Aventuras no Tocantins

Um conto erótico de Cavaleiro do Oeste
Categoria: Heterossexual
Contém 7040 palavras
Data: 16/11/2025 21:05:07

Aventuras no Tocantins

Na minha vida sempre tive mulheres por onde passei, muitas mesmo, e não foi diferente quando estive procurando terras para comprar no Tocantins.

Eu estava na região de Andradina quando fiquei sabendo de umas terras que estavam à venda na região do Jalapão e outros lugares, no antigo Goiás, agora terras do jovem Estado do Tocantins.

Faziam poucos dias que eu havia vendido parte de uma boiada, os cobres estavam sobrando, e pelo que soube, só com aqueles dinheiros eu compraria muitos e muitos hectares no misterioso Tocantins.

Também fui advertido que apareceriam inúmeras propostas de negócios, era pra ficar esperto, olho vivo, mas que eu deveria pesquisar sem preguiça, olhar tudo e ir tirando minhas conclusões.

Alguns pecuaristas do nosso Estado haviam se estabelecido por lá, onde compraram vastidões de terras a preço de banana.

Eu precisava ver de perto aquilo!

Nós paulistas temos este tipo de inquietalmento quando o assunto se trata de novas terras, oportunidades, local novo pouco explorado. Pensei que seria uma boa oportunidade de me estabelecer em um local distante, diferente, iniciando uma nova vida.

Está no meu DNA, herdei esse tipo de inquietação dos meus antepassados que atravessaram o Atlântico vindos do velho continente para “fare l'America”. Naqueles tempos esquecidos, a Itália estava passando por uma crise econômica e política terrível, fome, desemprego…

Em minha juventude eu estive em locais afastados do Goiás, onde anos depois seriam terras do Tocantins. Lembro daquela viagem interminável em chão goiano para Montividiu do Norte, atravessando por uma vila chamada Mata Azul onde a divisa de municípios era o rio Capivara. Do lado de lá ficavam terras do Jaú do Tocantins e Palmeirópolis… depois voltamos seguindo para Porangatu… naquela ocasião, ainda no início dos anos 80, aquele mundão era tudo Goiás.

Foi naquela empreitada que perdi um ano letivo no grupo escolar, minha mãe ficou uma fera com meu pai, que foi negociando, comprando e vendendo bois, e faltou pouco para chegarmos montados à região do Bico do Papagaio, nas três divisas entre Goiás, Maranhão e Pará.

Parecia uma viagem à lua… eita tempo véio aquele.

Aquele Tocantins recém-nascido, ainda com cheiro de Goiás antigo, era um mapa que eu estava disposto a rasgar. Minha caminhonete devorou a poeira e o asfalto. A viagem não foi brincadeira. Rodei próximo a capital Brasília, passei pela mística Chapada dos Veadeiros, senti a energia daquele chão e segui para Campos Belos, até enfiar o pé na tábua e atravessar a divisa em Arraias, chão tocantinense.

Engraçado quando atravessei a divisa entre Estados, me pareceu outro mundo. Lembro dos antigos muros de pedras negras que subiam e desciam pelos pastos das muitas fazendas na beira da estrada ao longo do caminho. Aquela coisa era antiga, da época do Brasil império ou anterior, de quando os Bandeirantes andavam por lá em busca de ouro e pedras preciosas como esmeraldas e diamantes.

Quando eu fazia alguma parada para abastecer ou tomar um café, onde quer que fosse, alguém encostava puxando assunto e logo me surgiam propostas de negócios de todo tipo: terras, bois, sementes para pastagens, ouro…

Em algumas vilinhas eu conseguiria comprar uma casa com terreno grande, quase uma chácara, só com o dinheiro que eu carregava no bolso para custear minhas despesas de viagem.

Eu ficava esperto, ouvia muita coisa, já não era mais um menino, e sabia bem dos perigos que só o nortão pode oferecer. Coisas que aprendi ouvindo histórias e vendo, quando chefiei três comitivas levando bois para o Pará, isso lá em 1997.

Meu 38tão carregado até o talo também seguiu viagem escondido por trás da minha fivela boiadeira. 🚬👀

Aquela região mostrava uma precariedade fora do comum naquela época, cidades distantes umas das outras, vilarejos simples entre elas, povo acanhado.

Também não me passou despercebido a maneira como as morenas e mulatas me olhavam. Em alguns lugares me senti um extraterrestre.

Eu estava ali por conta própria, buscando uma boa oportunidade de negócio, não contava com mais ninguém, era eu e eu aqui na terra e Deus lá em cima…e precisava de um lugar para encostar minhas tralhas e repousar o esqueleto.

Bem mais adiante fiz parada em uma cidadezinha com nome de santa, local que parecia ter parado no tempo. Eu havia feito contato com um corretor que já havia vendido algumas terras para conhecidos meus, aqui do Estado Bandeirante, ele era de lá.

Eu passei calor em vários lugares do Brasil, mas ali a coisa era diferente. Podia jogar um ovo no asfalto ruim que fritaria até a casca.

Antes de atravessar do Goiás para o Tocantins, eu fiz uma ligação para negociante, deixando acertado nosso encontro na entrada daquela cidade.

Assim que estacionei na beira da estrada próximo a rotatória que dava acesso ao vilarejo, no fim da tarde, avistei com meus olhos a figura.

Era um sujeito moreno, magro, pele do rosto meio estragada, de camisa social suada e um sorriso que não chegava aos olhos. Tinha a cara de quem troca gato por lebre, um verdadeiro picareta que falava manso, miando, o típico “pêlo fino” que venderia até a mãe.

Foi no aperto de mãos que tomei ciência do tipo:

—“Arri Mariiiiiiiiia mininu, cê vai comprá um muuuuundo de terra aqui, meu patrão…”

Destampou falar sem parar dos tipos de terras daquela região, e teor de argila no solo, terras de cultura e pasto, e quando eu estivesse reformando as pastagens era só procurar por ele, que o homem também vendia sementes e adubos.

Acho que não durou dois minutos a conversa, eu já estava zonzo.

Tive que pedir para ele dar uma pausa, o homem não parava de falar, parecia uma revoada de maritacas, e com jeito, perguntar se havia um local onde eu pudesse me hospedar, estava cansado, havia dirigido sem parar por mais de 20 horas.

Sorrindo com aquele jeito de quem ganha comissão até em corrida de formigas, e cuspe a distância, me indicou um local não muito longe dali.

Segui o sujeito que dirigia apressado um Gol branco encardido. Me largou bem em frente a pousada, prometendo retornar no dia seguinte para a lida de olhar terras.

A pousada era simples, mas tinha vida. O cheiro de café forte e o calor da fêmea me receberam antes da porta. No balcão, estava a dona Dina.

Ela era a proprietária do lugar e, disparado, a mulher mais gostosa que eu tinha encontrado desde que saí naquela missão. Tinha uns trinta e poucos anos, e o corpo era o que me interessava: redondo, mas firme, feito para o pecado.

O que aconteceu quando me aproximei do balcão foi um silêncio que só quebrou quando ela finalmente falou. Naquela região onde ainda existem quilombos, gente de pele escura e forte, a minha figura chamava a atenção. Loiro, alto, com olhos claros, eu era um contraste vivo na sombra da pousada.

Dona Dina era morena, bem bronzeada que dava a impressão de ter a pele aveludada, lisa e quente. Ela me olhou da cabeça aos pés, com a boca entreaberta, e eu soube que ela estava avaliando a obra da natureza que tinha parado na frente dela.

Encostei no balcão, as pernas meio abertas pelo costume de andar a cavalo, ajeitando a peça que carrego entre as pernas. O olhar dela desceu pelo meu corpo, demorado, e fixou no volume da minha calça rancheira apertada. Não houve vergonha, houve curiosidade faminta. Ela avaliava, sem piscar, a ferramenta do forasteiro.

Mesmo cansado, senti a ereção subir devagar, silenciosa, um cumprimento involuntário ao olhar dela.

— Boa tarde, moço... — A voz dela era rouca, baixa.

—Tarde moça, tem pouso pra um peão cansado do trecho? — me mediu sorrindo com seus olhos assentindo com a cabeça.

Após as formalidades das convenções sociais, ficamos nos conhecendo.

Eu paguei adiantado pela primeira diária. O avental de chita não escondia as curvas que me fizeram salivar. Ela se virou inclinando para pegar a chave e eu tive a visão da bunda desenhada e farta, e o cheiro doce de suor limpo dela invadiu minhas narinas. No local havia um caboclo calado, moreno tipo bugre, desanimado, sentado sem camisa no canto perto do que devia ser a cozinha, lendo uma revista, depois soube que era seu marido.

Aquela era a certeza da liberdade em minhas atitudes. Aquele homem não merecia o corpo que tinha em casa.

Peguei as chaves e fui indo para o quartinho que estava disponível. Local muito simples, mas limpo. Para minha surpresa tinha um banheirinho, bem pequeno, safadinho, daqueles que se você soltasse um peido mais alto, tremeria o vitrô.

Depois de jogar minhas tralhas pra dentro do cativeiro, saí para o alpendre. Acendi meu Marlboro, inalando a fumaça do tabaco forte, sentindo o peso da minha posição ali. Ela veio logo atrás, fingindo ajeitar o lugar.

— O senhor veio de longe, né? Tem uma poeira de outro lugar na sua roupa. — Ela sorriu, e o sorriso era quente, rasgado.

— Vim do Oeste Paulista, Dona Dina. Rasguei o mapa para chegar aqui. E um homem que viaja tanto assim, não busca só negócio, não. Busca o silêncio para descansar o corpo, sabe dona.

Ela apertou as mãos na cintura. Os olhos escuros eram duas estrelas.

— Sabe moço, o silêncio do Tocantins é bom, mas é traiçoeiro. Muita gente que vem pra cá por causa de negócios, acaba ficando por outro tipo de assunto. E essa noite, o silêncio aqui é só para quem não tem medo de se desocupar. Me falou aquilo em tom mais baixo de voz, fazendo charme.

Ali estava o jogo, na minha cara. Ela me queria, e sabia que eu não temia a safadeza que aquele lugar e ela guardavam.

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Eu sabia que aquela noite não terminaria em silêncio e reza. O olhar de Dona Dina no balcão, a maneira como ela mediu o meu volume e o desinteresse do caboclo calado, eram convites claros. Depois de engolir uma janta bem temperada, me deitei na cama de solteiro do quarto simples, mas o corpo estava mais alerta do que se estivesse na ronda do quartel. Esperei baixar a comida, perdido em pensamentos, resolvi me refrescar no banho.

Demorei tempos embaixo daquela água morna, e logo a Dina Dina surgiu em meus pensamentos. Ela e suas curvas morenas!

Após o banho me deitei tentando descansar o corpo.

O silêncio do Tocantins era pesado, mas lá pela madrugada, ele foi quebrado.

Quando estou muito cansado, às vezes demoro para pegar no sono, mas já estava quase cochilando com meu revólver por baixo do travesseiro quando ouvi o ranger leve da porta.

Era ela. Dona Dina tinha as chaves de todos os quartos e usou aquele traquejo de quem faz o proibido: sem pressa, sem barulho, pisando igual gato, apenas o deslize da chave na fechadura.

Ela parou no batente, e eu precisei piscar para ter certeza de que não estava vendo assombração.

A luz do precário poste de iluminação pública que entrava da janela desenhava o corpo dela de forma indecente. Ela usava apenas uma camisola branca, fina, quase transparente, feita de um tecido que não escondia nada.

O corpo gostoso que eu só tinha visto sob o avental e o vestido de chita agora estava ali, livre. Os seios fartos, pesados e bonitos, balançavam levemente a cada passo.

Dona Rita fechou a porta devagar e caminhou até a beirada da minha cama, o perfume dela — não de flor do campo, mas de fêmea suada e limpa — me atingindo em cheio. O que me fez levantar na hora foi a visão que a camisola transparente revelava. A buceta era farta, peluda, os pelos negros subindo e desenhando um triângulo denso que se espalhava pelas coxas morenas. Era o desejo rústico em carne viva.

Ela me olhou, e o silêncio era a única prosa. Não houve palavra de sedução, só a urgência do corpo.

Eu levantei e a agarrei. Não houve preliminar longa; era a fome de dois solitários. Minha boca foi direto para a dela, beijo urgente, com cheiro de Marlboro e suor. Arranquei a camisola dela, jogando-a no chão, e tirei meu calção e cueca, liberando o cacete que vibrava de tão duro.

Dona Dina estava arfando. Ela me empurrou para a cama e subiu em cima do meu corpo, me beijando o pescoço, mordendo o peito. A buceta peluda dela esfregava na minha barriga, já molhada de excitação.

Foi então que eu a segurei pelo quadril, virei a morena e mergulhei minha cabeça ali, na buceta densa e cheirosa que me chamava desde o balcão.

Ela deu um grito abafado, uma espécie de guincho espantado, e tentou me puxar.

— Nã-não, Beto! — A voz dela estava tensa. — O que cê tá fazendo?

Eu levantei o rosto, o homem que não tem medo de se desocupar, e olhei nos olhos dela, sério, mas com a boca brilhando, melada.

— O sujeito calado não te ensinou isso, né, Dona Dina?

A surpresa dela era genuína. Era a prova que o marido não fazia a lida completa. Ela só sabia daquilo por ouvir de outras. A safadeza pura, a que envolve o cheiro e o gosto, era novidade para a morena gostosona do Tocantins.

Eu sorri, o sorriso que desarma as fêmeas, e voltei para a lida. Lambi e chupei aquela buceta peluda até ela se contorcer de prazer, gemendo baixinho pela primeira vez na vida com tamanha intensidade, tendo suas intimidades invadidas por uma língua quente de macho safado.

Ela me puxou para cima, o corpo em brasa.

— Anda, me come, Peão! Me come!

Eu enfiei meu cacetão até o talo, e ela era apertada, firme, o útero abraçando a rola como se estivesse esperando por mim desde que o Tocantins se separou de Goiás. Fomos um turbilhão de carne e suor. O colchão rangia, e os gemidos dela eram abafados contra a minha boca.

—Pau grande da porra, moço...

A noite avançou assim, em posições rústicas e urgentes sobre aquele leito estreito. A cada estocada, eu apertava os seios fartos e duros, e a cada virada, eu palmava as grandes nádegas dela, que pulsavam sob o toque.

Já no limite, com o corpo exausto, eu a virei de quatro na beirada da cama. Sem aviso, enfiei no cuzinho dela. Foi um grito abafado, mas de prazer puro. Eu cravei a ferramenta na morena, sem dó nem piedade, a buceta dela pingando na coxa, o corpo dela tremendo sob o meu peso.

Eu olhava pela janela, e o céu já estava clareando, um laranja-avermelhado nascendo no horizonte. Os galos começaram a cantar lá fora, dando a trilha sonora perfeita para o fim daquele pecado.

Com as mãos agarradas nos imensos seios dela e o corpo colado nas nádegas quentes, eu apertei os olhos e gozei tudo, uma jorrada funda e violenta no cuzinho da morena. Dina sorriu safada, murmurando cansada: —Pensei nunca mais ia dá meu rabo!

O silêncio voltou, mas era um silêncio satisfeito. Dona Dina estava esgotada, mas sorrindo, com o corpo melado de suor e prazer...

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Aquele silêncio satisfeito da madrugada durou pouco. Assim que eu consegui respirar e me desvencilhar do corpo macio da morena, me arrastei para o banheiro precário do quarto.

Eu estava ensopado de suor, a zorba melada, o corpo exausto, mas com aquela paz que só a safadeza completa traz. Ela veio atrás de mim, sem a camisola, o corpo moreno e marcado pelo lençol.

— Deixa que eu te ajudo, meu lindo. — A voz dela era de veludo, sem o sussurro medroso da noite.

Ela ligou o chuveiro, a água morna e fraca caindo no chão rústico feito em cimento queimado. Enquanto eu me ensaboava, ela se aproximou. A atração era tão forte que a mão dela não resistiu. Ela viu o meu cacete voltar a pulsar, inchado e vermelho pela noite de trabalho, e o fascínio nos olhos dela era puro.

— É a coisa mais linda que já vi, Betão. É grande, duro, veiudo, parece um tronco e já tá ficando no ponto... Meu pai, isso que é macho. — Ela pegou na minha vara, alisando devagar a baita, torcendo o couro do lombo, o olhar fixo no volume crescente.

O elogio e o toque me fizeram esquecer a lida de comprar fazenda e o corretor. Naquele banheiro apertado, com o cheiro de sabonete e umidade, a Dona Rita me fez gozar outra vez, espremendo a cabeça do pau com as duas mãos, numa ordenha que me fez gemer e curvar o corpo. Eu gozei muito, uma última descarga de tesão puro nas mãos da morena.

— Vai, agora você tem que descansar. O dia vai ser de lida, né Betão. — Ela sorriu, passando a mão no ventre.

Saí do banheiro, me joguei na cama e apaguei. Eu devia ter dormido umas duas horas de sono pesado, quando a batida na porta me trouxe de volta ao Tocantins.

Acordei sobressaltado. Olhei o relógio meu relógio: 9:00hs da manhã, puta que pariu!

—Opa, ôh boiadeiro , cê tá acordado. O corretor tá lá na frente te esperando! Cê quiser, mando ele volta depois

— A voz era do caboclo calado, o marido da Dona Dina.

Eu levantei num pulo, sentindo o peso da responsabilidade e o cheiro de safadeza ainda no lençol. Vesti a calça e abri a porta, já abotoando a camisa.

O caboclo me olhou de forma estranha, especulando com olhos bovinos, analisando.

— Bom dia, parceiro. Desculpa o atraso, a viagem me quebrou — Eu falei, ajeitando o cinto.

— Ah, tudo bem, moço. A Dina mandou eu te acordar. Ela disse que o senhor tava muito cansado da viagem. O corretor tá lá no alpendre. É um sujeitinho apressado, esse, viu...

O caboclo se virou e foi andando, sem me dar tempo de responder. O olhar dele era vazio, como se estivesse acostumado a não participar da vida da esposa. Eu soube, ali, que ele não desconfiava de nada. A mente dele estava longe, talvez na cerveja, talvez no rádio.

Quando cheguei ao balcão, a Dona Dina estava sorrindo, linda e sedosa no seu vestido novo.

— Bom dia, moço, o café tá quente.

Ela me serviu o café na caneca de ágata. O corretor, picareta, estava sentado na mesa, impaciente.

— Vamos lá, Betão. O dia é curto, e a fazenda é longe. Precisamos rodar. — Ele me apressando.

Eu dei um gole no café, estava forte e doce, o mesmo sabor dos lábios da Dona Dina. Olhei para ela. Ela me retribuiu o olhar. Não havia mais segredo. A morena já era minha.

— Estou pronto, seo corretor. Mas antes, me diga uma coisa, Dona Dina. — Eu encostei no balcão, abaixando a voz para que só ela ouvisse: — Quando a gente volta pra desocupar o resto da noite?

Ela sorriu, o sorriso mais largo que eu já tinha visto.

— Na hora que o senhor voltar, Betão. Essa noite, sou todinha sua. —falou aquilo sussurrando.

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Eu me despedi da Dona Dina com a promessa nos olhos e o cheiro dela na pele. Chapéu na cabeça, Marlboro aceso e o motor da caminhonete ligado me levaram para fora da vila, ao meu lado no banco do passageiro, o sujeito com aquele jeito de vendedor de bíblia.

A fazenda ficava a uns 30 quilômetros da pousada, senão mais, e a estrada era a cara do negócio que me esperava. Não era trilha, era um castigo. A caminhonete balançava naqueles buracos e costelas de vaca pelo caminho.

— Esse caminho tá precisando de um patrolamento urgente — Eu falei, olhando a poeira que subia.

— É assim mesmo, Betão. Longe da muvuca do povoado. A fazenda é isolada, mas a terra é forte, precisa só de um dono que entenda. — Ele tentava disfarçar.

Chegamos. O lugar era um retrato do abandono. Cerca e o que havia sido uma porteira estava caída, a pastaria estava perdida na juquira, parecia que ninguém andava por ali desde a época que o Bartolomeu Bueno da Silva, o Bandeirante Borba Gato desbravou a região. O curral, um bebedouro feito em pedras, ambos aos pedaços. Um matagal que ia engolindo tudo. O corretor falava de potencial, mas eu só via trabalho de três anos para mais, e dinheiro jogado fora.

Confesso que estava quase sacando o revólver temendo aparecer uma onça saltando da moita ou outro bicho peçonhento a qualquer momento!

Eu, que entendo de terra e gado, não dei corda. Apenas andava, quieto, examinando a “força” da terra com o bico da bota, enquanto o picareta tagarelava sobre o valor da área e a água em abundância.

— Bom, o senhor já viu o principal. — O corretor parou, acendendo o cigarro dele, que cheirava a fumo fraco. — Vamos almoçar na vila, que a fome tá apertando, e deixa que eu pago pro amigo!

E foi nesse meio-tempo que ele me soltou a prosa que me interessava, desviando o assunto do pasto perdido daquela fazenda assombrada:

— E aí, Betão, o que achou da Dona Dina lá na pousada?

Eu me virei, fingindo desinteresse, embora o nome dela já me fizesse sentir o cheiro da madrugada passada.

— Dona Dina? Mulher de lida, companheiro. Parece que leva o lugar nas costas, ou me enganei?

— Ah, leva. E o resto também, viu? Aquela morena é gostosa demais. A gente aqui da região vive babando nela. Mas ela é metida. Não dá moral para ninguém. O marido dela, o caboclo calado que você conheceu, coitado, corre na vila que ele nem deve dar conta. A gente acha que ela está esperando um… — Ele me olhou de esguelha. — Um homem diferente.

A informação era um tiro certeiro. Ela realmente não se deitava com ninguém de lá. Eu era o homem diferente, o loiro, alto, de olhos verdes, que carregava um volume de aroeira e a fazia gritar no cuzinho. A safadeza dela comigo era uma vingança particular contra a falta de interesse local.

Voltamos para a vila. O corretor me levou para um restaurante simples, de comida caseira, mas o centro da vila era o ponto onde o burburinho corria solto.

Quando eu entrei, com meu jeito e a cara de forasteiro, o movimento parou. As morenas locais, sentadas nas mesas e atrás dos balcões de comércios próximos, se alvoroçaram. Eu era um bicho exótico para elas.

— Moço bonito! O senhor é de onde? É gaúcho?— Uma delas perguntou, sem rodeios.

— Sou de São Paulo, morena. Boiadeiro. — Eu sorri, educado, mas sentindo o peso dos olhares famintos.

Durante o almoço, o corretor tentou me empurrar negócios de outras terras, mas eu só conseguia prestar atenção nas mulheres que passavam, cochichando. A notícia de que um cowboy loiro e forte, grandão, estava na vila corria mais rápido que boi arribado e lagarto fugindo de cachorro.

— Por hora, deixa a terra para lá, companheiro, vamos tomar uma cerveja e conversar sobre outro assunto, e deixa que eu pago!

Fomos para um bar ao lado. Ele, falando de hipotecas e áreas de reserva; eu, pensando na Dona Dina e no corpo moreno dela que me esperava. Foi aquele bailado de corpos de pele morena passando pra lá e pra cá, belas moças, todas muito simpáticas me direcionando olás, entre piscadelas, sorrisos e outras coisas.

Lá pela boca da noite, eu encostei a caminhonete na pousada. O corpo estava cansado da andança e do falatório do picareta, mas o pau já estava assanhado só de imaginar o que poderia vir a acontecer.

Entrei. A Dona Dina estava no balcão, contando o dinheiro do dia. A cara dela estava fechada. O sorriso da manhã tinha sumido.

— A noite tá fresca, Peão? — Ela falou, sem levantar os olhos.

— A noite é nossa, moça. Mas me diga uma coisa, você parece que comeu jiló no almoço, tá brava?

Ela finalmente levantou o olhar. Os olhos escuros tinham uma faísca de ciúme que me deu um prazer que nem o sexo dá.

— Eu soube que o senhor almoçou na cidade. E que todas as morenas ficaram assanhadas com o forasteiro gaúcho, grandão, loiro e de olhos verdes.

O pecado da noite passada já tinha criado um laço. A Dona Dina, que era "metida" para os locais, estava morrendo de ciúme do que as mulheres da vila podiam tirar de mim.

— Não se preocupe, Dona Dina. Eu rodei o Tocantins inteiro hoje, mas o único negócio que me interessou está aqui, atrás desse balcão.

Ela finalmente sorriu, mas o ciúme era visível.

— O seu quarto tá limpo, Betão. E já que eu tenho a chave… Pode esperar, que a noite vai ser longa, seu moço, ai ai se vai!

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Eu tomei o meu banho, aquele cheiro de suor e poeira substituído pelo sabonete fraco. Acendi meu Marlboro e fiquei na janela, olhando o céu escuro do Tocantins, esperando, ouvindo barulho de malinagem de moleque e cachorro latindo. O corpo queria descanso, mas a cabeça e a ferramenta só queriam a Dona Dina.

Ela só foi aparecer depois das 20:00hs. Um horário estranho, nem tão tarde para ser furtivo, nem tão cedo para ser casual.

Quando ela entrou, foi diferente da madrugada passada. Trancou a porta, acendeu a luz e ficou me admirando. Não havia pressa. Os olhos dela, escuros e profundos, me percorreram com uma curiosidade e admiração que me fizeram sentir o homem mais viril do mundo. Eu era o forasteiro loiro que trazia o perigo e o prazer que ela nunca tinha conhecido.

— Cê é bonito de se ver, Betão, bonito que só o diabo — A voz dela era baixa, mas firme. — Por onde cê andou hoje, todas as mulher da vila ficaram falando do forasteiro...

Eu apaguei o cigarro, o corpo já reagindo.

— E eu andei o dia todo, Dina, pensando na única mulher que me interessa nesta vila. E em como você ficou metida comigo.

Ela sorriu, um sorriso de fêmea que sabe o que quer. Vestia um short de malha e uma camiseta solta, mas o volume do corpo era evidente. Ela sabia que eu tinha reparado.

— Eu sou metida com quem não me agrada. Você me agrada, Betão. E o que cê fez com a boca na minha xana ontem, eu não paro de pensar desde que o galo cantou. Tô pra ficá doente de vontade, moço.

Ela me beijou, e o beijo era a prova de que o ciúme tinha virado fogo. Avancei nela como uma onça faria na vitela, arranquei sua roupa, assim como ela me despiu às pressas. Caímos na cama.

Dona Dina me puxou para baixo, desesperada. Ela me queria ali, onde o caboclo caladão não chegava, de modo algum, nem por sentença ou alvará.

Eu a satisfiz com a gula do condenado. Mergulhei naqueles pêlos densos e úmidos, na xana morena que cheirava a pecado e à terra quente. Chupei, lambi, e mordi com a mordida da paixão. Ela gritava, os gemidos abafados no travesseiro. Eu usei a boca até ela não aguentar mais.

Eu não só chupei a xana peluda dela; mordi a coxa, mordi o pescoço, mordi a ponta dos seios, deixando minha marca, como se estivesse ferrando a potranca. Ela gemia: — Mais forte, Betão! Me machuca meu macho.

Ela gozou com uma violência que me fez sentir o gozo dela. Quando ela parou de se contorcer, eu olhei. A xana dela estava com os contornos internos bem vermelhos, inchada, melada, escorrendo com o gozo dela misturado com a minha saliva.

Eu a virei de bruços. Agora era o cuzinho.

— Eu quero o seu cacetão no meu cuzinho de novo, Betão. Quero com força — Ela implorou, a voz rouca.

Eu preparei a morena com a saliva. Dina tinha o sabor da baunilha, a cor e aromas da canela em seu corpo de fêmea carente.

Logo enfiei a vara, fundo. A Dina era apertadinha, mas o desejo dela era maior que a dor. Eu a possuí por mais de hora no sexo anal violento que ela pedia. Minha mão agarrava os seios fartos, enquanto a outra apertava as nádegas. Eu dava estocadas firmes, decididas, até sentir o cheiro metálico, ferroso de sangue no ar. O cu dela sangrou um pouco nas pregas, a prova da entrega total e da violência que ela, no fundo, desejava.

O corpo dela tremia de dor e prazer. Aquele corpo moreno da Dina, pele suada, quente, que brilhava quando alcançado pela iluminação precária que adentrava meu quarto. E eu gozei ali, fundo, com a força de um cavalo registrado no último galope da noite.

Depois da batalha de carne, ficamos ofegantes, os corpos suados e grudados no lençol.

— O Betão… Ai ai moço, cê é o homem... cê é o único. — Ela me abraçava, as unhas cravadas nas minhas costas.

Eu acendi outro Marlboro, a fumaça subindo no quarto. Eu precisava lhe dar a notícia que a faria ainda mais minha.

— Olha só, Dina. Eu vi aquelas terras hoje. E são ruins, não compro aquilo nem de graça.

O sorriso dela morreu. — Então você vai embora amanhã?

— Calma, morena. — Eu puxei o corpo dela para mais perto, beijando-a na testa. — O corretor picareta vai tentar me empurrar mais umas duas fazendas para eu olhar. Eu resolvi passar mais um ou dois dias por aqui. Só para ter certeza.

O alívio e a felicidade dela foram imediatos. Ela me deu um beijo de agradecimento e posse.

— Ah, Betão! Isso é a melhor coisa que você podia me dizer! Eu cuido de você. Eu cuido do seu corpo e do seu pauzão, deixa comigo.

Ela se aninhou no meu peito, a xana peluda roçando na minha coxa. Eu sabia que, pelos próximos dois dias, a Dona Dina seria a minha penitência e o meu maior prazer no jovem Estado do Tocantins.

Ficamos abraçados conversando sobre aquela cama precária de solteiro, lençol banhado em nosso suor, o ambiente cheirava a coito. Entre tantas coisas que me falou e outras especulações que fez sobre a minha vida, sem receio me contou:

—Sabe, Betão, casei nova demais, meu marido você viu, é aquilo lá, mais apagado que poste em dia de chuva, morno de tudo, aquilo é vidro que quebra à toa. É beber a cerveja dele e ouvir aquele bendito rádio, parece até que eu não existo.

Dei muita risada do modo como Dina se referiu ao desinteressado marido em assuntos de rola e buceta. Sendo ainda mais filho da puta, quis saber se ele nunca tinha tentado chupar aquela delícia de buceta, ou seu cuzinho. Dina foi ainda mais enfática na resposta: —Era capaz de vomitar, ou pior, tê um passamento… Aquilo é cheio de nove horas que cê nem imagina, moço.

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Eu acordei com o corpo exausto, mas revigorado. A Dona Dina me deixou um beijo demorado antes de sair, o sorriso dela era de satisfação, mas eu notei a dificuldade em andar. O sexo anal violento da noite passada tinha deixado a sua marca. Ela caminhava com a anca levemente travada, como quem acabou de sair de um dia inteiro no arreio sem estribo.

Por volta das oito, o picareta chegou. Eu estava no alpendre, tomando um café forte, o Marlboro aceso.

O corretor foi direto ao balcão e tentou a sorte com a morena, aquele jeito forçado de quem precisa provar que tem traquejo:

— Bom dia, Dona Dina! Como vão as coisas? Hoje o dia é longo, a gente precisa de energia.

Dona Dina, sempre seca com os locais, mal levantou o olhar.

— Bom dia. As coisas melhorando ficam boas… minha energia eu pego na lida. O Betão tá na mesa. Vá cuidar do seu serviço e me deixe que hoje eu tô aziada.

A voz dela era cortante. Ela nem sequer sorriu. O corretor deu de ombros, acostumado com o desprezo dela, sem saber que o desprezo era o preço do privilégio que eu tinha. Ela veio até mim, e no momento em que ele não olhava para nós, me deu um olhar de fogo e posse, seguido de uma piscada cúmplice.

— Vê se não se distrai com as morenas da vila de novo, viu Betão— Ela sussurrou, a ameaça era um convite.

A nova fazenda era ainda pior. Mais distante, no rastro de outra poeira. A caminhonete sofreu naquele velho caminho. Parecia mais uma trilha de penitência. O corretor prometia mundos e fundos, mas era tudo mato, cerca caída e prejuízo.

— Essa aqui, Betão, é para o senhor que gosta de desafio! Tem água no fundo, só precisa de um trator forte, a casa com duas demãos de caiação vai virar um lar pro senhor.

— Desafio? Companheiro, isso aqui não é desafio, é enterro de dinheiro. Não compro matagal para virar curral. Sua fazenda do Tocantins é um golpe, e a terra é feia, a casa é um taperão, ninho de cobra e toca de morcego, credo… Vamos voltar. — Eu falei direto e sem rodeios.

Voltamos no fim da tarde. Eu estava sujo de poeira e frustrado com os negócios. Precisava de uma cerveja gelada e da presença dela.

Paramos em um bar de beira de estrada. Enquanto tomávamos a segunda loira gelada, beliscando uns petiscos de carne seca e linguiça, a história da minha presença já tinha virado lenda.

Não era mais cochicho. As mulheres eram abusadas. Uma delas, morena e atrevida, passou e jogou um beijo na minha direção.

— O moço bonito devia ficar por aqui! A gente ia te ensinar uns atalhos! — Ela gritou, rindo com as amigas.

O corretor, percebendo o assédio, tentava se aproveitar, mudando o assunto. — Tá vendo, Betão? O senhor faz sucesso. Essas terras aqui têm gente boa!

— Gente boa tem em todo lugar, companheiro. E mulher de verdade a gente encontra quando não tá procurando. — Eu finalizei, me levantando indo pagar a conta.

Deixei o picareta perto da rodoviária e voltei para a pousada, já estava escuro. O corpo implorava por sono, mas a Dona Dina precisava ser acalmada do ciúme e recompensada pela dor da noite anterior.

Ela me esperava no quarto, já deitada, o rosto cansado, mas os olhos brilhando. Ela estava nua sob o lençol:

— Elas ficaram dando em cima de você na vila, né? A cozinheira me contou. — A voz dela estava carregada de possessividade.

Eu tirei a camisa e a bota, e me deitei ao lado dela.

— Aquelas são potrancas de pasto, Dina. Você é égua de raça, que exige traquejo. E a única coisa que me interessa é isso aqui.

Eu a beijei, mas logo desci para a xana dela. Ela gemeu de alívio. Eu beijei a barriga morena, lambi a coxa e mergulhei na buceta suculenta dela. A chupação foi lenta, demorada. Eu queria limpá-la do dia, acalmá-la do ciúme e fazê-la esquecer a dor. A língua no clitóris, os lábios nos grandes lábios da morena, eu trabalhei a xana melada até ela começar a se contorcer na cama.

Ela gozou alto, agarrando meus cabelos, o corpo vibrando.

— Betão! É só você... só você, meu macho!

Eu subi e a montei na posição que ela precisava: papai e mamãe. Entrei devagar, fundo, sentindo a suculência e o calor dela me envolver.

Eu me movi com carinho, mas com a força do homem que aquela mulher precisava. Nada de violência, nada de cuzinho. Ela estava quebrada e dolorida e precisava de mansidão. Perdemos a noção do tempo. Acabei gozando dentro dela, com a lentidão do prazer que sabe que tem todo o tempo do mundo.

Eu caí ao lado dela, exausto, mas com a sensação de dever cumprido.

— Eu vou ficar por aqui mais uns dias, Dina. Amanhã tem mais uma fazenda para eu ver.

Ela apenas se aninhou, a cabeça no meu peito, e suspirou, satisfeita. O Tocantins não me daria terras boas, mas me deu uma fêmea que valia muito.

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Eu sabia que o dia seguinte era o meu último. O corpo da Dina me fazia querer fincar raízes no Tocantins, mas o meu traquejo de boiadeiro me dizia que o negócio da fazenda não valia a pena. Ficar seria a perdição, e o Betão Boiadeiro aqui não se deixa prender em laço de embira.

Eu levantei cedo, a Dona Dina já estava na cozinha, mancando levemente, mas com o sorriso de fêmea possuída. O marido, o caboclo calado, estava na lida dele de cerveja e rádio, olhar perdido, longe de nós.

O corretor chegou e, sem pestanejar, eu o forcei a me levar a uma fazenda mais próxima da vila, de um proprietário de reputação melhor.

— Hoje o senhor me leva onde eu quero, certo. Já vi que suas terras são só mato e prejuízo.

— Falei sério, no alpendre, olhos arregalados.

O picareta engoliu a seco, mas cedeu. O dia foi de lida honesta, e a fazenda era melhor que as outras. O pasto estava mais limpo, o curral mais firme, a casa grande. O problema não estava na terra, mas no papel.

— A fazenda é boa, Betão. Mas tem um negocinho no registro dela ... a documentação é paroquial, coisa de herança antiga. — O corretor tentava diminuir.

Eu ri, acendendo meu Marlboro. — Companheiro, o Betão aqui compra fazenda, não encrenca. Documento paroquial é burocracia para três gerações. Negócio fechado para mim, só com escritura limpa. Vou voltar para casa!

A notícia era clara: eu ia embora.

Voltei para a pousada ao cair da noite. A caminhonete estava suja, e eu, cansado de andar à toa. Mas a frustração com o negócio foi compensada pela promessa da última noite com a morena.

Eu entrei na pousada e senti o cheiro de carne assada pelo ambiente. A Dona Dina estava me esperando com um jantar especial.

— A pousada hoje é só nossa, Betão. O último hóspede foi embora ao meio-dia. Preparei um agrado para o homem que me fez esquecer meu nome. — Ela estava linda, vestida com um vestido simples, mas que marcava as curvas que me tiravam o ar.

Comemos a carne assada e o arroz carreteiro bem feito, tempero com esmero. Conversamos sobre o silêncio do sertão, sobre as estrelas do Tocantins, sobre a lida. A cada gole de cerveja, a tensão sexual crescia, misturada à tristeza da despedida.

Depois da janta, o caboclo calado com cara de boi carreiro não deu as caras. A noite era dela.

Dona Dina me conduziu para o meu quarto. Trancou a porta, acendeu a luz. Ela me olhou da cabeça aos pés, com a mesma admiração da noite anterior, mas agora com a dor do fim.

— Essa é a última vez, Betão. Eu quero que você me marque para eu nunca esquecer.

Eu não precisei de mais nada. Eu a despi devagar, beijando cada pedaço da pele morena aveludada. Tirei minha roupa, e o meu cacete já estava na posição de trabalho.

Nossa última noite não foi de desatino, pressa, foi de minúcia. Eu deitei a Dona Dina na cama e lambuzei o corpo dela. Eu beijei o pé, subi pela panturrilha forte, lambendo a coxa onde os pelos escuros se uniam ao redor da buceta.

Eu passei a língua pelo ventre macio dela, sentindo o calor. A xana peluda estava muito úmida, cheirosa, suculenta. Eu mergulhei ali com a determinação de um cavador de ouro. Chupei a buceta até a língua doer, explorando cada dobra, cada centímetro daquele fruto proibido. Os gemidos dela eram guturais, profundos, de fêmea no cio.

Eu ouvia o clic-clac do prazer incontrolável dela. Eu lambi a buceta melada de gozo, o suco escorrendo pelo meu rosto, gozei ela de boca até sentir que o corpo dela estava em convulsão.

— Betão... cê me destrói, peão... me destrói... — Ela chorava de prazer, agarrando o lençol.

Eu subi, beijei os seios fartos e duros, mordi os mamilos já escuros de excitação. O corpo dela estava marcado pelos meus dentes da noite anterior, e eu adicionei novas marcas.

Eu a virei de lado e preparei o cuzinho dela. Ela gemia, ainda dolorida, mas o desejo era maior.

— Vem, enterra fundo, Betão, mas devagar... me enche de novo.

Eu a possuí por trás, lentamente no início, sentindo a parede apertada contra a minha vara. Eu ia fundo, com a consciência de que era a última vez. Eu gemia no ouvido dela, as palavras de posse e desejo se misturando. Eu senti meu corpo vibrar com a urgência do final.

Gozei tudo dentro dela, no cuzinho, no último laço apertado, o corpo dela tremendo sob o meu, o cheiro de suor e sexo preenchendo o quarto.

Caímos exaustos. Dormimos abraçados, o silêncio do Tocantins testemunhando o pecado.

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Acordei com a primeira luz. Ela já estava vestida, séria. O caboclo calado já devia ter saído para a rua fazer não sei o quê. Eu me vesti, o cheiro dela impregnado na minha camisa.

Eu a encontrei no balcão para pagar o restante da diária. O semblante dela era duro, profissional, mas os olhos... os olhos estavam marejados.

— A conta, Betão. Obrigado pela hospedagem.— Ela falou, sem me olhar diretamente.

— Dina, eu preciso ir. As terras que vi por aqui não prestam, e eu não compro briga por pouca coisa.

Eu paguei. Peguei a bolsa. Quando eu estava na porta, ela me chamou.

— Betão, espera.

Eu me virei. Ela veio até mim. Me deu um beijo rápido, mas que tinha o sabor da lágrima disfarçada.

— Não esquece o que você achou aqui no Tocantins. Não esqueça de mim, a tua morena.

— Eu nunca esqueço uma fêmea que me marca, Dina — Eu falei, ajeitando o chapéu. — Nem a cor dos seus olhos, tua pele macia, seu cheiro de mulher… nem do sabor do teu corpo quente.

Entrei na caminhonete. Olhei pelo retrovisor. A Dona Dina estava parada no alpendre, a mão sobre a boca, os ombros curvados, finalmente liberando as lágrimas que tentou segurar. Eu acelerei, deixando a poeira do Tocantins cobrir a pousada e o corpo que eu deixava para trás. O coração vagabundo estava satisfeito, mas a alma estava um pouco mais pesada.

Segui subindo o mapa, queria chegar até Novo Combinado, Palmas e depois voltaria para a região do Gurupi.

Aquele viagem me marcou bastante, tive contato com muitas pessoas, e conheci muitas mulheres. Era engraçado como me olhavam, admiradas com meu porte físico.

Guardo com carinho na memória o cheiro e sabor das tocantinenses.

Morenas e negras de pele quente, assim como as paisagens daquele Estado, que à época, tinha pouco mais de década de existência.

Logo conto mais sobre aquela viagem que durou mais de mês…

Eita tempo véio que foi embora!

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