O Chamado Inesperado

Um conto erótico de Lore <3
Categoria: Lésbicas
Contém 2428 palavras
Data: 19/10/2025 11:57:08
Assuntos: Lésbicas

Quando a vacinação para profissionais da saúde começou em Salvador, eu estava de férias. Aproveitei para ir a um ponto próximo e tomar a primeira dose. Naquele momento, acreditava-se que a vacinação consistiria apenas em duas doses, então ainda bem que eu não fiz um vídeo para postar no Instagram com a legenda "50% imunizada", porque depois surgiram novas doses e o processo continuou.

Naquele mesmo dia, no meio da movimentação, encontrei um velho amigo que não via há muito tempo. Para ser sincera, acho que a última vez que o havia visto, Mih ainda estava no meu ventre. Ele era coronel e comandava um Colégio Militar aqui da cidade, um personagem importante que, mesmo depois de tanto tempo, apareceu repentinamente para lembrar de antigos laços e abrir portas inesperadas.

— Lorena! — Ele gritou do carro dele, acenando.

— Coronel! — Exclamei, facilmente o reconhecendo — Que dizer, não deve ser mais coronel, não é? — Perguntei, rindo.

— General, agora na reserva, mas você sabe como é, continuo envolvido — Ele informou, rindo.

Fiz poucas amizades durante meu tempo no Exército. Logo após concluir minha especialização em Psiquiatria, prestei concurso junto com o pai de Milena, e ambos passamos. Como o emprego era estável, nossos planos eram permanecer por ali até conseguirmos nos estabelecer financeiramente (ele estava afastado da família naquele período), mas a rotina não durou muito. Logo engravidei e usei isso como desculpa para sair; nunca me adaptei ao ambiente, muito menos ao jogo de bajulações e lambeção de botas que rola por lá. O coronel, que agora era general, foi uma das poucas amizades verdadeiras que conquistei. Assim como eu, ele gostava de tirar sarro dos puxa-sacos dele, desprezava as formalidades rígidas e a maneira de tratar os subordinados. Além disso, ele era profundamente comprometido com o bem-estar de crianças, adolescentes e jovens, e um apaixonado pela natureza.

Éramos dois casos à parte, mas enquanto eu não via futuro naquele lugar, ele parecia ter sido feito para estar ali.Eu observava sua dedicação e tinha certeza de que aquele homem iria prosperar dentro daquela estrutura.

Pensei que, assim como eu não sabia nada sobre a vida dele naquele tempo, ele provavelmente desconhecia a minha. Para evitar qualquer pergunta incômoda, tomei a iniciativa de apresentar minha muié antes que ele se precipitasse.

— Amor, esse é o general Joares, ele foi meu coronel quando atuei mas Forças Armadas — Falei.

— Prazer — Júlia disse, acenando timidamente.

Estava de máscara, mas pelos seus olhinhos, dava para ver que ela sorria.

— General, essa é uma gatinha que eu arranjei e casei — Disse para ele.

Eu não esperava outra reação dele. Logo puxou papo com a Juh, enquanto não perdia a chance de me zoar, relembrando aquelas atrocidades que sempre falávamos nos momentos de descontração. E, claro, ele não deixou de enfatizar, com seu jeito brincalhão, o quanto eu odiava fardas.

— Lorena, eu tenho que ir, mas quero deixar meu cartão com você para a gente ter contato. Tenho algo para contar que com certeza será do seu interesse, só estou sem tempo agora — Ele disse.

Isso me deixou bem curiosa, peguei o cartão que ele ensopou de álcool e nos despedimos.

— Isso está me cheirando a mais trabalho — Juh disse, abraçando o meu braço.

— Se for, eu não vou aceitar. Tenho um plano mais importante para concretizar — Falei e ela sorriu.

Fomos para casa conversando, e senti que minha gatinha estava dividida entre o medo e a compreensão. Ela entendia a importância da vacinação, mas confessava estar assustada com a possibilidade de ter um piripaque na frente de todo mundo. Eu a tranquilizei, dizendo que teria tempo para se preparar e que eu estaria ao seu lado o tempo inteiro, sem deixá-la sozinha nem por um segundo.

Eu não senti nenhum efeito colateral e aproveitamos para passar um dia gostoso na piscina com nossos filhos, curtindo a leveza daquele momento em família com nosso novo churrasqueiro oficial, Kaique. À noite, enviei uma mensagem para o general salvar o meu contato e, pela manhã, acordei com dois podcasts dele, um áudio mais longo, de seis minutos, e outro breve, de dois.

Resolvi deixar para ouvi-los depois e aproveitei para correr na orla, colocando meu relógio e prendendo a câmera para registrar meu trajeto. Depois de cerca de uma hora, voltei em ritmo mais lento e encontrei Juh preparando a mesa para o café. Agarrei-a pela cintura e dei um beijão de bom dia.

— Vamos tomar um banho — Falei, sorrindo maliciosamente.

E ela me acompanhou, feliz da vida.

Já entrei, ligando o chuveiro e escolhendo a trilha sonora perfeita para aquele momento. Juh recentemente havia feito uma playlist de sexo por solicitação minha, e eu decidi que era o dia de inaugurar.

~ O comando é: "Alexa, abatedouro" 🤣

Dei um beijo intenso naquela boca deliciosa e fui descendo lentamente até encontrar sua pepeca que estava quentinha. Passei a língua devagar, saboreando seu calor. Eu estava faminta, sedenta por ela, e a forma como minha mulher reagia me incendiava, me instigava a ultrapassar cada limite.

Os gemidos abafados de Júlia me fizeram desligar o chuveiro, adoro escutá-la entregue a mim, sabendo que sou responsável por despertar aquele prazer de um jeito tão involuntário em seu corpo.

Naquele dia, pelo menos inicialmente, queria que somente minha língua trabalhasse nela. A suguei com voracidade, explorando cada centímetro, pressionando o clitóris com a boca, ouvindo seus suspiros profundos de êxtase. Aumentei o ritmo, intensificando cada toque, enquanto ela se perdia em gemidos, apertava seus próprios seios com força, entregando-se completamente. Continuei a explorar seu corpo com combinações de movimentos lentos e rápidos, sentindo sua entrega total. O calor entre nós subia, e eu sabia que estava prestes a levá-la ao ápice.

Juh gozou em minha boca, e eu permaneci ali, saboreando seu mel, desejando não me afastar dela. Poucos minutos depois, já recuperada, eu a estimulava novamente. A minha língua deslizava em seu clitóris, enquanto dois dedos penetravam suavemente seu interior. Entraram com facilidade, e seus gemidos tornaram-se mais profundos, roucos como nunca antes. Em movimentos ritmados, penetrei sua pepeca e para finalizar, curvei os dedos exatamente onde Juh mais precisava.

— Ohhhh, amor... Eu vou... Eu vou... — ela murmurou, com a voz fraca e manhosa.

— Goza para mim, minha gatinha — respondi, pausadamente.

Ela não conseguia completar a frase e eu também senti dificuldade em pronunciar qualquer coisa que fosse.

TUDO ERA PURA INTENSIDADE!

Foi uma explosão simultânea, orgasmos abundantes que deixaram minhas pernas trêmulas e o ar faltando em meus pulmões. Júlia desabou em mim, e nós quase caímos ali mesmo, mas consegui sustentá-la instintivamente, por puro reflexo.

Rimos muito da situação antes de finalmente irmos tomar banho, um banho cheio de carinho, beijos e muitas risadas.

Eu comecei a me vestir enquanto Juh colocava seu roupão e amarrava uma toalha no cabelo. Ela estava de frente para o espelho e eu a abracei forte, dando um cheirinho gostoso em seu pescoço.

— Eu te amo, sabia?! — Júlia disse, com um sorrisinho lindo.

— Eu também te amo, sabia, meu amor? — Retruquei, agora depositando beijinhos em sua nuca.

Ela virou-se e trocamos alguns beijos antes de sair para o quarto.

— Me sinto tão fraquinha agora — Juh falou, rindo.

— Suguei suas forças foi, neném? — Perguntei, também rindo.

Não a deixei responder, derrubei Júlia na cama e comecei uma sequência de beijos com cócegas, com ela presa no meio das minhas pernas. Só não prolonguei mais porque minha muiezinha diz que cócegas é um método de tortura, e eu prefiro torturá-la de outras forma e em outras situações.

Terminamos de preparar o café e logo Milena e Kaique acordaram. Estavam animados porque prometi que nós quatro jogaríamos bola no quintal, então se alimentaram e descansaram conversando sobre como seria a divisão.

— Não vou conseguir jogar, estou muuuuito cansada — Juh disse, de um jeito que somente eu pudesse ouvir.

— Ninguém vai perceber se você jogar mal hoje, amor — Falei, a agarrando e levando um tapinha.

A bichinha estava completamente molinha, deitada no meu ombro enquanto a gente trocava papo descontraído. Eu não conseguia desgrudar meu rosto do seu pescoço; ela é sempre tão cheirosa que dá vontade de morar naquele corpinho e não sair nem para comprar água. Aproveitei o momento para pegar o celular e tirar uma foto dela sem que percebesse. Postei no story, a imagem mostrava apenas meu olhar, pois meu rosto estava afundado nela e seu cabelo enroladinho ainda úmido. Não escrevi nada na legenda, apenas coloquei uma música chamada "Vício de Amor", cantada por Delacruz.

Não é um cantor que eu costumo ouvir, mas Kaká estava começando a gostar de rap e trap, então acabava escutando as musiquinhas dele pela casa. Me peguei observando a letra de algumas e essa me deixou um pouco pensativa, é uma declaração de amor.

Assim que fiz isso, lembrei dos áudios do general, mas eu não estava nem um pouquinho empolgada em descobrir o que ele tinha a dizer naquele momento. Permanecia curiosa, contudo, aquele denguinho estava bom demais para ser interrompido, fora que eu tinha uma uma partida de futebol super importante, valendo a vida, em poucos instantes.

Brincamos durante boa parte do dia, para decidir as duplas, batemos "coincidência" e deu eu e Mih contra Juh Kaká... Só não foi uma surra porque Milena armou um acampamento no gol e no final os três se juntaram para me derrotar, e conseguiram porque a mamãe deles montou em cima de mim e os dois devem ter marcado uns cinquenta gols, na minha opinião inválidos, mas infelizmente o VAR também estava de férias naquele dia e ficou por isso mesmo.

À tarde, usamos algumas das nossas telas para pintar. Devo admitir que até Brad sem as patas, conseguiria fazer uma obra de arte melhor do que a minha. Eles riram demais da pintura que fiz da nossa família, que parecia mais um emaranhado de borrões aleatórios. Para não errar novamente, fiz desenhos em palitinhos com os nomes identificando cada integrante. Essa versão foi mais aceita pelo "júri técnico", mas, claro, a foto dos borrões ainda assim rodou nos status e nos grupos de WhatsApp.

Somente a noite eu percebi que não havia escapatória, eu precisava saber o que o meu amigo tinha a me dizer e dar uma resposta. Assim que Juh deitou, abri o primeiro áudio, apoiando o celular em meu travesseiro e fui foleando um livro que eu estava lendo há alguns dias.

O general começou explicando que a função que ele exercia era bastante exigente, envolvendo o atendimento em dois estados do Nordeste. Ele disse que não queria abandonar um projeto muito importante que vinha conduzindo, um trabalho delicado com crianças, adolescentes e jovens que passaram por situações traumáticas recentes. Havia ocorrido um escândalo envolvendo crianças, que foi hábil e discretamente abafado, mas que deixara marcas profundas no psicológico das vítimas. Além das crianças, o projeto também incluía um suporte especial para os alunos do colégio militar local, onde ele ainda mantinha um envolvimento, com o objetivo de restaurar o equilíbrio emocional e compormental dos alunos. Para tocar adiante essa missão sensível, ele precisava de profissionais de saúde mental confiáveis e competentes, e disse que por isso pensou em mim, considerando minha experiência. No segundo áudio, o general explicou que, para integrar esse trabalho, eu teria que participar de um processo seletivo que ocorreria em abril. Ele ressaltou que, por questões burocráticas e sigilosas, eu só poderia atuar se estivesse formalmente dentro das Forças Armadas, o que exigiria que eu fizesse parte do Exército novamente. Ele fez um apelo sincero, enfatizando a importância da missão e o fato de que, se ele não pudesse continuar, o projeto certamente seria abandonado, com as necessidades das crianças e jovens sendo negligenciadas e arquivadas como perdidas. Ele deixou claro que contar com meu apoio era fundamental para o sucesso dessa inciativa, fazendo com que eu sentisse a gravidade e o impacto que minha participação poderia causar na vida daqueles que precisavam de ajuda.

Os áudios finalizaram e a gente ficou um bom tempo em silêncio.

— Amor, o que você vai fazer? — Juh perguntou, acariciando meu rosto.

— De verdade? Não faço ideia... — Comentei, triste.

Para não deixá-lo esperando ainda mais tempo, respondi que precisaríamos conversar pessoalmente, pois se tratava de um assunto extremamente delicado e complexo. Expliquei que já tinha alguns planos pessoais importantes que pretendia realizar assim que as condições permitissem, embora ainda não houvesse uma data definida devido à pandemia. Ressaltei que estava aguardando o momento certo para colocar esses planos em ação e que essa conversa exigia calma e atenção para que eu pudesse entender todos os detalhes antes de tomar qualquer decisão.

— Mô, mas pelo que eu entendi... Se você não aceitar, essas crianças, esses jovens... — Júlia começou a dizer, quase chorando.

— Não se preocupa, não vou deixar ninguém ser negligenciado. Eu tenho amigos e muitos contatos, alguém eu arranjo para assumir esse projeto — Falei, a acalmando.

Logo depois, meu amigo me enviou as datas em que poderia me receber, que não eram tão próximas. Ele comentou que me forneceria mais detalhes pessoalmente, me apresentaria aos relatórios do projeto e mostraria algumas fotos importantes para contextualizar a situação. Assim que recebi a mensagem, Júlia me perguntou se poderia me acompanhar nessa reunião, e eu prontamente concordei. Embora eu não tivesse questionado formalmente se isso seria permitido, sabia que, se minha esposa quisesse entender de perto aquela realidade comigo, ela iria. Eu não estava disposta a discutir ou negar isso, ainda mais porque ela tem uma comunicação excelente com crianças e adolescentes, o que certamente seria um grande diferencial para essa missão, caso eu aceitasse.

Senti que Júlia foi dormir tensa, ela não costuma se mexer quando pega no sono, mas naquela noite acordei algumas vezes com a minha gatinha inquieta. Ela não havia despertado, até então, apenas se remexia de um lado para o outro.

Em dado momento da madrugada Juh acordou em um solavanco, sentando na cama ofegante.

— O que foi, amor? — Perguntei, sonolenta e preocupada.

— Pesadelo — Ela me respondeu e eu também sentei-me para consola-la.

A abracei com força, trazendo meu amorzinho para meu colo, e senti suas silenciosas lágrimas na minha pele.

— Tá tudo bem, já passou — Sussurrei.

Após um longo tempo Júlia disse, firmemente: — Se for preciso, a gente adia a vinda do nosso bebê. Essas pessoas precisam de você e não de outro profissional.

Ficou claro que a jornada que nos esperava seria imprevisível, ou um(a) filho(a) sem data programada ou uma situação coletiva complexa, porém se eu aceitaria ou não a proposta do general, só o tempo diria.

PS: Qualquer lugar com você é casa, gatinha! 🐱❤️

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Foto de perfil de Lore Lore Contos: 142Seguidores: 45Seguindo: 4Mensagem Bem-vindos(as) ao meu cantinho especial, onde compartilho minha história de amor real e intensa! ❤️‍🔥 (sou casada e completamente apaixonada por uma mulher ciumenta, mantenha distância ✋🏽💍)

Comentários

Foto de perfil de Whisper

Quando você falou da vacina, a primeira coisa que pensei foi na Juh e sua fobia por agulhas. Ela deve ter sofrido com essas vacinas.

A vida é cheia de surpresas, muitas vezes a gente planeja algo, mas ai vem a vida e joga uma bomba no meio desses planos. Eu não faço idéia de qual foi sua decisão, mas provavelmente foi muito complicada, já que com certeza, não era uma decisão fácil de tomar.

Vou pedir para o Beto mandar a Nora aí para te dar umas aulas de pintura. Kkkkkkkk

Eu ri muito com esse futebol de vocês e vai por mim, mesmo se o VAR não estivesse de férias, não iria mudar muita coisa não, pelo menos, não se os juízes fossem brasileiros. Kkkkk

Muito bom como sempre Lore!

Parabéns minha amiga querida! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

🤗❤️😘

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