Enquanto a namorada não vem 4

Um conto erótico de Alan
Categoria: Gay
Contém 842 palavras
Data: 25/11/2025 18:27:47
Última revisão: 25/11/2025 18:44:10

4

- Meu omb...

Ele largou esfregando as bochechas com as lixas que tinha no lugar das palmas das mãos.

- Vou passar por um procedimento... - ele começou. - E sei que suas aulas não começam até março certo?

Assenti, ainda tinha que fazer matrícula no curso e resolver questões relacionadas a dinheiro, resumindo: "arrumar um trabalho".

Eu quase desviei dessa vez mas... Diogo acertou outro tapa no meu ombro:

- Au porra... - disse entredentes.

- Que foi? - ele se virou.

- Nada, nada... um mosquitinho... - menti massageando o lugar.

Ele esticou-se alongando os braços e as costas. Estalou a cabeça puxando o queixo, flexionou os cotovelos, justificando que havia passado muitas horas sentado resolvendo algumas coisas. Diogo mostrou o antebraço enquanto caminhava pela casa mostrando os cômodos.

- Eu me acidentei saca? Caí em um lance difícil...

Ele ia contando e caminhava pela casa comigo logo atrás dele apreciando aquelas costas largas sem prestar muita atenção ao banheiro, e aos dois quartos, e um quartinho de bagulho ao fundo. Atravessamos pelo corredor de acesso do banheiro e de volta a sala.

No lado direito da casa, depois da porta de entrada ficava outra, Diogo girou a maçaneta e empurrou a porta.

Ele falava de um dos colegas de time, segundo sua versão da história, o causador da lesão no seu antebraço. Diogo misturava os assuntos com uma velocidade quase impossível de acompanhar. Ele ainda puxava no sotaque dos erres na pronúncia da letra L também.

- É maior do que eu pensava... - eu disse.

Diogo despertou de si mesmo porque eu deixei de ouvi-lo a partir do momento que as regras do vôlei entrou na história.

- Eu acho uma lata de sardinha, - ele brincou. - Mas tipo, você é pequeno também né!

Diogo espalmou a mãoçorra na minha cabeça. Ele conseguiria alugar para mais pessoas caso quisesse.

- Por que resolveu alugar justo para mim? - perguntei.

Diogo colocou as mãos nos bolsos do short, enrugou o rosto juntando os olhos.

- Fui com sua cara, - ele sorriu. - E eu quero fazer um teste com o aplicativo de aluguel de pequenos espaços. Sabe, esses aplicativos no exterior são bem mais famosos.

Ele falava do app-hostel que oportunizava o encontro entre pessoas que queriam alugar espaços da casa e pessoas com pouco dinheiro querendo alugar um espaço menor.

- Fiquei inseguro no inicio... - confessei. - Mas olha, acho que vou gostar...

- Cara, - Diogo se adiantou. - Uma mão lava a outra saca?

- É... - falei meio de orelhas em pé.

- Suas aulas começam mesmo em meados de março certo? - perguntou novamente.

Diogo voltou ao assunto da sua lesão, e da provável cirurgia pela qual passaria, provavelmente tivesse que ficar em outro lugar, “e o apartamento vai ficar só para mim?” delirei por alguns instantes.

- Tecnicamente, pelo que sei, lá para abril ainda, universidade pública né... se não emendar greve.

Eu desviei com sucesso da mão dele sobre meu ombro mais uma vez mas não dela em cima da minha cabeça "que mania de falar tocando nas pessoas!", reclamei comigo mesmo sem poder expressar.

- Eh isso cara! Eu estudei lá. Tipo greve é um dos componentes de todos os cursos - ele gargalhou alto - e as gostosas? Cara todo curso tem umas!

Diogo jogou o peso do corpo em cima de mim falando bem perto do meu rosto, e eu, com prazer joguei um balde de água fria na fervura dele:

- E gostosos também? - eu respondi.

E apertei o braço duro dele só para provocar.

Ele fez um gesto com os olhos como os de ponteiros de relógio desalinhados, recalculando, entortou as sobrancelhas, eu escutei as engrenagens dentro da cabeça dele estalarem, e não pude rir "que merda!".

- Puts! Se cê curte, - ele descontraiu-se.- Também seu safado, tem caras também, só não ficava manjando macho.

Diogo com certeza iria pedir uma ajuda na questão da cirurgia dele no pós operatório. Afinal, eu moraria com ele.

- Então você se lesionou? - voltei ao assunto. - Vai operar?

- Ah… - ele pensou rápido. - Curtiu a casa então? Eu preciso fazer uma ligação, é bem rápido depois nós falamos, beleza?

Diogo caminhou para a sala, pegou o celular e entrou pelo corredor. Com certeza ele ia me pedir para ajudar no pós operatório mesmo, mas o "balde de água gay", fez o trabalho, "em mim você não vai montar grandão... mas o contrário quem sabe...", despertei dos meus pensamentos diante da mala aberta aos meus pés no meu novo quarto. Eu havia trazido uma malinha de mão com estojos, escovas, shampoo e condicionador, com a toalha no ombro segui para o banheiro, e parei diante da porta do quarto do Diogo, queria avisar que ia usar o banheiro mas ouvir a voz dele do ouro lado dizendo:

“- O cara é veado! Tô fudido! Não tem outra pessoa não…”

"Acho que me livrei de ser enfermeira de marmanjo", pensei comigo, antes de entrar no chuveiro que ficava de frente para um espelho de corpo inteiro, "que safadinho..." eu sorria para meu reflexo no espelho.

* Para quem está acompanhando o outro conto "Meu primo virou um gostoso", vou publicar continuação essa semana ainda! Obrigado pela leitura!*

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Reforço minha previsão: Diogo vai comer muuuito nosso protagonista ainda! Hehe

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