FORA DO ESQUE [06] ~ SEXO REAL

Da série FORA DO ESTOQUE
Um conto erótico de Lucas Gabriel
Categoria: Gay
Contém 3095 palavras
Data: 03/11/2025 10:57:00

[Lucas Gabriel]

Saí da sala do Rodrigo e fechei a porta atrás de mim, respirei fundo, não por culpa, não por arrependimento, mas por satisfação, porque eu tinha acabado de provar, mais uma vez, algo que já sabia fazia tempo: meu corpo era uma arma. E eu sabia exatamente como usá-la. Rodrigo tinha me chamado ali pra me intimidar. Pra me ameaçar com demissão. Pra usar o poder dele como gerente, e eu tinha virado o jogo em menos de cinco minutos, bastou apertar meu pau por cima da calça. Bastou olhar pra ele com aquele olhar que dizia "você me quer, e a gente sabe disso". Bastou oferecer o que ele estava desesperado pra ter, e pronto, o chefe virou putinha, o gerente virou cliente, o homem que tentou me intimidar acabou de joelhos, me chupando, gemendo o meu nome enquanto eu fodia ele em cima da mesa dele. E agora? Agora ele ia me pagar duzentos reais. Ia ficar na mão. Ia ter medo de eu contar. Ia me dever algo, eu não tinha ido ali fazer programa. Eu tinha ido me defender, mas no fim, deu no mesmo. Usei meu corpo. Consegui o que queria. E ainda ganhei dinheiro.

Voltei pro estoque como se nada tivesse acontecido. Como se eu não tivesse acabado de foder meu chefe na mesa dele. Como se minha porra não estivesse escorrendo dentro dele naquele exato momento, Felipe estava organizando caixas de biscoito. Me viu chegar e sorriu.

— E aí, cadê o sermão que o chefe ia te dar?

— Resolvido — respondi, pegando uma caixa e colocando na prateleira.

— Que bom. Achei que você ia levar bronca.

— Eu sei me virar.

E sabia mesmo, sabia usar meu corpo, meu rosto, meu pau e a minha juventude. Sabia exatamente o efeito que causava em homens como Rodrigo. Homens carentes, desesperados e obcecados. Bastava dar um pouquinho de atenção. Um sorriso. Um toque. E eles viravam massa de modelar na minha mão. Rodrigo achava que estava no controle. Achava que tinha me intimidado. Achava que tinha conseguido algo. Mas quem tinha saído daquela sala com poder era eu, e ele ia descobrir isso em breve.

Umas duas horas depois, meu celular vibrou, notificação do banco:

PIX recebido: R$ 200,00

Sorri, Rodrigo tinha pagado certinho. Rapidinho, como bom putinho obediente, guardei o celular e continuei trabalhando, mas minha cabeça estava longe, pensando na cena que tinha acabado de acontecer. No jeito que Rodrigo tinha me chupado com desespero. No jeito que ele tinha gemido baixinho quando eu entrei nele. No jeito que ele tinha ficado ali, destruído, depois que eu saí, senti... o quê? Não era culpa, era algo entre indiferença e superioridade. Porque pra ele, aquilo tinha significado algo. Alguma conquista torta. Alguma fantasia realizada, mas pra mim? Era só um job, mais uma transa. Mais um corpo. Mais um dinheiro, a única diferença é que dessa vez tinha sido sem camisinha. E isso... isso me incomodou um pouco, não porque eu tenha medo de pegar algo. Eu sei que sou indetectável. Tomo meus remédios religiosamente todos os dias. Faço meus exames a cada três meses. Minha carga viral é indetectável há anos. Indetectável = Intransmissível, eu não passo HIV pra ninguém. É ciência. É fato, mas o Rodrigo não sabia disso, e eu deveria ter falado, deveria ter avisado: "Olha, eu sou HIV positivo, mas sou indetectável, então não tem risco." Mas se eu tivesse falado, ele teria transado comigo? Provavelmente não, e eu precisava daquele sexo pra me livrar de uma possível demissão. Então fiz o que precisava fazer, a saúde dele tá segura. A minha também. E no final, todo mundo saiu ganhando. Eu com o emprego e dinheiro. Ele com a fantasia realizada, transação perfeita.

No intervalo, fui fumar com o Felipe na área externa, estávamos sozinhos. Só nós dois e o silêncio do estacionamento.

— E aí, como foi com o chefe? — ele perguntou, acendendo o cigarro.

— Tranquilo — respondi, acendendo o meu. — Ele só queria conversar sobre umas paradas.

— Pensei que você ia se foder.

— Eu sempre me viro.

Felipe deu um trago longo. Olhou pra mim de lado.

— Você tem essa vibe, sabe?

— Que vibe?

— Tipo... sei lá. De quem sabe o que quer. De quem não deixa os outros pisarem em você.

Sorri.

— É porque eu aprendi cedo que se você não se defender, ninguém vai fazer isso por você.

— Verdade.

Ficamos ali, fumando em silêncio, e naquele momento, senti que o Felipe entendia. Que ele também tinha aprendido a sobreviver do jeito dele. A gente não precisava falar sobre isso agora, mas a gente sabia.

***

Sexta-feira à noite. Fim de expediente. Billy apareceu de patins, como sempre, com aquele sorriso que parecia permanente.

— Gente, quem vai pra conveniência com a mona aqui? — ela perguntou, jogando o cabelo imaginário.

— Eu vou — disse Felipe.

— Eu também — falei.

— Ótimo! Vamo encher a cara e esquecer que a gente passa o dia inteiro nesse purgatório capitalista!

Mais uns cinco funcionários toparam. Jéssica, Marcos, Tiago, Cláudia e Renato. Fomos andando até a conveniência que ficava a duas quadras do supermercado. Lugar simples. Mesas de plástico. Cerveja gelada. Som tocando pagode, perfeito.

Sentamos numa mesa grande. Pedimos cerveja. Petiscos. E começamos a beber, Billy era o centro das atenções, como sempre.

— Gente, vocês sabiam que o Marcão da manutenção tem namorada? — ela começou, abrindo a latinha de cerveja com dramaticidade.

— E daí? — perguntou Jéssica.

— E daí que a namorada dele é FEIA, mona! Feia! Tipo, eu vi foto no Instagram dela. E eu fiquei tipo: Marcão, amor, você merece mais!

Todo mundo riu.

— Billy, para de ser má — disse Cláudia, mas estava rindo também.

— Má nada! Eu to sendo REALISTA. Aquele homem é um monumento. Um tributo à beleza masculina. E tá desperdiçado com aquela menina que parece a Fiona de Shrek.

— Você é terrível — eu disse, rindo.

— Eu sei. Mas vocês me amam mesmo assim.

E amávamos mesmo, Billy era engraçada, afiada, sem filtro. Mas também era leal. Carinhosa. Sempre a primeira a ajudar quando alguém precisava, ficamos ali por mais de uma hora. Bebendo. Rindo. Conversando merda, e pela primeira vez em semanas, eu me senti... normal, não era Lucas Gabriel, o garoto de programa, não era Lucas Gabriel, o expulso de casa, não era Lucas Gabriel, o HIV positivo. Era só Lucas. Bebendo com os amigos. Sendo feliz por algumas horas. E isso... isso era novo pra mim, porque a maior parte da minha vida eu tinha sido solitário, não por escolha. Mas por necessidade. Quando você é expulso de casa, você aprende rápido que não pode confiar em ninguém. Que as pessoas vão te decepcionar. Que família não é sangue, é escolha — e a maioria escolhe não te escolher. Então você para de tentar. Para de se abrir. Para de criar laços, porque laços doem quando são cortados, e eu já tinha sido cortado vezes demais. Diego era meu amigo que talvez mais se aproximasse a considerar uma “família”. Mas eu sabia que ele me queria. E isso colocava uma barreira entre nós. Porque eu nunca ia poder relaxar completamente. Sempre ia ter aquela tensão. Aquela expectativa não dita. Mas ali, naquela mesa, com aquelas pessoas? Eu não sentia tensão, Billy não me queria. Jéssica não me queria. Marcos, Tiago, Cláudia, Renato — nenhum deles me queria. Eles só queriam minha companhia, e isso era... libertador. Libertador poder rir sem calcular. Poder beber sem ter que gerenciar expectativas. Poder existir sem ter que dar nada em troca. Felipe estava do meu lado, rindo de algo que Billy tinha falado. E eu percebi que ele também era diferente. Com ele, eu não precisava fingir. Não precisava performar. A gente tinha algo em comum. Algo que ninguém mais ali sabia. E isso criava uma conexão que ia além de amizade superficial, era cumplicidade, era reconhecimento, era olhar pra alguém e pensar: "Você entende. Você sabe." E pela primeira vez em muito tempo, eu não me sentia sozinho.

E então um coroa até que gostoso apareceu, devia ter uns cinquenta e poucos anos. Bem-vestido. Camisa social. Relógio caro. Cabelo grisalho. Ele entrou na conveniência, comprou cerveja, e então olhou na nossa direção, seus olhos encontraram os de Felipe. Felipe sorriu discreto. Acenou com a cabeça, o homem se aproximou.

— Felipe — disse ele, voz baixa, educada.

— E aí, seu Mário — Felipe se levantou. — Licença, galera. Já volto.

Eles foram pra um canto. Conversaram por uns três minutos, eu fingia prestar atenção na conversa da mesa, mas meus olhos voltavam pra eles de vez em quando, Felipe gesticulava. Mário ouvia. E então os dois olharam na minha direção, Felipe acenou pra mim.

— Lucas, vem cá um segundo.

Levantei. Fui até onde eles estavam.

— Lucas, esse é o Mário. Mário, Lucas.

— Prazer — o homem estendeu a mão.

Apertei. Mão firme. Pele macia. Cheiro de perfume caro. Felipe olhou pra mim. Tinha algo no olhar dele. Algo que dizia: "Confia em mim."

— Olha — ele começou, voz baixa. — O Mário é meu amigo. A gente tem um... esquema. Ele me ajuda financeiramente às vezes. Tipo um sugar daddy, sabe?

Olhei pro Mário. Ele não pareceu constrangido. Só assentiu.

— Eu também saio com uns caras por grana — eu disse, direto. — Alguns, na verdade.

Felipe sorriu.

— Alguns? — ele repetiu, brincando.

— Alguns — confirmei, sorrindo também.

Mário deu uma risada baixa.

— Bom, já que vocês dois são... empreendedores — ele disse, escolhendo a palavra com cuidado —, eu tenho uma proposta. Vocês dois. Hoje. Eu pago cento e cinquenta pra cada. Nada forçado. Só diversão.

Olhei pra Felipe. Ele olhou pra mim, cento e cinquenta, mais os duzentos do Rodrigo. Trezentos e cinquenta a mais numa semana, meus dias de comer miojo estavam com os dias contados.

— Topo — eu disse.

Felipe sorriu.

— Eu também.

Mário assentiu.

— Ótimo. Terminem de beber aí com calma. Eu espero no carro. Palio prata, ali na frente.

Ele saiu.

Voltamos pra mesa, Billy olhou pra gente com aquele olhar de quem sabe que algo tá rolando, mas não vai perguntar.

— Vocês vão vazar? — ela perguntou.

— Vamo sim — Felipe respondeu. — Surgiu um role.

— Hmmm, role — ela fez aspas com os dedos. — Tá bom. Se cuidem, tá?

— Sempre — eu disse.

Terminamos a cerveja. Nos despedimos da galera, e fomos pro carro do Mário.

Chegamos no motel, era bom, não era luxo, mas também não era sujo. Quarto limpio. Cama grande. Banheiro funcionando. Ar-condicionado ligado. Mário trancou a porta. Olhou pra nós dois.

— Vocês dois são gostosos pra caramba — ele disse, tirando a camisa. — Faz tempo que eu queria isso uma diversão a três.

Felipe tirou a camiseta. Corpo definido. Tatuagens no braço e no peito. Pele morena, eu tirei a minha também. Mário se aproximou. Tocou meu peitoral. Depois o de Felipe.

— Delicia — ele murmurou.

E então começou. Mário nos beijou. Primeiro Felipe. Depois eu. Língua lenta, experiente. Ele sabia o que estava fazendo, descemos pras calças. Tiramos tudo. Ficamos pelados os três. Mário tinha um corpo comum. Um pouco de barriga. Pelos grisalhos no peito. Pau médio, já duro. Felipe tinha um corpo de academia. Músculos definidos. Pau grande, grosso, também já duro. E eu... bem, eu sabia o que eu tinha, Mário se ajoelhou. Começou a chupar o Felipe. Devagar, porém mostrando uma boa habilidade numa garganta profunda, como quem conhece cada cm daquele pau, Felipe gemeu baixinho. Colocou a mão na cabeça do homem, eu fiquei olhando, e pela primeira vez em muito tempo, senti tesão de verdade, não era pelo Mário. Era pelo Felipe, vendo ele ali, pelado, sendo chupado, gemendo… Era diferente, era real, Mário me chamou com a mão. Fui até ele. Ele pegou meu pau. Começou a chupar também, alternava entre mim e Felipe. Chupava um. Depois o outro. As mãos trabalhando nos dois ao mesmo tempo, Felipe me olhou. Eu olhei de volta. E algo passou entre nós. Algo que não era só trabalho, Mário se levantou. Pegou camisinhas no criado mudo do motel, lubrificante.

— Quem quer me comer? — ele perguntou.

— Eu vou — Felipe disse.

Mário deitou de bruços na cama. Bunda pra cima, Felipe colocou a camisinha. Lubrificante. Entrou devagar, Mário gemeu alto, e então Felipe começou a meter. Forte. Ritmado, e eu fiquei ali, de pé, vendo, assistindo o corpo do Felipe se movendo. Os músculos das costas. A bunda. As pernas, meu pau latejando, enquanto eu tocava uma punheta assistindo meu amigo foder seu suggar daddy.

— Vem cá — Felipe me chamou.

Cheguei perto. Ele me puxou pra um beijo, enquanto fodia o Mário, me beijava, língua quente. Gosto de cerveja. Tesão. Felipe gozou enquanto me beijava e enquanto metia no Mário, ele gritou e gemeu gostoso, Felipe saiu dele, tirou a camisinha.

— Sua vez — ele disse pra mim.

E então encapei o meu pau, e meti no Mário que já estava com o cu bem aberto devido ao calibre do pau do Felipe, dei algumas estocadas fortes, dei uns tapas na sua bunda, meti rápido, e o Felipe veio e me beijou, sua língua entrando na minha boca, apertei a sua bunda, lambi seu peito, e logo o Mário gozou, e eu fingi um orgasmo, eu não queria gozar ali, queria gozar com o Felipe, a sós se tivesse oportunidade.

Mário foi pro banheiro se limpar, ficamos sozinhos por alguns minutos. Eu e Felipe. Pelados. Suados.

— Você é gostoso pra caralho — eu disse, sem filtro.

— Você também — ele respondeu, sorrindo.

Mário nos pagou. Cento e cinquenta cada. Dinheiro limpo. Sem drama, nos deixou no posto de gasolina perto do supermercado, chamamos Uber. Voltamos juntos, no carro, Felipe quebrou o silêncio.

— Então... você faz isso faz tempo?

— Uns meses — respondi. — E você?

— Quase um ano. Desde que conheci o Mário.

— Ele é gente boa.

— É. Não enche o saco. Paga bem. É o esquema ideal.

Ficamos em silêncio por um tempo, e então eu perguntei:

— Quer ir lá em casa? Tomar uma cerveja?

Felipe me olhou. Sorriu.

— Topo.

Minha kitnet era uma merda, colchão no chão. Frigobar. Fogão elétrico. Roupa espalhada. Mas Felipe não pareceu se importar, sentamos no colchão. Abri as duas cervejas que sobraram da semana.

— Desculpa a bagunça — eu disse.

— Relaxa. A minha não é muito diferente.

Bebemos em silêncio por alguns minutos, e então eu falei:

— Obrigado. Por hoje.

— Por quê?

— Por confiar em mim. Por me chamar pro role. Por... sei lá. Por ser gente boa.

Felipe sorriu.

— Você também é, Lucas.

— Não sou não. Eu sou um babaca na maioria das vezes.

— Mas comigo você não é.

Olhei pra ele, e vi algo que eu não esperava ver, interesse. Desejo. Não o tipo de desejo que clientes têm. Mas o tipo de desejo que é real.

— Felipe...

— Fala.

— Você é muito gostoso.

Ele riu.

— Você já falou isso hoje.

— Mas é verdade.

— Você também.

E então eu o beijei, não foi calculado. Não foi planejado. Não foi trabalho, foi só... vontade. Vontade de sentir algo de verdade. Vontade de transar sem dinheiro envolvido. Vontade de ter alguém que me quisesse porque queria, não porque estava pagando. Felipe correspondeu, língua quente. Mãos no meu corpo, ele apertava a minha bunda, e foi tirando a minha roupa, e logo estávamos pelados, um olhando para o outro com desejo e tesão, estávamos meio acostumados a estar pelados juntos depois do motel. Mas agora era diferente. Não tinha cliente. Não tinha dinheiro. Não tinha performance. Era só eu e ele, Felipe me empurrou no colchão. Subiu em cima de mim. Me beijou forte.

— Eu quero te comer — ele disse, voz rouca.

— Então come.

Ele pegou camisinha da minha carteira, e quando estava prestes a colocar a camisinha ele disse:

– Posso meter sem capa?

– Você toma prep? – Perguntei

– Sim, e você?

– Também – Falei mentindo, não quis dizer a ele que tinha Hiv e era indetectável. .

E então ele cuspiu no seu pau, e foi metendo pouco a pouco, fazia muito tempo que eu não era passivo com ninguém, acho que minha última vez havia sido com Erick meu ex, apesar de eu gostar muito de ser ativo, eu gostava de dar a bunda de vez em quando, e como eu disse ali com o Felipe era sexo real, sem transação, sem tadala, era por prazer, por desejo, ele foi metendo e eu fui gemendo e logo eu já ansiava por mais e mais pica, pedindo pra ele meter, apesar do dor, estava gostoso, o Felipe tinha um pau macio, um pau gostoso, ele sussurrava que era louco pra me comer desde que me viu no supermercado, que já tinha batido algumas punhetas pra mim, e eu disse que achava ele um tesão, ele me chamou de putinha e socava cada vez mais rápido, e eu gemia alto, como eu disse não era gemido de trabalho. Era gemido de verdade. Felipe foi me fodendo forte. Ritmado. Olhando nos meus olhos, mudou a posição de quatro para frango assado, enquanto metia ele me olhava com um olhar profundo, um olhar de desejo, e eu me entreguei, gemi, aranhei as costas dele. Mordi o ombro, quando ele gozou, gritou meu nome, e quando eu gozei, segundos depois, gritei o dele também.

Ficamos deitados. Suados. Ofegantes, Felipe deitou do meu lado. Passou o braço por cima de mim.

— Isso foi... — ele começou.

— Diferente — eu terminei.

— É. Diferente.

Ficamos ali. Em silêncio. Só respirando, e então eu falei:

— Faz muito tempo que eu não transo sem dinheiro envolvido.

Felipe me olhou.

— Sério?

— Sério. Tipo... anos. Desde antes de começar a fazer jobs.

— Caramba.

— É foda. A gente vende tanto o corpo que esquece que pode fazer sexo por prazer também.

— Entendo.

— Mas com você foi bom. Foi real.

Felipe sorriu.

— Pra mim também.

Ele se levantou. Pegou a cueca do chão.

— Vou dormir aqui ou você quer que eu vá embora?

— Dorme aqui — eu disse, sem pensar.

— Beleza.

Ele deitou de novo. Colou em mim, e pela primeira vez em muito tempo, eu dormi bem.

Acordei com Felipe mexendo no celular.

— Bom dia — eu disse, espreguiçando.

— Bom dia, gostoso.

Ele estava no Grindr. Rolando os perfis.

— Caçando? — perguntei, brincando.

— Só olhando — ele respondeu. — Mas olha isso aqui.

Virou o celular pra mim, na tela: foto de um peitoral definido. Corpo jovem. Pele morena jambo.

Bê, 19 anos, S/L

— Gatinho, né? — Felipe disse.

— É — concordei.

— Sabe o que seria legal?

— O quê?

— A gente chamar ele. Fazer uma brincadeira a três.

Olhei pra foto de novo, e então olhei pro Felipe.

— Você tá falando sério?

— Tô. A gente podia se divertir. Sem dinheiro. Só prazer. Topa?

Fiquei olhando pra foto.

Bê, 19 anos, corpo bonito, e então pensei, porque não?

— Topo — eu disse, sorrindo.

Felipe sorriu de volta, e mandou mensagem.

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Comentários

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Caralho eles vão fuder com o sobrinho do gerente. Isso não vai prestar quando ele souber, coitado. Tomara que ele consiga transar com os três.

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Tô adorando as voltas e reviravoltas, a trama parece uma ciranda, maravilhosa!

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