Eu e Minhas Irmãs - 3 - O Casamento

Um conto erótico de Dante
Categoria: Heterossexual
Contém 3620 palavras
Data: 28/11/2025 01:02:15
Última revisão: 28/11/2025 01:19:11

3- O Casamento

Eu fico um tempo pensando, respiro fundo e dou partida no carro.

No caminho até o sítio, minha cabeça está um turbilhão. Estou realmente assustado, a forma como estou enxergando essas interações com as minhas irmãs pode estragar tudo. Sempre tivemos uma ótima relação de amizade, cumplicidade, somos inseparáveis os três, por mais que Valentina e Giulia sempre tenham suas guerras particulares, elas não duram mais do que um dia.

Mas se eu continuar enxergando-as dessa forma não sei o que pode acontecer. Mas é certo que essa ótima relação vai mudar de alguma forma, e isso está me assustando de verdade, como poucas vezes já me senti em toda a minha vida.

Meus pensamentos estavam tão frenéticos, que o caminho todo passou em um borrão, quando me dei por mim, já estava estacionando o carro.

Caminhei até o quarto e me joguei de cara na cama… e dormi. É, eu dormi. Eu tenho esse talento, onde eu deito, eu durmo, inclusive todo mundo zomba de mim por isso. Mas eu me orgulho muito disso, olhe pelo lado bom, eu não sofro de insônia.

Sou acordado por um súbito peso batendo em minhas costas. E acordo assustado é evidente. Aí me dou conta de que é Giulia se jogando sob minhas costas.

“Para com isso caralho!”

“Hehehehe, você assustou?”

Menina encapetada!

“É óbvio que eu assustei, uma peste pulando nas minhas costas enquanto eu estava dormindo. Quer descer logo de cima de mim?”

Ela desce, e eu olho para o rosto dela. A maquiagem realmente é boa, ela está linda, com as bochechas rosadas com seu rosto branquinho com uma espécie de brilho. Parece uma boneca, acho que essa é a melhor comparação que posso fazer.

“Você não atendeu o celular para ir buscar a gente?”

“Eu estava dormindo.” — Respondo ainda mal humorado. Detesto quando me acordam.

“E ia deixar a gente plantada lá esperando, enquanto a bela adormecida dormia?”

“Obrigado pelo elogio a minha aparência, fico muito agradecido.” — Digo em tom de deboche, mas meio brusco, estou ficando mais irritado a cada segundo. Lembrando de toda essa confusão em meus pensamentos, somado a ela ter me acordado, então resolvo encerrar o assunto:

“Quando cheguei o pai já estava aqui, então eu sabia que ele ia buscar vocês.”

“Mas custava mandar uma mensagem avisando? Eu e a Val ligamos para você várias vezes.” — Ela diz isso fazendo um biquinho, ela sempre faz isso quando está irritada ou chateada, é muito fofo. E isso começa a diminuir um pouco minha irritação.

“Tá, foi mal não ter dado satisfação sobre meu próprio sono para você, feliz agora? Você me acordou só para reclamar?”

“Tsk. Detesto quando você acorda mal humorado assim.”

“É só não me acordar que isso não acontece.”

“Já são quase 16 horas, vai se trocar.” — Ela diz isso se levantando e saindo do quarto.

Eu me sento na cama me espreguiçando, e vou até minha mala pegar as roupas para tomar banho e me trocar.

Eu entro no banheiro, tiro minhas roupas e abro o chuveiro.

“Merda!”

A água está quente pra caralho! Quem diabos estava tomando banho antes?

Eu mexo no termostato do chuveiro, e deixo a água bem fria. E entro debaixo da água. Deixo a água fria me despertar de vez do sono, e talvez tentar limpar meus pensamentos também.

E isso foi um erro, pois o simples fato de eu pensar em limpar esses meus pensamentos caóticos, parece que invocou eles, e eu comecei a pensar em quão gostosas minhas irmãs são.

Eu começo a tentar fazer um exercício de meditação. Respirando fundo sob a água fria, e expirando, e pensando exatamente isso, inspira e expira, e quando meus pensamentos tentam fugir eu guio de volta para isso.

Não sei quanto tempo fiquei nisso, pois estava imerso, mas quando senti que meus pensamentos estavam “limpos”, eu comecei a me lavar.

Comecei pelo cabelo, me lavando normalmente. Mas quando comecei a passar o sabonete, e cheguei ao meu pau, todos aqueles pensamentos que eu estava tentando conter voltaram com tudo, e ele ficou duro na hora.

Foda-se, sou fraco pra caralho mesmo. Desisti de resistir nesse momento. Comecei a me masturbar pensando em minhas irmãs, fiquei imaginando as duas nuas, de quatro, lado a lado, olhando por cima do ombro diretamente para mim.

Aquelas duas bundas, lindas, de tamanhos diferentes, mas igualmente perfeitas, apontadas diretamente para mim. Com aquele olhar safado nos rostos delas me olhando.

Só esse mero pensamento já me fez ficar com vontade de gozar. Correndo o risco de soar brega, mas essa deve ter sido a imagem mais linda que já vi na vida.

Continuei meus exercícios de calistenia para o braço direito, e quando estava quase lá…

BAM! BAM! BAM!

Batidas na porta do banheiro me fizeram dar um pulo de susto. Puta que pariu! Tão afim de me assustar hoje mesmo.

“Anda logo caralho, morreu aí dentro?” — Era meu pai.

“Já vou!” — Falei de volta.

“Anda logo que eu também tenho que tomar banho.”

Porra! Acho que vou ficar empatado de novo, merda! Dois dias seguidos já.

Termino de me lavar rapidamente. Penteio o cabelo e me visto.

Vesti uma camisa social preta, com as mangas dobradas até o cotovelo, e os últimos botões abertos, para dar aquele charme, né. Só não sei se passo realmente a imagem que queria passar hehe.

Vesti uma calça jeans com cinto, mas deixei a camisa para fora da calça, me sinto incomodado em deixar para dentro da calça.

Saí do banheiro e fui até o quarto onde estava minha bota. Mas a porta estava fechada. Bati, e Valentina disse para esperar um pouco que ela estava se trocando.

Fui até a sala e me sentei. Meu pai estava sentado lá também. Olhei para ele e zombei:

“Ué, você não tinha que tomar banho também? Eu já saí, por que você está aí sentado assistindo ainda?”

“Você mesmo disse, estou assistindo. E você por que demorou tanto? Estava batendo uma lá dentro?”

Não respondi nada. Apenas olhei para a televisão. E ele deu risada. Esse velho, tem horas que me irrita, é bom ele não poder ler pensamentos, se soubesse que o chamei de velho…

Uns 10 minutos se passaram conosco assistindo o filme. Era um filme de comédia com o Adam Sandler novo ainda, nunca tinha assistido esse.

A porta do quarto abriu e Valentina disse lá de dentro que eu já podia entrar.

Eu fui até o quarto e quando entrei, vi Valentina de frente para um espelho de corpo inteiro apoiado na parede. Não tenho a mínima idéia de onde ela arrumou isso.

Mas o que sei com certeza, é que ela estava linda. Um vestido azul, de uma cor bem próxima de seus olhos, até o chão, de um tecido molinho mas justo, que olhando de costas realçava demais aquela bunda.

Me veio flashes daquele pensamento que tive no banheiro, e quando dei por mim eu já havia me aproximado dela, olhando para seu rosto no espelho. A maquiagem deixou ela ainda mais linda. Enquanto a maquiagem de Giulia a deixou parecendo uma boneca, a de Valentina a deixou parecendo uma Femme Fatalle, com lápis de olho escuro destacando seus olhos azuis.

Eu me curvei um pouco para apoiar o queixo no ombro dela.

“O que você está olhando no espelho?”

“Vendo se o vestido está bom, e tentando decidir que brinco vou usar.”

“Ficou bonita.”

“Eu sei.”

Eu apenas dou uma bufada de riso em resposta.

“Agora que me lembrei, quando estávamos fazendo minha mala, você pegou meu perfume?”

“Não, só peguei algumas das suas roupas.”

“Vou ter que emprestar o do pai então.”

Enquanto conversamos eu fiquei admirando o corpo dela pelo espelho. Não está tão destacado quanto sua bunda, mas seus seios e o resto de seu corpo, principalmente suas coxas, ainda são bem visíveis.

“Deixa eu vestir minha bota.” — Eu digo enquanto me afasto, mas meu olhar é atraído para aquela bunda como se fosse um imã.

Eu não resisti, enchi minha mão direita naquela bunda. Dei uma bela apertada. Meu pau endureceu na hora.

Fiquei assim uns 3 ou 4 segundos, até ela dar um tapinha no meu braço e reclamar:

“Vai amassar meu vestido.”

Isso foi uma surpresa para mim. Eu já sabia que ela não se importaria que eu pegasse em sua bunda, como fiz em casa. Mas o contexto era outro, dessa vez foi claramente por puro tesão, não teve nenhuma brincadeira, mas ela não se importou.

Eu soltei, mas antes de me afastar totalmente ainda dei um tapa em sua bunda.

“Foi para descontar o tapa que você me deu em casa.” — Eu disse, sorrindo.

Ela nada disse. E acho que isso foi pior para mim. Se você pensar que ela não ter reagido ou se importado com essa interação claramente sexual seria de alguma forma reconfortante, estaria teóricamente certo. Mas isso só deixou meus pensamentos mais caóticos.

Pois só existem três hipóteses. Ou ela não entendeu isso como uma interação sexual, o que acho muito difícil. Ou ela entendeu e simplesmente não deu a mínima, o que tudo indica ser a mais provável, mas não sei se me agrada, ela simplesmente não dar a mínima. Ou ela, também está excitada assim como eu, o que sinceramente, me deixaria em euforia mas ao mesmo tempo assustado.

Não quero que a minha relação com minhas irmãs mude. Mas confesso, que se essa mudança for em uma direção específica, eu aproveitaria muito, só não sei o que aconteceria depois. E é isso que está me assustando de verdade.

Todos esses pensamentos fervilhavam em minha cabeça enquanto eu calçava as botas. Eram botas sociais, pretas, que fecham com um zíper lateral. Todo mundo fica me zoando, falando que são botas de cowboy, mas eu gosto então foda-se.

Olho para Valentina e ela está olhando para meus pés e rindo. Ela não falou nada, claramente porque eu sei o que ela vai dizer. Faço um gesto de banana para ela com o braço. Ela riu ainda mais enquanto eu saia do quarto.

Pedi o perfume emprestado ao meu pai, e ele disse que esqueceu o dele também. Aí fodeu.

Me sentei na sala para esperar.

Vi minha mãe já pronta vindo do quarto. Minha mãe é uma mulher baixinha, cerca de 1,50 de altura, tem 50 anos, mas passa facilmente por 40. Cabelos pretos lisos na altura do ombro, olhos castanhos e óculos.

Herdei essa miopia dela. É foda, minhas irmãs ficaram com todos os bons genes. Valentina, por exemplo, herdou olhos azuis e eu herdei miopia. A vida é injusta mesmo.

Ela se senta ao meu lado, e ficamos conversando banalidades. Nada em específico.

Pouco tempo depois, Valentina e Giulia chegam à sala praticamente juntas. O vestido de Giulia é diferente do de Valentina e de minha mãe, que estava usando um vestido rosa até o chão, assim como o de Valentina.

Giulia usava um vestido amarelo claro, daqueles vestidos de verão, que chegam até os joelhos, e são mais soltinhos.

“Você não devia estar usando um vestido mais chique, que nem a mãe e a Val?”

“Eu não! O casamento nem é meu, pra quê eu vou ficar usando um vestido desconfortável desses, que tem que ficar segurando a barra para andar.”

Todos rimos. E ela me retrucou:

“E você, não deveria estar de terno?”

“Como você disse, não é meu casamento. E porque você não pergunta isso para o pai também?”

Nessa hora, nosso pai estava vindo do quarto, e ele estava vestido de forma parecida comigo, mas com uma camisa branca para dentro da calça.

“Pai, por que você não está de terno?” — Ela perguntou mesmo hahaha.

“Porque não é meu casamento.”

HAHAHA! Ele com certeza ouviu a conversa, o mais engraçado foi a cara dela, pois ela finalmente entendeu que estamos zombando dela.

Nos sentamos e ficamos conversando. Minha nonna também se sentou ali depois de arrumada. E ficamos ali conversando, até meu tio Tonho vir nos chamar para ir.

Iamos nos dividir em 3 carros. Meu tio e minha tia, iam na Saveiro do meu tio. Meu pai, minha mãe, minha nonna, meus dois primos que moram com a minha tia, e a filhinha de um deles, iam com meu pai. E eu e minhas irmãs iamos no Cronos.

Foi a primeira vez que vi esses meus primos desde que cheguei, então os cumprimentei. E eles não tem nada de destaque, a não ser os dentes grandes. Na infância dizíamos que eram o Ronaldo e o Ronaldinho. E eles detestavam hehehe.

E assim foi. Dessa vez Valentina foi no banco da frente, heh, é sempre engraçado essas picuinhas delas. No caminho conversamos banalidades, coisas do dia-a-dia, e essa conversa descontraída e normal, acabou acalmando meus pensamentos.

Fui seguindo o HRV do meu pai, que estava seguindo a Saveiro do meu tio. Estamos fazendo uma caravana. Esse pensamento me fez rir, apesar de ser bem idiota, eu disse em voz alta, e as duas também riram.

***

Chegamos, é uma espécie de chácara, especialmente para eventos. Estacionei o carro embaixo de algumas árvores, e desci do carro.

A tia Chica, hehe, veio nos cumprimentar. Abraçamos ela, e ela ficou conversando com meus pais enquanto nos guiava.

Passamos por um salão, com as paredes todas de vidro. E ao ver isso eu já comecei a achar ruim, através das paredes de vidro, dava para ver as mesas lá de dentro, todas muito próximas, o salão é apertado, e sendo um self-service, ficar andando lá dentro seria um saco. E tudo piorou ainda mais quando vi onde colocaram os barris de chope, do lado da porta do banheiro, agora vão ficar um bando de bêbados andando nesse lugar apertado e ainda atrapalhando a entrada do banheiro.

Do outro lado do salão, ao ar livre, estavam as cadeiras posicionadas, um altar, e um arco com uma cortina, por onde acredito que a noiva irá entrar. Algumas pessoas ainda estavam terminando de ajeitar tudo.

Parentes meus, e do outro lado da família do meu primo, e da parte da noiva foram chegando. E nós que chegamos cedo demais estávamos lá parados, em pé, esperando e cumprimentando todo mundo que chegava.

Eu comecei a ficar irritado, pois não estou sendo pago para receber ninguém. E resolvi ir sentar em uma parte onde as cadeiras já estavam arrumadas.

Me sentei e fiquei lá. Cumprimentava as pessoas que eu conhecia e vinham falar comigo, mas não me levantei para ir falar com ninguém. Giulia me seguiu e fez o mesmo. Ela parece tão desinteressada nisso quanto eu.

O noivo apareceu, e nesse caso, eu tive que me levantar para ir cumprimentá-lo. Mas logo depois voltei a sentar.

As horas se passaram assim. A internet nesse lugar estava um lixo, então basicamente passei o tempo todo entediado. Sentado lá, olhando para o nada, e conversando com Giulia sobre nada também.

Até que começou uma movimentação, e percebi que eles estavam se preparando para começar a cerimônia. Minha família veio se sentar perto de mim. Ví que tinham colocado umas lembrancinhas sobre a cadeira, eu sentei antes então não colocaram na minha, mas quando vi que era um lencinho de papel, e o saquinho era uma foto dos noivos feitos com inteligência artificial do estúdio ghibli, eu nem me interessei mais.

Meu primo entrou por aquele arco com cortina, com meu tio e minha tia, um de cada lado dele. Em seguida veio um carro, sério o carro passou pelo arco, e a noiva desceu de lá.

Então começou a cerimônia, o pastor fez algumas piadinhas, referências a Friends, que eles adoram aparentemente. Pelo que soube eles queriam fazer o casamento no mesmo dia que dois personagens da série se casam, mas não deu pois seria em dia de semana.

Mas, eu estava mais interessado nos patos que estavam voando por lá. E por incrível que pareça, em um tucano que estava sentado na árvore que ficava logo atrás do altar.

Quando dei por mim, estava todo mundo chorando e enxugando as lágrimas com os lencinhos da lembrancinha. Giulia, Valentina, minha mãe, até meu pai estava com os olhos vermelhos apesar de não estar chorando. Várias outras pessoas chorando também. Fiquei me perguntando se eu sou o insensível por não estar dando a mínima ou se eles são muito moles.

Vi um drone voando acima, era do pessoal da fotografia. Achei isso bem legal, os caras são bons.

Agora entendi, a genialidade dos lencinhos de lembrancinha, é para as pessoas que choraram enxugarem as lágrimas, realmente genial, tem que dar um Oscar para quem pensou nisso.

A cerimônia continuou, e terminou. E começamos a nos dirigir para o salão de vidro. Pelo que vi antes, os assentos estão marcados.

Me aproximo de um livro que está na entrada com uma moça do lado, falo meu nome e ela indica a mesa. Realmente, estavam marcados. O pior é que minha mãe, meu pai, minha nonna e a Giulia, estão em uma mesa com a madrasta e o pai da noiva. Eu e Valentina estamos em uma mesa com uma prima, o marido dela, tia Cassandra e tio Tonho.

Nem para deixarem todo mundo junto. Me sento à mesa, Valentina senta ao meu lado. E imediatamente começam as conversas chatas e sem sentido, perguntando sobre a vida e etc. E chega um ponto em que eu fico meio isolado, Meu tio e tia estão bebendo bastante e mal ficam a mesa, Valentina está conversando com minha prima e o marido, e eu não estou nem um pouco interessado nessa conversa.

Minha internet ainda está sem sinal, que merda!

O barulho da conversa alta, nesse espaço fechado e apertado, e a música que começou a tocar agora. Estão me irritando. Ainda bem que a nossa mesa é a primeira do lado da porta, é como se eu pudesse respirar o ar fresco lá de fora.

Um garçom passa servindo refrigerante, Coca ou Fanta laranja. Eu peço Coca, ele enche o copo, eu vou beber, e é Coca-zero, eu detesto Coca-zero. Realmente, essa merda de lugar não é para mim, parece que tudo aqui é feito especialmente para me irritar. Se eu não fosse alguém relativamente irrelevante para a vida dos parentes que organizaram isso, eu pensaria que me irritar é o propósito deles.

Me levanto e saio para o lado de fora, preciso de um ar. Vou até as cadeiras onde ocorreram a cerimônia, e me sento lá. Já está escurecendo, e consigo ver a lua e algumas estrelas. A lua está cortada pela metade, não sei se é a crescente ou a minguante, não sou astrólogo ou essas porcarias parecidas.

Mas esse é o tempo de respiro que eu preciso. A simples ausência de barulho já parece um presente dos céus. Apesar de ainda ser possível ouvir de forma abafada no fundo. E só de pensar nisso, já está me irritando de novo.

Dou mais um respiro, e sinto o ar frio enchendo meu pulmão.

Eu ouço alguns passos se aproximando, mas não quero interagir com ninguém, então só ignoro, nem olho na direção. E apenas continuo respirando aquele delicioso ar frio.

Até que, até a minha respiração resolvem estragar. Sinto cheiro de fumaça de cigarro. Não é que o maldito que se aproximou, fez isso para fumar. Minha rinite agradece viu seu maldito?

Eu me viro na cadeira, e finalmente olho para quem tinha chegado. E digo:

“Você pode, por favor, se afastar? Não gosto que fumem perto de mim.”

“Desculpe.” — Ela disse apenas isso, antes de se afastar. Pelo menos uma pessoa consciente.

Agora reparando melhor em quem era, era a mãe da noiva. E devo dizer, que porra é essa?

A mãe é muito mais bonita que a filha. Rapaz… esse é definitivamente o tipo de milf dos meus sonhos. Aquele cabelo loiro falso, mas olhos verdes sensuais, e aquelas curvas, aposto que são uma mistura de academia com silicone, mas e daí? O resultado é que conta.

O vestido que ela está usando é roxo, é a cor temática do casamento, o noivo usou uma gravata borboleta roxa, os padrinhos usaram suspensório roxo. Eu acho isso bem esquisito, mas como disse a Giulia, não sou eu que estou casando. Mas o importante é como esse vestido tomara que caia, valoriza suas curvas.

Ela percebe que eu fiquei olhando, e fica me olhando de volta, eu a encaro também, geralmente não perco essas competições de encarar.

E ficamos nos olhando à distância sem desviar o olhar.

Até que ouço passos se aproximando e vejo que é Giulia. Finalmente desvio o olhar. Tsk, ela seria exatamente meu tipo se não fosse fumante.

Giulia se aproxima e senta ao meu lado.

“Tá fazendo o quê aqui?”

“Só respirando um ar fresco, estava ficando sufocado lá dentro.”

“Realmente, está um saco. A mãe mandou vir te chamar, pois estão servindo as entradas.”

“E o que eles estão servindo?”

“Frios, presunto, queijo, salame, essas coisas. E tem um tipo de pãozinho também.”

“Sério que eles estão fazendo esse casamento chique, para servir frios de tira gosto?”

Ela apenas deu de ombros.

“Pega um pouco lá para mim, não estou afim de entrar agora.”

Ela apenas acena com a cabeça e vai até lá.

Eu fico olhando as pernas brancas dela enquanto ela caminha.

Quando olho para trás procurando a milf, ela já não estava lá. Olho pelas paredes de vidro do salão, e vejo ela caminhando até a mesa onde estão os tira-gostos.

Finalmente sozinho e em paz, bem… não exatamente em paz com esses pensamentos intrusivos e irritantes. Mas o mais em paz que vou conseguir.

Eu penso isso enquanto respiro fundo o ar frio mais uma vez.

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Comentários

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Gostei bastante da escrita. Vi em um comentário abaixo, o que você quis transmitir sobre o mental do personagem, e acho que ficou bom.

Só me bateu uma dúvida aqui kkkk, as coisas desse casamento foram muito especificas, foi de algum que você foi? kkkk

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KKKKKK, obrigado pelo elogio. E na real, eu só fui em um casamento que consigo me lembrar na minha vida, mas foi um casamento tradicional na igreja.

Mas como eu queria inspiração para essa cena, peguei o casamento de um parente de um amigo meu, ele me contou mais ou menos como foi, eu olhei algumas fotos e usei como base.

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Espero que os noivos não vejam esse site kkkk, se virem saibam que achei bem legal hein kkkk

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Desculpe. Por ter achado e lido os dois primeiros contos juntos, supus erroneamente que o tempo entre eles havia sido mais curto. Mas os três estão seguindo em acordo. Estão todos bem escritos, mas depois da apresentação das irmãs, esse capítulo foi realmente meio frio. Anticlimático. Se vai continuar com o intervalo mensal, paciência. Só nos resta esperar. Mas confesso, que apesar de bem escroto, imaginava que haveria um pouco mais de interação. Baseado nos dois primeiros. Sigamos, então...

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Obrigado pelos elogios. E realmente esse capítulo não teve tantas interações, pois eu queria focar na mente, no psicológico do Dante. Pois na minha percepção, não é tão simples para alguém que sempre teve uma relação tão próxima com as irmãs, começar a enxergar elas de outro modo, e simplesmente aceitar na boa. Foi isso que tentei mostrar nesse capítulo, ele que é um cara mal-humorado, ranzinza acho que o descreve melhor, mas relativamente calmo, que além de algumas exclamações não costuma perder a paciência, passou o capítulo todo como se fosse uma panela de pressão prestes a explodir. Espero ter conseguido transmitir isso.

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Quanto ao lançamento, eu vou lançar outro amanhã, no máximo até domingo. E depois infelizmente vou ficar um tempo fora denovo, pois tenho um compromisso importante chegando e vou dar uma focada nisso.

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Três estrelas para incentivar. Pelo conteúdo, parece que será uma longa saga. Você começou quente, mas nesse meio tempo entre os dois primeiros episódios, parece que resolveu dar uma esfriada mas coisas. Imagino que tenha d cidido desenvolver mais a história. Espero que com espaço mais curto entre os capítulos dessa vez!

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