O "WHITE LOTTUS Resort & Spa" era o tipo de lugar que parecia ter sido construído para celebrar a liberdade. Seus bangalôs privativos de frente para o mar, cercados por palmeiras e jardins exuberantes, exalavam luxo e privacidade. A areia era de um dourado suave, o mar, um turquesa quase indecente. Era o cenário perfeito, e proposital, para o fim de semana que Daise e Julia haviam planejado.
Daise e Julia eram irmãs por laço, melhores amigas por escolha e cúmplices no prazer. Daise, com seus quarenta e poucos anos e uma energia vibrante de quem acabara de descobrir a melhor versão de si mesma, ria alto enquanto servia o champanhe na varanda do bangalô Master. Julia, um pouco mais reservada, mas com um brilho malicioso nos olhos que desmentia qualquer pudor, admirava a vista, vestindo apenas um robe de seda levemente transparente.
As jovens, Jéssica (a filha de Daise) e Maria (a filha de Julia), sentavam-se nas espreguiçadeiras, absorvendo o ambiente e a desinibição das mães.
Jéssica, a aniversariante de 20 anos, era observadora. Sua curiosidade sobre o mundo adulto era um motor silencioso. Maria, dois anos mais velha, era mais impaciente e prática, mas igualmente cheia de dúvidas sobre a vida que a espera. Ambas estavam ali para comemorar seus aniversários, mas sentiam no ar que a celebração era, na verdade, sobre algo maior.
"Um brinde! Um grande brinde!" Daise levantou a taça, seus olhos encontrando os de Julia em um entendimento profundo, antes de se virar para as filhas. "Aos 20 e 22 anos! Duas idades de transição, meus amores. De escolhas e, acima de tudo, de liberdade!"
Maria sorriu, levantando a taça. "Que seja um fim de semana inesquecível, Mãe."
Julia deu um gole, o sorriso sutil se alargando. "E será, querida. Porque o resort tem uma regra não escrita, mas muito clara: o que acontece no Néctar, fica no Néctar. Esta viagem é um presente para vocês, para nós, e para a nossa felicidade individual."
Daise piscou para as filhas, seu tom mais direto. "Avisamos: estamos aqui para nos divertir. Muito. Vocês são adultas, e a porta do nosso quarto pode não estar sempre aberta. Respeito é a palavra. Privacidade é a regra. Entendido?"
As jovens se entreolharam, um rubor discreto colorindo suas faces, misturando confusão com uma expectativa latente. Elas sabiam que o "divertir-se" das mães não se limitava a coquetéis na piscina.
"Entendido," Jéssica respondeu por ambas, a voz um pouco mais baixa do que o normal.
À medida que a tarde avançava e a luz do sol começava a se suavizar sobre o mar, as quatro foram para os quartos para se preparar. Daise e Julia estavam estranhamente animadas, vestindo lingeries finas sob vestidos que prometiam muito mais do que mostravam.
"Vamos dar uma volta e encontrar o lugar perfeito para o jantar," Julia anunciou, pegando uma bolsa pequena e beijando a testa da filha. "Não nos esperem."
Daise apenas sorriu, um sorriso cheio de promessas não ditas. "Aproveitem a suíte, meninas. A noite é jovem." E com isso, as duas mães saíram, deixando Jéssica e Maria sozinhas, com uma garrafa de vinho branco, o silêncio do luxuoso bangalô e uma crescente, inegável curiosidade.