Julia, a devoradora 5

Um conto erótico de Sr Boi
Categoria: Heterossexual
Contém 1418 palavras
Data: 28/11/2025 06:05:59
Assuntos: Heterossexual

Capítulo 5: O Eco da Mata

A noite em Ribeirão Preto era um abraço quente, o céu negro como cetim. Julia saiu do quarto 8 do Motel Estrela, o corpo nu coberto apenas pelo vestido preto rasgado, que ela segurava contra o peito para manter as aparências. O sangue de Paulo, ainda quente em sua pele, secava em manchas escuras, misturando-se ao suor que escorria entre seus seios fartos. A faca curva e o estilete estavam guardados na bolsa pequena de couro, e ela caminhava com passos firmes, os saltos das botas ecoando no chão de concreto.

O Motel Estrela era uma pequena vila de chalés térreos, alinhados lado a lado como casas de brinquedo, cada um com uma porta que dava direto para o estacionamento privativo. O velho Marea de Paulo estava estacionado bem em frente ao quarto 8, a poucos passos da porta. Julia voltou ao chalé, o sorriso satisfeito dando lugar a uma expressão fria e calculista. Paulo jazia na cama king-size, o peito cravejado de cortes profundos, o sangue encharcando o lençol roxo desbotado. Ela arrastou o corpo com esforço, os músculos das pernas e dos braços tensionando enquanto puxava o peso morto de quase 100 quilos. Ele era uma montanha, os braços musculosos pendendo inertes, a cabeça tombada, os olhos castanhos arregalados em um vazio que não a perturbava. Pegou o lençol da cama, envolvendo-o em torno do torso, cobrindo os cortes e o rosto, e amarrou as pontas com nós firmes, transformando-o em um fardo desajeitado.

As chaves do Marea estavam no bolso do jeans dele, jogado no canto do quarto. Julia abriu a porta do chalé, verificou o estacionamento escuro — vazio, exceto pelo carro — e arrastou o corpo até a porta traseira do veículo. Com um grunhido, empurrou Paulo para o banco de trás, o corpo caindo com um baque surdo. Jogou outro lençol por cima, escondendo-o completamente, e fechou a porta. Sentou-se ao volante, o coração batendo rápido, não de medo, mas de uma adrenalina que fazia seu sangue cantar. A guarita da recepção, uma cabine envidraçada entre os portões de entrada e saída, ficava a poucos metros. Julia abaixou o vidro, passou o cartão de crédito de Paulo pela fenda da máquina que o atendente estendeu, um homem magro com olheiras que nem olhou para ela. “Por 12 horas”, disse, a voz suave, quase entediada. “Ele ainda tá no quarto, vai ficar mais um pouco.” O atendente grunhiu, processou o pagamento e abriu o portão de saída, o olhar fixo no celular.

O motor do Marea tossiu antes de roncar, e Julia dirigiu com calma, os olhos atentos às ruas vazias do Centro, passando pelas praças escuras até chegar ao Ribeirão Verde. Estacionou na frente do sobrado na Rua das Acácias por volta das 23:40, a sombra de uma árvore escondendo o carro. O bairro estava silencioso, as casas com suas luzes apagadas, o único som o latido distante de um cachorro. Ela trancou a porta do sobrado com duas voltas, subiu para o banheiro e tomou um banho rápido, a água morna lavando o sangue seco e o suor, o sabonete floral apagando o cheiro metálico de Paulo. Enxugou-se com a toalha áspera, os cabelos loiros platinados pingando, e foi até o guarda-roupa. vestiu uma calça preta de tecido leve, uma camiseta preta justa que marcava os seios, e um par de tênis pretos gastos, perfeitos para se mover na escuridão. Deixou a bolsa com as facas no quarto.

Enquanto dirigia o Marea para a zona sul, a memória de Leandro, seu primeiro assassinato após Edvaldo, rastejou em sua mente. Era 2013, Sertãozinho, poucos meses depois de esfaquear o padrasto. Julia tinha 19 anos, os cabelos ainda loiros naturais, o corpo voluptuoso já atraindo olhares famintos no bar onde trabalhava como garçonete. Leandro, um caminhoneiro de 35 anos, era forte, com braços tatuados e um sorriso torto que prometia brutalidade. Ele a levou para um motel na estrada, o quarto cheirando a cigarro e mofo, o neon vermelho piscando do lado de fora. Julia deixou ele tomar o controle, como aprendera a fazer, gemendo alto enquanto ele arrancava sua saia jeans curta, as mãos calejadas agarrando seus quadris. “Tu vai gostar, sua vadia”, grunhiu ele, virando-a de bruços na cama, o colchão rangendo sob o peso.

Ele não queria sexo comum. Abriu sua bunda e lambeu seu cuzinho ainda virgem, deixando a entrada toda babada, esfregando o pênis — uns 18 centímetros, grosso, com veias marcadas e uma cabeça bulbosa brilhando de pré-gozo. Sem aviso, forçou-a analmente, o corpo dela se contorcendo de dor enquanto ele empurrava o quadril contra as nádegas dela com uma violência arrancando gritos abafados. “Fica quieta”, rosnou, uma mão pressionando a nuca dela contra o colchão, a outra batendo na bunda dela até a pele arder. O pênis dele entrava fundo, o ritmo selvagem, o som da carne contra a carne ecoando no quarto. Julia chorava, as lágrimas escorrendo pelo rosto, o rímel borrando, mas o corpo traía — o clitóris pulsava, o prazer misturando-se à dor, os gemidos falsos incentivando-o. Ele acelerava, o suor pingando do peito dele nas costas dela, e gozou com um rugido, o líquido quente enchendo-a enquanto ele batia novamente, rindo. Então, levantou-se, o pênis amolecendo, e mijou sobre ela, o jato quente e dourado escorrendo pelas costas, pelos cabelos, enquanto dizia: “É isso que tu merece, sua puta.”

Julia estacionou o Marea numa estrada de terra na zona sul, perto da Mata da Lua, uma área densa de vegetação que separava os condomínios de luxo de uma antiga chácara abandonada. O silêncio era cortado apenas pelos grilos e pelo vento nas árvores. Ela abriu a porta traseira, arrastando o corpo de Paulo embrulhado no lençol, o peso fazendo seus músculos queimarem.

A memória de Leandro voltou, mais nítida agora — o ódio que explodiu nela quando ele a humilhou. Naquela noite de 2013, ela pegou a faca escondida na bolsa, cravando-a nas costas dele com um grito, o sangue jorrando quente contra seus seios enquanto ele caía. Ela montou nele, nua, molhada de urina, cortando-o com fúria, a lâmina rasgando a carne do peito, da barriga, o prazer crescendo enquanto ele gorgolejava. Foi ali que ela descobriu o ritual — mijar sobre ele, como ele fizera com ela, o jato quente marcando o corpo enquanto ela gozava, o clitóris pulsando, o orgasmo misturado ao poder de apagá-lo.

Na Mata da Lua, Julia jogou o corpo de Paulo numa vala rasa, coberta por arbustos e galhos secos. Não cavaria — o solo era duro, e a vegetação o esconderia por tempo suficiente1. Ela ficou ali, o suor grudando a camiseta na pele, o peito subindo e descendo, a satisfação fria pulsando em suas veias. De volta ao carro, dirigiu para a zona norte, onde os galpões industriais e terrenos baldios criavam um labirinto de sombras. Perto da Rodovia Anhanguera, encontrou um lote vazio, cercado por mato alto. Despejou gasolina do galão que encontrou no porta-malas de Paulo, espalhando o líquido pelos bancos e pelo capô. Acendeu um fósforo, e o fogo subiu rápido, as chamas lambendo o metal com um rugido baixo. Julia observou, o calor aquecendo seu rosto, os olhos castanhos escuros brilhando com o reflexo laranja.

Caminhou por 10 minutos até a Avenida Brasil, o corpo leve apesar do cansaço, a memória de Leandro ainda dançando em sua mente. Ela gozara naquela noite, montada sobre o corpo dele, o sangue quente escorrendo pelas coxas, o jato de urina selando sua vitória. Foi quando entendeu que o prazer não era só no sexo, mas na morte, no controle, na inversão da humilhação. Chamou um carro de aplicativo, um Honda Civic cinza, e entrou, a voz suave dizendo “Rua das Acácias, por favor”. O motorista, um homem de óculos, não perguntou nada, e ela se recostou no banco, a cidade passando em borrões de luz.

Chegou em casa às 02:10, trancou a porta e subiu para o quarto. O ventilador zumbia, o ar quente entrando pela janela entreaberta. Julia tirou as roupas, ficando nua, e foi até a geladeira na cozinha, pegando uma Brahma gelada. Sentou-se na cama, o colchão rangendo, e abriu a garrafa, o líquido frio descendo pela garganta enquanto ela sorria, os lábios vermelhos curvando-se num arco orgulhoso. Paulo estava apagado, a Mata da Lua o engolira, o carro era cinzas. Ela era intocável, uma deusa da noite, e o prazer de apagar mais um eco do passado pulsava em suas veias como a cerveja em sua mão.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Sr Boi a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários