CHEIRO DE PPK NO SOFÁ

Um conto erótico de Rico Belmontã
Categoria: Heterossexual
Contém 948 palavras
Data: 18/11/2025 12:41:34

Cássio não sabia exatamente quando tinha começado.

Talvez quando Viviane chegou, com uma mochila rasgada e um olhar de quem não devia nada a ninguém, dizendo que a mãe tinha chutado ela de casa. Mônica, sua esposa, foi rápida em acolher. "Ela vai ficar no quarto da Manu, só até arrumar um emprego."

Dois meses depois, Viviane ainda não tinha emprego. Nem intenção de arrumar um.

Ela tomava banho duas vezes por dia, usava o shampoo caro da irmã e deixava as toalhas molhadas em cima do sofá. Andava pela casa com camisetas sem sutiã, shortinhos de lycra sem calcinha. Um dia, Cássio percebeu: a marca da bunda dela ficava estampada no estofado como uma sombra. E o cheiro também. Um cheiro doce, ácido, úmido. Quase um aviso.

Ele começou a sentir esse cheiro mesmo quando ela não estava. Era como se ela estivesse presente em cada almofada, cada canto da sala. Ele se odiava por notar. E se odiava mais ainda por gostar.

Uma tarde, chegou mais cedo do trabalho. O sol batia de lado na cortina encardida da sala. Viviane estava deitada arreganhada no sofá, com uma perna sobre o braço da poltrona e a outra esticada, celular na mão, fone no ouvido. A camiseta branca deixava o contorno dos mamilos visível. Duros, pontudos.

— Ô, Cássio, me traz água gelada?

Ele foi até a cozinha com a boca seca. Quando voltou, ela estava sentada, as coxas suadas e abertas, o short colado. Pegou o copo e bebeu devagar, deixando escorrer um pouco no queixo.

— Você fica nervoso perto de mim? — ela perguntou, olhos semicerrados.

— Claro que não.

— Jura? Nem um pouquinho? Nem quando eu fico assim?

Ela abriu mais as pernas. Puxou o short pro lado mostrando a buceta lisinha e úmida. Não era só pele, era a promessa do que viria. Cássio desviou o olhar e sentou do outro lado do sofá, sem saber onde colocar as mãos.

Viviane riu.

— Você é fofo. Fica todo sério. Mas teu pau fala por você. — e apontou com o queixo para a calça dele, que já marcava o volume.

— Você tem noção do que tá fazendo? — ele perguntou, a voz quase falhando.

— Claro. Eu quero foder com você, Cássio. Desde o primeiro dia.

Ele fechou os olhos. Respirou fundo. Mas quando os abriu, ela estava ajoelhada no sofá, bem perto, com a boca a centímetros do rosto dele.

— Minha irmã trabalha demais. E você... parece carente.

Ela encostou os lábios no pescoço dele. Uma mordida leve, lenta. Cássio gemeu baixo, sem querer. A mão dele foi parar na coxa dela. Quente. Firme.

Viviane subiu no colo dele. O sofá afundou. Ele segurou a cintura dela, e os dois se encararam. Era um abismo. Mas já estavam caindo.

— Se a gente fizer isso... — ele tentou.

— Você vai pensar nela? — ela cortou.

— Não. — ele respondeu.

E então ela o beijou. Um beijo urgente, lambido, molhado. As línguas se procurando com fome de semanas. Ela se esfregava contra o pau dele, gemendo como se estivessem sozinhos no mundo. A camiseta subiu. Os seios pequenos, duros, rijos. Ele lambeu o bico com raiva. Ela agarrou o cabelo dele e pressionou mais.

— Me come no sofá, Cássio. Aqui mesmo. Onde ela senta pra ver novela. Quero deixar o cheiro da minha buceta impregnado nele.

Ele fechou os olhos e afundou o rosto entre as pernas dela.

Depois da primeira vez, virou rotina.

Toda tarde, enquanto Mônica estava na loja e a filha na creche, Viviane aparecia na sala com uma nova provocação. Às vezes de roupão, às vezes só de calcinha, às vezes nua, fingindo estar procurando algo no chão.

Cássio não resistia. Nenhum dos dois falava de amor. Era só desejo. Selvageria. Instinto.

Fodiam no sofá, no chão, na cozinha. Uma vez, quase foram pegos. O barulho do portão os separou com o coração na boca. Viviane se escondeu atrás da porta do banheiro, ainda pelada, com a buceta pingando no chão de azulejo. Riram depois, como cúmplices de um crime.

Mônica nunca suspeitou. Cássio se tornara mais calmo, mais gentil. Até fazia janta de vez em quando. Ela dizia, rindo:

— Nem parece o mesmo homem de três meses atrás.

— Tô mais leve — ele respondia.

— A Viviane te ajuda com a casa, né? —

— Sim. Ela tem sido ótima.

Mas nem tudo era jogo.

Cássio começou a ficar obcecado. O cheiro dela não saía mais da roupa dele. Do nariz dele. Do sofá. Uma vez, Mônica chegou e perguntou:

— Que perfume é esse? Tá diferente.

— Deve ser o amaciante novo. — ele respondeu, seco.

Mas era Viviane. Sempre ela.

Até que um dia, ele chegou em casa e o sofá estava limpo. Almofadas novas. Capas trocadas. O cheiro sumiu.

— O que aconteceu? — ele perguntou, num tom mais alto do que queria.

— O sofá tava nojento. Fedia. Troquei tudo. E mandei limpar — respondeu Mônica. — Tua filha falou que sentia “cheiro azedo” quando sentava ali.

— Mas...

Ele ficou mudo. Sem chão. Viviane não estava em casa. Quando subiu pro quarto, ela estava com a mochila nas costas.

— Você vai pra onde?

— Minha mãe me chamou de volta. Disse que agora pode me ajudar.

— Por que você não me falou?

— Achei melhor assim. A gente se divertiu, Cássio. Mas acabou.

Ele queria dizer que não. Que ela ficasse. Que ele deixaria tudo. Mas não disse. Só ficou parado, vendo ela sair.

À noite, Cássio sentou no sofá novo, limpo, sem cheiro de nada. Mônica ao lado, cansada, com os pés no colo dele.

— A gente tá bem, né? — ela perguntou.

— Tá. Tá sim.

Mas o nariz dele sentia falta. O corpo inteiro sentia falta. E o sofá... o sofá parecia mudo, asséptico demais para o gosto dele.

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