; a irmã sentada ao lado, as bochechas coradas, a boca entreaberta, os lábios úmidos, o peito arfando sob o algodão fino.
O saco de gelo escorregou de sua mão e caiu no chão com um baque surdo, espalhando gotas.
Os olhos dele desceram, sem permissão, para o seio da mãe. O tecido da regata estava manchado num ponto, uma marquinha úmida sobre o mamilo, como se tivesse sido lambido ou sugado.
Ele entendeu na hora.
Os olhos subiram para a boca da irmã. A imaginação preencheu as lacunas.
O pau dele, que já vinha meio acordado só de lembrar do toque da manhã, endureceu com uma violência que quase doeu, tentando abrir o zíper do short.
Ninguém falou nada nos três primeiros segundos.
Cristina foi a primeira a se mexer. Levantou, pegou o saco de gelo do chão.
— Demorou — ela disse, como se aquilo fosse a coisa mais importante a comentar. A voz saiu um pouco mais rouca do que gostaria.
Bruno olhou para as duas. Sabia, com uma certeza instintiva, que tinha chegado no meio de algo. E a parte dele que ainda se importava com moralidade quis perguntar. A outra parte, a que mandava mais, apenas pensou:
*Se elas fazem isso sozinhas, o que farão comigo aqui dentro?*
E nesse momento, algo virou de vez dentro dele. Não era mais só desejo. Era estratégia.
Ele sorriu, devagar, sem humor.
— Tava fila no caixa — respondeu, as palavras automáticas, enquanto a mente já começava a planejar.
A tempestade lá fora tinha passado. A de dentro da casa acabara de entrar no olho do furacão.