Eu não dormi de quinta para sexta.
Como eu poderia? Meu corpo inteiro era um templo recém-descoberto, e a mulher que o desvendou voltaria pela manhã para limpá-lo.
Eu rolei na minha cama king size, nos meus lençóis de mil fios, e a única coisa em que eu conseguia pensar era na língua da Gisele.
Não foi uma chupada. Homens me chupavam. Cadu me devorava. Os garotos me lambiam. O Coronel... era técnico. O que Gisele fez foi... mágico. Foi uma feitiçaria. A língua dela não era um pedaço de carne; era um instrumento de precisão, uma varinha mágica que encontrou nervos que eu não sabia que existiam.
Os orgasmos múltiplos... eu achei que era lenda. Coisa de filme. Mas eu senti. Ondas. Uma após a outra, me arrebentando, me afogando, até eu não ser mais a Dona Luana, a patroa. Eu era só... o altar dela.
E então, ela chegou.
Sexta-feira. Oito da manhã. A campainha da área de serviço tocou. Meu coração saltou.
Eu estava na cozinha, fingindo tomar café, a xícara tremendo na minha mão. E pela primeira vez na minha vida, depois de uma foda, eu senti vergonha.
Eu, que já tinha sido fodida em despensas, contra árvores, em obras... Eu, que era a lenda do morro. E eu estava com vergonha da minha empregada. Vergonha de olhar na cara da mulher que tinha me feito gritar como uma noviça.
Ela entrou. Uniformizada. Impecável. O cheiro dela era de amaciante e profissionalismo.
"Bom dia, Dona Luana," ela disse. Com a voz calma….
Calma. Respeitosa. Como se nada tivesse acontecido. Como se ela não tivesse, doze horas antes, bebido o meu gozo como se fosse champanhe.
Eu não consegui olhá-la. "Bom... bom dia, Gi. O café tá... tá fresco."
O silêncio foi horrível. Eu estava morrendo.
Durou pouco tempo. Eu ouvi ela suspirar, e então a risada. Uma risada baixa, deliciosa, cheia de maldade e cumplicidade.
"A senhora tá com essa carinha por quê, patroa?" ela sussurrou, se aproximando da bancada.
Eu finalmente a olhei. Os olhos dela brilhavam.
"Achei que a senhora tinha gostado," ela continuou, com a voz baixa. "Achei que a senhora tinha dormido bem, depois de... relaxar."
A pequena diaba. Ela estava adorando.
"Eu... eu gostei, Gi," eu disse, e meu rosto queimou.
"Eu sei," ela piscou. "A senhora gritou. Muito."
E assim, o gelo se quebrou. Voltamos a conversar. A fofoca do morro. O Cadu que tinha mandado uma mensagem pra ela, perguntando se a "patroa" tinha sobrevivido ao churrasco. O Matheus, que estava louco pela Helen.
Mas por baixo de tudo... a eletricidade.
Eu fui trabalhar com a Gisele na cabeça. Eu estava em uma reunião sobre logística da loja, e tudo o que eu conseguia pensar era naquela língua. Naquela boca macia. Eu estava viciada.
Eu voltei para casa mais cedo. O carro do Ricardo não estava na garagem. Ele só voltaria no dia seguinte.
Eu entrei em casa. Silêncio. Mas a casa cheirava a... ela. A produto de limpeza e ao perfume doce dela.
"Gi?" eu chamei.
"Tô na área, patroa! Terminando de passar!"
Eu fui para o meu quarto. Eu estava suada do dia, tensa. Eu precisava... eu não sabia do que eu precisava. Eu me joguei na cama, ainda de roupa social, e comecei a organizar planilhas no notebook, uma desculpa patética para não tomar banho.
Uma hora depois, ouvi uma batida leve na porta do meu quarto.
"Entra."
Gisele apareceu. O uniforme estava levemente amassado do dia de trabalho. Ela estava com a bolsa no ombro.
"Patroa, tô indo," ela disse. "A casa tá um brinco. O Doutor Ricardo pode voltar em paz."
"Já?" eu disse, e a palavra soou desesperada.
"Já, Dona Luana. Oito da noite. Eu tenho que ir, se não perco o ônibus das oito e quinze."
Ela sorriu, aquele sorriso profissional. E eu entrei em pânico. A ideia dela ir embora, dela me deixar ali, sozinha, depois de ter despertado aquilo em mim... era insuportável.
"Não," eu disse.
Ela parou. "Não... o quê, patroa?"
E eu não sei por que eu fiz isso. Foi um impulso. Foi a minha buceta falando mais alto que a minha cabeça.
"Não vai," eu disse, fechando o notebook. "Fica. Fica essa noite."
Gisele me olhou. O sorriso dela sumiu. "Dona Luana... eu não posso. Eu tenho que..."
"Eu te pago o dobro," eu disse. "Não... não é por isso. Fica... pra gente conversar mais. A gente... bebe um vinho. Pede uma comida. A gente fofoca."
Beber um vinho. A desculpa mais velha do mundo.
Houve um silêncio. Gisele me analisou. Ela não era uma empregada. Ela era uma leoa. E ela estava vendo a presa.
"Patroa," ela disse, com a voz baixa, séria, largando a bolsa no chão. "A senhora tem certeza?"
Eu olhei para ela. E eu vi. A mulher. A deusa que tinha me feito gritar.
"A senhora... quer que eu fique?" ela continuou. "Pra 'conversar'?" Ela fez aspas no ar. "Ou a senhora quer que a Gisele fique? A Gisele que... limpou a senhora ontem?"
Meu cu piscou. Ela estava me dando a corda.
"Eu quero que você fique, Gisele," eu disse, e minha voz era um sussurro . "Eu quero... o que você me deu ontem. E eu quero mais."
Eu disse "sim".
Gisele não perdeu um segundo.
O profissionalismo desapareceu. A máscara de empregada caiu. E a deusa do prazer surgiu.
Ela sorriu. Um sorriso lento, predatório. "Eu sabia."
Ela atravessou o quarto em três passos. Eu estava sentada na cama. Ela não me perguntou. Ela não pediu licença.
Ela subiu na cama, se ajoelhou na minha frente, agarrou meu rosto com as duas mãos e me beijou.
Foi um beijo de posse. O beijo de ontem tinha sido uma pergunta. Esse... era a resposta. A língua dela era fogo, menta e poder. Ela me beijou até eu ficar sem ar.
"Levanta," ela ordenou, se afastando.
Eu estava tonta. "O quê?"
"A patroa tá suada. Cheirando a rua," ela disse, e o tom dela era carinhoso, mas firme. Como o de uma dona. "A minha deusa... tem que cheirar a banho."
Ela cuidou de mim.
Ela me pegou pela mão, me puxou para fora da cama. E ela me despiu. Ali, no meio do quarto. Peça por peça. A saia social. A blusa de seda. Ela me despiu como se eu fosse uma boneca.
"Vem."
Ela me levou para o meu banheiro. O banheiro de mármore. Ela não me soltou. Ela me beijava. Beijos curtos, molhados, no pescoço, no ombro, enquanto ela abria a torneira da minha banheira de hidromassagem.
Ela me colocou dentro da banheira, com a água quente subindo. E então, ela entrou comigo. De uniforme e tudo.
"Gi! A sua roupa!"
"Foda-se a roupa," ela disse, e me beijou de novo, a água subindo. "A roupa a patroa paga. O que eu vou te dar... não tem preço."
Ela me deu um banho. Literalmente. Ela pegou a minha esponja, o meu sabonete líquido caro, e ela me lavou. Ela lavou meus braços, meus ombros. E ela desceu.
Ela lavou meus seios, e os dedos dela demoraram nos meus mamilos, que ficaram duros como pedra.
"Tá limpinha," ela sussurrou, e o vapor do banheiro nos envolvia.
E então, ela se abaixou. Na banheira. A água quente batendo na minha cintura. E ela me chupou.
Deus. De novo.
A boca dela na minha buceta, debaixo d'água. O vapor, o cheiro do sabonete, e a língua dela. A língua mágica. Eu gritei. Eu bati a cabeça no mármore. Eu gozei ali, na banheira, um orgasmo líquido, quente, que se misturou com a água.
"Shhh, patroa," ela disse, subindo, o rosto molhado. "A noite mal começou."
Ela me tirou da banheira. Me secou com a toalha mais macia. E me levou para a cama.
Ela me deitou. Como uma rainha.
E ela me adorou.
Ela voltou a me chupar. Ela beijou meu pescoço, meus seios, minha barriga. E ela me fodeu.
Não com um pau. Com os dedos.
"Os homens são burros," ela sussurrou, beijando minha boca. "Eles acham que é força. Que é tamanho."
Ela enfiou um dedo. "Mas não é." Ela enfiou o segundo. "É... ritmo."
Ela me fodeu. Com vontade. Os dedos dela eram ágeis, fortes. Ela me fodia e me chupava ao mesmo tempo. Ela me levou a um lugar que Cadu, com todo o seu poder, com toda a sua batida, nunca me levou. Era um prazer cerebral. Total.
Eu gritei. Eu gozei de novo. E de novo. Eu perdi a conta.
Quando eu finalmente apaguei, eu era uma poça.
"Eu tô com fome," eu murmurei, horas depois.
Ela riu. "Eu também."
Descemos. Eu, de robe. Ela, com a uma camiseta minha qualquer. Pedimos um lanche. Um hambúrguer gorduroso. Comemos no balcão da minha cozinha, rindo como duas adolescentes.
E então, o tesão voltou.
Eu estava sentada no meu sofá de designer, na sala de estar. Ela veio até mim.
"Sobremesa?" ela perguntou.
Ela me deitou no sofá. E ela me chupou ali. Na minha sala de estar. Onde Ricardo e eu recebíamos visitas. Ela me penetrou com os dedos, me fazendo gritar, me fazendo gozar no meu sofá de linho branco.
Nós voltamos para a cama. E ela me fodeu de novo. Uma última vez. Uma foda lenta, de boa noite.
Nós dormimos. E pela depois de muitos anos na minha cama, eu dormi de conchinha. Abraçada. Eu era a concha maior. E Gisele, minha empregada, minha amante, minha sacerdotisa... dormia nos meus braços, segura.
Foi uma das melhores noites da minha vida.
No dia seguinte, o sol bateu. Acordamos.
E a mágica não tinha sumido.
Tomamos banho. Juntas. Nos beijamos debaixo do chuveiro. Eu a ensaboei. Ela me ensaboou. Eu chupei os seios dela. Ela me chupou.
Eu fui trabalhar. Eu dei um beijo de batom vermelho na bochecha dela antes de sair.
"Te vejo segunda, Gi," eu disse.
"Eu vou estar aqui, Dona Luana," ela disse, já com o aspirador na mão. "A casa precisa de de uma arrumada."
Eu saí para o meu mundo. E ela ficou. Para limpar a bagunça que nós tínhamos feito. A rainha. E a sua criada.