Era uma tarde sufocante, o calor grudando a camiseta de Selena ao corpo enquanto ela caminhava pelas ruas empoeiradas do centro. Aos 21 anos, ela sentia o peso da expectativa como uma corrente invisível. Paula e Nereida, suas colegas de faculdade, não paravam de falar dos piercings no clitóris que tinham colocado semanas antes. "É tipo um rito de passagem, Selena", dizia Paula, os olhos brilhando com malícia enquanto tomava uma cerveja no bar da esquina. "Você não vai ser uma de nós até colocar", provocava Nereida, levantando a saia num canto escuro e colocando a calcinha de lado para mostrar o brilho do metal contra a pele morena. Selena revirava os olhos, mas por dentro o coração batia rápido – medo, sim, mas também um calor que subia pelas coxas e que ela tentava ignorar.
A ideia a perseguia. Ela imaginava a agulha, o metal frio, o estúdio sujo com um cara qualquer olhando entre suas pernas. “E se eu não aguentar a dor? E se eu gritar na frente delas?” Passava noites acordada, os dedos hesitantes sob o lençol, o corpo tenso de ansiedade e algo mais – um desejo que ela não confessava nem pra si mesma. "Você tá pensando demais, Sel", disse Paula numa ligação no dia anterior, a voz cheia de deboche. "É só uma picadinha, e depois... puta merda, você vai ver como é bom." Nereida entrou na linha: "A gente vai com você, segura sua mão. Vai ser tipo um pacto de sangue, só que mais... íntimo." Elas riram, e Selena, contra todo o bom senso, disse: "Tá, eu vou."
O estúdio de Carlos ficava numa rua estreita, a fachada coberta de grafites desbotados. O letreiro piscava "Tattoo & Piercing" em neon vermelho. Carlos, 27 anos, abriu a porta com um sorriso torto, o cabelo preto caindo nos olhos, a camiseta justa marcando os músculos do peito. "Então, quem é a corajosa hoje?" perguntou, o olhar passeando por Selena de um jeito que a fez engolir em seco. "Eu", ela respondeu, quase um sussurro. Paula deu um empurrãozinho nela. "Vai, Sel, a gente já passou por isso. Carlos é o melhor, né, Carlito?" Ele riu, limpando as mãos num pano embebido de álcool. "Eu faço o meu melhor. Vamos pra salinha?"
Atrás de uma cortina preta, o espaço era pequeno e abafado: uma cadeira reclinável de couro rachado, uma mesa com instrumentos esterilizados, o cheiro forte de álcool e tinta. Paula e Nereida se jogaram num banco encostado na parede, como se fossem assistir a um show. "Relaxa, Sel, vai ser rápido", disse Nereida, cruzando as pernas e deixando o piercing dela reluzir debaixo da saia curta. "Rápido e gostoso", completou Paula, mordendo o lábio e trocando um olhar com Carlos, que já calçava luvas de látex com um estalo alto.
"Tira a calça e a calcinha, deita aí e abre as pernas", disse ele, o tom prático, mas com um fundo rouco que fez Selena tremer. Ela hesitou, os dedos travados no botão do jeans. “Porra, eu não acredito que tô fazendo isso”, pensou, o rosto queimando enquanto as amigas a encaravam. "Vai logo, Sel, deixa de frescura", insistiu Paula, inclinando-se para frente, os olhos brilhando de curiosidade. "É só a gente aqui, ninguém vai te julgar", acrescentou Nereida, a voz doce demais pra ser sincera. Selena respirou fundo, deixou a calça e a calcinha caírem no chão e subiu na cadeira, o couro gelado arrepiando a pele quente das coxas.
Ela abriu as pernas devagar como numa consulta ginecológica, os olhos fixos numa rachadura no teto, tentando se esconder da própria vergonha. Carlos ajustou a luz, o facho iluminando cada detalhe entre suas pernas. "Tá bem exposta agora, hein?", disse ele, quase rindo, enquanto pegava a pinça esterilizada. Selena fechou os olhos com força. "Tá gelado", reclamou quando a pinça tocou o capuz do clitóris, separando a pele delicada. "É pra anestesiar um pouco", respondeu Carlos, os dedos firmes mas suaves. Ele pegou a agulha, e o coração dela disparou. "Respira fundo, vai ser rápido", orientou ele. "Um, dois..." Antes do "três", a agulha perfurou a carne sensível.
"FILHA DA PUTA!", gritou Selena, o corpo se contorcendo na cadeira, as mãos agarrando os apoios. A dor foi um choque elétrico, mas durou só um segundo, logo substituída por uma pulsação quente quando Carlos deslizou o piercing – um arco prateado com uma pedra vermelha – no lugar da agulha. "Caralho, doeu pra cacete!", ela ofegou, as pernas tremendo. Carlos riu, limpando o sangue com uma gaze. "Pronto, já foi. Olha como ficou foda." Ele pegou um espelho de mão e inclinou pra ela ver: o piercing brilhava ali, obscenamente bonito contra a pele inchada e avermelhada. "Tá sentindo a presença dele para além da dor?", perguntou ele, os olhos escuros fixos nos dela.
Selena assentiu, ainda ofegante. "Tá... estranho. Mas... gostoso?" Paula deu um gritinho e bateu palmas. "Eu disse! Tá vendo, Sel, agora você é uma de nós!" Nereida se levantou, aproximando-se da cadeira com um sorriso safado. "Porra, ficou perfeito. Tá sentindo ele mexer quando você respira?" Ela roçou os dedos na coxa de Selena, subindo perigosamente perto do piercing. "Para com isso, Nereida!", exclamou Selena, mas o tom saiu mais fraco que ela queria, traído por um gemido baixo que escapou sem permissão.
Carlos tirou as luvas devagar, os olhos passeando entre as três. "Vocês três são um perigo, hein?", disse ele, a voz carregada de algo mais que profissionalismo. Paula se aproximou dele, roçando o ombro no peito dele. "A gente só veio apoiar, mas... sei lá, tá ficando quente aqui." Nereida riu, mantendo Selena sentada e nua com um toque no ombro, que já queria se vestir. "Relaxa, Sel, deixa rolar. Tá sentindo o piercing pulsar? É assim mesmo no começo." Antes que Selena pudesse protestar, Nereida deslizou a mão para baixo, os dedos roçando o metal frio, e ela arquejou, o corpo reagindo antes da mente.
"Tá sensível pra caralho", murmurou Selena, o rosto vermelho de vergonha e tesão. Carlos se inclinou sobre a cadeira, o cheiro de colônia masculina invadindo o ar. "Normal, tá recém-colocado. Mas sabe o que ajuda a cicatrizar mais rápido?" Ele fez uma pausa, o sorriso crescendo. "Saliva humana. É um cicatrizante natural." Paula arregalou os olhos, excitada. "Sério? Tipo... passando a língua?" Carlos assentiu, o olhar fixo em Selena. "Exato. Quer experimentar? Garanto que vai aliviar a dor."
Selena piscou, atônita. "Vocês tão loucos?" Mas Nereida já estava rindo, empurrando-a de volta para o encosto da cadeira. "Deixa, Sel, a gente quer te ajudar. Né, Paula?" Paula se ajoelhou ao lado da cadeira, os olhos brilhando. "Claro, é por uma boa causa." Antes que Selena pudesse dizer mais, Carlos se abaixou entre suas pernas, a respiração quente contra a pele sensível. "Relaxa, eu começo", disse ele, e então a língua dele tocou o clitóris dela, contornando o piercing com uma lentidão torturante.
"Porra, Carlos!", exclamou Selena, as mãos voando pros cabelos dele, sem saber se puxava ou empurrava. A sensação era absurda – a dor do piercing misturada ao calor molhado da língua dele, o metal frio roçando contra a língua. Paula gemeu baixinho, assistindo de perto. "Tá gostoso, Sel? Deixa eu experimentar." Carlos se afastou, lambendo os lábios, e Paula tomou o lugar dele, chupando com mais força, os dentes roçando o piercing de leve e também a vulva que naquela altura estava encharcada de fluidos vaginais. "Caralho, Paula, vai devagar!", gritou Selena, mas o corpo dela já se arqueava, entregando-se.
Nereida entrou na dança, empurrando Paula pro lado. "Minha vez, deixa eu mostrar como se faz." A língua dela era mais ágil, brincando com o piercing, sugando o clitóris inchado enquanto Selena gemia alto, os pensamentos embolados. “Meu Deus,isso é loucura, isso é errado, e isso é... bom pra caralho.” Carlos voltou, alternando com as amigas, cada um chupando por minutos que pareciam eternos, a saliva escorrendo pelas coxas dela, o piercing pulsando a cada toque.
Meia hora depois, Selena estava um trapo na cadeira, o corpo tremendo, os gemidos virando gritos. "Eu... eu não aguento mais!", ela ofegou, e então gozou – um orgasmo que explodiu dela como um trovão, as pernas se fechando em espasmos, as mãos agarrando o couro da cadeira. Paula riu, limpando a boca. "Viu? Aliviou rapidinho." Nereida deu um tapa na bunda dela. "E ainda foi gostoso." Carlos se levantou, ajustando a calça com um sorriso satisfeito depois de bater uma punheta assistindo a cena de sexo oral. "Volta qualquer dia, Selena. O piercing tá perfeito, mas a manutenção é por minha conta."
Selena, ainda zonza, riu fraco, o corpo mole de prazer. "Vocês são uns filhos da puta", murmurou, mas o tom era de gratidão. O pacto delas tinha ido além do piercing – era um laço sujo, quente e inesquecível, selado ali naquele estúdio fedido, entre risadas, gemidos e a promessa de mais noites como aquela.
