A Esposa do Reitor

Da série A faculdade
Um conto erótico de BiaZevedo
Categoria: Grupal
Contém 838 palavras
Data: 18/11/2025 06:21:13

O silêncio.

Pela primeira vez na história fodida do 1204, o apartamento estava em silêncio.

Eu estava deitada na minha cama de cetim preto (a cama do Reitor, que agora era minha), e a Cami estava deitada no meu peito. A cabeça dela, com aquele cabelo azul desbotado, repousava na minha carne gorda. O corpo magro dela, encaixado no meu. O cheiro dela... Nag Champa, sabonete de pêssego, e o cheiro azedinho e delicioso de Cami. O cheiro de "casa".

Não tinha Qboa. Não tinha porra de nadador. Não tinha cheiro de rola de trans. Era só... nós.

Eu, a puta gorda, a Dona Beatriz, a arrombadora de reitor... eu estava apaixonada. E ela também. O amor que nasceu no meio da putaria, da dor, dos paus de borracha e da Dona Maria.

Eu beijei o topo da cabeça dela. Meu black power fazendo sombra no rosto pálido dela. Ela resmungou, se aconchegando mais, a mão ossuda dela na minha barriga macia. Eu estava feliz. Uma felicidade nojenta, calma, que eu nunca tinha sentido.

Foi quando nós ouvimos.

BAM! BAM! BAM!

O som não foi uma batida. Foi um soco. A porta do 1204, a porta de madeira maciça do apartamento de luxo, tremeu.

Eu e Cami pulamos. Em um segundo, a paz virou guerra.

"Que porra é essa?" Cami gritou, pulando da cama, nua, os olhos azuis arregalados, já procurando o "Negão" preto por puro reflexo de batalha.

"Calma!" eu disse, meu coração disparado. "Não é a Maria. Ela usa a chave."

BAM! BAM! BAM!

Mais forte. Era raiva. Pura, silenciosa, raiva. Nenhuma voz. Só a porrada.

"Filha da puta," eu disse. Quem caralhos ousava bater na minha porta assim?

"Pega a cinta, Bia!" Cami gritou.

"Não. Veste a roupa. Rápido."

Eu puxei meu short de algodão, o mesmo que eu tinha usado com o pai dela. Vesti um cropped preto. Cami enfiou uma camiseta rasgada do Ramones. Estávamos prontas para a guerra.

Eu andei até a porta. Cami do meu lado, com uma garrafa de saquê vazia na mão, pronta para usar como arma.

"QUEM É, CARALHO?" eu gritei na porta.

A resposta: BAM! BAM! BAM!

"Eu vou matar quem tá aí," Cami sibilou.

"Espera. Olha no olho mágico."

Eu colei meu olho na porta. O corredor silencioso, o carpete bege. E, distorcida pelo vidro, ela.

Puta. Merda.

Eu dei um passo para trás, como se tivesse levado um soco.

"Quem é, Bia? É o Reitor? É a polícia?"

"Pior," eu sussurrei, o tesão e o medo fazendo meu cu piscar. "É a... esposa."

"A esposa... de quem?"

"Do Reitor, sua pata! A Dona... original!"

Os olhos da Cami se arregalaram. E então, um sorriso sujo, diabólico, cortou o rosto dela. "Abre. Abre, Bia. A festa vai começar."

Eu respirei fundo. Eu era a Beatriz. A Puta Gorda Chefe. Eu “comi” o marido dela. Eu “comi” o apartamento dele. Eu não ia ter medo da esposa.

Eu destranquei. CLIC.

Eu abri a porta.

Ela estava parada ali. Uma muralha.

A porra da mulher era... linda. Cinquenta e poucos anos, mas o corpo de trinta. Ela não era gorda como eu, nem magra como a Cami. Ela era... firme. Ela usava um conjunto de linho branco, caro, que parecia nunca ter amassado. O cabelo era um loiro perfeito, curto, chique. O rosto... maquiagem impecável. E as jóias. Um diamante em cada orelha que pagava minha faculdade inteira. Ela cheirava... a jasmim, e a dinheiro velho.

Ela era a Dona do Dono. A Patroa-Mor.

O olhar dela. O olhar que o Reitor usava, de poder. Mas o dela... o dela tinha ódio. Um ódio frio, puro.

Ela me olhou. De cima a baixo. Viu meu cropped. Viu meus peitões. Viu minha barriga macia. Viu meu black power. Ela não me olhou com desejo. Ela me olhou como se eu fosse um inseto. Um verme gordo e sujo no tapete caro dela.

E então, ela olhou por cima do meu ombro. Viu a Cami, a magrela de cabelo azul e piercing, segurando uma garrafa. E ela viu dentro do apartamento. A cama de cetim preto. A luz vermelha que a Cami tinha ligado. O cheiro de Nag Champa e do nosso gozo recente, que bateu nela como um muro.

Eu vi o nariz perfeito dela se contrair.

Ela engoliu em seco. A raiva foi controlada. A máscara de "Dona Elegante" voltou. Ela ajeitou a bolsa de grife no ombro. E ela olhou para mim.

"Boa tarde," a voz dela era seda. Seda gelada, que cortava.

Ela nem olhou para a Cami. Para ela, a Cami não existia. O problema... era eu. A Puta Gorda.

"Meu nome é Daniella," ela disse, o queixo erguido. E fez uma pausa, para o golpe. "A mulher do Reitor. Doutor Arnaldo Vasconcelos."

Ela estava ali. Na porta do meu ninho. A Patroa-Mor. E o olhar dela não era de "meu marido me traiu". O olhar dela era de "você está no meu apartamento".

Puta merda. A Cami tinha razão. A festa... estava só começando.

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