A Dentista me assediou.

Um conto erótico de H.C.Cavalcanti
Categoria: Heterossexual
Contém 2108 palavras
Data: 18/10/2025 00:41:48

Não há nada mais belo e encantador que uma bela mulher. Nada! De tudo que há e houve e haverá nesta terra, nunca algo chegará aos pés dos encantos que cobre a carne de uma bela fêmea. Cada mínimo detalhe dos traços femininos são esculpidos, talhados pelo mais estupendo artistas da vida. Linha por linha, formando a criatura dionisíaca que consome qualquer suspiro masculino, tragando tudo que se vê pela frente, feito um ciclone no mar. A boca, a pele, os olhares, os lábios, voz e os perfumes que pousam nos olfatos masculinos e consomem todo ser, até serem tragados, envolvendo o sexo oposto feito moscas em teias, presos, embramados nos fios, lutando para fugir, mas em vão. Do mais ínfimo movimento, respiração, um sorriso simples ou até a risada contida que foge dos belos lábios e chegam aos tímpanos, como cantos de sereias.

Há homens que peregrinam até os confins do mundo atrás da beleza, do esplendido, do sublime, só para contemplar o belo, assim elevando a alma através dos olhos. Apaixonados pelo encanto do brilho da aurora boreal, petrificados pelas suas cores neon ou estupefatos diante das ruinas gregas, ou paralisadas pelo verde azulado do mar do caribe, mas nem todas essas belezas natural esculpidas, construídas e nascidas nos primórdios dos tempos, chegam ao dedo mindinho de uma bela moça. Uma linda operadora de caixa de supermercado, ali, distraída enquanto move os lábios involuntariamente contando suas moedas na mais doce beleza, arrumando o cabelinho que cobre os olhos e lançando atrás da pequenina orelha, que se enfeita com um brinquinho, provavelmente do mais barato....

E feito tiro de canhão, o impacto é tão profundo e certeiro no peito do homem, que suplanta a carne, tecidos, veias, glóbulos, moléculas e mente até alcançar a alma, mexendo com todos os sentidos e confundindo-os, como esquizofrênicos em uma balada. Minha mente vagava, perambulava por memórias e visões que um dia me pertenceram, quando o som da tranca automática da porta estalou e me trouxe à realidade, à sala de espera do consultório odontológico.

Era pequena com poucos assentos para sentar, com bancos azuis, um grudado no outro. Havia quatro pessoas ali aguardando. Em minha frente, havia uma Tv ligada em um programa matinal, desses com auditório, cheio de pessoas sorridentes e alegres, faziam a trilha sonora da sala de espera. E à direita, ficava a recepção com duas moças atendendo os pacientes. À da esquerda, culpada por ter me feito me perder em pensamentos. Era ruiva, com seus vinte anos, cabelo cor de fogo, cacheados, pousados em seus ombros. Sua pele era branca, lisa sem mácula alguma, parecia que nunca viu um raio de sol. No azul de seus olhos quase me afoguei, submergindo e emergindo, com uma âncora preso ao pé. Olhava-a fixamente, mas não feito um louco ou maníaco, mas usava do vidro que refletia sua imagem — meu cúmplice no voyeurismo. Havia uma janela ao seu lado, tentando copiar sua beleza, através dela, consumia cada pedacinho daquele anjo corpóreo. Sua beleza era estonteante! Quando sorria, nunca revelava seus dentes, aquele sorriso contido, reservado, como se tivesse medo de matar quem o visse. Dava risinhos que eram abafados com sua pequena mão, voltando imediatamente os olhos para a tela do computador e metamorfoseando sua fisionomia para o modo profissional. Quando estava perdida em pensamentos, levava seu polegar ao lábio inferior, alisando da direita para a esquerda, mordiscando sua unha, levemente, sem arranhar o esmalte. Tudo que fazia era gostoso de saborear com os olhos. Desde seu despreguiçar até os movimentos que fez ao amarrar os cabelos. Com as duas mãos unidas, como se enforcasse os cachos, pareciam chamas em suas mãos. Em seus lábios, uma xuxinha roxa aguardava todo tempo do mundo para abraçar aqueles fios. Ao inclinar seu corpo para trás, seu lindo pescoço ficou todo à mostra, e abaixo, volumosos peitos redondos, pareciam mangas espadas, chegando a perfeição. Apreciava toda aquela cena feito um neandertal vendo o fogo iluminar a noite , crepitando fagulhas para o céu. Engraçado como o tempo passa devagar quando estamos diante do belo. O tempo se move a passos vagarosos de uma bailarina, sem presa de executar seus movimentos, apreciando cada mínimo passo, cada gesto é sentido, controlado e articulado, tudo para alcançar a perfeição.

Ouvia passos se aproximarem do corredor à direita, atrás de uma porta. Sons de madeira tocavam o piso frio, ecoando até meus ouvidos. A porta se abriu e meu nome foi chamado por uma voz feminina. Caminhei até passar ao seu lado.

A mulher era alta, corpulenta, usava uma máscara verde hospitalar que cobria boa parte da face. Me direcionou até seu consultório — era minúsculo, apenas com o necessário. Ela veio logo atrás, junto com o som seco do salto alto nos acompanhando. Era um salto enorme, preto, que a deixava monumental.

Me deixou à vontade, disse que realizaríamos a cirurgia de canal. “Dr. Renata” dizia seu crachá. De trás da máscara ela explicou todo o procedimento, mas eu estava perdido em seus olhos — verdes claros, grandes, vívidos, cheios de brilho, rodeados por enormes cílios e uma sobrancelha perfeitamente alinhada. O verde dos seus olhos me lembrava piscinas olímpicas— profundas, imensas e perigosas, com o verde esmeralda por toda a parte.

Sua voz era pura doçura, coberta de simpatia e sedução, tudo na medida perfeita.

Deitei-me na poltrona, reclinou até ficar em uma posição confortável para o procedimento.

A Doutora estava sentada de lado, preparando a anestesia. Eu vislumbrava sua imagem refletida no espelho que estava em sua frente. Podia ver seus enormes seios escondidos sobre o jaleco branco fechado por botões — estavam no limite para voarem. Suas coxas torneadas, como dois troncos, quase não conseguia por uma por cima da outra.

Quando ficou em pé para pegar algo na prateleira acima da mesa, inclinou as nádegas, apertando sobre o jeans. Que visão! Sua bunda tinha a circunferência perfeita. Enorme, quando alongava a panturrilha e voltava o músculo, suas nádegas tremiam por alguns instantes. Cada movimento desse espetáculo de mulher era absorvido pela minha mente, liberando hormônios em meu corpo.

A Doutora Renata veio até mim, cheia de simpatia segurando uma seringa. Explicou todo o procedimento e pediu que eu abrisse bem a mandíbula. Colocou alguns equipamentos acoplados em minha boca: fazendo com que eu não conseguisse mais fechá-la. Não sei se por descuido ou intencional, ela realizou todo o procedimento sem usar luvas cirúrgicas. Senti seus dedos nus em minha boca, lábios e língua. Sua pele era macia e saborosa. Aquilo me excitou. Não a ponto de ter uma ereção, mas algo mais sublime, grandioso. Com o polegar ela segurava minha língua para não interferir entre a agulha e a gengiva, onde seria aplicado a anestesia. Sentia as linhas de seu polegar, a pontinha de sua unha raspar a língua. Os outros dedos em meu queixo.

Quando terminou, perguntou se estava tudo bem. Respondi que sim e ela me lançou um “ que bom” cheio de calor.

Muitas dessas coisas que se desenrolaram nessa manhã, foram no mínimo inusitadas, beirando o antiético, quase caindo no criminoso. Em 28 anos de vida nunca me aconteceu algo parecido.

Depois, os aparatos foram presos em minha boca, parecendo bugigangas de tortura. Um deles mantinha minha mandíbula escancarada, aberta a ponto de incomodar. Entre os dentes superiores e inferiores, sem eu conseguir fechar. Lembrei da cena de Laranja Mecânica, quando o personagem Alex é preso e torturado. Uma borracha parecendo de bexiga foi colocado preenchendo todo o interior da boca, dificultando a respiração. Apenas o dente que seria operado era visível.

A Doutora Começou lixando o dente, quando se inclinava para ver o trabalho, podia ficar a milímetros de seu pescoço. Seus aromas invadiam meu corpo, deixando seu rastro de frescor e sedução. Seu pescoço era lindo. Branco, com uma pintinha negra solitária, envolta de tanta beleza. A fragrância que exalava de seu creme corporal, o cheiro do shampoo, o hidratante, tudo invadia meu corpo e mexia com meus sentidos. Que delícia. Fazia com que eu até esquecesse toda aquela tortura. E quando não podia melhorar, ela abaixou tanto seu corpo, que seus seios enormes tocaram em minha bochecha direita. Cristo! Sentia a maciez deles, a textura, a suculenta obra que eram. Quando movia o tronco, seus seios acompanhavam os movimentos, roçando o bico do peito em minha face, quase encaixando em minha boca escancarada. Seu bico estava rijo, protuberante, provavelmente já amamentaram um bebê. Que inveja dele! Quando se movia, sentia riscar minha face de fora a fora. Aquilo me queimava de volúpia.

Quando ela voltou à sua mesa, remexia em seus equipamentos. Vi que levava — creio que inconscientemente — os dedos à boca, como um hábito quando raciocinava. Primeiro, passou o polegar pelos lábios, que estava escondido atrás da máscara verde. Percebendo que não conseguia realizar sua mania com satisfação com a máscara, a retirou. Seu polegar voltou a tocar seus lábios, o mesmo dedo que pouco antes estava pousado em minha língua, umedecido com minha saliva, agora estava deslizando sobre seus lábios. Meu Deus, aquilo era sensualmente estranho. Seu polegar passeava de um lado a outro sobre seus lábios rosados. Que mulher relaxada, descuidada, mas linda, sexy e ardente, exalando sensualidade. Podia ver agora toda sua face. Pelo espelho, sua boquinha com lábios rosados e finos, dentes perfeitamente alinhados, brancos como pérolas, tocavam em seu polegar. Durou poucos segundos até voltar a realidade e se encontrar no mundo. Achou o que procurava e veio ao meu encontro.

Continuou o procedimento, que mais parecia uma sessão de tortura, do que uma simples cirurgia de canal rotineira.

Ela remexia, apertava, puxava minha boca toda. Já tinha se passado mais de uma hora e continuávamos juntos, com a boca escancarada, com ferramentas odontológicas sendo usadas por um lenhador nessa interminável manhã— eu torcendo para não acabar.

A doutora parecia atrapalhada, perdida nesse cubículo, mas logo se encontrava. Da janela à nossa frente, dava a um corredor onde outras pessoas bisbilhotavam nossa sessão, eram doutores também. Pareciam que estavam em um zoológico vendo primatas pulando em galhos. Mas logo saíram e nos deixaram a sós novamente.

A doutora Renata aparentava ter uns 26 anos. Creio que era nova no ramo, tendo poucas horas de trabalho prático. Mas toda vez que ela chegava perto de mim, eu esquecia toda essa tortura e qualquer falta de experiência que ela possa ter.

E depois de uma eternidade ali com ela, quando achei que não seria mais delicioso, ela veio perto de mim, o suficiente para sentir a linha solta de seu nome que estava bordado em letras cursivas no jaleco acima do bolso, em meu bigode. Espiei entre os botões, na altura de seus peitos e conseguia ver a divisória dos seios, os dois esmagando um ao outro. Quando batia um pouco de luz, afiava mais a visão e espiava feito um menino que bisbilhota através da fechadura da porta. Seu sutiã de renda preto abraçando aquelas joias. Que suculenta visão. Nem um baú de tesouros inestimáveis teriam mais riquezas que guardavam aquele jaleco branco.

A todo momento a doutora falava comigo, num tom doce e preocupado. Sua voz era macia, recheada de humor. Vez e outra ria de algo que saia de sua própria boca — pois eu só conseguia murmurar sons indecifráveis — ria um riso infantil e quando finalizava o riso, alisava a face e encaixava a mexa do cabelo atrás da orelha.

Quando parava para admirar sua obra, descansava sua mão em meu tórax e descia até o abdômen, arrepiando toda minha espinha.

Que manhã estranha, atípica e sensual. E quando estava quase completando o procedimento, o elástico que permeava minha boca se soltou, perto do rosto da doutora, jogando saliva por toda sua linda face. Boa parte voou em sua boca e bochechas. Ela deu um “Ui”, um gritinho e riu. Ela riu! Minha saliva se juntou a seu paladar, sentindo o sabor da minha boca, como se fosse um beijo, longo, molhado e ardente. Não houve nenhuma reação higiênica ou assustada dela, apenas passou a mão delicadamente pelo rosto e não lavou ou cuspiu, só passou a mão. Quando virou a cara para pegar papel toalha, pelo reflexo do espelho, vi sua língua passando pelos lábios, como se tivesse sujo de doce. Voltou e limpou a saliva em minhas bochechas. Com toques suaves, delicados, me encarando com seus olhos verdes, me puxando para dentro deles, me afogando em delícias.

Ao terminar a cirurgia, pediu que eu retornasse caso sinta algo diferente ou sangramentos. Me lançou um sorriso e sai. Passei na recepção para marcar o retorno, e terminei minha manhã olhando a figura angelical e sedutora da moça de cabelos de fogo.

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Comentários

Foto de perfil de Samas

Acho você escolheu o tema errado pois não tem nada de assédio sexual. Nem Dr Caroline , nem o paciente tentaram algo além da relação médico e paciente

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