Vocês conhecem a minha história pelo Luan, pelo jeito que ele conta... mas eu sou a Vanusa. E hoje, sou eu quem vai falar.
Eu não sou a Juliana, com aquele corpo de deusa brasileira, cheia de curvas e fogo. Eu sou a outra. A magra, a alta, a que era... seca.
Vocês não imaginam o que são dez anos. Não dez anos sem sexo. Dez anos sem desejo. Quando meu ex-marido me deixou, ele não levou só a TV e o sofá. Ele levou minha autoestima, minha libido, minha vontade de ser mulher. Eu me tornei uma casca. Um fantasma que ia trabalhar, pagava contas e dormia. Eu me olhava no espelho e não via nada. Para que sexo? Para que homem? Eu era invisível, coberta de poeira.
E então, a Ju.
A Juliana entrou na minha vida no trabalho como um furacão. O riso alto, a energia, o jeito que ela falava do Luan. Ela me via. Ela foi a primeira pessoa em anos a realmente me ver.
Quando ela ficou minha amiga e eu contei, com vergonha, da minha seca de uma década, ela não sentiu pena. Ela ficou indignada.
"Dez anos, Vanusa? DEZ? Você tá louca? Esse corpo aí tá pedindo pau, tá pedindo boca, e você tá deixando mofar!"
O convite para o churrasco foi o começo. Eu fui, morrendo de medo. Achei que ia segurar vela para o casal perfeito. E lá estava o Luan. Forte, quieto, me olhando com um interesse que eu não recebia há tanto tempo que até arrepiou.
Aquele almoço... eu bebi. Botei para fora minha solidão. E a Ju, aquela mulher louca, me beijou. Na frente dele. Um beijo de mulher, quente, com gosto de vinho. E então o Luan me tocou.
Aquele primeiro toque... eles me quebraram. No sofá da sala deles. A Ju me chupando, o Luan me penetrando. Eu chorei. Eu chorei tanto que solucei. Não foi um gozo, foi um exorcismo. O fantasma de dez anos estava sendo expulso do meu corpo a força.
Eu acordei no dia seguinte na cama de hóspedes deles, dolorida, mas viva.
Mas o vício não se instalou ali. Eu achei que tinha sido só... uma libertação. A Ju, na sabedoria dela, me disse: "Agora você tá livre, Vanusa. Vai viver. Vai pro mundo."
E eu, idiota, achei que podia.
Eu baixei o aplicativo. Aquele. Combinei com um cara. "Normal". Bonitinho, engenheiro, sei lá. Fomos jantar. Ele era... chato. O beijo dele tinha gosto de cerveja morna e tédio.
Mas eu estava "liberta", não estava? Eu fui para o apartamento dele.
foi horrível.
Foi rápido. Mecânico. Ele subiu em cima de mim, gemeu duas vezes e rolou pro lado. Eu fiquei ali, olhando para o teto de gesso manchado, e a única coisa que eu conseguia pensar era: Não é o Luan.
O pau dele era... normal. Não era o pau grosso do Luan me arrombando com força. Ele não me beijou como a Ju me beijou. Ele não me chamou de puta, não me fez gozar com a boca.
Eu não gozei. Eu senti nojo. Eu senti falta.
Eu saí de lá de madrugada e fui direto para a casa deles. Toquei a campainha às 4 da manhã, chorando.
A Ju atendeu, de pijama curto. Eu caí de joelhos na porta dela. "Ju... eu não quero o 'normal'. Eu não consigo. Eu tentei. Foi horrível. Eu só... eu só quero vocês."
Foi ali que a minha libertação terminou, e o meu adestramento começou.
A Ju e o Luan me acolheram, mas as regras mudaram. Eu não era mais a "amiga" que eles resgataram. Eu era a viciada que voltou para a fonte. E eles me trataram como tal.
Aquele fim de semana de "tratamento intensivo" me quebrou de novo, mas do jeito certo. Eu virei a "escrava" deles. Eu dormia no chão do quarto. Eu os servia de manhã, de tarde e de noite. Eu era a "puta" que eles podiam usar a qualquer hora.
A Ju me ensinou a gozar só com a boca dela. O Luan me ensinou a receber o pau dele em qualquer posição, em qualquer lugar. O banheiro da empresa... foi o meu desespero. Eu ataquei a Ju porque eu precisava da minha dose.
E o cinema... quando eu gozei naquela cadeira, com a Ju me dando pipoca na boca e o Luan com os dedos encharcados dentro de mim... eu achei que ia morrer de prazer e humilhação.
Mas então... mudou. De novo.
Eu não sei quando foi. Talvez quando o meu filho quase nos pegou, e a Ju, em vez de me expulsar, me puniu com um prazer silencioso. Talvez quando eles me levaram ao cinema, e depois me limparam.
Eles pararam de me mandar deitar no chão. Eles me puxaram para a cama. Entre eles.
Eu ainda sou a cadela deles. Eu ainda sou a puta deles. Mas eu sou a puta particular deles.
Eu não sou mais a Vanusa seca, a casca vazia. Eu sou a Vanusa deles.
Quando o Luan me fode agora, ele ainda me fode com força, mas ele me olha nos olhos. E a Ju... a Ju segura a minha mão enquanto ele está dentro de mim. Ela me beija a testa e sussurra: "Isso, minha puta... goza pro seu homem."
Eu não sei mais onde o sexo termina e o amor começa. Eu não sei se eu sou uma escrava ou se eu sou a mulher deles. Acho que sou os dois.
Eu faço parte do casamento deles. Eu sou o tempero, o brinquedo, a confidente. Eu cuido deles, e eles me devoram. E eu, que passei dez anos sem querer ninguém, hoje não consigo imaginar minha vida sem acordar no meio dos dois, com a boca em um e as mãos no outro.
Eu fui resgatada, adestrada, e agora... eu sou amada. Do jeito mais safado, mais fodido e mais perfeito que existe.