Meus amigos e eu V

Da série Meus amigos e eu
Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 5972 palavras
Data: 03/11/2025 11:27:15
Assuntos: Anal, Gay, Oral, Sexo

CAPÍTULO 5

DIVIDIDO

Estava custando a acreditar que estava mesmo ali, deitado com uma das minhas pernas em volta do Fred, aquele homem delicioso em cima de mim, apenas de cueca e com seu rosto enterrado em meu pescoço. Uma de suas mãos segurava minha coxa erguida, e a outra apoiava seu peso com o braço dobrado. Aproveitei para percorrer minhas mãos pelo seu peito, liso e lindo. Seus mamilos estavam duros, e beliscá-los de leve lhe arrancou suspiros.

Minha outra mão continuou sua jornada até seu pau. Fred tinha a cabeça do seu membro escapando por cima da cueca. Passei a ponta do dedo, pegando seu pré-gozo que começava a sair. Levei até a boca e provei seu gosto. Fred me olhava incrédulo e com tanto tesão que não tive receio de me entregar para ele.

Fred: Você vai me enlouquecer assim, guri.

Eu: Ótimo, porque meu plano é esse.

Pela minha experiência em ficar com outros caras — no caso, Davi — eu sabia que provavelmente minha relação com Fred não passaria de sexo. Então, eu iria dar prazer a ele de um jeito que ele não esqueceria. Embora não tivesse muita experiência, eu tinha sede de aprender e coragem de me aventurar.

Baixei a cueca dele e agarrei seu membro incrivelmente grosso. Não consegui ver seu pau porque ele me beijava, mas estava com a mão livre para tateá-lo. Ele era grande, não o maior que eu já tinha pego, mas com certeza era o mais grosso. Comecei um movimento firme de vai e vem. Fred ficou louco com meu toque. Senti sua mão que segurava minha bunda invadindo minha cueca.

Fred: André, tu é muito gostoso, cara.

Eu: Você vai me foder?

Fred: Não, foder não. Eu vou fazer amor contigo e vou te dar tanto prazer que tu vai esquecer mais nunca.

Fred me virou, me deixando por cima. Soltei seu pau e me encaixei de forma a cavalgar nele. Minha cueca era a única coisa que separava minha entrada de sua dureza. Fiz menção de levantar para tirar a cueca, mas suas mãos me seguraram. Me abaixei para beijar sua boca e senti ele pressionando seu pau na minha bunda vestida.

Eu: Você não vai me comer?

Fred: André, já falei que vou fazer direito. Temos a noite toda e quero que você curta o máximo possível. Agora, vem cá que tem uma coisa que quero fazer desde que te vi na pizzaria a primeira vez.

Fred me fez ir mais para cima, me deixando de joelhos com meu pau bem próximo de seu rosto. Eu estava muito curioso com o que ele faria, e nem em meus sonhos teria previsto sua ação: ele tirou meu pau pela lateral da cueca e passou sua língua nele, sentindo meu gosto. Quase gozei só com aquela visão. Fechei os olhos e fui às nuvens quando entrei em sua boca. Era quente e maravilhoso.

Eu adorava fazer oral nos meus amigos, porém nunca imaginei que receberia um oral tão competente e maravilhoso quanto o que meu surfista fazia em mim.

Ele me colocava inteiro na boca e fazia isso com tanto gosto, me arrancando vários gemidos. Quanto mais eu gemia, mais ele sugava meu membro. Definitivamente, era um profissional. Suas mãos apertavam minha bunda e me faziam fazer movimentos de vai e vem em sua boca.

Quando pensei que não podia ficar melhor, sinto seu dedo entrando em mim com calma. Doeu um pouco, mas o oral estava tão maravilhoso! Ele havia lubrificado seu dedo com o seu pré-gozo. Tive que me apoiar na cabeceira da cama, pois meus sentidos e forças estavam me escapando. Nunca havia sentido tanto prazer na vida quanto estava sentindo ali, e nem imaginava que ainda estávamos apenas nas preliminares.

Dois dedos me penetravam, e Fred chupava minhas bolas que, por sorte, eu tinha depilado — se não, ficaria meio receoso, bobagem, eu sei. Eu estava me segurando para não gozar. Ele parou o oral, e eu saí de cima dele. Aproveitamos para nos despir das nossas cuecas e pude ver melhor ele nu na minha frente. Seu corpo era bronzeado, tínhamos mais ou menos a mesma altura. Seu corpo era muito definido e gostoso. A marca da sunga naquele corpo me deixou babando. Seu peito era depilado, só que sua virilha tinha uns pentelhos lindos; nada de excessos, era na medida certa. Seu pau era, de fato, muito grosso, reto e cheio de veias. A cabeça vermelha brilhava em meus olhos.

Não resisti e ajoelhei em sua frente. Agora estávamos em pé ao lado da cama, e eu segurava sua rola e encarava seus olhos com muito desejo.

Pedi para ele se sentar com as pernas abertas, que eu adoro fazer oral assim, de joelhos entre suas pernas. Ele segurou minha cabeça com muito carinho e me puxou para seu pau sem fazer força. Eu queria tanto quanto ele; Fred estava apenas me guiando.

Seu gosto era de homem, nada parecido com o que eu já tinha provado na vida. Tive de abrir bem a boca para caber todo. De início, não consegui ir fundo, mas encontraria um jeito de fazer isso logo, logo. Brincava com suas bolas pesadas enquanto abocanhava Fred o máximo que conseguia até engasgar. Ele não tirava os olhos de mim e eu, claro, amava estar sob seus olhos intensos.

Fred: Você é maravilhoso nisso.

Eu: Quero sentir seu gosto.

Fred: Você vai, mas agora eu quero estar dentro de ti.

Fiquei um pouco com medo por ele ser tão grosso, mas não ia dar para trás. Queria tentar mesmo ser penetrado por ele. Subi para seu colo, ficando de frente para ele, e compartilhamos nossos gostos em outro beijo de tirar o fôlego. Eu estava preso em sua pegada e completamente entregue àquele homem. Podia fazer o que quisesse comigo que, no final, eu ainda agradeceria.

Gostei do fato de ele ser forte porque ele me ergueu novamente e me encostou contra o guarda-roupas. Envolvi ele em um abraço e agarrei seus cabelos. Suas mãos me abriam, e senti seu pau na minha entrada. Me arrepiei todo e gemi muito. Queria ele dentro de mim logo, não estava mais resistindo a essa vontade. Ele soube me deixar no ponto.

Eu: Fred, não estou aguentando mais, quero você dentro de mim agora, por favor.

Fred: Estou adorando te ver assim, sabia?

Eu: Assim como?

Fred: Com tanto tesão. Vou te fazer gozar gritando meu nome.

Ele me deitou na cama novamente, foi até o banheiro e voltou com camisinha e lubrificante. Eu estava todo aberto, esperando por ele. Fred encapou seu membro, e espalhou bastante lubrificante no pau e na minha entrada. Depois se encaixou entre minhas pernas, que se cruzaram em sua cintura, e veio me beijar antes de entrar em mim.

Fred: Vai doer um pouco no início. Se você não aguentar, me avisa que eu paro, está bom?

Eu: Eu aguento, pode ir.

Quando seu pau começou a entrar no meu anelzinho, a dor foi muito intensa. Respirei fundo, e ele parou assim que viu meu rosto de dor, mas segurei seu quadril para que ele não saísse de mim ainda. Fred me observava e aguardava paciente minha liberação. Mesmo com dor, pedi para continuar. A dor era intensa, entretanto, minha vontade de tê-lo dentro de mim superava qualquer dor.

Ficamos por bastante tempo trocando beijos, e pacientemente fui recebendo ele dentro de mim, pouco a pouco. Quando senti ele inteiro dentro de mim, respirei fundo.

Fred: Tem certeza?

Eu: Tenho, eu quero, quero muito te sentir. Vai.

Fred: Se machucar, me avisa, viu?

Só concordei com a cabeça. Suas primeiras estocadas eram lentas. Eu já não gemia; ao invés disso, eu gritava de prazer. Com o tempo, ele foi me vendo relaxar e delirar. Com isso, intensificou sua cadência. Cada metida me fazia ver estrelas. Nunca pensei que ser rasgado daquela forma poderia ser tão gostoso. Caralho, cada vez que saía de mim, eu sentia um vazio que logo era preenchido com seu retorno, cada vez mais rápido e mais forte. O som dos nossos corpos se encontrando preenchia o quarto. Eu esperava que os vizinhos não estivessem ouvindo, mas era impossível; estávamos urrando de tanto prazer. Arranhava suas costas, e até mordi seu ombro em uma das estocadas que ele me deu.

Fred me levantou de uma vez, me trazendo para seu colo. Passei meus braços pelo seu pescoço e puxei seus cabelos com força, deixando seu pescoço à mostra para mim. Eu estava ensandecido; enterrei minha boca em seu pescoço e quicava nele como se a dor não existisse mais. Era tanto prazer que estava me deixando selvagem. Voltei a beijar sua boca, depois ele foi até meu pescoço e foi sua vez de me deixar uma marca.

Eu já não aguentava mais segurar. Gozei só com o atrito de meu pau em seu tanquinho, sujando sua barriga e a minha.

Pouco depois que gozei, foi a vez dele. Numa das minhas descidas em seu membro, ele me segurou pela cintura e pelo ombro com força, me forçando para baixo e metendo em mim sem sair de dentro. Senti seu pau ficar maior dentro de mim e gozei pela segunda vez, junto com ele. E como ele havia dito, terminei meu orgasmo chamando seu nome.

Caímos os dois na cama. Meu rabo ardia em brasa, mas eu estava completamente feliz e nem ligava para o largo estrago que ele havia me feito. Nunca suei tanto em toda a minha vida. Por um momento, perdi a força das pernas.

Eu: Retiro o que disse.

Fred: Sobre o quê?

Eu: Perdi minha virgindade agora com você. Não importa o que eu fiz antes, nada chega aos pés disso.

Ele riu e deitou de lado, me puxando para ficar de lado e de frente para ele. Nos beijamos, e por um bom tempo foi só o que fizemos, até as forças voltarem. Tomamos banho juntos — quer dizer, ele me banhou porque eu estava sem forças. Depois, trocou os lençóis e nos deitamos para dormir. Apaguei no segundo em que me cobri. O quarto dele tinha ar-condicionado, então aquele frio que deu foi bom demais. Acordei quando senti ele fazendo uma conchinha comigo. Logo peguei no sono de novo, sentindo seu membro atrás de mim. Para o contato ser maior, dormimos pelados.

Acordei no dia seguinte todo dolorido, mas estranhamente feliz e de bom humor. Fred estava duro atrás de mim. Sentir sua virilidade atrás de mim me encheu de tesão. Então, com todo cuidado, saí de seus braços, descobri ele e lá estava seu pau lindo e ereto. Segurei pela base e o coloquei na boca. Enquanto o mamava com todo o gosto, escutei seus gemidos e, aos poucos, um sorriso se formou em seu rosto quando ele acordou por completo e se deu conta de que não estava sonhando. Seu sorriso safado me deu um gás e a coragem que faltava para engolir seu membro rígido por completo. Chupei e lambi até ter seu prazer se derramando em minha boca. Bebi tudo com muito tesão.

Nos beijamos e fomos para o banho. Lá, ele me masturbou até eu gozar, sujando o vidro do box. Eu não estava acreditando que estava mesmo ali com aquele homem lindo, surfista e gostoso. Tudo nele me deixava excitado, louco por seu corpo. Se não estivesse tão dolorido, teria dado para ele na mesa da cozinha de novo enquanto tomávamos café.

Fred: E aí, como você está?

Eu: Meio dolorido, mas nada grave.

Fred: Eu gostei bastante.

Eu: Fred, posso te fazer uma pergunta?

Fred: Até duas, lindão.

Eu: Você é bi?

Fred: Sou sim, me assumi há uns três anos.

Eu: Acho que sou gay. Não sinto com menina nenhuma o que sinto quando estou com um cara.

Fred: Lindão, qual seu lance com seu amigo lá?

Eu: Davi? (Ele assente.) Nenhum. Somos muito amigos desde criança. E você conhece a Lana há muito tempo?

Fred: Quase dez anos. A gente namorava até ano passado.

Eu: E tipo, vocês moram juntos?

Fred: Namoramos há quase sete anos, não tem como deixarmos de ser amigos.

Eu: Por que vocês terminaram? Se não se importa de eu perguntar.

Fred: Bem, me assumi bi e no começo abrimos a relação para que eu pudesse experimentar outros caras. No fim, percebemos que somos melhores como amigos. Temos mais companheirismo e não sentimos mais o mesmo que antes. Ela também acabou se descobrindo bi e hoje em dia a gente só mora junto.

Eu: Então vocês nunca mais ficaram?

Fred: Às vezes sim. Tem vezes que a gente bebe e acaba transando, mas não temos nada sério mais, não.

Aí estava o fim que eu tanto procurei por saber que viria. Lana era uma gata e eles tinham uma história. Pensar neles transando me deixou meio mal, não que uma transa tivesse me feito me apaixonar, só que pensei que talvez pudesse acontecer em algum momento. No fim, os caras que eu quero sempre têm outra mulher na jogada.

Mas para não cortar nosso clima, fiz um esforço grande para transparecer indiferença. Usei a desculpa de estar tarde e fui para casa. Ia pedir um Uber, mas ele não deixou, falou que me levava de moto. Não tinha porque gastar com Uber, e ele me deixou em casa bem na hora que Davi chegava na portaria com a mesma roupa de ontem, indicando que havia dormido na casa da namorada. Isso ainda me incomodava muito e me fez lembrar que Fred também não poderia querer algo comigo.

Fred: E aí, Davi, boa tarde.

Davi: Oi. (Davi entrou, mas ficou me esperando na portaria.)

Fred: Então, te vejo mais tarde, para comermos juntos de novo?

Eu: Não sei.

Fred: Algum problema, André? Você ficou diferente depois da nossa conversa.

Eu: Eu estou, é só que estou sem grana mesmo. Agora que meus amigos não vão mais comigo, é pesado pagar uma pizza sozinho. (Tive que mentir.)

Fred: Pois se o problema for esse, não é mais. Eu tenho um valor para lanchar no trabalho. Não me importo de pagar sua pizza. Só quero te ver mais tarde, pode ser?

Eu: Sendo assim, eu vou sim.

Sorri feito bobo. Fred estava se esforçando para ter minha companhia e, por um momento, esqueci que nunca poderia ter nada sério com um cara como ele. Nunca que Fred iria trocar sua liberdade por mim, nem pela Lana, que foi seu amor durante tanto tempo, ele conseguiu.

Como estávamos na frente do meu prédio, apenas nos despedimos como dois brothers e ele me deu uma piscada antes de pôr seu capacete e ir embora. Quando entrei, dei de cara com o Davi.

Davi: Dormiu fora?

Eu: E não fui o único, né?

Eu estava muito mal para tentar ser cordial, com um misto de ciúmes e outros mil sentimentos que não sei explicar. Assim que cheguei em casa, minha mãe quase me cobrou um teste antidrogas até enfim deixar eu tomar meu banho e tirar um louco cochilo no meu quarto.

Acordei para o almoço, tomei um banho e, mesmo ainda um pouco dolorido, estava feliz. Minha noite com o Fred tinha sido muito incrível, pena que nunca deixaríamos de ser amigos. Por outro lado, estava puto com Davi. Ele tinha que sempre estar com Cíntia por perto. Ela claramente não gostava de mim e eu, muito menos, dela. Mesmo assim, Davi insistia em querer trazê-la para nossos rolês.

Peguei meu celular e tinha uma mensagem no nosso grupo onde Bruno falava que a festa tinha sido muito legal e até tinha feito um a três depois, com sua namorada e uma prima dela que também estava no rolê. Davi se vangloriava de ter dormido com a Cíntia, e aquilo me encheu de raiva. Nem respondi, só larguei o celular.

Depois de almoçar, fiquei na pequena varanda da minha casa pegando um pouco de sol. A varanda era pequena, mas tinha uma rede e era bem fresco para descansar, principalmente depois do almoço. Minha mãe estava na sala vendo TV, e eu, mexendo em meu celular.

Vejo uma mensagem do Fred: “tudo certo para mais tarde?” Confirmei, mesmo a contragosto. Saber da noite do Davi arruinou meu domingo. Meus amigos marcaram um cinema no grupo, mais um programa de casal. Agora era uma prima da namorada do Bruno que seria minha companhia. Recusei, dizendo que estava com ressaca, e parei de responder quando eles começaram a insistir.

Passei o dia meio triste. Minha mãe perguntou o que eu tinha, e falei que só era cansaço por ter dormido pouco.

Quando a noite chegou, me arrumei e fui para a pizzaria. Fred estava terminando de atender uma mesa quando me viu e lançou-me um sorriso com uma piscadela. Quando passou o pedido da outra mesa no sistema, ele veio até mim e me falou que logo iria tirar sua folga. Sorri e disse que esperaria sem problema.

Ele era lindo mesmo com a blusa branca da farda e uma calça jeans. Fred era simpático com todos e tinha muita agilidade em seu trabalho. Outro ponto que me chamou a atenção era que ele não anotava os pedidos. Tinha uma memória tão boa que bastava dizerem o que queriam e ele ir ao computador lançar os pedidos no sistema. Lindo e inteligente; como não admirar aquele homem?

Quando enfim conseguiu seu intervalo, veio para minha mesa com uma pizza para comermos.

Fred: Esse trabalho prejudica minha rotina fitness.

Eu: Você está ótimo, seu bobo.

Fred me encarou com um sorriso lindo e agradeceu o elogio. Ele era gentil, me serviu, perguntou como tinha sido meu dia e falou um pouco do seu até a hora do seu trabalho. Parecia que nos conhecíamos há muito tempo; nosso papo fluía muito.

Pena que Davi, Bruno e suas namoradas estragaram nosso clima, se sentando em nossa mesa. Não resisti e perguntei o que eles faziam lá, e foi Bruno quem me respondeu:

Bruno: Ué, nossa tradição de comer aqui aos domingos.

Cíntia: Amor, não quero pizza. Será que não tem outra opção?

Davi: Vamos ver no cardápio, amor.

Por causa da Cíntia, meus amigos pediram outra coisa do cardápio, quebrando ainda mais nossa tal tradição. Fred teve de voltar ao trabalho, nos pediu licença e me deixou sozinho segurando vela dos meus amigos. Eu estava odiando ver Davi e Cíntia tão próximos e, pior, Bruno com sua namorada, todo de chamego.

Eu fiquei literalmente feito um idiota, em silêncio, segurando uma vela que definitivamente não queria segurar. Num surto de coragem, me levantei, me despedi deles e fui embora. Não antes de ouvir Cíntia reclamar baixinho: "Era só o que faltava." O ciúme me subiu à cabeça. Não era só o clima com Fred que eles tinham estragado, era a constatação de que eu realmente estava sendo deixado de lado. A "tradição" deles agora era de casais, e eu não fazia mais parte dela.

Passei o dia meio triste. Minha mãe perguntou o que eu tinha, e falei que só era cansaço por ter dormido pouco.

Quando a noite chegou, me arrumei e fui para a pizzaria. Fred estava terminando de atender uma mesa quando me viu e lançou-me um sorriso com uma piscadela. Quando passou o pedido da outra mesa no sistema, ele veio até mim e me falou que logo iria tirar sua folga. Sorri e disse que esperaria sem problema.

Ele era lindo mesmo com a blusa branca da farda e uma calça jeans. Fred era simpático com todos e tinha muita agilidade em seu trabalho. Outro ponto que me chamou a atenção era que ele não anotava os pedidos. Tinha uma memória tão boa que bastava dizerem o que queriam e ele ir ao computador lançar os pedidos no sistema. Lindo e inteligente; como não admirar aquele homem?

Quando enfim conseguiu seu intervalo, veio para minha mesa com uma pizza para comermos.

Fred: Esse trabalho prejudica minha rotina fitness.

Eu: Você está ótimo, seu bobo.

Fred me encarou com um sorriso lindo e agradeceu o elogio. Ele era gentil, me serviu, perguntou como tinha sido meu dia e falou um pouco do seu até a hora do seu trabalho. Parecia que nos conhecíamos há muito tempo; nosso papo fluía muito.

Pena que Davi, Bruno e suas namoradas estragaram nosso clima, se sentando em nossa mesa. Não resisti e perguntei o que eles faziam lá, e foi Bruno quem me respondeu:

Bruno: Ué, nossa tradição de comer aqui aos domingos.

Cíntia: Amor, não quero pizza. Será que não tem outra opção?

Davi: Vamos ver no cardápio, amor.

Por causa da Cíntia, meus amigos pediram outra coisa do cardápio, quebrando ainda mais nossa tal tradição. Fred teve de voltar ao trabalho, nos pediu licença e me deixou sozinho segurando vela dos meus amigos. Eu estava odiando ver Davi e Cíntia tão próximos e, pior, Bruno com sua namorada, todo de chamego.

Eu fiquei literalmente feito um idiota, em silêncio, segurando uma vela que definitivamente não queria segurar. Num surto de coragem, me levantei, me despedi deles e fui embora. Não antes de ouvir Cíntia me chamar de "viadinho".

Me virei para ela, que me olhava em um olhar cínico. Busquei uma resposta de Davi ou de Bruno, que apenas riam da piada que ela havia feito, mas que eu só consegui ouvir a parte do insulto. Balancei o rosto negativamente e vi o sorriso se desmanchar do rosto dos meus amigos.

Voltei para casa ignorando suas vozes me chamando para voltar. Antes de chegar ao portão, lágrimas caíam do meu rosto. Em casa, passei direto para meu quarto e chorei a noite quase toda. Aquela garota tinha feito mais do que só roubar meu primeiro amor, ela tinha tomado meus amigos também. Como eles podiam apenas rir de mim e não me defender? Nunca havia sido trocado por relacionamentos deles antes. Eu estava chateado e ferido. Quase não dormi. Saí do nosso grupo e bloqueei o número dos dois. Era tarde demais para querer bancar os amigos preocupados.

No outro dia de manhã, vi que tinha uma mensagem de bom dia do Fred e uma pergunta sobre nossa aula de matemática. Confirmei com ele no mesmo horário da segunda anterior e me arrumei para ir à escola. Na portaria, os dois traíras me esperavam com caras sérias.

Bruno: André, foi só uma piada. Você não pode ficar assim por essa bobagem, né?

Eu: Vão se foder. Não foi só uma piada, vocês me deixaram ir para a pizzaria dois domingos seguidos.

Davi: Andrezim, ela já até pediu desculpas, e isso não teria acontecido se você não tivesse se afastado primeiro. Toda vez que chamamos você para fazer algo, você diz não.

Eu: Vocês querem que eu namore a porra de uma menina para fingir que gosto desses rolês de casalzinho? Vão se foder, eu não quero a porra de uma namorada. Eu não quero ter que segurar vela de vocês. Eu não quero ter que ver meus amigos rindo da minha cara sem me defender.

Bruno: Qual é, André? Ela te chamou de viado na brincadeira.

Davi: Tu nem é viado, cara. Esquenta com isso não, mas olha, peço para ela te pedir desculpas pessoalmente. Só deixa disso, vai.

Eu aceitei o pedido de desculpas dos meus amigos de novo, mas não quis o pedido dela, até por saber que não seria sincero. Quando chegamos na aula, meus amigos queriam me apresentar à tal menina; ainda não tinham desistido dessa ideia. O nome dela era Helena e, até que era uma moça bonita, entretanto, não me despertava nada. Consegui achar Lana bem mais bonita que ela, o que me irritou por lembrar que Fred e ela ainda ficavam de vez em quando. Não dei muita trela para Helena e fui para a aula. No intervalo, disse que precisava ir na biblioteca e dei um perdido neles. Sentia muita falta dos meus amigos, mas não queria pagar o preço para continuar com eles. Aos poucos, fui ficando triste por perceber que nossa amizade não era mais como antes.

Na volta para casa, avisei a eles que não poderia ir para a casa do Bruno porque precisava preparar para ensinar o Fred. Davi não gostou nada, só que eu estava pouco me lixando. Foram eles quem se afastaram, então não poderiam reclamar de eu ter outros amigos além deles.

Eu queria que Davi me quisesse, seria dele no momento em que ele pedisse, mas não aceitaria ser a outra, não mais. Percebi que ter ciúmes dele me fazia muito mal, e continuar dando para ele não ajudaria. O foda seria ser forte e resistir à tentação.

Quando ele soube que eu não iria para a casa do Bruno, ele me acompanhou até minha casa. Segundo ele, queria pegar uma camisa minha emprestada, porém, assim que entramos no meu quarto, ele puxou minha cintura, me virando para ele, e me beijou. Um beijo tão gostoso, me fez lembrar da saudade que eu tinha de suas mãos e do seu beijo.

Davi: Estava com saudades disso.

Eu: Eu também, mas não podemos continuar, Davi.

Davi: Por que não, Andrezim? Eu gosto muito de ti, tu é meu melhor amigo e meu amante.

Eu: Amigo sim, mas você namora...

Davi: Isso não era um problema. (Ele me beija de novo.)

Ficava cada vez mais difícil resistir aos seus beijos. Sua boca é quente e seus lábios carnudos. Chupo seus lábios, me entregando em seus braços. Precisei de um esforço gigante para tentar me sair de seu feitiço. Quando ele vai ao meu pescoço, me dá tanto tesão e também um estalo na consciência. Lembro-me do Fred, e a lembrança da forma que ele me tratou me preenche, dando-me força para afastar o Davi.

Davi: O que aconteceu? Fiz algo de errado?

Eu: Fez sim, você tem namorada. Eu te quero, Davi, te quero de verdade, mas não assim.

Davi: Eu também te quero, olha só. (Ele mostrou o formato de seu pau marcado na calça.)

Eu: Davi, não é certo. Você nem fala mais comigo direito, só me procura quando quer transar. Você namora, se quer sexo peça a ela. Não sou sua puta, cara.

Davi: Andrezim, nunca te vi como minha puta, cara. Entendo que você ainda está bolado, mas nosso lance é diferente. Não somos gays, só dois amigos se divertindo.

Eu: Preciso preparar a aula do Fred. Podemos ter essa conversa depois.

Davi: Você reclama de mim, mas agora esse merda virou sua prioridade, né?

Eu: Fred, o nome dele é Fred, e ele é só meu amigo. Pelo menos ele me dá atenção, e ultimamente bem mais que meus amigos. Olha, sei que você gosta mesmo dela, então vamos parar com isso. Não quero problemas, ela me odeia, imagina se ela descobre.

Davi: E quanto a gente, não podemos parar. Cê sabe o quanto sou louco pela sua boca.

Davi me beija de novo, e retribuo. Não consigo dizer não para ele. Por sorte, meu celular toca e me afasto dele, atendendo sem nem ver quem é. Fred do outro lado da linha me pergunta se pode chegar um pouco mais cedo, e confirmo que sim. Quando desligo, Davi está com uma cara feia. Mesmo assim, ele me beija uma última vez e vai embora. Quero pedir que ele fique, mas preciso ser forte.

Um tempo depois, Fred chega à minha casa, troca umas palavras com minha mãe e depois vamos para o meu quarto para estudarmos. Dessa vez, ele está de calça e uma blusa de botões, lindo como sempre. Ele me fala que veio direto da faculdade, por isso estava tão arrumado. Começamos a aula depois de uma conversa avulsa e trivial.

Eu: Se concentra, Fred.

Fred: Estou tentando, fessor. Mas o senhor me desconcentra com essas pernas lindas de fora. (Fico vermelho e o encaro.)

Eu: Para de brincadeira, Fred.

Fred: Não estou brincando, André. Não sei você, mas eu não esqueci nem um segundo da nossa noite juntos.

Congelei com sua afirmação. Ficamos nos encarando em silêncio, um sentado do lado do outro. Nossos rostos estavam tão perto! Se eu dissesse que também fiquei com nossa noite na cabeça, estaria mentindo: foi exatamente a lembrança dele que me deu forças para dizer não ao Davi.

Não entendia muito bem o que estava sentindo pelo Fred, mas tive medo. Ele claramente estava buscando o mesmo que o Davi — pelo menos ele era solteiro, ou pelo menos quase. Sei que olhando seus olhos e sua boca era impossível recuar, e nos beijamos. Nossos lábios se tocaram, e antes que começássemos a nos agarrar, minha mãe entra no quarto com um lanche para a gente.

Nos separamos rápido e ficou um clima estranho. Por sorte, minha mãe parece não ter percebido e, depois de deixar a bandeja, ela sai do quarto. Quando ficamos sozinhos de novo, caímos na risada e voltamos a nos beijar. Só que dessa vez, com abraço. Nem sei por que, mas a adrenalina me encheu de libido.

No fim, proponho a ele que a cada resposta certa ele ganharia um beijo. Mas o safado me faz um acordo mais sacana: que se ele acertasse tudo, eu sairia com ele de novo, só que dessa vez, só nós dois. E eu aceito! No fim, além de muitos beijos, ele ganha a aposta também e marcamos nosso segundo encontro, que acabou sendo melhor que o primeiro.

Fiquei nas nuvens quando me despedi de Fred aos beijos no meu quarto e depois com um soquinho na mão para não chamar a atenção dos fofoqueiros do prédio. Fiquei bem curioso para o tal encontro, mas Fred me fez esperar até a sexta sem nenhuma pista. Minha relação com Davi e Bruno continuava na mesma: fugia deles na escola para não ter que ficar com Helena e fingia estar ocupado toda vez que me confrontavam. Davi me deu espaço, mas me comia com os olhos sempre que podia. O foda é que ele agora fazia questão de se pegar com sua namorada na minha frente. Isso me fervia o sangue de raiva; parecia fazer isso de propósito, queria me fazer reconsiderar e dizer sim para ele de novo, mas fui forte. Bruno seguia alheio ao nosso impasse.

Na sexta, Fred me disse que me buscaria às oito na minha casa e me pediu para colocar roupa de frio na mochila e pedir a minha mãe para dormir fora. Fiquei mais curioso ainda. Às oito, ele aparece com sua moto, não me diz para onde vamos e só me entrega o capacete. Coloco e subo na moto para irmos ao encontro secreto.

Começo a estranhar quando vejo que estamos saindo da cidade, mas percebo que ele pega o caminho da praia. Tinha uma praia que ficava numa cidade vizinha à nossa. De moto, levou uns quarenta minutos para chegarmos. Nosso destino era uma casa próxima à praia. O lugar era bem simples, porém bem aconchegante: tinha uma pequena garagem, uma sala com cozinha, um quarto e um banheiro. No quintal, uma churrasqueira e uma vista linda da praia. Mesmo à noite, a lua iluminava o quintal de uma maneira bem interessante.

Só que não foi a lua que me chamou a atenção. No quintal, tinha várias luzes coloridas, uma mesa com duas cadeiras. "Surpresa!", ele disse. Fiquei de boca aberta. Ele preparou um jantar ao luar e com uma vista do mar! Era tão romântico que mesmo o vento frio não foi suficiente para esfriar meu corpo. O abracei, sorrindo feito um bobo. Ele ficou muito satisfeito com minha reação.

Nos beijamos bastante até a fome vencer a vontade de continuar agarrado nele. Fred puxou a cadeira para mim e foi à cozinha. Depois, voltou com macarrão. Na segunda viagem, ele trouxe uma garrafa de vinho. Eu nem bebia, mas estava tudo tão perfeito que abriria uma exceção, só que nem precisei. Ele pensou até nisso; no lugar de vinho, ele me serviu coca.

Eu: Você lembrou que não gosto de bebida?

Fred: Claro. Na real, eu não ia beber, mas estou meio nervoso.

Eu: Nervoso? Com o quê?

Fred: Queria te impressionar.

Eu: Bem, parabéns, você conseguiu.

Fred: Ah, mas ainda não acabei. Tenho mais uma surpresa.

Eu: Agora quero saber o que é.

Fred: Calma, jovem gafanhoto. Primeiro, vamos jantar, depois a segunda surpresa.

Nos divertimos muito comendo juntos. Ele me falou que arrumou outro garçom para cobri-lo no trabalho e poder passar mais tempo comigo. Eu estava muito feliz e rindo à toa com a forma que ele me tratava. A comida estava ótima; ele realmente sabia cozinhar. O sorriso dele era muito gostoso. Por mais que aquele homem tivesse um corpo perfeito, era seu carisma e sua alma que me atraíam. Fred era um cara simples, porém capaz de grandes gestos. Montar esse jantar, só de pensar que ele montou tudo, depois viajou quarenta minutos para me buscar... isso fez eu me sentir especial.

Ele me falou que a casa era de uma tia de São Paulo e que ele cuidava para ela. Usava sempre que queria se isolar do mundo. Foi inevitável pensar que ali era seu "abatedouro", e me senti mal. Tentei disfarçar, mas Fred me lia melhor até que meus melhores amigos.

Fred: O que aconteceu?

Eu: Nada.

Fred: André, pode falar.

Eu: Não é nada, só estou pensando besteira.

Fred: Sei. Então, que tal a segunda parte do nosso date agora?

Eu: Claro. (Falei me esforçando para parecer animado.)

Coloquei uma blusa de manga comprida, porque estava frio de fato. Agradeci por ele ter me avisado sobre a roupa de frio. Ele me levou para caminhar na praia. Estávamos só nós dois e alguns casais curtindo o clima bom, cada um no seu mundinho, ignorando os demais.

Estávamos em silêncio quando ele rompe o silêncio e me responde, como se tivesse lido minha mente:

Fred: Não.

Eu: Oi? O que você disse?

Fred: Não trago ninguém para cá. Na verdade, só a Lana, mas ela veio para rolês, nunca a trouxe sozinho assim.

Eu: Ah, não, eu não… quer saber? Isso é noia minha, não tem nada a ver, desculpa. (Fred para e toca meu rosto.)

Fred: André, esse é meu refúgio, mas quando pensei em te chamar para sair, esse foi o primeiro lugar que veio na minha cabeça. Pode parecer muito precipitado, mas cara, eu gostei de ti. Nunca fiquei com ninguém na cabeça como estou agora.

Eu: O que isso quer dizer?

Fred: Quer dizer que eu quero uma chance de te conhecer melhor. Quero continuar saindo com você. O que me diz?

Eu: Está falando sério? Não sou tão interessante.

Fred: Nunca falei tão sério. Desde que te beijei no bar, não consigo pensar em outra coisa, e quando transamos, eu fiquei louco por ti, guri.

Fred estava em meus pensamentos, mas nunca pensei que poderia ser correspondido. Parecia um sonho. Tentei me afastar da ideia de gostar dele, e agora o sentimento explodiu dentro de mim. Ele gostava de mim! Eu ainda tinha medo dele perceber que eu não era o que ele esperava, mas resolvi me entregar mesmo assim. Queria saber como era estar com alguém que realmente me quisesse e não só para foder.

Trocamos beijos deliciosos e, se não fosse pelo frio, teríamos ficado mais tempo lá. Voltamos para a casa, o ajudei a lavar a louça e arrumar tudo. Pegamos um cobertor, ele armou uma rede no quintal e ficamos enroladinhos e trocando carícias. Ou, como gosto de pensar, ficamos namorando naquela rede, esquentando nossos corpos no calor um do outro. A noite estava perfeita, mas ainda iria melhorar. Nossos carinhos foram ficando intensos e senti seu membro duro contra minha pele. Não resisti e pedi para tocar nele.

Fred: Você tem liberdade total no meu corpo. Sou todo teu.

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Rafa, Rafa, como sempre me deixando maluco com essas cenas de sexo!

Tô relembrando que eu passava raiva com essa cabeça do Andrezinho, mas fazer o que né, novinho demais! Heheeh

PS: tem uns parágrafos repetidos lá na parte do encontro na pizzaria!

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Foto de perfil de Xandão Sá

já pode ter vontade de cuspir na cara da Cintia e mandar Davi e Bruno se tomar no cu?!

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