A história que contamos para a Dona Maria, no sábado seguinte, fez a faxineira gargalhar tanto que ela teve que sentar na poltrona do Reitor para não cair. Ela segurava a barriga gorda, o cigarro tremendo entre os dedos, as lágrimas escorrendo pelo rosto suado.
"A Patroa? A Dona Madame?" Maria resmungou. "Vocês ameaçaram arrombar a mulher do Reitor com o pau da Cami? Puta que pariu, vocês são meu orgulho!"
Ela limpou os olhos com as costas da mão calejada. E então, o rosto dela ficou sério. Aquele sério de predadora.
"Escutem bem," ela disse, apontando o dedo sujo de cinza para nós. "Se essa vaca voltar... se ela aparecer aqui querendo cantar de galo de novo... vocês não expulsem ela. Vocês tranquem a porta. Prendam a madame. E me liguem. Na hora."
Ela sorriu, um sorriso frio, mas sobrava maldade. "Eu sempre quis saber se 'louça fina' quebra fácil quando a gente esfrega com força."
Nós prometemos. Claro que prometemos. A ideia da Dona Maria "limpando" a Daniella era boa demais.
Mas o tempo passou.
Uma semana. Duas. Três. O 1204 voltou à rotina de luxo e sujeira. O cheiro de jasmim da Daniella sumiu, substituído pelo nosso cheiro de sempre. A gente achou que ela tinha fugido. Que o medo do "Negão" tinha sido maior que o tesão. A gente achou que ela tinha voltado para os chás da tarde e para o marido que a traía.
Quase um mês depois. Um domingo.
O sol da manhã batia na parede de vidro, iluminando a poeira que dançava no ar. Eu e Cami tínhamos acabado de tomar café na cama. Migalhas de pão de queijo no lençol de cetim preto, canecas de café forte na mesa de cabeceira. Estávamos nuas, preguiçosas, a pele dela colada na minha. O domingo perfeito. Sem Reitor, sem Denis, sem Isa. Só nós.
E então.
BAM! BAM! BAM!
O som cortou o ar condicionado silencioso como um tiro.
Não eram batidas de visita. Não eram batidas de entrega. Eram socos na madeira maciça. Secos. Ritimados. Sem voz. Sem "alô". Apenas a violência muda da madeira sendo espancada.
Eu congelei com a caneca na mão. Cami sentou na cama, o corpo magro ficando tenso como a corda de um violão.
Nós nos olhamos. Os olhos azuis dela se arregalaram, cruzando com os meus. A memória bateu na gente ao mesmo tempo.
"Eu conheço essa batida," nós sussurramos, em uníssono.
Não precisava de telepatia. Aquela raiva contida. Aquele jeito de bater de quem acha que é dono do mundo, mas está morrendo de medo do que vai encontrar.
"Ela voltou," Cami disse, um sorriso lento e perigoso se espalhando pelo rosto, fazendo o piercing no lábio brilhar.
"Um mês," eu disse, levantando da cama, sentindo meus peitões pesados balançarem. "Ela demorou um mês pra criar coragem."
Eu não vesti o short. Eu não vesti o cropped. Eu peguei apenas um robe de seda transparente que a Isa tinha esquecido aqui. Cami continuou nua, sentada na cama como uma rainha do lixo.
Fui até a porta. Olhei pelo olho mágico.
Lá estava ela.
Daniella. A Patroa-Mor.
Dessa vez, ela não estava de branco. Ela estava de bege. Um trench coat fechado, caro, abotoado até o pescoço, mesmo com o calor lá fora. O cabelo estava perfeito. A maquiagem, impecável. Mas ela estava... vibrando. Eu podia ver, pelo olho mágico, a mão dela fechada em punho, pronta para bater de novo. Ela olhava para os lados no corredor, paranoica.
Ela não veio para brigar. Ela veio... para confirmar.
Eu destranquei. CLIC.
Eu abri a porta. Devagar.
Eu não fiz cara de surpresa. Eu não fiz cara de medo. Eu sorri. O sorriso da Dona Beatriz, a dona da casa.
"Bom dia, Daniella," eu disse, a voz baixa de sono e sarcasmo. "O serviço de quarto demora aos domingos."
Ela não esperou. Ela entrou. Empurrou a porta com o ombro, passando por mim com uma urgência que quase me derrubou. O cheiro dela. Jasmim. Mas dessa vez, tinha algo mais. Suor frio. E... excitação.
Ela parou no meio da sala. O clic-clic do salto alto no chão de madeira.
Ela se virou para mim. A postura rígida. A máscara de "Dona" tentando se segurar no lugar.
"Eu voltei," ela disse, com a voz tremendo levemente, "para ver se vocês tinham tomado vergonha na cara."
Ela olhou para a cama. Para a Cami, nua, cheia de migalhas de pão de queijo, que a olhava com um tédio delicioso.
"Eu vim ver," Daniella continuou, apertando a bolsa de grife contra o peito, como um escudo, "se vocês já tinham saído daqui. Se o meu marido tinha recobrado o juízo e expulsado esse... lixo."
O discurso era o mesmo. As palavras eram de ódio. "Lixo". "Vergonha".
Mas eu e Cami... nós somos doutoras na arte da putaria. Nós lemos desejo como cego lê braile.
Ela demorou um mês. Trinta dias pensando no pau de borracha preto. Trinta dias pensando na "aventura". Trinta dias sendo a esposa perfeita, enquanto a buceta dela latejava lembrando da ameaça da Cami. Ela não veio nos expulsar. Ela veio conferir se a promessa ainda estava de pé.
Eu fechei a porta. E tranquei. CLIC. Duas voltas.
O som fez o ombro dela relaxar.
Eu olhei para a Cami. Cami olhou para mim. O acordo foi silencioso.
Dona Maria?
Não.
Não agora.
A Dona Maria ia transformar aquilo numa faxina brutal. Ia ser rápido, ia ser sujo, ia ser doloroso. Mas nós... nós queríamos brincar. Nós queríamos descascar aquela cebola de alta costura camada por camada. Nós queríamos o domingo inteiro. A Dona Maria podia esperar. O banquete era nosso.
"Vergonha na cara, Daniella?" eu disse, caminhando até ela. O meu robe de seda aberto, mostrando meu corpo gordo, nu, dourado pelo sol. "A gente não tem vergonha. A gente tem... fome."
"Vocês são nojentas," ela sussurrou. Mas ela não recuou. Ela ficou parada. Esperando.
Cami levantou da cama. Nua. Magrela. Tatuada. Ela andou até a Daniella.
"Você veio ver se a gente saiu?" Cami perguntou, parando na frente dela. "Ou você veio ver se a gente ainda tinha o... equipamento?"
Daniella engoliu em seco. Os olhos dela desceram. Para a mão da Cami. Cami estava de mãos vazias.
"Onde está?" Daniella deixou escapar. A voz dela falhou.
Foi a confissão.
Eu ri. Uma risada baixa, que veio do fundo do meu peito. Eu parei atrás da Daniella. Eu podia sentir o calor que emanava daquele casaco bege.
"Você quer ver, Daniella?" eu sussurrei no ouvido dela, minha barriga encostando nas costas dela. "Você passou o mês todo sonhando com ele, não passou? Sonhando com o lixo."
"Eu... eu não sei do que você está falando," ela mentiu, fraca.
"Sabe sim," Cami disse, na frente dela. Cami levou a mão ao cinto do casaco da Daniella. O nó impecável. "Tá calor aqui dentro, Dona. Por que esse casaco?"
Daniella não segurou a mão da Cami. Ela deixou. Ela ficou parada, respirando rápido, enquanto a Cami desfazia o nó.
"O Arnaldo," eu disse, minhas mãos subindo pelos braços dela, por trás, sentindo o tecido caro, "ele te tocou esse mês, Daniella? Ou ele estava ocupado demais com as alunas novas?"
Ela estremeceu. "Não fale o nome dele."
"Eu falo," eu disse. "Porque eu sei o que ele gosta. E eu sei o que você gosta. Você gosta do que a gente tem aqui."
Cami abriu o casaco.
E o que vimos... confirmou tudo.
Por baixo do casaco de grife, Daniella não estava usando um vestido de linho. Ela não estava usando um tailleur de executiva.
Ela estava usando... nada.
Absolutamente nada. Só um par de meias 7/8 presas por uma cinta-liga branca, cara, de renda. E um salto alto. O corpo dela, de cinquenta anos, cuidado a base de cremes de mil reais, estava ali. Exposto. Seios firmes, barriga lisa, e uma buceta depilada, madura... e encharcada. Tão molhada que o cheiro de excitação bateu na gente.
Ela veio pronta. Ela veio embalada para presente.
"Puta que pariu," Cami sussurrou, admirada. "A Patroa-Mor é uma vadia."
Daniella fechou os olhos, humilhada e excitada. "Vocês... vocês disseram..."
"O quê?" eu perguntei, mordendo o pescoço dela, sentindo o gosto de perfume e sal. "O que a gente disse?"
"Que se eu voltasse..." ela gemeu, a cabeça caindo para trás, apoiando no meu ombro. "Que vocês não teriam pena."
"E a gente não vai ter," Cami disse.
Cami foi até a gaveta. Não a cama. A gaveta especial.
Ela tirou o "Negão". O pau preto.
Mas ela tirou outra coisa também. Uma bola vermelha. Uma mordaça.
"Você fala demais, Daniella," Cami disse, voltando. "Sobre lixo. Sobre limpeza. Hoje... você vai ficar calada. Você vai ser só um buraco."
Daniella olhou para a mordaça. E abriu a boca. Dócil. Obediente.
Cami colocou a bola na boca dela e prendeu as tiras de couro atrás da cabeça, estragando o penteado perfeito. Mmmmph. O som dela tentando falar, ou gemer.
"Agora," eu disse, tirando meu robe e jogando no chão. "A faxina de domingo."
Eu a empurrei. "Pra cama. Rastejando."
Ela caiu de joelhos. O joelho dela no chão duro. Ela olhou para mim, com a mordaça na boca, os olhos brilhando de lágrimas e tesão. E ela rastejou. A mulher do Reitor rastejou até a nossa cama suja de farelo.
"Deita," Cami ordenou. "De bruços. Bunda pro ar."
Ela obedeceu. Empinou a bunda branca, elegante, emoldurada pela cinta-liga cara.
Eu subi na cama. Eu sentei na cara dela. Minha buceta gorda, molhada, direto no rosto da Daniella. Ela gemeu contra a minha carne, o nariz afundando na minha banha.
"Cheira," eu disse. "Cheira o lixo, Daniella. Sente o gosto da aventura."
E Cami... Cami subiu atrás. Com o "Negão".
Ela não usou gel. Ela cuspiu na rola preta. E cuspiu no cu da Daniella.
"Você queria ser arrombada, Patroa?" Cami sussurrou. "Então segura."
Ela empurrou.
MMMMMMMMMPPPPHHHH!
O grito abafado da Daniella vibrou na minha buceta. O corpo dela deu um espasmo violento. O pau preto entrou. Arrombando. Invadindo a "ordem".
Cami começou a foder. Sem piedade.
"Isso... olha pra ela, Bia! Olha como ela gosta!"
Eu saí de cima do rosto dela para olhar. O rosto da Daniella estava vermelho, suado, lágrimas escorrendo, a mordaça babada. Mas os olhos... os olhos estavam revirados. Ela estava no céu. No céu do inferno.
"A gente tem o dia todo, Daniella," eu disse, pegando o lubrificante e passando na minha mão. "O dia todo pra te ensinar o lugar de uma esposa."
Eu enfiei dois dedos na buceta dela, enquanto a Cami a fodia no cu.
O domingo estava apenas começando. E a Dona Maria... bem, a Dona Maria ia ter que esperar a sobra. Porque a "louça fina" era nossa.