O peso do cigarro molhado entre os dedos nem se comparava ao vazio que sentia ali, no quintal da minha mãe, onde o cheiro de terra batida pela chuva se misturava ao do café requentado. Ela veio sem fazer barulho, arrastando as chinelas de dedo no cimento áspero, e me encarou com aqueles olhos que pareciam rachar o mundo em dois: “Ana, filha, homem é como planta de mandacaru – se não regar com o que ele precisa, seca e morre sem fazer escândalo.” A garganta fechou enquanto ela sussurrava segredos que escaldavam mais que o sol do meio-dia: provocação, entrega, o corpo como oferenda sagrada.
Na volta pra casa, a estrada esburacada parecia bater no ritmo do meu coração acelerado. Lembrei da última vez que Lucas me tocou, rápido e distraído como quem cumpre obrigação, e engoli seco. Quando ele apareceu na porta, sujo de óleo da oficina, não deixei que ele sequer tocasse no chuveiro. Encostei meu corpo inteiro nele, o cheiro acre de metal e suor me subindo às narinas como um afrodisíaco perverso, e sussurrei no ouvido dele, quente: “Sua catinga tá me deixando doida, meu moço.” Vi o susto nos olhos dele, depois o brilho lento de um animal acordando.
A primeira vez foi como descer numa caverna úmida – ele me jogou contra a parede fria do corredor, as mãos calejadas arrancando o elástico da minha calça de dormir num puxão só. “É isso que você quer, mulher?” ele rosnou, enquanto a boca dele me queimava o pescoço. Respondi gemendo baixo quando seus dedos entraram em mim, brutais e certeiros, e senti algo antigo voltar: o poder de fazer esse homem forte tremer só com o jeito que minha bacia apertava contra a mão dele. A casa inteira cheirava a nós – suor, desejo cru, e o desespero de quem tava redes cobrindo o fogo.
Na madrugada, ainda com as pernas tremendo, fingi dormir enquanto ele se levantava pra mijar. Quando a porta do banheiro rangeu, virei de costas e arqueei o corpo sob o lençol fino, deixando a marca redonda do meu bumbum desenhada na luz azul da lua. Ouvi o passo dele parar. Sabia que ele estava olhando, que a respiração dele tinha ficado curta. Sorri no escuro quando o colchão gemeu de novo sob seu peso, e senti a palma quente dele cobrindo minha cintura como uma marca de posse – meu corpo todo cantava esperando o que vinha depois.
"E então?" ele sussurrou, roçando os lábios na minha nuca enquanto a mão dele descia lenta até meu osso púbico. "Agora tá brincando de me provocar, é?" Seus dedos encontraram meu clitóris já inchado, fazendo círculos tão preguiçosos que meu quadril se mexeu sozinho atrás dele. "Não," eu respirei, empinando mais ainda, "tô ensinando você a não deixar o fogo apagar." Ele riu baixo, um som rouco de garganta, e enterrou dois dedos em mim de repente – o gemido que saiu da minha boca foi mais alto do que eu queria, úmido e estrangulado.
"É assim que gosta, Ana?" ele perguntou, bombeando os dedos num ritmo que me fazia sentir cada veia pulsando lá dentro. A cabeça dele desceu, e de repente sua língua quente lambia meu pescoço enquanto os dedos giravam dentro de mim – uma contradição de carícias que me deixou perdida entre empurrar pra trás contra sua mão e arquear o pescoço pra sentir mais daquela boca. Sua outra mão apertou meu peito, o polegar rodando em círculos duros no mamilo até ele ficar latejando como um coração pequeno.
Quando ele tirou os dedos, senti o vazio úmido como um lamento, mas então rolou meu corpo pra cima dele num movimento só. "Minha vez," eu sussurrei, montando na sua coxa dura até sentir o tecido da calça dele raspando no meu clitóris inchado. Ele soltou um "caralho" rouco quando minha boca desceu pelo pescoço suado dele, mordiscando aquela veia saliente que pulsa quando ele tá louco de tesão – enquanto lá embaixo, minha mão já abria o zíper da calça, encontrando o pau dele quente e latejante como um animal vivo na minha palma.
"Me dá essa língua," ele ordenou, puxando meu rosto com uma mão na minha nuca, e nossa boca se encontrou num beijo molhado, profundo, onde dente batia em dente e eu podia sentir o gosto agridoce da nossa urgência misturado. Com a outra mão, guiei ele pra dentro de mim, devagar demais, sentindo cada centímetro dilatando, rasgando, preenchendo – um gemido quebrado escapou da gente ao mesmo tempo quando ele encaixou fundo, como se meu corpo fosse um vaso derramando.
Começamos devagar, quase parados, só ele dentro de mim e eu respirando contra seu peito peludo. Mas quando o quadril dele deu o primeiro impulso bruto, minha coluna arqueou sozinha. Cada embate era um trovão nos meus ossos – ele me empurrava contra a cabeceira, a madeira velha rangendo no ritmo do nosso suor escorrendo, enquanto minha unha cavava sulcos nas costas dele. "Assim?" ele rosnou no meu ouvido, cada palavra uma pancada quente, e eu só conseguia gemer "mais", perdendo o fôlego quando ele acelerou, o corpo dele batendo no meu com um som úmido de pele contra pele.
De repente, ele parou, todo duro dentro de mim, segurando minha bacia com força. Na penumbra, seus olhos eram duas brasas fixas nas minhas. "Abre esses olhos, Ana," ele ordenou, voz grossa de desejo preso. Enquanto eu ofegava, ele deslizou uma mão entre nossos corpos, achou meu clitóris outra vez e começou a esfregar em círculos apertados, brutais – era demais e pouco ao mesmo tempo, aquele ponto de fogo crescendo enquanto ele ficava imóvel, profundo, me obrigando a sentir tudo: cada pulso dele dentro, cada contração minha ao redor, o orgasmo se espremendo na minha barriga como um nó apertando até eu gritar.
Ele começou a se mover de novo, devagar, cada tração tão profunda que parecia raspar minha espinha. "Você tá toda quente por dentro," ele resmungou, o hálito quente na minha clavícula enquanto suas mãos subiam pelas minhas costas, agarrando minhas escápulas como se fossem asas que ele pudesse controlar. Sentia os calos dele nas minhas costelas, cada marca uma assinatura de ferro na minha pele, enquanto lá embaixo ele batia num lugar tão certo que o gemido saía de mim em ondas, involuntário, como água fervente derramando.
Quando ele virou a gente de lado num movimento brusco, minha perna ficou presa sobre o quadril dele. A nova posição apertou ele ainda mais fundo, e eu senti uma pontada aguda quando ele começou a empurrar com a coxa – cada movimento dele agora atingia um ponto diferente, mais alto, como se estivesse desenhando círculos de fogo por dentro. "Meu Deus," eu grunhi, enterrando os dedos nos músculos duros da coxa dele, sentindo os tendões saltando sob a pele enquanto ele girava o quadril num ritmo torturante, lento e profundo.
Ele levantou minha perna mais alto ainda sobre seu ombro, o músculo da minha coxa tremendo descontrolado. A luz da madrugada cortava seu rosto em sombras duras enquanto ele encarava onde nossos corpos se juntavam, com um olhar concentrado e faminto. De repente, ele dobrou-se pra frente e enterrou os dentes no meu peito – a dor aguda misturou-se ao praçar tão fundo que meu corpo todo se contraiu violentamente. "Lucas!" o grito saiu rouco enquanto meu útero apertava ele em espasmos, cada onda mais forte que a outra, e ele segurou firme, bebendo cada tremor meu enquanto continuava batendo, batendo, batendo no mesmo ponto exato até meu mundo virar branco e úmido.
Ele puxou meu quadril contra ele com força bruta quando o orgasmo dele chegou – um rugido baixo rasgou sua garganta enquanto eu sentia cada jato quente explodindo lá dentro, pulsando em rajadas tão intensas que pareciam me queimar por dentro. Meu corpo ainda estremecia dos meus próprios espasmos quando ele desabou sobre mim, suor escorrendo do peito dele no meu, a pele dele ardendo contra a minha pele. O peso dele era imóvel, pesado como terra molhada, mas eu envolvi seus braços com os meus e sussurrei no ouvido dele, ainda tremendo: "Só faltou um detalhe...".
Minha mão desceu lentamente pelas costas dele, sentindo cada curva dos músculos até encontrar o que procurava – seu sêmen escorrendo quente entre minhas pernas, misturado ao meu. Enfiei os dedos lá dentro, recolhendo aquela mistura espessa de nós dois, e levei até a boca dele. Seus olhos fixaram nos meus enquanto eu lambia os dedos lentamente, o gosto salgado e selvagem explodindo na minha língua. "Isso aqui...", minha voz saiu rouca ainda, "é a prova de que mandacaru bem regado dá flor até no inferno." Ele riu, um som profundo que reverberou no meu peito, antes de capturar meus dedos com a boca dele, sugando com uma fome que fez meu estômago revirar de novo.
Deitados de lado agora, suas costas quentes contra meu peito, minha mão deslizou devagar pela barriga dele até encontrar seu pau ainda macio mas quente, escorrendo nosso suor e nossos líquidos misturados. Envolvi ele com cuidado, sentindo como um pequeno pulso ainda latejava sob a minha palma. "Amanhã..." comecei a dizer, mas ele virou a cabeça pra trás e tapou minha boca com um beijo molhado e cansado. Quando se soltou, seus olhos meio fechados brilhavam na penumbra. "Amanhã," ele repetiu, voz arrastada de sono mas com uma promessa pesada, "você vai me mostrar como faz pra regar planta de novo." Minha risada baixa se perdeu no gemido do colchão quando apertei meu corpo mais contra as costas dele, sentindo os músculos dele relaxarem enquanto dormia – meu próprio coração ainda batia forte demais pra descansar.
Acordei com o sol rachando a janela e seu braço pesado atravessado no meu quadril. A lembrança da noite veio como um soco – o cheiro ainda impregnava os lençóis, doce e acre. Quando tentei me levantar em silêncio, sua mão agarrou meu pulso sem abrir os olhos. "Cadê?" ele resmungou, voz grossa de sono. "Vou fazer café," menti, sentindo o calor subir no meu rosto. Ele abriu os olhos para mim, aqueles dois rasgos de brasa que pareciam entender tudo, e uma pontada aguda de desejo cortou minha barriga abaixo quando sua outra mão desceu pela minha coxa, os dedos encontrando o rastro seco e grudento entre minhas pernas. "Café pode esperar," ele disse, e antes que eu pudesse responder, ele me puxou por cima dele num movimento brusco.
Meu quadril assentou naturalmente sobre a virilha dele e eu senti imediatamente seu pau já endurecido sob meu peso – um calor espesso inundou minha virilha. Seus polegares abriram minhas coxas enquanto ele levantava o quadril, esfregando a cabeça dele contra meu clitóris inchado pelo atrito. Um gemido escapou quando ele começou a deslizar pra baixo, devagar, raspando cada nervo sensível, até encaixar só a ponta dele dentro de mim. "Assim?" ele perguntou, e eu só consegui balançar a cabeça, prendendo o ar quando ele empurrou levemente, entrando só mais um centímetro – uma tortura deliciosa que me feu arquear as costas pra sentir mais dele.
De repente, ele parou, segurando minha bacia firme. Seus olhos eram poços escuros quando ele guiou minha mão até meu próprio clitóris. "Mostra pra mim como você gosta," ele ordenou, voz rouca. Meus dedos tremiam quando comecei a esfregar em círculos pequenos e rápidos sob seu olhar fixo – cada toque era um choque elétrico que irradiava pelo meu corpo. Quando meu ritmo acelerou, involuntário, ele gemeu fundo e empurrou o quadril pra cima de uma só vez, enterrando-se completamente em mim com um impacto que me travou. Meus dedos travaram no clitóris enquanto meu corpo se contraía ao redor dele no espanto gelado e ardente do êxtase que chegou sem aviso – um soluço rouco rasgou minha garganta quando o orgasmo atingiu como uma faca quente. Ele segurou forte meu quadril enquanto eu tremia, seus dedos cavando minha carne enquanto a onda me consumia inteira.
Ele começou a se mover devagar assim que meus espasmos diminuíram, cada tração longa e profunda como um arado rasgando terra fértil. Sentia cada veia dele pulando dentro de mim, cada curva do seu pau marcando meu canal sensível. Quando sua mão desceu para apertar meu pescoço com delicadeza brutal, senti a pulsação acelerada lá, pulsando contra sua palma calejada. "Você tá toda aberta pra mim," ele resmungou no meu ouvido, seu hálito quente misturado ao som úmido dos nossos corpos se encontrando. Meus músculos internos apertavam-no em resposta, tentando segurá-lo cada vez que ele quase saía – uma dança involuntária que o fez roncar de prazer e acelerar o ritmo, os quadris batendo nas minhas coxas com um som de carne molhada.
Quando ele me virou de bruços, minha cara afundou no travesseiro impregnado do nosso cheiro. Seu corpo cobriu as minhas costas inteira, pele grudando na pele suada. Ele levantou minhas nádegas alto, seus dedos abrindo-me como uma fruta enquanto ele entrava por trás – profundo, diferente, atingindo um lugar desconhecido que me fez gritar no tecido. Cada empurrão dele agora batia direto naquele ponto, como um martelo no centro dos meus ossos. Sentia seu saco pesado batendo nas minhas coxas, o calor dele irradiando. "Isso," ele rosnou quando meu corpo se arqueou mais, oferecendo-se, "assim que eu gosto." Sua mão agarrou meu cabelo, puxando minha cabeça pra trás enquanto o ritmo ficava mais selvagem, os músculos das minhas costas tremendo sob o esforço.
Ele desabou sobre mim quando veio, um rugido abafado pelo meu ombro enquanto seus quadris travavam, profundos. Senti as explosões quentes lá dentro pulsando em ondas sincronizadas com as minhas próprias contrações tardias – uma mistura de líquidos quentes escorrendo entre minhas coxas quando ele finalmente saiu. Rolamos de lado, ofegantes, seu braço pesado cruzado sobre meu peito ainda pulsante. No silêncio quebrado apenas pela nossa respiração acelerada, olhei para o perfil dele iluminado pelo sol da manhã – a linha forte do queixo, a cicatriz acima da sobrancelha, a paz nos traços antes tensos. Um sorriso lento abriu meus lábios quando percebi: o vazio do quintal da minha mãe estava preenchido, não pelo fogo momentâneo da cama, mas pela terra úmida e fértil onde nosso mandacaru tinha fincado raízes outra vez. O casamento estava salvo, não num grito, mas num suspiro rouco de dois corpos que aprenderam a regar o deserto um do outro.