Eu preciso contar isso pra alguém. Ou talvez só pra mim mesmo. Não sei quando passou da linha de irmãos pra esse desejo que me tira o ar. Não sei se foi um erro. Ou se foi só… inevitável.
Mas a verdade é que tudo começou com algo pequeno. Um clique. Uma pasta.
Um conto erótico.
Velma é minha irmã mais velha, três anos mais velha para ser mais exato. A gente cresceu junto, trocando confidências, rindo dos outros, fazendo piadas internas, passando tardes vendo filmes e dormindo um no quarto do outro como se fosse a coisa mais natural do mundo.
E era. Natural.
Até deixar de ser.
Naquela tarde, eu estava ajudando ela a fazer um trabalho da faculdade, eu tinha prometido.
Era coisa chata: gráficos, leitura de artigos, cruzamento de dados. O tipo de coisa que só funcionava se a gente estivesse comendo besteira e ouvindo música velha ao fundo.
Velma estava de pijama quando começamos. Depois, disse que ia tomar banho, que voltava rapidinho.
— Pode ir abrindo as planilhas no meu computador, tá?
— Beleza — respondi.
Entrei no quarto dela.
Mesmo com a janela aberta, o ambiente tinha o cheiro leve dela: algum hidratante com baunilha ou coisa assim. Familiar.
Sentei na frente do notebook, abri o navegador… e, como um idiota curioso, comecei a bisbilhotar pastas.
Nem sei por que fiz isso.
Talvez por tédio. Talvez porque estava ali, aberto. Talvez porque era o quarto da Velma, e a gente nunca teve segredos.
Mas teve uma pasta. Uma que chamou minha atenção. Ela estava oculta. Dentro de outra. Com um nome discreto: "Referências.txt".
Cliquei.
E quando abri, encontrei contos eróticos. Muitos.
Títulos como:
“meu irmão na varanda”
“A chuva e o toque”
“Brigando com minha irmã acabou acontecendo”
“Ele nunca soube o quanto eu o desejava”
Meu coração acelerou.
Abri o primeiro.
"Ela chegou em casa com a blusa molhada. Eu não deveria olhar, mas olhei. A gente nunca tinha passado da nenhuma linha proibida, mas ali, entre as paredes secretas e a vontade contida, tudo mudou."
Fechei.
Abri outro.
"Era meu irmão mais velho. Eu conhecia o cheiro dele, o som da risada dele. Nunca pensei que conheceria o gosto da pele dele também."
Comecei a suar.
Cada conto que eu lia falava de desejos escondidos entre irmãos, de pele que se conhecia demais, de olhares demorados, de toques acidentais.
E a maioria deles tinha algo em comum: irmãos que se descobriam intimamente depois de situações inusitadas.
Eu não sei explicar. Mas ler aquilo me mexeu de um jeito estranho. Não era só tesão. Era… um espelho que eu não sabia que existia.
E então ela voltou.
Ouvi a porta rangendo devagar. Olhei rápido para a tela. Fechei as pastas, como se tivesse sido pego vendo algo proibido.
Ela entrou no quarto enxugando os cabelos com uma toalha pequena e usando uma camisola curta, cor clara, que grudava um pouco na pele molhada.
Meu corpo travou.
— Tudo certo aí? — ela perguntou, sorrindo.
— Sim — menti. — Nada demais.
Ela sentou na cama, cruzou as pernas com naturalidade.
A camisola subiu um pouco.
Pela primeira vez na vida, eu notei as coxas dela. De verdade.
Grossas. Brancas. Bonitas.
O decote revelava parte dos seios.
A toalha nos cabelos deixava o pescoço à mostra, e havia algo no cheiro dela, o cheiro fresco do banho, da pele hidratada, que me deixou inquieto.
Ela pegou o notebook do meu colo com um movimento simples.
— Vamos terminar esse trabalho antes que a fome vença, né?
Assenti, mas eu mal ouvia o que ela dizia.
Porque naquele momento, com a pele brilhando, com aquele corpo que eu sempre vi como de minha irmã, com os contos ainda ecoando na minha mente…
Eu percebi o quanto Velma era bonita.
E sensual.
E real.
E como eu devia ter sido cego pra nunca ter reparado antes.
****
Depois daquele dia…
Depois de encontrar os contos no computador da Velma… As coisas mudaram dentro de mim.
Não entre nós — ainda não. Mas dentro de mim, tudo começou a se agitar. Passei a reparar nos detalhes. Nas curvas dela quando sentava de pernas cruzadas. No jeito como o moletom às vezes deixava o contorno dos seios marcado. No cheiro doce e quente que ela carregava depois do banho, ou até mesmo depois de uma caminhada leve, quando o suor era sutil e delicioso.
Os seios. Eu comecei a pensar neles com frequência. No tamanho médio, no peso sobre as mãos, na textura da pele, no gosto que teriam se eu passasse a língua devagar sobre eles.
E eu sabia…
Eu sabia que isso era errado. Ela era minha irmã. Mas quanto mais eu tentava lutar contra, mais ela se infiltrava nos meus pensamentos.
Me peguei me masturbando pensando nela. Primeiro, com culpa. Depois, com desespero. Logo depois do orgasmo, o sentimento era horrível.
A vergonha me consumia, e eu me deitava de lado, ofegando, prometendo a mim mesmo que seria a última vez.
Mas nunca era.
No dia seguinte, bastava ver ela me abraçando como sempre fazia, um abraço apertado, peito colado no meu, aquele toque leve na nuca, e tudo voltava.
Tentei me afastar. Recusar os abraços. Diminuir os toques. Mas ela notava. E ficava triste. E eu… eu não sabia se queria fugir ou me perder de vez.
Até que uma noite… as coisas mudaram ainda mais.
Era uma sexta.
Nossos pais tinham viajado. A casa era só nossa. Depois do jantar, nos jogamos no sofá comendo pipoca e decidimos ver um filme aleatório.
No começo era comédia, bobo, com personagens que lembravam a gente: dois amigos de infância que implicavam um com o outro, riam alto, dormiam juntos no sofá.
Mas então…
O filme mudou de tom. Começaram os olhares demorados. Os silêncios. Os toques que ficavam tempo demais.
A cena cortou para os dois personagens no quarto, rindo, até que um deles encosta o rosto no outro… e o beijo acontece.
A trilha sonora suave, o clima íntimo, a respiração entrecortada. E ali, sentado no sofá com a Velma ao meu lado, eu fiquei desconcertado. Comecei a suar.
O pau endureceu dentro da bermuda de moletom, e o pior: não era por causa do filme.
Era por causa da presença dela, do calor do corpo dela ao lado do meu, da forma como a camisola dela moldava os quadris, a barriga, os seios.
— Tá tudo bem? — ela perguntou, me olhando com os olhos semicerrados, num tom suave.
— Sim — menti. — É só o calor…
— Renan…
— Hm?
— Eu te conheço. Fala.
Eu não falei.
Mas eu olhei.
Olhei pra ela como não devia.
Ela estava de lado, com uma das pernas dobradas no sofá. A camisola curta subia, revelando parte da coxa carnuda e lisa. Os seios moldavam o tecido de forma perfeita, e eu consegui ver o contorno dos mamilos sob o pano.
A boca dela estava úmida. Ela sorriu de leve, meio provocando, meio protegida pelo tom de brincadeira.
— Você ficou excitado com o filme?
— Não — respondi, envergonhado.
Ela baixou os olhos e apontou discretamente para o volume entre minhas pernas.
— Os homens… não conseguem esconder aquilo.
Engoli seco.
— Desculpa… — murmurei, sem saber onde enfiar a cara.
Mas ela não riu de mim.
Ela falou com doçura, quase sussurrando:
— Não precisa ficar envergonhado.
Esse tipo de história… amigos que se conhecem de outro jeito… é mais comum do que você imagina.
Tem um público bem fiel, inclusive.
— Eu… não sabia.
— Sabia que existe até de irmãos?
Eu tremi. Ocoração acelerou.
Ela me olhou nos olhos e segurou minha mão. Os dedos dela se entrelaçaram nos meus, com firmeza e carinho.
— Vem comigo — disse.
— Onde?
— Pro meu quarto.
Quero te mostrar uma coisa.
Meu coração batia como se quisesse fugir. Mas minhas pernas se moveram com ela.
E quando entramos no quarto, com a luz amarelada do abajur acesa, com o cheiro dela por todo lado, eu já sabia:
Nada seria como antesVelma me puxou pela mão até o quarto dela, com aquele andar calmo, quase distraído, mas que me fazia perceber o balanço dos quadris a cada passo.
Entramos.
Ela sentou na cama como se aquilo fosse um ritual antigo, e puxou o notebook do criado-mudo. A tela acendeu, iluminando o rosto dela com aquele brilho azul-claro que realçava os traços do queixo, a curva da boca, o contorno delicado dos olhos.
— Deita aqui — disse, dando dois tapinhas no colchão ao lado.
Obedeci, é claro.
Nos ajeitamos lado a lado, ombro com ombro, como sempre fazíamos. Mas agora… meu corpo sabia. Sabia de mais.
— Eu vou te mostrar alguns — disse ela, abrindo uma aba do navegador.
Começou a digitar, e em segundos apareceu uma lista de contos eróticos, daqueles que misturam o explícito com o literário. Ela navegava como quem já sabia os caminhos de cor.
— Eu tenho uma pastinha — comentou casualmente. — Salvo os que eu gosto mais.
Sorriu.
— Alguns eu releio várias vezes.
Aquilo me arrepiou.
Ela abriu um. Depois outro. Lia os títulos e dava breves resumos:
— Esse é sobre dois estranhos que se encontram num ônibus.
Esse é sobre uma mulher casada que deseja o amigo do marido.
Esse aqui… — ela deu uma risadinha — é bem pesado. Mas é bom.
Fiquei calado, ouvindo. Fingindo tranquilidade.
Mas eu sentia o calor dela ali do lado, o perfume da pele recém-banhada, o formato dos seios marcando a camisola. Eu tentava focar na tela, mas meus olhos queriam o decote. A boca. A curva da coxa.
— Você acha que essas histórias são reais? — ela perguntou, sem olhar pra mim.
— Não sei… — respondi. — Acho que algumas talvez. Mas outras parecem coisa de fantasia mesmo.
— Eu acho que muitas são reais — disse ela, girando um pouco o corpo, o que fez a camisola subir sutilmente nas coxas. — Ou pelo menos… inspiradas em algo que aconteceu. Ninguém escreve com tanto detalhe só imaginando. Tem que ter vivido. Ou desejado muito.
Abriu outro.
O título me chamou atenção:
“Aconteceu com meu irmão ”.
— Esse é um dos meus favoritos — disse ela, e clicou.
Começou a ler em voz alta.
“Ele é meu irmão.
Eu sabia o cheiro dele. Sabia o som da risada, os horários de sono, os tiques nervosos.
Mas não sabia como seria tê-lo com a boca entre minhas pernas.
E naquela noite, descobri.”
Ela deu uma pausa.
Minha pele arrepiou inteira.
“A gente tentou evitar.
Fizemos piada. Fingimos que era brincadeira.
Mas quando a respiração dele roçou meu pescoço… eu me abri por completo.”
A forma como ela lia cada frase — pausando, sussurrando, vivendo — era mais excitante do que qualquer cena explícita.
A voz dela era o conto.
Minha ereção apertava a cueca.
E eu só respirava fundo, tentando sobreviver.
— Lê esse trecho aqui pra mim — disse ela, virando o notebook e apontando com o dedo.
Era uma parte em que os irmãos trocavam o primeiro beijo. O texto era carregado de tensão, respiração entrecortada, toque leve no joelho, boca que hesita antes de encontrar a outra.
Engoli seco. E li.
— “Ele sabia que não devia.
Mas mesmo assim, se inclinou.
E quando os lábios tocaram… foi como se anos de silêncio gritassem de uma vez.”
Ela mordeu os lábios.
E sorriu.
— Você tem uma voz boa pra isso — disse, com os olhos fixos nos meus.
Não respondi.
O silêncio se instalou. Nossos olhos se prenderam. Minha garganta estava seca. A tensão no ar era como eletricidade.
Tentei quebrar com qualquer coisa.
— Você acha que… todos esses contos são de verdade mesmo?
Ela desviou o olhar devagar, ainda sorrindo.
Depois afastou o notebook e o fechou.
— Acho que a maioria… sim.
Ela então se espreguiçou, os braços pra cima, o corpo se alongando sobre os lençóis. O tecido da camisola subiu mais ainda. As coxas quase nuas. O movimento dos seios acompanhando o esticar do tronco. As axilas lindas e bem depiladas. O cheiro dela, do shampoo, da pele aquecida, do desejo quieto, preenchia todo o quarto.
Eu perdi o fôlego.
Ela virou o rosto e me olhou com um sorriso leve.
— Aconteceu alguma coisa, Renan?
— N-não… — gaguejei. — Nada.
Ela riu.
Aquela risada que eu conhecia tão bem — mas agora tinha algo a mais.
— Então que tal uma coisa diferente?
— O quê?
— Eu tenho um filme. Um pouco mais… erótico.
Sobre esse mesmo tema.
Irmãos que viram outra coisa.
O coração disparou.
— Quer assistir comigo?
Hesitei.
O silêncio me esmagava.
Mas eu disse:
— Quero simVelma me puxou pela mão mais uma vez. O toque dela era quente, e ao mesmo tempo leve, como quem diz: “vem comigo, vai ficar tudo bem”. Eu fui. Obedeci como um corpo sem vontade própria. Atravessamos o corredor até a sala.
Ela foi até a estante.
Começou a procurar entre caixinhas, livros, pen drives espalhados, com aquela calma típica dela. Só que… agora tudo em Velma parecia hipnótico.
A forma como ela se abaixava, como o cabelo caía sobre os ombros, como a camisola subia um pouco e mostrava a tatuagem da Máquina de Mistério dançando nas costas.
Eu observava cada gesto com uma concentração doentia. Até o som dos dedos dela procurando entre os objetos me deixava tonto.
— Aqui. — disse, sorrindo ao encontrar o pen drive.
Ela se abaixou atrás da TV, conectou o aparelho, e ligou o vídeo.
A luz da sala diminuiu.
Só a tela iluminava o ambiente agora, lançando cores em nossos rostos. Velma se sentou ao meu lado. Pernas dobradas no sofá, um dos pés encostando de leve no meu. E o filme começou.
Era alemão. Imagem granulada, trilha suave. No início, um casal de irmãos se reencontrando. Conversas tímidas, memórias de infância. Depois, os toques. Depois, os beijos. Depois, os corpos se despindo. E eu? Eu estava derretendo por dentro.
Minhas mãos suavam. Meu peito subia e descia devagar, como se o ar estivesse pesado demais. A garganta seca. A ereção latejando sob o tecido da bermuda.
E tudo isso com ela do meu lado, tranquila como se estivéssemos assistindo a uma comédia qualquer.
Velma fazia comentários baixos durante o filme.
— Essa cena é bonita, olha a fotografia…
— A trilha sonora é suave demais, adoro isso.
— Ele tá segurando o gemido, dá pra ver.
Como ela conseguia comentar nas cenas mais quentes era um mistério que me deixava ainda mais confuso. E mais excitado.
E então veio a cena do chuveiro.
Os dois irmãos se encostavam sob a água quente. Beijos no pescoço. Mãos que desciam pelas costas. A pele molhada, os corpos deslizando, a respiração arfando.
Foi aí que Velma virou o rosto pra mim.
— Você ficou excitado com isso? — perguntou, com a voz suave.
Me virei devagar. A garganta travada.
— N-não. Quer dizer… tô só nervoso.
Ela baixou os olhos. E apontou com o queixo.
— Renan… você é péssimo em mentir.
Homens não conseguem esconder essas coisas.
Olhei pra baixo.
O volume era visível. Indiscutível. O desejo me traía com todas as letras. Ela riu. Mas não zombou. Foi uma risada doce, carregada de algo diferente. Então, me olhou. Fundo. Lenta. Sensual. E se aproximou mais do meu rosto.
A respiração dela batia na minha boca.
— Você quer fazer uma loucura? — sussurrou.
Engoli em seco.
— Que loucura?
O sorriso dela era um segredo revelado em partes.
— Você não quer… se masturbar assistindo ao filme?
O mundo parou por alguns segundos. Minha mente entrou em colapso. Imagens, consequências, culpa, medo, tesão, Velma. Mas no meio do turbilhão, o que mais falava era o corpo.
A cena na TV continuava.
Velma estava ali. Cheirosa, entregue, perto. E eu já não era mais eu.
— Quero. — respondi.
Foi só isso. E com essa resposta, eu soube:
Não havia mais volta.
Eu fiquei em silêncio. O filme ainda rodava na tela, mas minha atenção estava toda nela, em Velma, ali do meu lado, sentada, de pernas dobradas, com os olhos presos em mim.
E eu… com o corpo em brasa.
— Vai — ela disse, sorrindo. — Não tem nada demais.
É só natural.
O tom era tão simples… mas nada ali era simples pra mim. Minhas mãos tremiam.
Minha mente gritava que era errado. Que éramos irmãos. Que isso passava de todos os limites. Mas a respiração dela estava próxima.
O cheiro da pele, o calor no sofá, o olhar curioso. E o clima… o maldito clima… já me tinha completamente.
Quase desisti.
Mas já era tarde demais pra voltar atrás. Apoiei as costas no encosto do sofá. Soltei o elástico da bermuda e baixei até o meio das coxas. Meu pau estava duro. Exposto. Latejando.Velma não disse nada de imediato.
Só olhou.
Mas não foi um olhar de choque. Foi… um olhar de alguém que estudava, admirava, respeitava.
— Você tem um pau bonito. — ela comentou, com a voz mais baixa. — Sério. —É mais bonito do que eu imaginava…
Aquilo me desmontou por dentro.
Fechei os olhos, respirei fundo. E comecei. Minhas mãos envolveram o membro com hesitação. O contato da própria pele quente me fez soltar um suspiro.
Velma se aproximou um pouco mais. Se inclinou, ficando perto do meu ombro, o corpo quase tocando o meu.
— Devagar… — ela sussurrou, com uma voz que parecia uma brisa quente. — Vai no teu ritmo. Só sente.
E eu obedeci. Meu punho subia e descia com mais confiança.
Velma observava, de cabeça levemente inclinada, como se estivesse vendo algo íntimo e sagrado ao mesmo tempo.
— Isso — murmurou. — Você se toca bonito, sabia?
A respiração dela estava no meu pescoço. O tom da voz dela… mudou. Começou a narrar, quase como se estivesse lendo um conto só pra mim.
— Eu imagino isso acontecendo tantas vezes… Você deitado… escondido. Pensando em alguém que nem devia. Mas que não consegue tirar da cabeça…
Eu tremi.
O punho ficou mais apertado. O ritmo, mais intenso.
— Imagina se essa pessoa soubesse o que você faz pensando nela… — ela sussurrou. — Imagina se ela estivesse te olhando agora…
A voz dela era um gemido contido. E foi demais pra mim.
— Velma… — tentei avisar.
Mas foi inútil.
Gozei.
O orgasmo veio com força, me arqueando, me fazendo prender o ar. Senti o jato quente escapando entre meus dedos, sujando minha barriga, a perna, até a lateral do sofá.
Fiquei ali, ofegante. As mãos sujas. O peito acelerado. E a vergonha me invadindo com força.
Olhei pra ela.
— Me desculpa… — murmurei. — Eu… eu não devia…
Mas ela sorriu.
E aquele sorriso tirou o peso do mundo dos meus ombros.
— Não tem nada pra desculpar, Renan. Foi lindo de se ver.
Ela se levantou calmamente, sem pressa.
— Vou pegar uma água — disse, saindo da sala.
Fiquei sozinho. Sentado.Nu.
Com o corpo leve e a cabeça em guerra.
“Ela é minha irmã. ”
“Como vou encará-la depois disso?”
“Por que ela fez isso comigo… ou por mim?”
Levantei. Vesti a bermuda com dificuldade, ainda sujo.
Caminhei até a cozinha, com o coração saindo pela boca.
Quando entrei…
A cena me paralisou.
Velma estava de costas, apoiada na pia. Na mão, um copo com água. No dedo… algo brilhava. Ela levou o dedo à boca. E lambeu. Com calma. Com intenção.
Meu coração parou. Meu rosto corou até a alma.
Uma parte da minha explosão… tinha espirrado ali. Ela percebeu que eu a observava. Virou o rosto. E sorriu.
— O gosto combina com você.
----‐Não havia como dormir. Deitado no meu quarto, eu tentava encontrar uma posição que apagasse tudo da mente. Mas não dava. A lembrança da voz de Velma me guiando, o som da respiração dela, o jeito como me olhou, como se fosse dona do meu corpo… nada saía da minha cabeça.
Virei de lado, depois pro outro. O lençol grudava na pele como se denunciasse minha inquietação. Meu sexo, ainda pulsante, fazia questão de me lembrar que o corpo dela estava ali, a poucos metros de mim, e que entre nós duas palavras atravessavam qualquer lógica: desejo e loucura.
Então o celular vibrou.
Velma:
“Tá acordado?”
Respondi de imediato, quase tropeçando nas teclas:
“Tô… não consigo dormir.”
Velma:
“Eu também não.”
Sorri, aliviado por saber que ela também estava sentindo algo. Talvez igual, talvez mais.
Velma:
“Tá pensando no quê?”
Engoli seco. E fui sincero.
“No que aconteceu mais cedo…”
Ela demorou um pouco pra responder. Então veio:
“Tarado 😏”
Mas logo depois completou:
“Tô pensando nisso também… muito.”
Meu coração começou a bater mais forte. Eu podia quase ouvir as batidas no colchão. E então ela mandou:
“Tem coragem de fazer uma coisa mais louca ainda?”
Minhas mãos tremiam.
“Tenho.”
Mas não houve resposta. O celular ficou mudo. O quarto ficou mudo.
Esperei. Minutos pareceram horas. Pensei que talvez ela tivesse se arrependido, que fosse uma brincadeira, que estivesse testando meus limites. Quase escrevi de novo… até que ouvi.
A maçaneta girando.
Levantei o rosto e vi a porta se abrindo devagar. A luz do corredor desenhou a silhueta mais perfeita que já vi na vida. Velma entrou… completamente nua.
A luz tocava sua pele como se a adorasse. Os seios empinados e redondos, os quadris largos, o ventre suave e convidativo. Ela caminhava como se não existisse mais ar entre nós. Apenas calor. Apenas eletricidade.
Fiquei ali, sem conseguir dizer uma palavra. O corpo congelado, a respiração entrecortada.
Ela parou na beirada da cama.
— Você me disse que tinha coragem… — disse, com um tom suave, mas tão cheio de intenção que me atravessou como um sussurro proibido.
Tudo em mim dizia que aquilo era uma loucura. Mas tudo nela… dizia que era inevitável.
E naquele instante, encarei Velma com os olhos de quem sempre desejou, mas nunca ousou. Agora ela estava ali. A deusa. Minha irmã. Meu abismo.
Ela parou diante de mim.
Nua.
Minha respiração travou no peito. A pele dela parecia brilhar na penumbra do quarto, e eu sentia que tudo em mim — corpo, pensamento, juízo — se ajoelhava diante daquela imagem.
— Posso entrar? — ela perguntou, com um sorrisinho no canto da boca, como se já soubesse a resposta.
Só consegui assentir. Meu corpo parecia preso entre o impulso de avançar e o medo de quebrar algo precioso. Mas ela não hesitou. Caminhou até a beirada da cama e subiu de joelhos, os seios balançando suavemente, como se me provocassem com naturalidade.
Se deitou ao meu lado. Ficamos ali, nos encarando. A centímetros um do outro. O quarto em silêncio, mas com um zumbido invisível de desejo preenchendo o ar.
— Ainda quer fazer uma loucura? — ela sussurrou.
— Eu já tô dentro dela… — respondi, num fio de voz.
Ela riu. Baixinho. Depois aproximou o rosto do meu. Nosso nariz se roçou. Meu coração batia tão forte que achei que ela fosse ouvir. E então, com uma doçura imensa, ela me beijou.
Um beijo que começou calmo, tímido… mas que foi crescendo como fogo em capim seco. Nossos lábios se colavam com fome e ternura ao mesmo tempo. E eu já não sabia mais onde terminava o beijo e começava o arrepio.
Minhas mãos, incertas no início, se aproximaram dos seios dela. Toquei com a ponta dos dedos. Velma gemeu contra a minha boca. E aquilo foi como um estalo na alma.
Comecei a chupa-los com cuidado, quase como se fossem sagrados.
Eles eram lindos. Firmes. Redondos. Os mamilos estavam entumecidos, rosados, pedindo minha língua.
E eu obedeci.
Beijei o contorno de um deles, depois o outro. Lambi devagar, sentindo o gosto da pele, o calor, o cheiro dela. Suguei com carinho, depois com mais firmeza. Ela arfava, os dedos dela agarrando os lençóis, as pernas se mexendo num ritmo que dizia mais que palavras.
— Meu Deus… — ela sussurrou. — Renan…
Aquela voz dizendo meu nome enquanto eu mamava seus seios me tirava qualquer traço de sanidade.
Ela montou em mim. Meus shorts abaixados, meu sexo tocando o dela por entre os pêlos molhados, mas sem invadir. Só o roçar. Só o calor. E mesmo assim, era como se o mundo inteiro desabasse.
Ela se esfregava em mim devagar, gemendo baixinho no meu ouvido. Meu rosto grudado entre seus seios, minha boca se perdendo ali como um homem sedento.
— Isso… continua… assim… — ela dizia, quase sem voz.
E eu obedecia. Meus quadris buscavam os dela no mesmo ritmo. Sem penetração, mas com toda a entrega possível.
Ficamos assim por minutos que pareciam eternos. Até que o desejo ameaçou transbordar. E ela escorregou o clitóris sobre o meu pau.
Molhada, quente, suada, com os olhos fechados. E o corpo arqueado, com os seios balançando no ritmo dos deuses.
E ali, com as carnes se tocando eu entrei devagar. Gotas de suor escorrendo pelos ombros, os seios bem visíveis, duros, esperando. Os pelos da virilha úmidos. O cheiro… inebriante. De flor, suor e mulher pronta.
Com os olhos fechados. Com o gemido preso na garganta. E quando o meu pau entrou inteiro, o corpo dela se arqueou, como se estivesse oferecendo tudo —a buceta quente, o ventre pulsando, o peito arfando com os mamilos entumecidos.
Ela sentou sobre mim. E começou a cavalgar. Como uma sacerdotisa enlouquecida por um deus de carne.
O suor escorria. Dos seios dela para o meu peito. Da minha barriga para os quadris dela. Do encontro das carnes para a cama. E o som era de pele molhada. De porrada de carne sagrada. De prazer ritual.
Ela erguia os braços. Os sovacos abertos, escorrendo suor perfumado. Eu os lambia como um devoto. Acariciava as coxas, sugava os mamilos. E quando ela dizia “mais”… eu gemia.
O gozo veio como tempestade.
Ela se jogou sobre mim. De peito colado. Nossas bocas se beijando com fome. Nossas mãos entrelaçadas. E o pau ainda pulsando dentro dela.
Quente. Sagrado. Fundido.
Ela beijou minha boca, apertou meu rosto entre as mãos e sussurrou:
— Se não contar a ninguém, a gente faz mais.
Ela deitou sobre mim. O corpo suado. O peito subindo e descendo.
— Que loucura… — ela sussurrou. — Mas foi lindo.
E eu apenas a abracei. Forte.
Tentando entender o que era aquilo.
Desejo?
Amor?
Ou só um segredo de irmãos?
Não sabia.
Dormimos juntos, abraçados e suados.
Acordei de madrugada. Olhei para o lado e ela estava ali, de olhos fechados e com uma expressão doce e calma de satisfação. O suor seco na pele, mas ainda com o bom cheiro.
Levantei para tomar água, mas antes de sair eu dei uma última olhada nela. Seu corpo nu descansando naquela cama me gerou sentimentos conflitantes. Comecei a sentir culpa pelo que tínhamos feito, mas era impossível não admirar a beleza de suas formas, a delicadeza de suas dobras e a robustez de seus dotes, principalmente dos médios seios, que até hoje, são os mais lindos que eu já vi na vida.
Ela então abriu os olhos e sorriu carinhosamente para mim. Eu nervoso, sorri de volta e fui até a cozinha.
Ela surgiu poucos minutos depois.
— Tá tudo bem, Renan...?
— Tá sim... — Respondi com a voz trêmula. — Mas eu estava pensando se...
Tentei iniciar uma conversa sobre a gente, sobre ao transgressão que tínhamos acabado de cometer. Porém ela não quis. Ela colocou o dedo indicador em meus lábios e fez som de silêncio.
— Você gostou? Se gostou, não temos o que conversar ou debater. Foi bom. — Ela riu de um jeito tão natural e encantador que fez minha culpa recuar, sumir, de verdade.
Seu lindo rosto erradiava calma e encanto. Seus lábios sorriam. Eu sorri de volta. Ela segurou minha mão e me abraçou. Nossos corpos nus se tocaram, seus seios rijos se espremeram em meu busto e em questão de segundos meu pau duro pressionava seu monte Vênus.
Não trocamos mais palavras, apenas toques.
Ela me empurrou em uma cadeira e montou em cima de mim. Ela se encaixou devagar. A cabeça da glande encontrou a entrada quente. E a primeira descida foi como afundar em água quente, densa, viva.
Ela gemeu. Eu estremeci. Mas segurei. Porque agora… eu tinha que aproveitar cada segundo dentro dela.
Ela montou. Se ajeitou. Começou a cavalgar. Devagar. As mãos nos meus ombros, os seios balançando a cada subida. O quadril fazia círculos lentos.
Ela olhava nos meus olhos .
— Isso…
— Olha pra mim.
— Sente minha buceta te querendo.
Ele gemia fundo.
Cada investida era um golpe de calor.
Mas eu me mantinha ali, firme.
— Toca meus seios — ela disse, sussurrando. — Eles são tua recompensa.
Eu obedeceu.
Minhas mãos grandes envolvendo os seios perfeitos. Os polegares nos mamilos duros. A boca aberta, sem fôlego. minha alma ajoelhada diante daquela mulher. Diante da minha própria irmã.
Ela gemeu alto. As coxas apertaram mais. O gozo veio primeiro nela — forte, quente, escorrendo em torno do meu pau.
Ela tremia.
Rebolava sobre mim com mais peso. E então, só então, ela disse:
— Agora.
— Me dá o tudo dentro de mim. Goza dentro.
Eu explodiu.
Devagar.
Fundo.
Como quem devolve tudo que foi guardado por tanto tempo. Meus dedos cravaram nos quadris dela. Os olhos fecharam. E o mundo sumiu. Só ficou ela. Sentada. Cheia.
Vitoriosa.
Ela tombou sobre mim, rindo, ofegante.
— A gente é louco.
— Mas foi uma delícia.
Eu ri, abraçando ela.
Passamos a semana transando. Posso garantir que foram os dias que mais transei em toda a minha minha vida. Foram horas dentro dela, de suor se esfregando em nossos corpos e de línguas banhando e bebendo o que conseguia do nosso sal. Fizemos muitas posições diferentes e em lugares distintos da nossa casa. Transamos tanto que no domingo estamos doloridos e com pau e buceta assados de tanta fricção.
E após esse fim de semana, iniciamos um relacionamento, não um namoro formal. Mas passamos a ser um casal.
Velma terminou com o namorado e passou a sair apenas comigo. E uma vez, na escuridão do cinema, me deu um beijo na boca na frente de todas aquelas pessoas.
—E se alguém aqui nos conhecer?— Sussurrei.
— Vai dizer que isso não te excita? — Soprou ela.
E excitava sim.
Logo percebi que Velma me amava a muito tempo, mas também que ela gostava do fato de sermos irmãos. Ela se amarrava nesse lance do proibido e transgressor.
No dia do meu aniversário ela me deu um presente muito especial; vestiu uma camisola de mamãe e fingiu que eu era seu filho. Pediu para eu mamar em seus seios como se tivesse me amamentando. Na semana seguinte ela queria que eu fizesse o papel de pai. Ela gostava daquilo, e eu aprendi a amar tudo o que vinha dela.
Nosso relacionamento durou alguns tempo. Até que um fatídico dia, mamãe nos flagrou transando e quase nos matou. Ela mandou Velma morar com uma tia nossa em Portugal e separou a gente de vez. Foi uma tragédia sem precedentes em nossa família. Ficamos anos sem nos falar direito, até que semana passada Velma voltou a falar comigo por mensagens. Disse que estava voltando ao Brasil no final do ano e que agora que nós sustentavamos, poderíamos nos encontrar de novo.
Ela perguntou se eu sentia saudades dela, e eu disse que sim. Que sentia falta todos os dias. Então para mostrar a ela todo o meu amor, e como os eventos entre nós nunca sumiram da minhas memórias, resolvi escrever esse conto, com todos detalhes e desejos que vivenciamos juntos.
T amo, Velma. Estou esperando você.