A Primeira Vez Que Ela Me Traiu (Parte 1 de 2)

Da série Saga Ana
Um conto erótico de Shaka de Virgem
Categoria: Heterossexual
Contém 1923 palavras
Data: 18/10/2025 08:43:58

Capítulo 1: A Solidão em São Paulo

Era 2015. O ar de São Paulo, denso e carregado de promessas que nunca eram para mim, invadia meu quarto de hotel sempre que a porta da varanda era aberta. Eu estava no 14º andar de um prédio de vidro e aço, um aquário de luxo com vista para um mar de concreto e luzes frias. Para a empresa, eu era Aécio, o consultor eficiente, o homem das planilhas e das soluções pragmáticas. Mas ali, dentro daquelas quatro paredes com cheiro de carpete novo, eu era apenas um homem assombrado pela ausência de sua mulher.

A saudade que eu sentia de Ana já não era mais uma coisa simples. Tinha se tornado uma criatura complexa, com dentes. Eu revia nossas fotos, lia nossas conversas antigas, mas isso só aplacava a camada superficial do sentimento. O que realmente me consumia era a imaginação. O que ela estaria fazendo agora? Sábado à noite em João Pessoa. O calor, os bares da orla, os corpos bronzeados. E no meio de tudo, ela. Minha Ana. Com aquele sorriso que parecia um convite e aquela simpatia que os homens invariavelmente confundiam com flerte.

Desde o episódio no churrasco, um portal havia se aberto em nossa relação. Eu descobri, com uma mistura de horror e êxtase, que meu desejo por ela era diretamente proporcional ao ciúme que sentia. Não o ciúme raivoso do homem inseguro, mas um ciúme diferente, um ciúme que servia como tempero, como combustível. Era a certeza do desejo de outro homem sobre ela que me tornava mais homem, mais viril. Era doentio, eu sabia. Mas era a minha verdade. E ela, com uma intuição feminina que beirava a feitiçaria, também sabia.

Naquela noite, a solidão bateu mais forte. O trabalho havia sido um inferno, e a perspectiva de mais um dia naquela cidade cinzenta me esmagava. Liguei a TV, pulei os canais. Nada. Abri o aplicativo de delivery. Pensei em pedir uma garrafa de vinho, talvez um whisky. Pensei em ligar para um daqueles serviços de massagem com "final feliz". A ideia me enojou. Não era o sexo que eu queria. Era a humilhação. Era a fantasia. Era a imagem dela, linda e inatingível, sendo desejada, talvez até tocada, por outro. E era a certeza de que, no final da noite, era para mim que ela voltaria. Ou talvez não. E essa dúvida... essa dúvida era a preliminar mais potente que existia.

Capítulo 2: O Convite

Enquanto eu me afogava na minha própria perversão em São Paulo, o sábado de Ana em João Pessoa se arrastava. Ela me contou depois, com uma honestidade brutal, sobre o tédio daquele início de tarde. Tinha passado a manhã estudando em seu quarto na república feminina onde morava. O lugar era um formigueiro de mulheres, cada uma com sua vida, seus dramas e seus segredos. Mas quando o relógio passou das duas da tarde, o silêncio do seu quarto se tornou um grito. A saudade dela era tátil. Foi nesse estado de carência que o celular vibrou. Leo.

Leo: E aí, sumida. Muito enfiada nos livros?

Ana: Oi sumido. Sempre né, reta final do semestre rs

Leo: Sei. E esse teu namorado novo? Te deixa estudar em paz ou fica muito na sua cola?

Ana: Ele tá viajando. E não tem coleira nenhuma aqui.

Leo: Viajando, é? Hmm. Sozinha? Quer dizer que a jaula tá aberta?

Ana: Hahaha que idiota. Talvez esteja.

Leo: Pensei em te chamar pra gente matar a saudade. Do meu pau, de preferência.

Ana: Aqui na república não pode entrar homem. Regra de ouro.

Leo: Justo. Então deixa eu te buscar mais tarde. A gente vai num lugar legal, bebe alguma coisa. E se a noite ficar boa, a gente termina no nosso lugar de sempre. Te pego às 22h, pode ser?

A proposta era perfeita. Dava a ela tempo. Tempo para pensar, para se preparar, para arquitetar. A ideia de fazer algo puramente para si, um ato egoísta de prazer, era tentadora. E a perspectiva de ter uma história nova, suja e real para me contar... aquilo foi o empurrão final.

Ana: Pode ser. Me espera às 22h.

Capítulo 3: O Patrocínio

Com o encontro selado, o plano dela entrou em ação. Eram pouco mais de três da tarde quando ela abriu minha conversa. A caça havia começado. A adrenalina pulsava em suas veias enquanto ela digitava a mentira, cada palavra cuidadosamente escolhida para soar casual, inocente.

Ana ❤️: Oiii amor, tudo bem? Uma amiga me chamou pra sair hoje à noite, beber alguma coisa... Tô precisando me distrair, sabe? Sair um pouco.

A resposta foi imediata. Eu, do meu lado, senti aquela pontada familiar de ciúme e excitação. Ela saindo, se arrumando, sendo vista. Eu já estava fisgado.

Eu: Claro, vida. Acho ótimo vc sair.

E então, o bote. A facada final, embrulhada em um pedido manhoso e um emoji triste.

Ana ❤️: Então... é que eu queria ir no salão antes, dar um jeito no cabelo, fazer a unha... mas tô lisa esse fds 🥺 Eu podia usar o seu cartão de crédito? Aquele adicional que você me deu.

Reli a mensagem. A humilhação era ainda mais direta. Não era um depósito anônimo, era o meu nome, o meu plástico, pagando pela beleza dela para outro homem. A ideia era tão visceral que senti um calor subir pelo meu corpo.

Eu: Claro, vida. Pode usar. Gasta o quanto precisar pra ficar bem linda, tá? E me manda foto depois.

A resposta dela foi um simples "Obrigada, amor ❤️". Mas eu podia sentir o sorriso de vitória por trás daquelas palavras.

Capítulo 4: O Ritual de Preparação

Com meu cartão na carteira e a tarde inteira pela frente, o ritual dela começou. Primeiro, o salão. Eram cinco da tarde. Ela se sentou na cadeira da manicure, escolhendo um esmalte vermelho escuro, quase preto. "É pra uma noite especial", disse para a profissional. Na hora de pagar, ela me contou que tirou o meu cartão da bolsa com uma naturalidade ensaiada. O nome "Aécio" estampado ali, patrocinando o prelúdio da sua aventura.

De volta ao seu quarto na república, por volta das oito da noite, a preparação se tornou mais íntima e secreta. O som das outras moradoras conversando no corredor só aumentava sua sensação de clandestinidade. O banho foi longo, o vapor preenchendo o pequeno banheiro privativo. Ela descreveu para mim, depois, a sensação da lâmina nova deslizando por suas pernas, por sua virilha, deixando a pele perfeitamente lisa. A escolha da lingerie foi um ato de traição deliberado: um conjunto de renda preta, caro e transparente, que eu nunca tinha visto. O vestido, justo e curto, era sua armadura. Diante do espelho, ela não via a "minha Ana". Via uma predadora, uma mulher dona do próprio corpo e do próprio desejo, pronta para a caça.

Capítulo 5: O Encontro e o Caminho para o Eden

Às dez da noite, o Jeep Renegade preto de Leo parou na esquina da rua da república, um ponto discreto combinado por eles. Ela saiu do prédio, o coração batendo forte, e caminhou até o carro. O olhar que ele lhe deu, de cima a baixo, foi de pura cobiça. No carro, o cheiro amadeirado do Malbec dele era quase um afrodisíaco. Foi nesse momento, já sentada no banco do carona, que meu nome apareceu na tela do celular dela.

Eu: E aí, vida? Já tá pronta? Manda foto do look.

Ela me disse que trocou um olhar divertido com Leo antes de responder. Virou a câmera para si mesma e tirou a foto, o flash iluminando seu decote e o sorriso malicioso.

Ana ❤️: Tô saindo agora. O que achou? 😉

Enquanto eu, a quilômetros de distância, me masturbava para a imagem dela, ela estava rindo com o homem que a foderia. A caminho do motel, a mão dele encontrou a coxa dela, os dedos subindo pela barra do vestido, apertando com força. "Seu namorado sabe o quão puta você é?", ele perguntou. "Ele nem imagina", ela respondeu, a voz rouca.

A entrada no Eden Motel foi um borrão de luzes neon e discrição. O pagamento em dinheiro, o caminho silencioso até a suíte. A porta se fechou atrás deles, e o mundo, por algumas hours, deixou de existir.

Capítulo 6: A Foda

A suíte era um clichê de mau gosto e pura excitação. Luzes vermelhas, uma cama redonda e, no teto, um espelho gigantesco que refletia a cena em todos os seus detalhes sórdidos. Leo não perdeu tempo. Ele a prensou contra a porta e a beijou com uma violência que a deixou sem fôlego. Suas mãos rasgaram a lingerie cara que eu havia, indiretamente, comprado.

A primeira foda foi ali mesmo, em pé, contra a porta. Rápida, selvagem, uma colisão de corpos famintos. Depois, ele a arrastou para a cama. "Agora você vai assistir", ele disse, apontando para o teto. Ele a colocou de quatro, a bunda empinada para o reflexo, e a possuiu com uma força que a fez gritar. E ela assistiu. Assistiu a si mesma, o rosto contorcido de prazer, sendo tomada, o cabelo puxado para trás, a maquiagem borrando com o suor. Ela me confessou que, naquele momento, uma parte dela pensava em mim. Imaginava meu rosto assistindo àquela cena, meus olhos cheios daquela mistura de dor e tesão que ela conhecia tão bem.

Houve uma pausa. Ele abriu o chocolate com pimenta que trouxera. Quebrou um pedaço e o colocou na boca dela. O doce do chocolate e o ardor da pimenta eram uma metáfora perfeita para a noite. "Abre as pernas", ele ordenou. Ele a deitou de costas e a devorou. A boca dele era experiente, a língua, uma arma de tortura. Ele a chupou com uma dedicação selvagem, alternando entre a sucção forte em seu grelinho e a penetração lenta da língua, levando-a a um orgasmo que a fez convulsionar na cama. E então, sem pausa, a penetrou novamente, dessa vez mais devagar, olhando em seus olhos, e gozou dentro dela.

Capítulo 7: Cinco da Manhã

Eles ficaram deitados por um longo tempo, os corpos exaustos, o silêncio quebrado apenas pelo ar-condicionado. Não havia carinho. Não havia conversa. Era o vazio confortável que se segue ao sexo sem amor. Foi nesse limbo, às cinco da manhã de um domingo, que meu rosto apareceu na tela do celular dela.

Eu tinha acordado para ir ao banheiro. Ao voltar para a cama, o sono sumira. O tesão matinal me pegou. Abri o WhatsApp, pensando em mandar uma putaria para ela. E foi quando eu vi. Status: "online". Meu sangue ferveu. A história da "amiga" era uma mentira óbvia. E a confirmação da traição me deixou mais duro do que nunca.

Eu: Ei, tá acordada essa hora? Está tudo bem?

Ela me disse que seu coração disparou. Não de culpa. De adrenalina. O jogo estava chegando ao seu clímax.

Ana ❤️: Ola, tudo sim.

Eu: Pq tá acordada essa hora?

Ana ❤️: Nada não. Tô sem sono

Meu áudio foi a última peça do jogo dela. Enquanto minha voz soava pelo quarto de motel, Leo, malicioso, começou a masturbá-la por debaixo dos lençóis. Foi deliberado. Ao gravar a resposta, no momento exato em que dizia "só perdi o sono mesmo...", Leo enfiou dois dedos dentro dela com força. O gemido que escapou, baixo e agudo, não foi para ele. Foi para mim.

Ela enviou. O assunto morreu.

E no quarto de motel, deitada ao lado de outro homem, ela sorriu. O jogo havia apenas começado.

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