Rapaz da loja que conserta celular

Um conto erótico de Taradenhum
Categoria: Gay
Contém 875 palavras
Data: 06/11/2025 15:50:32
Assuntos: Gay

Era uma sexta-feira fim de tarde. A luz do dia já começava a se despedir, tingindo o céu de tons alaranjados, quando meu celular decidiu morrer. Mais uma vez, a porta de carga teimava em não funcionar. O cansaço da semana se acumulava nos meus ombros, mas uma estranha expectativa me fez caminhar em direção à loja de conserto.

O lugar estava vazio, exceto por ele. A luz fluorescente iluminava seu rosto concentrado enquanto trabalhava em um circuito com uma ferramenta minúscula. Usava uma camiseta preta que se ajustava ao seu torso de um jeito que prendia meu olhar. Quando levantou os olhos, um sorriso cansado, mas genuíno, apareceu sob o bigode bem cuidado.

"O problema de sempre?" perguntou, erguendo as sobrancelhas.

"Parece que sim," respondi, entregando o aparelho.

Seus dedos envolveram o celular, e nossos toques se prolongaram por um segundo crucial. O ar entre nós pareceu ficar mais denso, carregado pela intimidade do fim de dia. Ele examinou o aparelho sob a lâmpada de aumento.

"Vou ver isso rapidinho. A loja já está quase fechando."

Enquanto ele trabalhava, observei seus movimentos precisos, a maneira como seus músculos do braço se flexionavam com cada gesto. O crepúsculo lá fora dava ao momento uma qualidade sonhadora, quase irreal. Em quinze minutos, ele terminou.

"Era só sujeira nos contatos. Limpei tudo."

Paguei o conserto, e nossas mãos se encontraram novamente na maquininha. Desta vez, seu polegar passou leve sobre meu pulso antes de soltar.

"Obrigado," disse, minha voz soando mais baixa do que eu pretendia.

Ele olhou para a rua escurecendo, depois para mim. "Estou fechando agora. Você... tem planos para a noite?"

A pergunta pairou no ar entre nós, carregada de todas as possibilidades não ditas de uma sexta-feira à noite.

"Nada que não possa ser adiado," respondi, segurando seu olhar.

"Minha casa é aqui perto," ele sugeriu, apontando para um prédio do outro lado da rua.

O caminho até lá foi silencioso, mas a tensão era elétrica. Mal entramos em seu apartamento, a porta fechando às nossas costas, não houve mais necessidade de palavras.

Ele me empurrou contra a parede do corredor, seu corpo encontrando o meu com uma urgência que fez o ar sair dos meus pulmões. Seus lábios encontraram os meus em um beijo faminto, e suas mãos—aquelas mãos hábeis que consertavam coisas minúsculas—agora desciam pelas minhas costas, puxando-me para mais perto.

Arrancamos as roupas um do outro no caminho até o quarto, um rastro de tecido marcando nosso caminho. Na cama, sua destreza se manifestou de forma completamente nova. Sua boca era incansável, percorrendo meu peito, meu estômago, descendo até me envolver completamente em calor e prazer. Enterrei meus dedos em seus cabelos, gemendo seu nome.

Quando não pude aguentar mais, virei nossas posições, querendo devolver cada sensação. A pele de suas costas era macia sob meus lábios, e ele arqueou contra minha boca com sons que me deixaram louco. Encontrei o lubrificante na sua mesa de cabeceira.

Ele olhou para trás sobre o ombro, seus olhos escuros cheios de desejo puro. "Sim," sussurrou, uma ordem e uma súplica.

Entrei nele lentamente, uma pressão agonizante e deliciosa que nos fez ambos prender a respiração. Ele gemia, baixo e profundo, com cada centímetro. Quando estive completamente dentro, paralisamos, ofegantes, fundidos. Então comecei a me mover, e foi como se toda a energia contida daquela semana explodisse naquele ritmo.

Seu corpo respondia a cada investida, ele se empurrava contra mim, seus dedos se agarrando aos lençóis. O som da nossa pele se encontrando, os gemidos, o cheiro do suor e do sexo—era uma sinfonia de puro prazer. Ele estava magnífico, deitado de bruços, músculos tensionados, seu rosto parcialmente enterrado no travesseiro mas virando para me encontrar em beijos desesperados.

Peguei seus quadris com mais força, aprofundando o ângulo, e ele gritou, um som rouco de pura rendição. Foi o estopim. A tensão no meu ventre se desfez em ondas de um prazer tão intenso que minha visão escureceu por um segundo. Eu o preenchi, meu corpo tremendo incontrolavelmente, enquanto ele derramava entre nós com um longo gemido, seu corpo se contraindo ao meu redor.

Desabei sobre suas costas, ofegante. Depois de um momento, ele se virou sob meu peso, e nos deitamos de lado, ainda unidos, nossas respirações aos poucos se acalmando. Ele passou a mão pelo meu rosto, suavemente, sem dizer uma palavra.

Ficamos deitados assim por um tempo que pareceu existir fora da realidade. Lá fora, a noite de sexta-feira ganhava vida, mas aqui, naquele quarto, tudo era tranquilo.

"Preciso pegar minha mochila na loja," ele murmurou depois de um tempo, sua voz um roçar áspero contra meu ouvido.

"Eu sei."

Levantamos, nos lavamos em silêncio, nos vestimos com as roupas que estavam espalhadas pelo chão. Na porta, ele me deu um último beijo, mais doce agora, mas ainda carregado do fogo que havíamos compartilhado.

"Até a próxima vez que seu celular quebrar," disse, com um sorriso maroto.

Eu ri. "Vou torcer para que seja logo."

Ele saiu, e eu fiquei lá, encostado na mesma parede onde tudo começou, o cheiro dele ainda na minha pele, o gosto dele ainda na minha boca. A noite de sexta-feira, que prometia ser como qualquer outra, tinha se tornado completamente extraordinária.

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