Memórias Pós-Guerra: Amor jamais falece (Final)

Um conto erótico de O Bem Amado
Categoria: Gay
Contém 2480 palavras
Data: 02/11/2025 22:58:49

Tudo parecia perfeito: eu e Tom juntos na ilha de Oahu, ambos trabalhando na manutenção dos caças sendo que eu alternava com ajuda no Hospital da Marinha já que também fizera curso de socorrista; Helen, a enfermeira-chefe me adorava e eu aprendia algo novo com ela todos os dias e por conta de sua afetuosidade acabei lhe revelando minha relação com Tom; Helen sorriu e disse apenas que ambos tínhamos sorte em compartilharmos algo tão doce e sincero; chegamos a jantar em sua casa onde descobrimos que além de enfermeira ela era uma cozinheira fenomenal. Aos sábados, como aquele seis de dezembro, todos saíam para relaxar e se divertir e isso significava uma oportunidade para que pudéssemos desfrutar um do outro; passava um pouco das sete da noite quando Tom foi para o pequeno refeitório que ficava nos fundos do hangar principal onde preparou hambúrgueres e batatas fritas acompanhadas por Coca-Cola, que saboreamos ao som de Glenn Miller.

Enquanto comíamos nos divertíamos em tecer comentários jocosos sobre nossos colegas e também de pensar em planos futuros sendo que a certa altura ele piscou me chamando para perto; fez com que eu sentasse em seu colo e nos beijamos ardorosamente por longos minutos sendo que em dado momento ele sugeriu que subíssemos para o alojamento onde ao chegar deparei com duas camas juntas cobertas por lençóis novos indicando que aquele seria nosso ninho de amor naquela noite; ele cochichou que combinara com os rapazes para que eles retornassem apenas pela manhã obtendo a privacidade necessária para nosso encontro. Entre sorrisos e olhares Tom me despiu e depois pediu que eu fizesse o mesmo com ele.

Segurei seu membro rijo na palma da mão usando o polegar para massagear a glande observando o olhar lascivo dele e sem aviso me pus de cócoras e tomei-o em minha boca sugando avidamente dando pequenos apertões em suas bolas fazendo-o gemer e suspirar; saciei minha fome de sua virilidade e depois levei-o para a cama onde pedi que se deitasse de barriga para cima; Tom obedeceu sem esconder a curiosidade com meu pedido … seria a primeira vez em que eu tomaria a posição de cavalgá-lo e para isso cuidei de deixar seu membro bem lambuzado de saliva; subi sobre ele tomando a posição e pedindo que ele conduzisse a penetração.

Tom foi carinhoso e cuidadoso me ajudando a descer até conseguir o encaixe perfeito; sentado sobre ele mirando seus olhos que pareciam irradiar felicidade eu sorri e logo estávamos envolvidos em uma cópula ardente entre mais gemidos e suspiros entremeados de juras de amor eterno; pouco antes de Tom atingir seu clímax ele já manipulava meu membro que também estava rijo e pulsante e por conta disso fui tolhido por um gozo tão intenso que ejaculei com profusão, sendo seguido por ele jateando esperma dentro de mim.

Quando saltei para o lado notei que ele ainda estava excitado com sua ferramenta mantendo uma rigidez alarmante e ouvindo-o dizer que queria mais; fiquei de quatro sobre a cama e Tom veio por trás se encaixando dentro de mim e não perdendo tempo em iniciar uma sequência de estocadas tão vigorosas que faziam meu corpo chacoalhar a cada golpe; permanecemos assim por um bom tempo e eu me surpreendia com o desempenho de meu parceiro que não me dava trégua socando com força enquanto apertava minha cintura; de uma forma inconcebível senti desabrochar uma nova ereção em mim com o membro pulsando até ejacular mais uma vez sem a necessidade de manipulação. Ouvindo meus gemidos e meu corpo estremecendo Tom intensificou ainda mais seus movimentos que culminaram em um retesamento muscular involuntário que resultou em um novo gozo me encharcando por inteiro mais uma vez.

Desfalecemos sobre a cama e acabamos cochilando; quando acordei vi Tom deitado de bruços e como sempre fiquei extasiado com a beleza de suas nádegas roliças iluminadas pela lâmpada sobre a porta e não contive o ímpeto de acariciá-las, fazendo com que Tom acordasse me fitando com um sorriso; com tom hesitante perguntei se ele aceitaria que eu o possuísse e sua resposta foi um aceno de cabeça; me aninhei sobre ele separando suas nádegas com as mãos e mergulhando meu rosto permitindo que minha língua assediasse seu selo ouvindo-o suspirar de prazer pedindo por mais; após algum tempo fiz com ele se virasse e coloquei um travesseiro embaixo de seu quadril elevando suas nádegas ao mesmo tempo em que salivava sobre meu membro preparando para possuí-lo.

Fiquei de joelhos entre suas pernas que ergui flexionando-as na altura dos joelhos e antes que eu pudesse prosseguir Tom segurou meu membro enrijecido puxando-o na direção de seu selo; sussurrei para que ele relaxasse, pois do contrário ele poderia sentir muita dor ao que ele respondeu com um sorriso tornando a puxar o membro; estoquei uma primeira vez e depois outra, e outra … arremeti com força rompendo a resistência do orifício que laceou para receber a glande; Tom cerrou os dentes e eu perguntei se seria melhor desistirmos, porém ele abanou a cabeça pedindo que eu continuasse; enfrentei muita resistência e a cada golpe Tom reagia em silêncio, me levando a pensar na possibilidade de desistir, porém eu sabia que não era isso que ele esperava de mim.

Por fim obtive êxito preenchendo meu parceiro que respirava quase arfando e aos poucos pareceu sentir um certo alívio; quando comecei a estocar Tom reagiu tentando resistir e eu insisti para que relaxasse ao máximo e tomou seu membro na mão passando a se masturbar vigorosamente o que pareceu operar um certo alívio; pouco a pouco a feição de Tom começou a mudar denunciando que a dor estava sendo suplantada e decorrido um certo tempo ele exibia uma expressão lasciva que me deixou não apenas feliz mas realizado … nossa cópula evoluía em uma intensidade delirante e nossos gemidos e suspiros pareciam uma música libidinosa que soava oscilando entre o delírio e o êxtase; demorou um pouco para que eu sentisse todo o peso de meu esforço com os músculos queimando e a resistência física chegando ao seu limite … então o gozo tornou-se algo não apenas inevitável como desejável.

Urrei como um animal ferido quando meu orgasmo sobreveio e fiquei exultante ao perceber que Tom também atingira seu ápice uma ejaculação profusa lambuzando seu ventre comigo jateando esperma dentro dele; suávamos em abundância respirando com certa dificuldade, porém tomados por uma enorme e alucinante sensação de cumplicidade selada pelo prazer que acabáramos de desfrutar. Deitamos abraçados e aos beijos desejando que aquela noite jamais tivesse fim e se por um momento eu pudesse antever o que estava por vir, eu rogaria para que ela perdurasse para sempre. Passava um pouco das seis da manhã quando ouvi o vozerio dos rapazes que retornavam para os hangares e pelo tom das vozes tive certeza que muitos deles ainda estavam beirando a ressaca enquanto outros resmungavam palavrões; como eles demorariam a subir para os alojamentos decidi aproveitar um pouco mais da companhia do meu Tom … de repente uma explosão … e depois outra e mais outra; pulei da cama olhando para o relógio: passava um pouco das oito da manhã; corri até o terraço de observação e vislumbrei o inferno … Era o começo do ataque japonês mais terrível que a história registraria; voltei para o alojamento e vi Tom já vestido descendo as escadas; fui atrás dele e corremos para um ninho de artilharia antiaérea tentando revidar a covardia.

Nossos caças, que estavam enfileirados asa com asa eram reduzidos a uma fornalha resultado das metralhadoras dos caças “zero” da Marinha Imperial Japonesa que arrematava o ataque despejando uma bomba de alto impacto. Tudo a nossa volta eram labaredas e fumaça e nesse caos pude ver nossos companheiros sendo dizimados quando tentavam correr em direção ao hangar que logo voou pelos ares com mais bombas o atingindo. Tom e alguns pilotos decidiram correr para o pátio próximo de um desfiladeiro cujo paredão de rocha protegia as aeronaves lá estacionadas; fiz menção de acompanhá-lo, mas Tom achou melhor que eu fosse para o hospital onde seria mais útil; tentei argumentar, mas sem sucesso e então corri para o hospital e ao chegar lá descobri um prédio em ruínas com médicos e enfermeiras cuidando dos feridos nas calçadas ainda sob o ataque massivo dos caças japoneses.

Encontrei Helen trêmula e contendo as lágrimas enquanto tentava cuidar de um paciente; conseguimos nos alojar em um abrigo improvisado e de lá pudemos ver o USS Arizona adernar até o casco ficar exposto com homens ao seu redor gritando enquanto eram alvejados por novas saraivadas das metralhadoras dos caças “zero” que persistiam em rasantes com o objetivo de eliminar o maior número de marinheiros possível. Por volta do meio-dia contávamos mortos e feridos ao mesmo tempo em que fiquei sem notícias de Tom que só retornou no início da noite para me avisar que ele e seus companheiros seriam deslocados para o porta-aviões USS Saratoga que rumaria para o contra-ataque; mesmo diante de nossos amigos, médicos e enfermeiras não contive meu ímpeto e abracei Tom selando seus lábios com os meus em um longo beijo que poderia ser o último.

Eu e Tom nos reencontramos apenas em abril do ano seguinte quando ele desembarcou em San Diego trazido pelo Porta-aviões USS Enterprise junto com outros combatentes que por conta de ferimentos incapacitantes foram deslocados para serviços administrativos e de apoio; meu Tom era um farrapo humano e eu cuidei dele pelo longo período de recuperação ajudando-o a se reintegrar ao trabalho de apoio e instrução; Tom ganhou uma medalha de bravura e um ferimento na perna que o deixou manco, um estilhaço explosivo que o deixou cego do olho direito e um profundo estresse pós-traumático que apenas o tempo seria capaz de curar. Por mais de uma vez ele tentou se afastar de mim afirmando que seria apenas um fardo em minha vida e em todas as vezes eu o trazia de volta jurando que sem ele minha vida não teria sentido.

Pouco antes do fim da guerra nos mudamos para um cidadezinha no centro-oeste onde abrimos um comércio de peças e componentes agrícolas e onde Tom reencontrou o prazer de voar em aviões pulverizadores; foi quando trouxemos a pequena Dorothy, filha de Helen, para morar conosco, pois sua mãe falecera meses antes deixando sua filha aos nossos cuidados. Tudo parecia perfeito, exceto pelo sofrimento mental de Tom que acordava no meio da noite, ora chorando, ora gritando enquanto suava frio; eu o abraçava até ele se acalmar. Uma noite estávamos deitados e sem olhar para mim Tom perguntou se eu ainda o amava; eu me voltei para ele e em vez de responder dei-lhe um beijo … era o primeiro desde Pearl Harbour; ele me abraçou retribuindo o beijo que frutificou em outros mais.

Ficamos nus e Tom acariciou meu corpo lentamente provocando deliciosos arrepios que me excitavam de uma forma especial; me pus de lado sobre a cama e ele veio por trás colando seu corpo ao meu permitindo que eu sentisse sua ereção pulsando em minhas nádegas; ele beijou meu pescoço me chamando de seu amor.

Tom salivou sobre seu membro e também lambuzou meu selo se preparando para me possuir; na primeira estocada o bruto rompeu o orifício avançando para dentro de mim; minha ansiedade por aquele momento era tão intensa que fui tomado por um estremecimento que mitigou a dor e um gemido doce revelou ao meu parceiro que estávamos em um reencontro de corpos e almas; pedi a Tom que me possuísse com toda a sua energia e ele sussurrou uma promessa em meu ouvido; Tom não demorou a me preencher com seu falo e logo em seguida iniciou uma sequência de golpes e contragolpes me concedendo um enorme êxtase que não podia ser expresso por palavras apenas por gemidos, suspiros e palavras carinhosas.

Tom aproveitou ainda para me masturbar descobrindo minha ereção fruto da nossa terna cumplicidade e tudo ganhou um aspecto de pertencimento mútuo que se prolongou graças ao desejo que guardávamos dentro de nós; por um bom tempo senti Tom me possuindo, me manipulando, me excitando e me realizado assim como eu conseguira trazê-lo de volta graças ao amor que sempre nos manteve unidos; e o gozo jorrou simultaneamente com Tom apertando meu corpo e eu gemendo diante do desmedido prazer que ele me proporcionara. E aquela foi a primeira noite do resto de nossas vidas que passou a fluir num ritmo prazeroso e verdadeiro.

Criamos Dorothy com muito amor e carinho, fazendo questão que ela jamais se esquecesse de sua mãe e de sua importância, pois foi ela que a trouxera ao mundo e quando ela perguntava sobre seu pai respondíamos que ela tinha dois “pais postiços”; ouvindo essa resposta ela sorria e nos abraçava. Muito tempo depois Tom me perguntou se eu ainda desejava possuí-lo emendando que caso eu não o desejasse ele compreenderia; em resposta disse a ele que meu desejo por ele, assim como o dele por mim jamais feneceu; passamos para um meia nove com Tom por cima de mim permitindo que eu saboreasse seu membro ao mesmo tempo em que explorava seu selo. E com ele deitado de barriga para cima, com o travesseiro sob a parte posterior de seu quadril eu o penetrei com movimentos cuidadosos executando uma sequência de estocadas com o próprio Tom manipulando seu membro enrijecido.

Suando em bicas e respirando acentuadamente eu mantive o ritmo dos movimentos sempre fitando o rosto ao mesmo tempo lascivo e suave de meu parceiro de vida; e apenas a fisiologia foi capaz de pôr fim ao nosso interlúdio que se consumou com um gozo mútuo e abundante. Adormecemos e acordamos abraçados com beijos e carícias que se estenderam pelo nosso banho e ao longo do dia reacendendo minha impetuosidade de tê-lo sempre que possível fosse em nosso trabalho interrompido pelo rompante de levá-lo ao depósito onde nos despíamos e saboreávamos o desejo mútuo que jamais se saciava.

Tom faleceu comigo ao seu lado ouvindo seu último pedido: levar uma homenagem até Oahu: levar suas cinzas e uma das amadas orquídeas cultivadas por Dorothy e depositá-los próximo do mausoléu do USS Arizona … ele explicou que sua medalha de bravura não teria sentido se ele não se juntasse aos nossos companheiros no único e merecido túmulo; tive algumas dificuldades em obter autorização, mas por uma ironia do destino ela foi intercedida por um coronel dos Fuzileiros Navais de nome Alexander, ou melhor o velho Lex da escola. Com a ajuda de mergulhadores da Marinha a pequena urna selada desceu ao fundo do mar permanecendo ao lado do navio afundado, pois somente o sobreviventes integrantes da tripulação tem o direito de terem suas urnas depositadas dentro da embarcação. Eu e meu neto deixamos a orquídea dentro do mausoléu e por um momento tive a impressão de ver Tom olhando para mim e sorrindo em agradecimento.

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