Enquanto a namorada não vem 3

Um conto erótico de Alan
Categoria: Gay
Contém 487 palavras
Data: 25/11/2025 18:23:43
Última revisão: 25/11/2025 18:43:24

3

Diogo malhava, fazia natação, era ponteiro no time de vôlei da cidade e talvez pudesse ler pensamentos!

Ele antecipava algumas coisas com uma precisão fora do comum. Pelo menos para mim que sempre precisei conferir dez vezes se havia amarrado mesmo os cadarços dos sapatos antes de sair de casa, correndo o risco de sair descalço mesmo assim! Ele não.

- Eu peguei a maior chuva, - falei limpando as orelhas com a ponta da toalha. - Mas a previsão do tempo dizia trinta graus hoje.

Diogo sorriu com a boca cheia de pão e ovos fritos. O cheiro de ovo na manteiga e o presunto na panela atiçaram meu estômago.

- Aqui é assim, eu avisei, se lembra? - ele disse.

Diogo esticou a perna e a apoiou na pia inox. Mostrava o calcanhar com a desenvoltura de um ginasta :

- Quando esse osso aqui dói, eu sei que é chuva, - ele disse confiante.

Eu balancei a cabeça "não é bom brigar com maluco", disse comigo mesmo, enquanto procurava desviar os olhos da panturrilha dele.

Na cozinha, havia uma geladeira, uma pia, fogão, micro-ondas, e uma fruteira. Ele falava com os braços, apontando as coisas e batendo nos braços e peito.

Diogo golpeou as pernas provocando um barulho que repercutiu no apartamento de poucos metros quadrados. Tudo para dizer o quanto esperava se libertar da última dieta que vinha fazendo.

Na geladeira, como diria vovó, havia uma "organização Caxias", verduras na parte de baixo, água em garrafas de vidro a esquerda. Os derivados do leite a direita. Os congelados na parte de cima com etiquetas. As proteínas ficavam mais para o fundo no congelador.

- Você faz isso tudo? - perguntei.

Ele sorriu de canto e sacudiu a cabeça de um lado para o outro.

- É a Amanda.

Diogo disse o nome como quem conta sobre um aplicativo útil.

Eu, falava um nome e pelo menos uma história sobre quem era a pessoa. Diogo, não. Amanda, o nome, significava organização, pelo menos era assim na cabeça dele. Foi pensando nisso que conclui:

- Ah, - respondi. - Ela faz a limpeza?

Ele abriu um rasgo de orelha a orelha. Diogo tinha olhos redondos e sobrancelhas da grossura de charutos, no rosto dele ficava bonito.

- Namorada poh, - confessou.

E estapeou meu ombro. "O que meu ombro tem haver com isso?" quis perguntar, massageando o lugar onde ele bateu, quase descolocado.

Diogo suspirou e com o braço esquerdo estirado sobre a porta da geladeira mostrou um cronograma.

- Puts você acorda as quatro! - eu disse.

- Sou atleta né, - ele respondeu. - Ah, é, você chegou em uma excelente hora, vou precisar de uma mãozinha.

Diogo esmagou meu ombro mais uma vez, eu mordi os lábios com uma pequena pontadinha no lugar, "quer que eu me ajoelhe agora?" pensei comigo. O peso e os calos da mão dele amassavam meu osso.

* Para quem está acompanhando o outro conto "Meu primo virou um gostoso", vou publicar essa semana ainda! Obrigado pela leitura!*

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Diogo ainda vai comer tanto esse hóspede...!

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