Apaixonado pelo perigo: Outra vida (Vol. 2)

Um conto erótico de Th1ago-
Categoria: Gay
Contém 1435 palavras
Data: 08/11/2025 15:43:17

Sinopse + Prólogo.

Sinopse: Um ano após os acontecimentos de Apaixonado pelo Perigo, a história recomeça - pelo menos, para o leitor.

Para os personagens, no entanto, quase um século se passou desde que suas vidas se cruzaram pela última vez.

Porque nem todos os amores, dores e raivas se resolvem em uma única existência. Às vezes, é preciso mais de uma vida para compreender, perdoar e recomeçar.

Yuri, Robinho e Samuel recebem uma nova chance do destino. Uma nova oportunidade de evoluir, de reencontrar quem um dia amaram e de tentar, dessa vez, fazer tudo diferente.

Sem lembranças do passado, mas guiados pelas mesmas conexões invisíveis que os uniram antes, eles vão descobrir que o amor verdadeiro nunca se perde - apenas se transforma.

E que algumas histórias são tão fortes que precisam atravessar o tempo para encontrar o seu final.

Um romance espiritual sobre reencontros, perdão e a força de laços que nem a morte é capaz de apagar.

Prólogo:

O tempo é uma força misteriosa. Ele não se mede em horas nem em dias, mas em sentimentos. É o tecido invisível que costura existências, entrelaçando memórias e experiências em uma tapeçaria que ultrapassa o limite de uma única vida. Às vezes, o tempo separa — outras vezes, apenas adormece o que o coração ainda precisa viver.

Quando um amor é grande demais para caber em uma só existência, ele encontra um jeito de voltar.

O destino chama essas almas novamente, oferecendo-lhes novas formas, novos corpos, novas chances. Às vezes, como amigos. Outras, como irmãos. Mas quando o amor é puro, intenso e verdadeiro, o universo se curva para que ele volte a florescer — não importa em qual vida, nem sob qual céu.

Assim era o amor de Yuri e Robinho.

Um sentimento nascido em meio ao perigo, à dor, ao caos — mas que sobreviveu ao tempo, à morte e à distância. Eles tentaram se encontrar tantas vezes, em tantas vidas, e sempre havia algo que os separava. Na última, não conseguiram viver o amor que sentiam. O destino os levou cedo demais, deixando um laço inacabado, uma promessa suspensa no vento.

Agora, um novo ciclo se inicia.

Yuri retorna como um jovem de coração leve, alma doce e olhar curioso — um espírito que, mesmo sem lembrar, carrega dentro de si as marcas de amores antigos.

Erick, seu irmão mais velho, é o mesmo que um dia jurou protegê-lo.

Em outra vida, ele foi o homem com quem Yuri compartilhou uma história de amor sincero e madura, e o universo, reconhecendo a pureza desse laço, os trouxe de volta lado a lado — não mais como amantes, mas como irmãos.

Porque o amor verdadeiro não precisa repetir formas. Ele apenas muda de cor.

Erick agora encontrará seu próprio caminho, sua nova chance de ser feliz — e dessa vez, o amor virá de outro lugar, de um coração que também já o esperava: Amanda.

E então há Robinho — o reencontro mais esperado.

Duas almas que, ao se olharem novamente, sentirão o mesmo arrepio que o tempo não conseguiu apagar. A ligação entre eles não será explicável, mas será sentida — como um sussurro vindo de outra existência, um eco de promessas feitas sob outras estrelas.

Yuri e Robinho voltarão a se cruzar, e talvez, finalmente, o universo permita que vivam o que sempre foi deles por direito.

Mas nem tudo é luz.

Nem todo sentimento que ultrapassa o tempo é amor.

O ódio, o orgulho e o ciúme também são forças que se recusam a morrer.

Há corações que partem sem aceitar a própria derrota, almas que partem sem entender o que perderam — e voltam, presas a um ciclo de dor.

Samuel foi um deles.

Em sua última vida, ele amou de forma torta, possessiva e silenciosa.

Desejou o que não teve coragem de assumir, e quando perdeu, preferiu se esconder atrás do orgulho do que reconhecer o amor que sentia. Morreu carregando um rancor que não se dissipou com a morte — e, por isso, retorna agora.

Ainda prisioneiro da própria sombra. Ainda tentando entender por que o amor que ele oferecia nunca era suficiente.

O destino, em sua sabedoria, oferece a cada alma o espelho do que ela precisa curar.

E nesta nova vida, as histórias de Yuri, Robinho e Samuel se cruzarão outra vez.

Dessa vez, talvez o amor vença, ou talvez o tempo precise girar mais uma vez para ensinar o que ainda não foi aprendido.

Mas às vezes, o amor não termina — apenas gira.

Gira mais uma vez, como a Terra girando em torno de si mesma, para ensinar o que ainda não foi aprendido, para curar o que ficou aberto, para fazer nascer o que a dor impediu de florescer.

E foi nesse novo giro, nesse ponto entre o fim e o recomeço, que eles se encontraram novamente.

O silêncio era diferente ali.

Não era ausência de som — era plenitude.

Um espaço onde cada vibração tinha cor, onde a luz parecia respirar junto com o tempo. A atmosfera brilhava num tom dourado e prateado, como se o próprio céu fosse feito de lembranças antigas e esperanças novas.

Três espíritos estavam reunidos no centro de uma imensa planície luminosa.

Não havia chão, mas uma energia suave sustentava cada um deles, como se estivessem flutuando sobre o véu do infinito. Em volta, silhuetas de outras almas observavam em silêncio — algumas irradiavam serenidade, outras pareciam preocupadas. Era um momento importante. Um novo ciclo estava prestes a começar.

Yuri foi o primeiro a abrir os olhos.

Se é que olhos espirituais se abrem, ele os abriu — e o brilho que emanava dele era leve, cálido, quase infantil. Havia em seu semblante algo puro, uma vontade imensa de amar, de começar de novo, de fazer dar certo dessa vez.

— Então é agora? — perguntou, com a voz que parecia feita de vento e luz.

Um mentor espiritual — uma figura envolta em branco, com traços serenos e uma expressão de infinita paciência — se aproximou dele.

— Sim, Yuri. O ciclo da tua alma está pronto para recomeçar. Você já aprendeu muito… e agora o amor que vive em você precisa florescer de novo, em outras formas.

Yuri sorriu, e por um instante, olhou para o lado.

Ali estava Robinho, ou melhor, a essência que um dia fora Robinho.

Seu olhar tinha o mesmo calor que o de antes, mas havia nele um amadurecimento. As feridas antigas pareciam ter virado luz.

— A gente vai se encontrar de novo, né? — perguntou Yuri, com uma esperança doce, quase infantil.

Robinho sorriu de volta. — Sempre. De um jeito ou de outro, eu sempre te encontro.

As luzes em torno deles pulsaram levemente, como se o universo confirmasse aquelas palavras.

Mas nem tudo era serenidade.

Um pouco mais afastado, envolto numa névoa acinzentada, estava Samuel. Seu olhar era perturbado, inquieto, como o de alguém que não entende por que ainda sente dor.

Ele observava os dois com uma mistura de curiosidade e desconforto.

— E eu? — murmurou, quase sem voz. — Também vou voltar?

O mentor voltou-se para ele.

— Vai. Mas não para repetir o que fez, Samuel. Você vai voltar para entender.

— Entender o quê? — ele perguntou, com amargura.

— Que o amor não se conquista pela força, nem pelo medo. E que às vezes, o que mais dói é o que mais ensina.

Samuel desviou o olhar, respirando fundo — ou fingindo respirar.

Dentro dele, o orgulho e a dor ainda lutavam, mas havia algo novo ali… uma centelha, pequena, de arrependimento.

Robinho o observou com compaixão.

— A gente vai se ver de novo, não vai? — perguntou.

Samuel respondeu sem encarar. — Talvez. Mas não sei se quero.

O mentor sorriu, sereno.

— O destino não pergunta se queremos. Ele apenas nos coloca diante do que precisamos.

O céu começou a mudar de cor — o dourado tornou-se branco, depois azul, depois uma mistura de todos os tons possíveis.

Era o sinal.

As almas estavam sendo chamadas de volta à Terra.

Yuri se aproximou de Robinho, tocando levemente a luz que o envolvia.

— Se eu te encontrar e não te reconhecer, me perdoa, tá? — ele disse, com a voz embargada.

Robinho sorriu. — Você sempre me reconhece. Mesmo quando finge que não.

A luz começou a envolvê-los, e o som de um coração distante começou a bater, cada vez mais forte.

O tempo, mais uma vez, se dobrava sobre si mesmo.

E então, no último instante antes da reencarnação, o mentor falou:

— Que o amor de vocês seja agora aprendizado. Que a dor de ontem seja força. E que, desta vez, o reencontro traga paz.

As luzes se dissiparam.

E o silêncio foi quebrado pelo primeiro choro — o som de uma nova vida começando.

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