O sol ainda não havia nascido quando o barulho familiar da garrafa de leite batendo na soleira da porta me acordou. Eu me levantei, enrolando o lençol em volta da cintura, e fui até a cozinha. Mas, ao abrir a porta para pegar a garrafa, vi que ele ainda estava lá, parado ao lado da carrocinha branca, com uma expressão que não era de simples cortesia.
Era um homem feito, com os braços fortes de quem carregava peso todas as madrugadas. Nosso olhar se cruzou e demorou a se desprender. Sem uma palavra, ele deu um passo à frente, atravessando a porta da minha cozinha. A porta fechou-se atrás dele com um clique suave.
Dentro da penumbra, o lençol caiu. Suas mãos, ásperas e frias da madrugada, encontraram a minha pele ainda quente do sono. Ele cheirava a leite fresco e a orvalho. A boca dele encontrou a minha com uma urgência que não permitia hesitações. Era um beijo rouco, faminto.
Foi então que algo mudou em mim. Em vez de apenas ceder, agarrei a cintura dele e girei nossas posições, pressionando suas costas contra a geladeira. Um som de surpresa escapou de sua boca, mas seus olhos brilharam com aprovação. Minha mão desceu até a frente de suas calças de trabalho, encontrando a protuberância dura que lá estava. Em segundos, eu tinha suas calças abaixadas até os joelhos.
Ele era grande e grosso, pulsando em minha mão. Não hesitei. Ajoelhei-me no chão frio da cozinha e levei-o à minha boca. O sabor salgado de seu suor e o cheiro masculino me invadiram os sentidos. Minha boca se adaptou a ele, enquanto minhas mãos seguravam seus quadris fortes. Ouvi seus gemidos abafados, suas mãos se enterrando em meus cabelos. Ele tentou tomar o controle, empurrando meus quadris, mas eu não permiti. Eu ditava o ritmo, sugando e lambendo, sentindo-o tremer.
Quando senti que ele estava perto do limite, parei. Levantei-me e o virei contra a bancada. "Agora é minha vez," sussurrei em seu ouvido. Ele entendeu. Inclinei-o sobre a madeira e entrei nele de uma vez. Era apertado e quente, e seu gemido abafado na madeira me encheu de poder. Movi-me com força, marcando meu ritmo, dominando aquele corpo que momentos antes me dominava. Ele gemeu mais alto quando gozei, e senti suas contrações ao meu redor.
Não trocamos palavras quando nos separamos. Ele se arrumou com mãos trêmulas e saiu, deixando para trás apenas o cheiro de nosso suor misturado.
Fiquei lá, tonto, com as pernas trêmulas. A manhã começava a clarear. Fui até a janela da sala, ainda nu, e olhei a rua vazia. Foi então que vi o outro.
Ele estava arrumando uma pilha de redes coloridas na caminhonete estacionada em frente à minha casa. Era o vendedor de redes, um homem moreno com um sorriso fácil. Nosso olhar se encontrou através do vidro. Ele não sorriu desta vez. Abri a porta da frente.
Ele entrou sem ser convidado. Suas mãos hábeis tocaram minha cintura, mas eu já estava com a chave virada. Empurrei-o contra a parede do corredor. "Você quer saber como é?" perguntei, minha mão fechando em torno de sua já evidente excitação através do tecido.
Ele apenas assentiu, respirando com dificuldade.
Fiz com que ele se ajoelhasse. Sua boca era experiente, mas eu não queria passividade. Segurei sua cabeça e movi meus quadris, usando sua boca com a mesma intensidade com que havia sido usado antes. Via sua expressão de prazer misturado com submissão. Quando me cansei dessa posição, levantei-o e levei-o para o sofá.
"Deita," ordenei, e ele obedeceu rapidamente.
Sua experiência com nós e amarras tornou-o flexível. Abriu as pernas sem hesitação. Entrei nele em um movimento fluido, sentindo seu corpo se adaptar ao meu. Ele era diferente do primeiro - mais macio por dentro, mas igualmente ardente. Meus quadris encontraram um ritmo brutal, e cada arremetida fazia com que ele gritasse de prazer.
"Mais," ele suplicou, suas mãos agarrando as costas do sofá. "Mais forte!"
Atendi seu pedido, segurando seus quadris com força, enterrando-me nele repetidamente até sentir meu próprio orgasmo aproximar-se. Quando gozei dentro dele, seu corpo estremeceu violentamente, e ele jorrou entre nossos estômagos sem sequer tocar em si mesmo.
Ficamos ofegantes por um momento, antes que ele se levantasse e se arrumasse com a mesma dignidade profissional de sempre. Mas seus olhos estavam diferentes - mais escuros, mais conscientes.
Ele se virou para sair, mas minha voz o deteve. "Espere."
Aproximei-me dele pela última vez, desabotoando suas calças mais uma vez. "Você esqueceu de pagar pela experiência," disse, levando-o novamente à minha boca. Desta vez foi rápido - em minutos, ele estava gemendo e se contorcendo, suas mãos em meus ombros enquanto eu o levava ao clímax mais uma vez, engolindo tudo o que ele tinha para me dar.
Quando terminei, ele estava cambaleante, com os olhos vidrados. Saiu sem uma palavra, deixando-me finalmente sozinho.
Fiquei de pé no meio da sala, exausto mas vibrante. O cheiro do leite, das redes e de três homens diferentes impregnava o ar. A manhã havia chegado completamente, e eu, que havia comido e sido comido, me sentia mais completo do que nunca. Cada um deles deixara sua marca em mim, mas eu deixara minha marca neles também - uma troca igual, selvagem e inesquecível.
