E vamos de mais causos…
Lá em 2020 e 2021, fiquei de contar outras aventuras, mas a falta de tempo e outras coisas me fizeram deixar de lado essas histórias, mas hoje vou tentar “deitar no papel” os acontecimentos.
Meus últimos causos foram sobre minha experiência lá no Estado de Goiás, e tudo quanto passei de alegre e triste com a Fabi e como encerrei aquela fase de ser o garanhão de esposas insatisfeitas.
Agora vou contar umas presepadas, demonstrando o quanto fui lampino e ligeiro na nobre arte da velhacaria, mesmo estando em tenra idade.
Hoje as pessoas estão muito mais “civilizadas”, creio, mas algumas décadas atrás, traição era algo imperdoável, passível de punição, um crime, e em alguns casos, a coisa fedia a pólvora e chumbo quente! 👀
O Betão aqui, mesmo jovem, já chamava atenção da mulherada.
Passei por várias situações em decorrência de comer mulher casada, noiva ou namorada de algum sujeito desavisado.
Não que eu fosse me acovardar, bancar o cagão, ao contrário, mas era foda. Eu apesar de muito safado, ficava naquele dilema: Tinha comido a mulher do sujeito, e ainda ia dar uns tapas nele. Muito embora não pudesse parecer, eu tinha lá as minhas regras, bem poucas, mas tinha. Kkkkkkkkkkk
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Vamos lá…
Isso me aconteceu na época que eu havia acabado de voltar pra casa, vindo da capital após cumprir minhas obrigações com o “Glorioso Exército de Caxias”.
Sendo que as duas últimas semanas que passei no quartel, foram cheias de compromissos em uma das unidades onde fui servir, mas foi tranquilo, eu tive muitos “padrinhos”, o que tornou minha passagem pelo Exército sem novidades.
O fato era, eu estava com saudades de andar nos meus cavalos, sair por aquele estradão que passava na frente da fazenda do meu pai à galope, nadar no rio peladão, e muita vontade de aprontar, rever minhas bucetinhas amigas…
Me lembro como fosse agora, meu pai, meu tio e o meu “padrinho” de Exército, o “Véio” e seus milhares de contatos no extinto “EMFA” (Estado Maior das Forças Armadas) e “SNI” (Serviço Nacional de Informações) foram me buscar na estação de trem da FEPASA.
Quando desembarquei, foi aquela festa.
Conforme o trem ia matando a carreira, se aproximando da plataforma na velha estação da FEPASA, próximo a cabine onde se comprava o bilhete de passagem, lá estavam os três, em pé. Além das copas dos chapéus, só se enxergava o fumaceiro dos cigarros.
Eram três chaminés!
Eu com aquele corte de cabelos padrão, passado a máquina zero nas laterais e a dois por cima, cara bem barbeada, olhar de malvado, carrancudo, sério de tudo… me desmontei quando avistei meus heróis me esperando.
Meu pai e tio também serviram o Exército, e aquele momento foi de muita alegria e orgulho por parte deles.
Meu tio quem pegou uma fase “quente” quando foi servir, bem no calor da revolução depois de 1964!
Pela recepção que fizeram, parecia que eu era um Pracinha Combatente da FEB recém chegado dos campos italianos da Segunda Guerra Mundial… Kkkkkkk
Foi uma baita farra, com abraços, petelecos nas orelhas e ordens para eu “tomar tipo de homem”.
Logo mais, saindo da estação, paramos para beber umas cervejas no bar do português, o seo Manoel, que ofertou rodadas a todos, por conta da casa, e da alegria do “menino Beto” (ele me chamava assim, com aquele sotaque bem carregado) estar de voltar, são e salvo, “de regresso ao lar, ora pois, o bom filho à casa torna”.
E foi ali, comigo, meu tio, meu pai e o português, encostados no balcão, que o Véio meu padrinho convidou a todos para um churrasco na fazenda dele.
Meu pai, tio e o português aceitaram na hora o convite.
Deixaram tudo marcado para o próximo domingo, dia em que o português deixava o bar na responsabilidade dos funcionários.
Ficamos umas duas horas por lá conversando, eu contando minhas histórias vivenciadas na capital e cidades próximas…
Eu estava cansado, querendo chegar em casa, mas assim que nos despedimos do português e sua esposa, caminhamos até as caminhonetes e antes de vazar embora, fomos falar com o Véio. O meu pai e tio agradeceram muito por tudo que ele havia feito por mim. Mal sabia eu, que anos depois ele faria muito, mas muito mais, cuidando de mim!
Já era noite quando chegamos na nossa vila. Eu estava de passageiro, enjoado de tanto dirigir Jeep, pedi para meu pai fazer uma parada na praça, queria comprar uns Halls cereja, e dar um alô pra minha turma, caso tivesse alguém por alí.
Só encontrei a Andréia e a Tica na sorveteria, e recebi muitos beijos e abraços. Me recordo delas comentarem o quanto eu havia emagrecido. Nunca fui gordo, sempre forte, bom porte físico. É que eu estive vivendo em um regime de exercícios matinais diários, e confesso que sentia falta da fazenda, minha família… Talvez por isso não tenha me inclinado em permanecer no Exército.
Disse que naquele sábado eu estaria indo até lá, deixei um abraço pra turma e mandei minha morena “amiga de foda” se preparar.
Ela sorriu safada, disse que me daria um trato, me abraçou, me deu um beijo no rosto e mandou um tchau para o meu pai, que estava estacionado em frente me esperando.
Era engraçado quando alguma gata ficava me dando trela e meu pai assistia a cena. Depois ele me dava um tapa na coxa, balançando a cabeça dizendo:
–Meu fio, ocê tá cada dia mai parecido com teu tio… misericórdia ocêis dois!
Chegamos em casa mais de meia noite.
Minha mãe estava assistindo televisão, minhas irmãs dormindo nos sofás, e parecendo uma sentinela, andando na frente da nossa casa, meu velho amigo índio, o Miguelito.
Foi a maior festa quando chegamos na fazenda, todos vieram me abraçar.
Logo após matarem a saudade do soldado boiadeiro aqui, meu pai foi contando as novidades, que naquele domingo estávamos todos convidados para um churrasco na fazenda do Véio. Até o Miguelito se assanhou em ir pra festa.
O meu amigo índio não gostava muito de sair, ele falava que se incomodava com o povo todo olhando pra ele, reparando na sua maneira de falar, sentar, comer…
Mas lá na fazenda do Véio, apesar do luxo, estávamos em casa.
Eu com aquela saudade de andar a cavalo, tive uma ideia e perguntei se o Miguel topava a aventura. Chamei meu amigo índio para ir comigo a cavalo pra fazenda do Véio, era longe algumas léguas, mas eu precisava daquilo!
Tudo isso aconteceu em um meio de semana.
No outro dia meu tio apareceu em casa com a minha tia, ela também quis ver o sobrinho favorito dela, me abraçar, matar a saudade. Me trouxe bolos, doces, presentes… Eu amava, aliás, ainda amo muito meus tios 🥹❤️❤️
Eu estava de volta em casa, feliz, sentindo o cheiro da cozinha da minha mãe, do café quente bem passado, dos pães e queijos, doces de abóbora e cocada cremosa, os caldeirões de doce de leite apurando em fogo baixo, os tocos de aroeira queimando na canaleta do fogão à lenha, das linguiças defumadas penduradas, os cachos de banana maçã madura, dos pastos, da terra molhada dos canteiros de morango, alface, almeirão, salsinha e cebolinha que minha mãe plantava na horta, o galpão onde nós guardávamos nossas tralhas de arreios da comitiva, do pomar atrás da casa, das palhas no paiol de milho, das moitas de Assa-Peixe na beira do rio, do suor da tropa cansada, da boiada, o som do atrito das rosetas das esporas quando eu andava (trim-trim-trim)… tudo, eu sentia saudade de absolutamente tudo!
Às vezes durante as noites em que estava puxando hora na ronda, circulando dentro do quartel, atento a qualquer barulho ou piado de passarinho, nas guaritas como sentinela, ou deitado no beliche do alojamento com aquele cheiro de graxa de sapato e pinho sol no ambiente, me pegava pensando em casa, meu coração disparava de saudade.
Quer ver em noites tempestuosas, eu ia caminhando de capacete 🪖, capa de chuva, um Fal 762 nas mãos preso pela bandoleira… quando dava aquela baita trovoada, eu erguia os olhos para o céu, pensava na fazenda, de como estariam todos, lembrava dos amigos, ia pisando nas poças d'água, pensando…
Mas foi uma época boa, não sofri tanto pela minha criação, que apesar de jovem, eu já era bem “cascudo”, traquejado na lida boiadeira, bem condicionado fisicamente, possuía carteira de motorista…
Também recebemos visita do velho espanhol que vendia café e morava não muito longe da nossa fazenda… Dele também ganhei algumas porções de café torrado no ponto.
Eu estava feliz!
Tudo pronto e combinado. Eu, meu tio, o Miguelito e meu Pai chegaríamos a cavalo na fazenda do Véio. Minha tia dirigia o Fusca, ela levaria minha mãe e minhas irmãs até lá.
Naquele sábado eu havia prometido levar a Andréia para passear comigo, mas ela e a Tica fechavam a sorveteria tarde aos sábados, o que foi um empecilho. Logo que estacionei na praça da velha Matriz, fui cercado pelos conhecidos, colegas… meu amigo Joãozinho também estava lá.
Foi uma algazarra!
Tive que contar minhas aventuras, coisas que vi e tomei parte, e fomos tomar um Fernet, fumamos, me inteirei das fofocas do lugar, quem havia noivado, perdido o cabacinho, das brigas…
Nada de tempo, começaram aparecer as “amigas”.
Ganhei beijos, abraços, esfregadas safadas, passadas de mãos, arranhadas e beliscões.
Elas também estavam com saudade, e queriam tirar uma casquinha do Betão!
Eu amava aquilo tudo. 🤠
Em uma breve escapada da turma, fui com o João até a sorveteria, saber da Andréia como faríamos. Quando encostamos no balcão, ela abriu aquele sorriso lindo, veio até onde eu estava, me abraçou, me deu aquele beijo no canto da boca. Como minha amiga era gata, demais, e uma cavalona gostosa!
Ela avisou que sairia no mesmo horário de sempre, e se o movimento estivesse meio fraco, até às onze, onze e meia estaria saindo.
Contei que no outro dia eu iria para a fazenda do Véio à cavalo, e sairia bem de madrugada. Aproveitei e convidei o Joãozinho, que também era bom cavaleiro, e já aceitou o convite.
Ainda era cedo, o movimento foi crescendo na praça, calorão de sempre… a sorveteria lotou!
Ficamos lá em frente até umas nove horas, e nada do povo ir embora. Nem a patroa delas foi, como geralmente fazia aos sábados, deixando as meninas na responsabilidade de organizar tudo e fechar a sorveteria.
O sino da Matriz badalou dez vezes, resolvi saber dela.
Cheguei no balcão, ela atarefada, preparando sunday 's, colegial, vaca preta, servindo Coca-Cola, doces… em breve pausa ela me pediu perdão, que sairá tarde de lá, mas que se eu pudesse aparecer durante a semana, ela me compensaria.
Ela sabia muito bem como me recompensar!
Voltamos para a praça, a rapaziada tinha circulado no meio do povo, eu e o Joãozinho fomos combinando tudo, ele ia dormir na minha casa e tal…
Foi ali que começou a sacanagem, bem próximo de onde nós estávamos fumando na ponta da praça, do lado de um Lanchão.
Tinha um grupinho grande de casais, um pessoal mais velho que nós alguns poucos anos.
Eles juntavam umas 4 mesas e ficavam bebendo, comendo porções e lanches, as namoradas e noivas do lado.
E nada de tempo saiu uma briga, logo após passar um bando de garotas, algumas da nossa turma. Inclusive eu já tinha passado a vara em umas três daquele bando.
O rapaz que estava na ponta das mesas daquela turma com a namorada, olhou para as meninas, que sem receio posso dizer, eram biscates, gostavam de um caralho mais que periquito gosta de milho. Kkkkkkk
Começou a discussão, ela virou o copo de cerveja no peito dele, se levantou xingando o namorado e as nossas “amiguinhas” oferecidas, outras daquela turma se levantaram em apoio a amiga…
Eu e o Joãozinho até sentamos em um banco próximo para assistir a tudo de camarote kkkkkkk
Durou uns cinco minutos a confusão, e logo o povo pagou a conta e esparramou pela praça. A noite havia acabado para aquele casal.
Eu acompanhando tudo por baixo da aba do meu chapéu, o João do lado rindo até, assobiando, mexendo com o povo, provocando mesmo.
Eles eram mais velhos que nós, mas não mexiam comigo ou com o João, eles sabiam que a parada era dura na pancada com nós dois, apesar de jovens, a gente topava qualquer parada. Fosse no soco, faca ou revólver. Eu e o João não tínhamos preguiça. kkkkkkkkkk
Eita tempo véio bão! 🤠
O povo se espalhou, alguns daqueles casais passaram por nós olhando torto e feio por causa da farra que o Joãozinho fez, mas ficou nisso. Foda-se, achou ruim, “entra um dentro do cu do outro e pega nóis”... era o que a gente falava!
E olha que eu sempre evitei confusão, mas às vezes ela me encontrava!
E ficamos por ali, conversando, meu amigo não tinha nenhum esquema armado, a Déia não poderia me dar aquele rabão no nosso cantinho lá na entrada do cafezal…
Não demorou mais que uns 10 minutos depois daquela briga toda, a namorada do rapaz, que era folgado pra caralho, o pai dele era dono de uma máquina beneficiadora de grãos na cidade, e possuía umas terrinhas também, voltou para a praça acompanhada de outra amiga dela, sentaram em outro Lanchão, próximo de onde teve a briga, e começaram beber.
Lembro de olhar pro Joãozinho, ele com cara de arteiro ainda comentou que as duas iam caçar enguiço.
Dito e feito, meu povo!
Ficaram bebendo por uma meia hora, e já davam sinais de estarem bêbadas, e nisso de estarem falando um pouco mais alto, reclamando dos namorados, que eram safados e toda a cidade sabia, resolvi chamar meu amigo para tomar outra meia dose de Fernet, antes de irmos embora.
Chegamos no Lanchão onde as duas estavam, pedi a dose, bebemos, e naquela de me virar para olhar o movimento atrás de nós, me deparo com a moça brava me olhando de uma forma diferente.
Cordialmente dei um tapa na aba do chapéu, mandei meu sorrisão de amansar onça pra ela, e foi fatal.
Ela e a amiga se arrumaram, começaram ajustar os cabelos, a roupa nos ombros…
O Joãozinho já ficou todo acesso, e eu também!
A que havia protagonizado a briga me mandou uma piscada de olho, sorriu e me perguntou:
–Escuta, você é filho da Dona… lá da Fazenda… Não era você que estava servindo o Exército? E aí, tudo bem… chegou faz tempo? Nossa, me lembro de você ainda menininho, e do seu amigo também, vocês cresceram rápido! 👀
E virou pra amiga esperando que ela dissesse alguma coisa.
A outra concordou com tudo, e dava sinais de estar mais “mamada” que a companheira de copo.
Do jeito que eu era, fogoso igual um potro puro sangue, já quis saber se elas queriam sair dali, dar uma volta em outro lugar, ou se os namorados delas ficariam bravos.
Alí cutuquei duas onças magoadas e despeitadas!
A moça que havia brigado com o namorado começou a falar que estava cansada de ser enganada por ele, que o cara era um safado, olhava pra mulherada na cara dela, a outra concordando com tudo, e acrescentando que o namorada dela, amigo do outro “canalha”, sem vergonha, também aprontava as dele.
Apesar de muito novo naquela época, eu já tinha mais quilometragem que um caminhão de verdureiro!
A conversa foi curta, as duas estavam decididas em dar um “passeio” comigo e o Joãozinho. Combinamos de nos encontrar umas três ruas pra baixo da igreja, indo pra saída do cemitério.
Disse pra elas saírem na frente, dar uma disfarçada, que logo estaríamos indo até lá. Eu mesmo paguei o que elas haviam bebido, e enquanto esperava o troco, fiquei olhando as duas circulando no meio do povo.
O dono do Lanchão me conhecia há muitos anos, desde que eu ia com meus pais nas missas aos sábados e domingos e ficava correndo pelas alamedas da praça, pulando nos bancos. Ele me entregou o dinheiro fazendo um alerta.
Pediu pra eu largar mão daquilo, que ia caçar encrenca, os namorados delas eram metidos a bravos, e eu e o João éramos muito jovens para entrar em uma confusão daquelas por causa de mulher querendo provocar ciúmes nos namorados.
Agradeci os conselhos, mas sabe como é moleque. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro! Kkkkkkkkk
Circulamos no meio do povo, subimos as escadarias na lateral da igreja na rua de cima, fomos e voltamos, analisamos a situação e estava tudo favorável.
O Joãozinho tinha deixado a caminhonete dele na rua de trás da sorveteria, e eu na avenida mesmo, mas uns dois quarteirões antes da Praça da Matriz. E o movimento do povo aumentando, ninguém queria ir embora pra casa naquela noite quente.
Fomos pra minha C10, sai acelerando, nada de tempo chegamos na caminhonete do João, e de lá queimamos os pneus indo atrás das duas.
O Joãozinho chegou primeiro no local do encontro, e já colocou as duas, que estavam “escondidas” na sombra de uma árvore, para dentro e saiu a toda.
E eu colado no pára-choques dele! Kkkkkkkk
Fomos lá pro cafezal véio de guerra e farra. Acho que na minha juventude, devo ter ejaculado naquele local alguns litros de porra!
Assim que meu amigo saiu do asfalto esburacado, segurei no freio, deixando ele entrar a esquerda pelo carreador do cafezal, e assim que alcançou o local ideal de manobra, virou e estacionou.
Logo encostei a máquina e a bagunça começou.
A moça que tinha brigado com o namorado estava ao lado do passageiro da caminhonete do João, e ele, muito veiaco e ligeiro, escolheu a mais bonita, colocando ela do lado dele no trajeto. Kkkkkkk
Essa desceu meio sem jeito na terra fofa, foi escorando na lataria, seguindo com cuidado até onde eu estava, em pé, ao lado da amiga C10 que eu havia deixado com a lanterna ligada.
Parou na minha frente e meio sem jeito perguntou:
–E agora?
Respondi: –Agora vem cá, gostosa!
Foi um amassado daqueles, muita mão na bunda, apertos nos peitos, roçada de rola, beliscões… o Joãozinho nem desceu da caminhonete, e só se ouvia os estalos dos beijos deles dentro da cabine.
A moça que o João faturou era de fato a mais bonita das duas, branquinha, cabelos compridos castanhos, na mesma cor dos olhos. Uma bunda bonita, bem redondinha! Ambas estavam usando vestidos, sandálias, bem arrumadinhas.
A que ficou comigo, era loira, cabelos na altura dos ombros, não tinha aquele corpão, mas a boca era linda, e tinha um beijo gostoso, apesar do aroma de alambique. Kkkkkk
Uma hora engraçada foi quando ouvi a moça que estava com o Joãozinho reclamando dentro da cabine, que ele era safado demais e foi resmungando:
–Devagar com esse dedo grosso, menino…
Eu me esfregando na minha gata da vez, querendo rir ouvindo os lamentos da outra moça.
Não podia deixar barato aquilo, já virei a minha gata, encostei ela na lataria da caminhonete do João, comecei lambendo o pescoço, apalpando a bunda, ela foi ficando fogosa, perdendo o juízo, e então começou o falatório:
–Betão, devagar, calma, devo tá ficando maluca, eu sou comprometida, para com isso… “fazendo charme”.
E eu cutucando a bunda dela, apalpando os peitos, ela tentando tirar minhas mãos dali, e tome reclamação:
–Sossega garoto, pelo amor… te conheci molequinho, mas tá safado, grandão… devagar…
Nessa eu abaixei a calça e zorba até os joelhos, saquei o mangote, virei ela de frente e pedi todo enérgico:
–Segura na bitela pra você sentir como eu tô!
Foi engraçado pra caralho!
Peguei na mão da moça e coloquei em contato com a bruta.
Ela se assustou, e ao invés de largar, apertou com força, cravando as unhas e começou gritar:
–Que isso, menino… meu Deus, que tamanho de ferramenta! PUTA QUE PARIU…
O Joãozinho começou a rir, assobiar e gritar:
–Dá nela, Betão, chega a espora… ihuuuuuuu, aô trem que pula, muié marvada…
Foi um forfé dos diabos no meio daquele cafezal.
A minha gata se assustou, mas não largou minha rola, pelo contrário, aliviou as unhas e começou me bater uma punheta gostosa, torcendo o couro do lombo veiudo da bitela cavernosa.
E ficamos beijando, ela me punhetando…
E foi nesse meio tempo, o safado do meu amigo desceu com a “amiga” dele da vez, deram a volta e vieram namorar do nosso lado.
E ficamos nesse rala-rala gostoso, o Joãozinho socando o dedo na buceta da moça dele, eu ganhando uma punheta, tentando cutucar a minha gata. Resolvi ir além.
Abaixei as alças do vestido da moça, sutiã e comecei a mamar feito bezerro guaxo, sem mãe. Ela tinha uns peitinhos durinhos, pequenos, que cabiam na minha boca.
E nesse vai lá, vem cá… ela se soltou um pouco, largou meu cacete balançando no ar, encostando na lataria.
Pela pouca luz da lanterna que deixei acesa na C10, a moça que estava com o Joãozinho viu o tamanho da minha rola. Ela espantou, parou os malhos com meu amigo pra comentar:
–Que isso, tá maluco… isso não cabe dentro de uma mulher, não, Deus me livre…
O Joãozinho faltou mijar de rir, mas quem arrematou fui eu, dizendo que com jeitinho, eu socava até as bolas pra dentro.
Caímos na risada, eu e meu amigo!
Logo a moça assustada puxou o João mais para trás, me deixando ali na empreitada com a amiga dela.
Chupei muito os peitos da moça, e fui descendo o vestido, lambendo a barriga, depois, peguei pelas coxas, fui levantando o vestido por aquele lado de baixo, ela achando que eu ia só meter o cacete, se surpreendeu com o que eu fiz.
Comecei a beijar sua buceta por cima da calcinha, farejando. Aquilo causou indignação na moça comprometida:
–Não, tá doido, PODE PARAR, isso é muita porquisse, credo, se fizer isso eu não te beijo mais.
De lá o João falou:
–A Muié não qué deixa ocê chupa a xaninha, ah Betão, tadim docê… (e riu até)
E ficamos naquele impasse, ela tentando escapar, eu tentando sentir o cheirinho daquela bucetinha…
Desisti, virei ela de costas mandando segurar as pontas, que eu ia socar nela de jeito.
Abaixei só um pouco da calcinha, enrosquei a jibóia naquele rego macio, e fui empurrando, entrasse onde fosse. Kkkkkkkkkkk
Quando ela sentiu a cabeçona da vara investindo furiosa por tudo que era lado, assustou, começou pedir calma, que nunca tinha visto ou sentido uma rola igual a minha, que estava com medo…
Nesse mexe-mexe, acertei a fenda melada da moça, mal passou a cabeça da tora, ela levou as mão para trás dando tapas, pedindo calma, para deixar daquele jeito mesmo:
–Tá me rasgando menino, tá ardendo…
O Joãozinho de lá ria, mas já estava socando a vara, o bandido, e só se ouvia o “ploc-ploc” do bater de coxas e uns gemidinhos meio sem graça da moça.
Eu tentava avançar na minha gatinha, mas ela estava travada, nem fungando com beijos no cangote, apalpando, nada …
Ali eu já comecei imaginar o porquê do namorado dela olhar para outras, era sistemática na hora da foda, chata demais!
Eu já estava pra desistir da trepada sem graça, quando ouço um barulho estranho vindo de onde o João estava. Era um som de ânsia e vômito. 🤮
Depois eu soube, e tivemos tempo para conversar sobre o ocorrido.
O Joãozinho tava pra gozar, sacou a rola, fez a moça, que era até mais pra frente que a amiga em matéria de esfrega-esfrega, se abaixar, dar aquela última mamada antes da gozada, ela meio zonza, alcoolizada…
O Joãozinho na primeira jateada acertou o fundo da goela da moça, e foi fatal!
Voltou tudo, lanche, cerveja e a desgraça toda. Kkkkkkkkkk
Sorte foi que ele ouviu os grunhidos, sacou a vara da boca dela, raspou de lado mais ligeiro que um lagarto fugindo de cachorro, saindo da frente, senão teria tomando um banho de gorfada! 😂
Só escutei:
–Aô desgraaaaaaaaaaça…
Eu rindo, tentando socar a vara, mas já estava bom pra mim.
Vendo o jeito da moça que estava comigo, eu sabia a resposta, mas tive que fazer o pedido:
–Chupa minha rola, vem…
Ela se soltou de vez, saiu de onde eu a estava prensando, subiu a calcinha, sutiã, as alças do vestido e toda indignada destampou falar.
Eita muié que falava, PUTA QUE PARIU, parecia que tinha engolido uma agulha de vitrola!👀
Me chamou de sujo, safado, perdido, nojento… não tinha respeito por ela, que onde já se viu, eu querer pôr a boca na sua xana, e depois pedir pra ela chupar o meu pau…
E que homem era tudo igual, safado, nojento, que a gente devia ir pra uma zona fazer aquilo com uma puta, que ela não era assim…
Falou até.
Ela conseguiu fazer comigo algo raro, perder o tesão e a vontade de meter. Guardei a rola, acendi um cigarro e comecei!
Chamei ela de biscate, que ela é que era safada, tinha brigado com o namorado, enchido o cu de cachaça e saído atrás de outro…
Peguei pesado com a moça, fiz ela se arrepender do que me falou.
Eu era bem mais novo que ela, mas bem mal criado nas respostas. kkkkkk
Ela se calou, foi até a amiga e ficaram se lamentando sobre a loucura que tinham feito com dois moleques sem juízo e vergonha na cara.
O João também falou uma carreta pras duas, já se zangou e me pediu:
–O Betão, leva as duas embora, meu irmão, tô azedo já! – Brabo de tudo – tô indo pra casa, depois você passa lá, vou ajeitar minhas traias.
Rapidinho coloquei as duas na cabine, sai de ré do carreador, manobrei, sentei o pé no acelerador e uns dez minutos depois estava deixando elas onde o Joãozinho havia encontrado. Desceram e nem olharam pra mim!
Dali fui direto pra casa do João, que morava em um sítio quase dentro da cidade.
Era um pouco mais de meia noite, foi rápida aquela aventura ruim.
Assim que cheguei na frente da casa do João, o avô dele que sempre estava acordado veio me recepcionar. Aquele véio gostava muito de mim, e fazia gosto que eu e seu neto fôssemos amigos desde que éramos molequinhos.
O João era órfão de pai e mãe, sendo criado pelos avós, pais do pai dele, um grande domador de cavalos que morreu na lida!
Acho engraçado que hoje em dia quando se referem a um rapaz cheio de manias, minado, chamam de “criado com avó”. No caso desse meu amigo, e naquela época, com os avós que tivemos, era o mesmo que ser criado em um Batalhão de Operações Especiais. Kkkkkkk
O avô do João era mais velho que o meu finado avô, então vocês imaginem como era o sistema na casa deles.
O Joãozinho já tinha adiantado o assunto com o velho, que entre uma conversa e outra, nos desejou um bom churrasco, mandou abraços pra todos da minha família, pro Véio meu padrinho…
Assim que o João jogou as tralhas de arreio dele na carroceria da C10, uma bolsa com as roupas, fomos indo pra minha casa. Por sugestão dele, resolvemos passar pela praça, só pra ver como estava o movimento.
Assim que fui descendo a avenida me aproximando da velha Matriz, podemos constatar que a praça continuava cheia, assim como a sorveteria.
Continuei em ponto morto, devagar, buzinando pro povo… e quase no fim da praça, a surpresa!
Encontramos as duas que estavam no cafezal a pouco, e a moça que ficou no esfrega comigo, junto da amiga, discutindo com o namorado dela, o rapaz herdeiro da máquina beneficiadora de grãos e tudo quanto o pai tinha.
Pisei ainda mais no freio, passei bem devagar, encarando os três, que gesticulavam muito os braços. Lembro do João comentar o quanto o rapaz estava bravo. Kkkkkkkk
Nem demos pelota para o ocorrido, botei marcha, manobrei mais adiante e peguei o caminho de volta pra fazenda.
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De longe na estrada avistamos as luzes do terreiro da fazenda acesas.
O que nós dois demos de risada naquela noite, lembrando da presepada…
Subi devagar pelo corredor da nossa fazenda, estacionei em baixo do velho pé de Sete Copas, a Ford do meu tio também estava por ali… e no desligar do motor, ouvimos o vozeirão do meu pai lá dentro de casa, era assim todas as vezes:
–Óh muié, nossa cria chegô.
Chamei meu amigo, entramos na cozinha, comemos um doce, bebemos Coca-Cola, tava um calor danado.
Falei pro Joãozinho ficar no quarto ao lado do meu, que era no fim do corredor, mas pela quentura e horário, resolvemos ficar nas redes, pra fora de casa.
Até deitamos nas redes, mas se cochilamos uma hora foi muito.
Acordamos com o converseiro do meu tio, meu pai e o Miguelito, com aquele sotaque de bugre paraguaio, bem carregado.
O Joãozinho foi o primeiro a saltar da rede, indo cumprimentar meu pai, tio e o Miguel. Minha família gostava muito do Joãozinho, e apesar das centenas de conhecidos e colegas que eu tinha na época, aquele era o único que frequentava minha casa daquela forma.
Meu tio já começou apelando com ele, querendo saber o que os dois “belezas” tinham aprontado na vila na noite anterior, e deu uns petelecos na orelha dele, logo vieram me tirar da rede, me mandando tomar tipo de homem, ir me arrumar, que logo estaríamos cortando o trecho.
De fato, só tivemos tempo de tomar um gole de café, comer um pão, trocar a roupa, colocar as calças de couro, calçar as esporas, jogar as tralhas no lombo das montarias e pegar estrada.
Até meu berrante eu levei, estava me sentindo como se a gente fosse buscar uma boiada!
Minha mãe, tia e irmãs só saíram de casa depois das nove horas da manhã, mas nós saímos quatro e pouco da madrugada, horário mais fresquinho, bom pra cortar umas léguas no lombo do cavalo.
Aquele domingo fui montando meu cavalão preto, o Lambari, o Joãozinho foi no meu Pampa.
Eu estava muito feliz por estar de volta em casa, junto das pessoas que eu amava, dos amigos verdadeiros.
Assim que descemos o corredor da entrada da nó fazenda, quebramos à esquerda, pegamos rotina na beira da estrada, meu tio apelou muito comigo:
–Hoje ocê vai matá a saudade de andá a cavalo, ah rapaizim, só ocê mêmu pra fazê nóis cortá um trecho desse …
Bem mais adiante quebramos a direita, entrando pelo velho estradão boiadeiro. Era aquele areião vermelho fofo em alguns trechos, em outros, chão batido duro, barrancos altos e baixos, fazendas pras duas bandas, aquele sertão lindo do meu amado velho oeste paulista.
Lógico que eu e o Joãozinho contamos a aventura da noite anterior, o que arrancou risos dos velhos e recordações da época que meu tio aterrorizava as virtudes das moças pela região! Kkkkkkkk
Lá adiante no trecho, fizemos parada em um recuo na estrada, local onde havia uma velha árvore Farinha Seca, onde fazia parada pra uma mijada boa e apertava as barrigueiras da tralha antes de seguir viagem.
Ainda estava escuro, mas ao longe se enxergava as luzes dos galpões dos mangueiros das muitas propriedades onde havia retiro de leiteria. Assim como lá para as bandas do horizonte leste, o astro rei começava a pintar o firmamento em manchas salpicadas de amarelo, vermelho e alaranjado, misturados ao negrume daquele céu em fim de madrugada, início da alvorada. Passarada começando fazer algazarra, muitos papagaios, periquitos e maritacas… (Que saudade)
Mais pra frente naquela estrada, quando alcançamos aquela área onde plantavam milho, feijão e no fim da área de plantio se chegava no cafezal, devia ser umas cinco, quase seis horas da manhã.
Aquele era meu caminho batido, eu conhecia até as pedras, buracos de tatu e caburé da região.
Descemos o barranco do cafezal, viramos à direita, fomos pela lateral do velho asfalto esburacado, dez minutos depois alcançamos a vilinha daquela saída da cidade. Paramos no bebedouro, demos água pros cavalos e fomos subindo para o centro.
Só se ouvia cachorro latindo e os “toc-tocs” dos cascos das nossas cinco montarias.
Encontramos um ou outro conhecido, faziam graça vendo a nossa comitiva reunida, querendo saber se estávamos indo buscar boi no Mato Grosso.
Passamos pela praça da Matriz, seguimos adiante, quebramos lá e cá até sairmos na avenida do posto de gasolina. Meu pai e tio contando histórias da época em que eles andavam por aqueles mesmos locais, quando as ruas eram todas de terra, e mal tinham iluminação pública.
Seguimos até a entrada da cidade onde passava a rodovia, quebramos rédeas à esquerda, no passo do cavalo pelo acostamento…
Aquilo me fez um bem danado!
Em certo trecho do caminho, minha mãe, tia e irmãs passaram por nós, gritando, acenando, fazendo graça buzinando o Fusca.
Fomos chegar na fazenda do Véio, local onde eu viveria anos depois, eram quase dez horas da manhã.
O local era um pouco diferente naquela época, mas muito bonita, bem zelada. Aqueles 1800 alqueires era a menina dos olhos do Véio, um mundo de terras que se perdia de vista, e milhares de cabeças de gado.
Assim que passamos pela última porteira ao lado de um mata-burro, que dava acesso ao terreiro da sede daquela fazenda, meu pai pediu pra eu anunciar nossa chegada bem à moda estradeira.
Aprumei o berrante e fui dando toques de corneta. A peonada e o povo da colônia já estavam saindo das casas, nos acenando e gritando, fazendo algazarra.
Lá na frente, do lado esquerdo estava o casarão, e no alto da escadaria, usando botas de cano longo, chapéu de abas largas, pitando um cachimbo fumacento, guaiaca na cintura com os dois Schmidts no coldre, o Véio, todo alegre, acenando a mão, nos mandando chegar:
–Aô peonada, vâmo chegâno, aqui têm pouso pra comitiva docêis… (naquele jeitão que só ele teve no mundo)
O Véio se emocionava em ocasiões como aquela, se recordando da época que ele mesmo passava os dias no lombo de um cavalo, comprando e vendendo bois.
Ao lado dele estava sua elegante esposa, minha mãe, tia e irmãs, o português e sua mulher, fora algumas das empregadas da casa.
Deixamos os cavalos na lateral do casarão, embaixo de uns pés de manga.
Foi uma sessão de abraços e muita alegria.
A esposa do Véio me tratava com muito carinho, me chamava de “Betinho”, mesmo eu parecendo cavalo perto dela, sempre atenciosa com tudo e todos, não sabendo o que fazer para agradar, principalmente minhas irmãs. Ela adorava criança, e só se queixava por não ter tido nenhuma filha.
Os três filhos do Véio já estavam estudando, e passavam parte do ano no Rio de Janeiro, terra da mãe deles.
O Vejo já nos chamou pra dentro, serviu uma rodada de pinga, e chegou cerveja, aquela conversa bacana, sincera, sem falsidade ou interesse.
Em tempo de umas duas doses, fomos levados para o fundo do casarão para comer aquele churrasco “guapo”!
O Véio tinha destacado dois peões da fazenda que eram mestres em assar carnes e logo estávamos enchendo a barriga.
Tive que contar minhas aventuras e desventuras, o porquê de ter ido até a fazenda dele à cavalo…
Passamos um domingo muito bom em família, ouvindo os causos do Veios, do meu pai e tio, do Português contando as coisas lá da terra dele.
Engraçado era que todas as vezes que minha família se reunia com a do Véio, onde fosse, ele em tom de “brincadeira”, falava que meu pai tinha sorte em ter um filho igual eu, que gostava de lidar com boiadas, tropas de cavalos, viver na roça longe de cidade… e arrematava arregalando os olhos, torcendo o bigode enquanto falava:
–Óia, cumpadi e cumadi, ocêis me adiscurpe, mai uma hora eu vou robá ele docêis, esse rapaizim vai vim trabaiá comigo, cuidá dos negócio meu, me ajudá… né Beto. – sempre daquele jeitão, me cutucando, arregalando os olhos, coçando o bigodão, soltando fumaça do cigarro ou cachimbo.
Eu ficava sem saber o que responder, meus pais davam risada, achavam que aquilo era brincadeira do Véio.
Pois é, só eu sei que fim levaram todas aquelas “brincadeiras”!
Aquele domingo correu tranquilo, meus pais agradeceram muito o Véio, meu padrinho de coração, e fomos pegar nossos cavalos, para ir embora, era por volta de umas cinco horas da tarde. Estava um forno, mas por sorte e capricho do Véio, nossos animais estavam refeitos. Ele mandou colocar a tropa em um piquete de grama estrela e muito trato nos cochos.
Fomos chegar em casa lá pras onze da noite. No retorno, quando passamos pela vila, o Joãozinho aproveitou e já ficou na casa dele.
Chegamos na fazenda cansados, meu tio e tia voltaram pra casa, e eu estava feliz de tudo, de volta a minha rotina de sempre.
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A semana correu tranquila, eu estava de volta às rotinas da nossa fazenda, me inteirando dos negócios do meu velho pai.
Acredito que devo ter ido me envolver com a Andréia lá pra quarta ou quinta-feira daquela mesma semana. Eu estava precisando trepar, e nada melhor que aquela bundona morena bem clarinha, quase branca, que a minha “amiga” ostentava, arrancando suspiros da rapaziada da região!
Sabendo que elas fechavam a sorveteria mais cedo durante a semana, cheguei na vila por volta das 19:00hs.
Fui daquele jeito, camisão aberto, chapéu quebrado na testa, o Marlboro vermelho queimando no canto da boca, perfume até nos pêlos do saco, pronto pro crime! Kkkkkkkkk
Estacionei quase em frente, as duas me avistarem, fizeram a maior festa.
Cheguei daquele jeito, querendo abraço e beijo, cheirando as duas.
Lembro da Tica comentar que eu estava com a corda toda. A Déia fazendo charme, disse que estava com muita saudade, e sempre perguntava pro povo se eu tinha mandado notícias, se estavam bem…
Pedi sunday, Coca-Cola geladinha, meus Halls cereja, o de sempre.
Ficamos os três em uma mesa conversando, o movimento estava fraco na rua.
Aproveitei para contar sobre a minha vida nos últimos meses e semanas, as aventuras.
Elas queriam saber se eu tinha arranjado alguma namorada na capital.
Neguei tudo, disse que havia ficado trancado no quartel, e minha vida foi só aquela de dirigir para algum oficial, ir para outros quartéis levar isso ou aquilo, algum equipamento, ficar na guarda, fazer rondas, instruções, ordem unida, correndo ou marchando com umas duas arrobas de equipamentos nas costas… (mentiroso😉… outros causos).
Elas me contaram todas as novidades, fofocas, que não passava um fim de semana sem que a turma não fosse na sorveteria querendo saber do Betão.
Por fim comentaram de uma briga que havia acontecido no sábado anterior. Era uma casal que discutiu feio na ponta da praça, terminaram tudo, e a fofoca véia que tava correndo, era que a moça tinha traído o rapaz:
–Você ainda tava na praça, Beto? Não viu? Acho que você sabe quem é ele, filho do dono do Armazém… As moças são aquelas que trabalham na loja tal… sabe?!
Eu me fiz desentendido!👀
A Tica também tinha notícias da briga do casal, me contando que a cidade toda estava comentando que a moça e uma amiga brigaram com os namorados, depois saíram da praça, não se sabe com quem, e foram dar uns “malhos” em outro lugar com os “desconhecidos…
Alí eu já fiquei veiaco! 👀
Naquele lugar, àquela época, era muito difícil esconder alguma coisa, era foda. Kkkkkkk
Ainda especulei um pouco mais o assunto, quis mais detalhes, mas só sabiam que haviam terminado os namoros, e que uma delas havia ido embora da cidade, por causa do falatório, e o namorado traído estava uma fera, bravo de verdade, jurando que ia matar na pancada o desgraçado que fez aquilo com ele.
Ali comecei dar risada, levantando suspeitas. A Déia e a Tica me conheciam desde a época que a gente tinha dentes de leite.
A Tica foi a primeira a me cutucar:
–Eh Beto, você não tem nada haver com a história, tem?
A Andreia:
–Sei não Tica, ele e o Joãozinho, juntos… ah menina…
Demos muita risada, neguei tudo, disse que tinha ido embora aquele dia, e só me desviei do caminho quando fui buscar as coisas do João na casa dele, depois fomos pra nossa fazenda, e só.
Elas meio que acreditaram, mais ou menos, até porque aquela turma era uns seis ou sete anos mais velha que a nossa, a gente não se misturava com aquele povo.
Por fim, deixamos aquele assunto de lado, a hora foi passando, combinei um churrasco na fazenda, queria comemorar com os meus amigos mais chegados o meu retorno, ficamos combinando tudo e um pouco depois das 21:00hs, ajudei minhas amigas guardarem todas as mesas e cadeiras, me prontificando em levá-las para casa. Quer dizer, só a Tica ia descansar…
Assim que deixamos nossa amiga baixinha na sua casa, fomos para o nosso cantinho secreto naquele cafezal véio de guerra.
No trajeto até lá, onde eu cortava volta, fazia uns cambiocós lá e cá, despistando os curiosos. Ela não poderia chegar muito tarde, senão os pais dela falariam uma carreta na sua orelha, tive que sentar o pé no acelerador.
A morena foi me bolinando o caminho todo, me mordendo, apalpando.
Quando manobrei no meio daquele cafezal, faltou voar faíscas.
Ela me tirou da caminhonete apressada, queria me atacar. Subimos na carroceria com ela tentando arrancar minha roupa. A Déia estava possuída, dizendo estar com saudades, que não via a hoje de me reencontrar, que eu era um bandido por estar cheiroso daquele jeito…
Essa morena me lambeu das coxas aos olhos.
Retribuí da maneira que ela amava, chupando muito aquela buceta carnuda virgem, peluda, e o cuzinho.
Aquela minha “amiga” tinha o aroma de fêmea perfeito. Bem no início, quando começamos a nos encontrar naquela intenção, ela se preocupava por estar suada, ter ficado em pé na correria. Com o tempo ela descobriu que eu amava aquele cheiro de xoxota mijada, suadinha. Quantas vezes depois de eu chupar muito sua buceta, ela segurava meu rosto, ficava me encarando, olhando no fundo dos meus olhos, sorria safada, lambia minha boca e meu queixo, entre beijos ia falando o quanto eu era safado, lindo… provocava dizendo que eu ficava gostoso demais com o cheiro da sua xana na minha cara. Me beijava com uma paixão, que por vezes eu pensava que ela ia me engolir ou arrancar um pedaço.
Aquela noite eu levei uma surra daquela bundona.
Ela encostada na cabine, aquela anca virada pro meu lado, eu mordendo, cheirando sua xana e cuzinho, socando a língua…
Aquele aroma gostoso de fêmea no cio me deixa tarado demais. A rola ficava pingando a pré-porra, o saco ficava dolorido, dando fisgadas…
Ela também queria me chupar, e fez com vontade, estava com saudade da minha veiuda bruta.
Mamou feito bezerra apartada, salivou muito meu cacetão, deixando ele no ponto!
Quando deu-se por satisfeita, se levantou, encostou na cabine, como sempre fazia, balançando o rabão, rindo safada pediu:
–Vem Betão, vem… soca na tua pretinha, tô com saudade!
Quando minha amiga de longa data me falava daquele jeito, referindo-se a ela mesma daquela forma, “Pretinha”, a coisa pegava fogo 🔥.
Fazia um bocado de tempo que eu não transava com ela, também queria socar o cacete naquela égua rabuda.
Naquela época, a Déia foi das poucas que aguentou meu cacete inteiro socado no cuzinho!
Dei mais umas linguadas naquele cuzinho gostoso, agarrei a morenaça pela cintura, fui cutucando, ajeitando, ela se arrepiando, resmungando que a rola estava grossa demais…
Era lindo quando eu passava as mãos por cima daquela bunda perfeita, ou nas coxas roliças daquela morena, e sentia os poros se dilatando.
Ela ia pisando no assoalho da carroceria, dando tapas no teto da C10, rangendo os dentes, mas não pedia arrego.
Só parei quando encostei os pêlos na rola naquela bundona larga, empinada e durinha.
A Déia gritou muito naquela noite, choramingando, hora por causa da dor, em outras pela saudade que sentia do Betão…
Soquei muito, enchi aqueles ombros de mordidas, beliscando, apertando os peitões, barriga, coxas…
Era sempre da mesma forma, e quando estava pingando de tesão, ela mesmo começava mexer no grelo, me chamando de amor, lindo … que tava acabando com a Pretinha… não durava dois minutos aquela falação.
Aquele reencontro foi uma delícia, gozamos juntos, com meu cacetão pulsando nervoso, inteiro dentro daquele cuzinho quente!
Era um sofrimento hora que eu sacava a bitela.
Ajudei ela a descer na carroceria, e era o mesmo ritual. Pegar o garrafão de água, papel ou a flanela para ela se limpar, depois trocar uns amassos.
Ela estava manhosa, com saudade, ficamos um bom tempo abraçados beijando na boca. Só que a hora que ela sentiu a bruta a cutucando, saltou fora, alegando a hora avançada, que precisava ir embora.
Deixamos combinado de eu aparecer no sábado, e se desse esquema, voltaríamos para o nosso cantinho.
Deixei ela perto de sua casa um pouco depois das 23:00hs.
No trajeto de volta pra fazenda, fui remoendo o que havia ouvido das minhas amigas, e já imaginando que talvez fosse acontecer alguma coisa, ou não...
Desencanei, não pensei mais naquilo, afinal, não tocaram no meu nome, e se o rapaz quisesse topar barulho, era comigo mesmo! Kkkkkkk
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E chegou o esperado sabadão.
Eu amava os finais de semana e aquele ritmo de vida que eu levava na época.
Acordava na madrugada, disposto, colocava uma roupa de serviço, chegava na cozinha e pedia a bênção dos meus pais, enchia a pança com tudo que tinha, eu parecia uma lima nova, comia até!
Trabalhava contente, olhava a fazenda quase toda, a boiada, fumando meu Marlboro, feliz da vida…
Não raro eu voltava pra casa a galope, apressado, querendo almoçar e tirar aquele cochilo gostoso deitado na rede, balançando, olhando o horizonte oeste bem lá longe, imaginando o que iria aprontar na noite.
Aquele sábado eu descansei, depois fui lavar a caminhonete, dei um pouco de atenção para as minhas irmãs, fiquei de bobeira até começar escurecer.
Depois de me arrumar, ficar cheiroso, ouvindo as reclamações da minha irmãzinha mais nova, que odiava me ver todo arrumado pra sair, peguei meus documentos, a grana, cigarros, Halls no bolso, fui saindo da fazenda bem na manha, de boa.
Meus pais ficaram em casa, não saíram, no outro dia talvez meus tios fossem aparecer por lá, mas tudo tranquilo.
Eu fui ouvindo o rádio, fumando, pensando nas pererecas que eu encontraria na praça, na Andreia ou alguma outra que me desse mole… a noite era uma criança, eu cheio de disposição.
Ah, que saudade!
Quando eu ia dirigindo devagar, gastava uma hora, mais ou menos para chegar na vila, e assim que desci a avenida fui passando devagar pela praça da velha Matriz.
Como sempre, o local estava lotado, muitos carros estacionados, povo rezando na igreja, casais de mãos dadas circulando, molecada correndo, bares, lanchonetes e lanchões apinhados de gente, até a sorveteria estava com as mesas todas ocupadas.
Era aquele calor absurdo que fazia, e ainda faz, no meu amado velho oeste paulista.
Estacionei na rua de trás, a gente podia deixar a caminhonete aberta e com as chaves no contato, não havia bandidos, e caso aparecesse algum, a gente resolvia o assunto. 👀
Bons tempos aqueles Kkkkkkk
Dei a volta no quarteirão, e fui chegando no fervo do povaréu.
Nem passei na sorveteria, as meninas estavam pra lá de ocupadas.
Atravessei a rua, e quando me aproximei dos bancos, já topei a turma reunida.
Povo caiu em cima me cumprimentando, as gatinhas abraçando, as biscatinhas me apertando, cheirando e beijando meu rosto, pescoço…
Eu adorava aquele fogo no rabo 🔥🍑 que elas tinham pro meu lado!
Não demorou muito, o Joãozinho chegou, estava com semblante meio preocupado, só acenou pra turma, bem diferente do seu jeito brincalhão.
Nos conhecíamos desde sempre, e foi só ele olhar, que já entendi que o assunto era sério.
Meu amigo balançou a cabeça, me chamando, e foi se afastando da turma até que me juntei a ele, só então tomei ciência da situação que estávamos! Klkkkkkk
Ele tirou o chapéu, acendeu um cigarro e começou o relato.
Contou que naquela noite, os ex-namorados das moças, as duas que havíamos pegado na semana anterior, ficaram sabendo quem eram os dois que levaram elas para passear e dar uns malhos.
E prosseguiu no relatório…
Ficou sabendo que algum linguarudo viu quando ele colocou as duas na caminhonete, e já correu notícias que logo atrás vinha uma C10, velha conhecida da região.
E já chegou nos ouvidos dos “namorados” que eu e o João trocamos uns malhou com suas respectivas namoradas, e aquilo era um absurdo, dois moleques sem noção do perigo! 👀
Assim que meu amigo terminou de contar tudo, me encarou querendo saber:
–E aí Betão, é só ocê querê, que nóis mói os dois na pancada, são mai véio que nóis, mais eu boto uma fé em nóis dois… e aí cumpadi?!
Eu havia chegado há poucos dias na região, ainda estava meio brabo, valente, e como se diz no Exército, “VIBRANDO”. 🫡🪖 kkkkkkkkkk
Já tomei a decisão e fui chamando meu amigo para circularmos no meio do povo, rodar os lanchões da praça, sair na caça.
Queriam bater em nós dois, então alí era o dia e a hora, eu queria medir a febre deles… 🤠 ihuuuuuuu
Apesar de jovens, eu e o João éramos bem troncudos para a nossa idade.
Eu com quase 1:90 de altura, criado na fazenda lidando com nelores, laçando e derrubando bois, domando tropa puladeira…
O João era pouca coisa mais baixo que eu, bom cavaleiro, uma época foi retireiro de leite com o avô dele, nuqueava boi pro abate no açougue deles, tinha uma pancada de munheca fechada que parecia mais uma tijolada…
Sem contar que nosso juízo era pouco, e se a coisa fosse ferver pra valer, punhal, faca, revólver e dinheiro pro “adevogado” era mato…
Não tava com a porra que nós dois fugiriamos assustados igual duas garotinhas…
“Capai mêmu” 🤠 - kkkkkkkkkkk
Passamos pela nossa turma e nem atenção nós demos pra eles, e começamos circular pela praça indo e vindo, procurando, sempre um do lado do outro, pra na hora da pancada, ficar de costa com costa colada no companheiro e aguentar o azar quando a pêia fosse cantar no estalo…
E fomos e voltamos, nada.
Resolvemos esquentar o carburador em uma lanchonete, onde dividimos uma dose de Fernet, mas sempre de olho na rua.
E nesse meio tempo, lá vem o Nico e o Jú, eram dois caboclinhos sacudidos, trabalhavam no posto de gasolina, eram parceiros até dizer chega, e bons na pancada também!
Chegaram querendo saber o porquê daquela nossa andança pra lá e pra cá na praça, eu e o Joãozinho com as caras amarradas.
Contei meio por alto os acontecimentos, e os dois foram contando que ouviram qualquer coisa no posto de gasolina durante a semana, só não imaginavam que os dois “sem vergonha” que iam apanhar até a morte, era eu e o Joãozinho. Kkkkkk
Se juntaram com nós dois, se colocaram à disposição, e se fosse ter briga, eles estariam do nosso lado, como sempre. Já mandei descer mais uma dose e ficamos naquela ponta de trás da praça só de campana, olho em tudo e todos…
E a fofoca véia correndo mais ligeira que um vento de agosto, povo juntando, meio de longe, mas só nos campeando com os olhos.
Pessoal gostava de ver a bosta feita, assistir uma briga, mas só de longe. “DEUS ME LIVRE SAIR NO TAPA” – era o que diziam!
Ficamos uma meia hora por ali, e nada.
Chamei meus companheiros e fomos para outra ponta da praça.
Engraçado era que de longe, rabo de olho, a gente acompanhava o movimento do povo. Se eu parasse pra acender um cigarro, o povo curioso também matava o caminhar. Kkkkkkk
Pouca coisa, chegamos na outra ponta da praça, que ficava nos fundos da velha Matriz.
Foi tempo de uns dois cigarros, e vindos daquela rua que ficava meio escura pela quantidade de velhas sibipirunas com copas altas, era mão só pra subir pra outra saída da cidade, onde ia pras fazendas, sítios e cemitério, ouvimos um falatório da peste.
De lá já veio um grito:
–Óh lá os dois filho da puta, lazarento, mardiçuado do satanás … é hoje seus bosta… seus moleques do caraiu…
Quando nos viramos pra ver quem é que vinha xingando bravo igual um urutu machucado, avistamos o bando.
Gente, os “homi” vieram brabos e preparados. Kkkkkkkk
Faltava ainda um meio quarteirão pra eles encostarem em nós, o meu “sócio” gritou:
–Eita Betão, não basta ser metido a valente, catar tudo quanto é biscate, tinha que mexê com a muié dos outros, seu fiadaputa do caraiu… eu vô te mata, moleque do inferno… (me xingou com vontade)
O sujeito não era pequeno não, só não tinha o mesmo ranço e o couro de anta que tenho, e veio apressando o passo! 🚬👀
Olhei pro lado, o Joãozinho e os outros dois já estavam com as cintas enroladas nas mãos com as fivelas balançando…
O Joãozinho doido que era já gritou, alto mesmo:
–Segura Betão, vâmo cortá na tala esse bando de cachorro , PODE VIM, rebanho de corno…
Do lado deles, começando sair das sombras, devia ter uns seis ou sete, tudo rapaziada de uma geração antes da nossa, os briguentos metidos a valentes de uma década antes… e a fim de amassar minha cara e a do João.
Eu já era tarimbado naquele tipo de empreitada, e sabíamos bem o que fazer. Meu tio me ensinou, desde que eu era molequinho, que em uma confusão daquelas, você já acerta quem vem na frente, geralmente o mais bravo e valente, que aqueles mais inclinados em melar a tanga frouxa, iam peidar na espoleta e cair fora.
A meu povo, não deu nêga a queda!
O bichão começou a trotear mais ligeiro, vinha cego pro meu lado, sem camisa, vermelho igual um tomate, mãos fechadas, bufando e pegando ar, mais que um compressor de borracharia.
E foi no avançar do meu oponente, não esperei. Dei dois passos apressados, me adiantei um pouco, e no que ele abriu os braços, armou um soco pra me derrubar, larguei um chute com a sola da botina bem no meio da barriga do sujeito, daqueles de amolecer mourão de cerca, com força mesmo… e na sequência desci um murrão de cima pra baixo, que acertou na testa… se não cagou, foi por falta de bosta no canudo da cagança!
Aquele já caiu de cu trancado sem ar, rolando pros lados, parecendo uma minhoca na areia quente, querendo vomitar.
Acertei, recuei um pouco, já me aprumei e fui chamando:
–Cadê os brabo daqui, bando de frango… cai prá dentro, rebanho de corno, ocêis gosta é de rola…
Alí o pau contou de acordo… meu povo, que briga do satanás foi aquela…. Kkkkkkkk
Os companheiros pularam por cima do corno que eu derrubei, cercaram ele, e ficaram na defensiva, ciscando pros lados, ameaçando vir pra cima...
O outro que havia jurado matar o Joãozinho, por ter feito o amor da vida dele vomitar quando meu amigo gozou na garganta da santinha, e a cidade inteira ficou sabendo, se adiantou, chamou o Joãozinho pro pau, e os outros cercando o gaiudo caído, querendo vir pra cima, e não querendo ao mesmo tempo…
Volta e meia, o Nico e o Ju buscavam algum deles com uma lapada de cinta… batiam depois recuava, ombreando comigo e com o Joãozinho, firmes!
Só se escuta os estalos seguidos dos xingos:
–Aiiii desgraçado…moleque fiadaputa, vem pra cima… – e tome lapada!
Já que o Joãozinho foi pra cima dele socando, parecendo um doido, e foi no encontro dos dois que ouvimos um barulho estranho, tipo uma trituração.
Meu amigo com aquela “pata delicada” quebrou o nariz do sujeito.
Puta que pariu, o que foi sangue que saiu!
Também já caiu sentado no meio da rua, o melado vermelho escorrendo pelo queixo. Credo!
Dias depois soubemos que além do nariz, o brabão perdeu dois dentes da frente, tamanho foi o coice que levou do Joãozinho.
Cena feia de se ver! Kkkkkkk
Eu soltava uns murros violentos, mas usava muito as pernas, até por ser mais alto, eu buscava longe no coice. Kkkkkkk
Já arrastaram ele pra trás da turma deles, os outros ficaram veiacos, mas não queriam arredar o pé, o negócio agora era vingança.
A gente ia pra cima, a rapaziada recuava, eles vinham pro nosso lado, eu bom de coice, perna comprida, parecia um cavalão chutando, o João e os nossos amigos do posto, soltando lapadas com as correias das cintas…
A coisa ia ficar daquele jeito até um dos lados vazar embora, só quê, um outro amigo deles apareceu pra reforçar a turma, que já contava com dois “baixados na enfermaria”, e tomou dianteira, levantou a camisa mostrando o cabo de um punhal.
Nenhum de nós estava com lâmina ou revólver, era só valentia e força bruta.
Nós quatro nos juntamos ainda mais, ombro a ombro e ficamos esperando, olhos arregalados…
O Joãozinho chamando, mandando ele puxar o punhal e vir pra cima, mostrar que era homem… Aquele a gente ia bater com gosto, o marvado ia passar uns 20 dias sem lembrar do próprio nome!👀
E nada!
Eu tremendo de raiva, parecendo uma Toyota Bandeirante na marcha lenta, com um ódio mortal me consumindo, também chamei ele pro pau, provoquei, xinguei de tudo quanto foi nome, a mãe dele, pai e família…
Nada!
Os dois ainda no chão, aéreos, os demais recuados, mas com caras menos agressivas.
Não entendemos nada, e fomos provocando:
–Ué, cadê os brabo que ia matá eu e o Joãozinho, cadê? Bando de frouxo… vem… ou se quiser, espera que vamo buscá as armas também… bando de cuzão, nem dão conta das muié docêis… (eu era mal criadinho, também sabia provocar)
Nossos “inimigos” baixaram a guarda, ficaram parados só nos olhando.
Eu e meu companheiros parecíamos quatro onças acuadas.
A concentração era tanta do nosso lado, que nem ouvimos o forfel que estava na praça, com aquele povão todo acompanhando a confusão.
E nessa de ficarmos de guarda alta, esperando pra ver se o armado com o punhal partiria pra cima de nós, ouvi aquele vozeirão, velho conhecido, que me fez relaxar um pouco a tensão dos ombros:
–Ôh fio, que é que tá acontecendo aqui nessa desgraça do satanás… do diabo… dos inferno… ÃMMM, FALA PRA EU, QUEM É OS CORNO QUE FALÔ QUE IA MATÁ OCÊ E O JÃOZIM?
Me virei devagar, e quando vejo, lá estava ele, quase dois metros de pura ignorância e músculos, botões da camisa aberta, mãos cerradas, peitoral subindo e descendo, cigarro no canto da boca, chapéu levantado na testa, bufando e esturrando igual uma onça pantaneira… meu amado tio! Kkkkkkkkk
Foi aquele o motivo de ninguém mais vir pra cima de nós. Kkkkkkk
O Brancão já chegou no meio de nós quatro, perguntou quem era o brabo dali, e o que estava com o punhal ele apontou:
–Fio duma porca, ocê eu quero quebrá o pescoço, e vô enfiá no teu cú esse punhal…
Meu velho tio foi andando pro lado deles, o bandão foi recuando…
Ouvimos alguém daquele lado com um pouco mais de lucidez e juízo falando de forma preocupada:
–Eita que é o Brancão Boiadeiro, vâmo pará povo…vâmo larga mão de briga, gente…nóis é tudo conhecido aqui da mêma vila… ôh meu Deus…não, cabô, cabô, dêxa quêto, vâmo largá mão!
Meu tio apontou pro rapaz armado, que estava com os olhos arregalados, bateu as mãos pedindo:
–Joga o punhal aqui, e devagar, boi mocho… vâmo, corno, senão eu vou aí pegá…
O rapaz nem pensou, tirou da cintura o punhal, jogou no chão, perto da ponta do botinão do meu tio, que ainda estava em alerta.
Depois viemos saber que meu tio estava armado, mas o Branco véio não precisava de revólver pra acabar com a confusão, era só ele se mostrar. Kkkkkkkkkkkkk
Meu tio pegou o punhal, quebrou a lâmina no asfalto, tacou longe o cabo, e ainda teve tempo de fazer um alerta.
Avisou que se eu, ou os meus companheiros fôssemos pegos na traição, aí ele ia ficar bravo de verdade, juntaria a turma véia da época dele, junto com meu pai, e aí a coisa ia ficar bonita, bem à moda do Mato Grosso… 🚬👀
Meu tio ainda falou uma carreta pra eles, e finalizou:
–Junta os companhêro caído e vaza embora, e se oiá pá trais, a pêia vai sê dobrada, e eu vô tá na ôtra ponta, bando de boi capado…
E ficou com aqueles braços fortes cruzados, olhar parado, concentrado!
A turma foi saindo de fasto, recuando, cabeças baixas.
Para infelicidade do brabão que tinha levado o punhal na briga, ele deu uma olhadinha pra trás.
Meu tio avançou nele de um jeito, parecia uma onça quando pula em uma vitela.
Pegou ele pelo colarinho com raiva, e na sequência largou um tapão com aquela mão que parecia uma raquete, no meio da cara.
“PÁÁÁÁ” - Foi o suficiente, nem precisou da segunda!
Sério meu povo, o tapa foi tão forte, que só de ouvir aquilo, ficou doendo.
Também ficou caído no chão, apagado, com a “estação fora do ar”.
Quando acabou de vez a confusão, ouvimos uma gritaria da porra que vinha lá da ponta da praça.
Nos viramos e encontramos aquele povo todo se entretendo com a nossa briga. Sem brincadeira, deveria ter umas 200 pessoas, entre molecada, rapaziada, casais… Kkkkkkkk
Antes de descermos para a praça, meu tio veio dar uma geral em nós quatro, saber se tinha algum machucado, quebrado, furado ou baleado. Engraçado que ele estava nos olhando, e preso na mão esquerda do meu tio, estava o colarinho da camisa do rapaz.
Só imaginem com que “delicadeza” meu tio segurou ele. Kkkkkkkkk
Só o João estava com a mão cortada, mas aquele era prego batida com ponta virada, bruto igual uma argola de laço, aroeira mesmo!
Vendo que nós estávamos bem, meu tio nos chamou pra tomar um gelada com ele. O Branco véio ainda fez graça, atirando no meio do povo aquele colarinho rasgado.
Fomos rompendo no meio do povo, aqueles que gostavam de nós, nos aplaudiam. Já os outros (muitos), torciam o nariz, fazendo cara de nojo.
Meu tio era sarrista pra caralho, e quando cruzava olhar com alguém que desaprovava suas atitudes, ele encarava, enchia a mão no pacotão da rola e falava, sem receio ou medo de ser feliz:
–O quê ocê qué tá mole, seu bosta!
No trajeto até o lanchão, onde na semana anterior eu havia conversado com as duas que causaram a confusão, meu tio me contou que estava esperando minha tia acabar de rezar na missa, e sorte foi ele ter parado ali naquele lugar pra tomar uma, e ouvir do dono, que no sábado anterior, havia me aconselhado a não me meter com umas muié…e que se meu tio quisesse saber mais do assunto, eu estava logo atrás da igreja, começando a tal confusão.
Então ele foi conferir o que era aquele amontoado de gente!
Quando nos sentamos, o dono do Lanchão apelou comigo:
–Eu te avisei, não foi? Êh rapaizinho… sorte a tua teu tio aparecer, e ficar curioso com aquele amontoado de gente subindo pra trás da igreja, eu avisei ele!
Aí foi só risadas, meu tio já mandou vir cerveja, pinga, Fernet, porções e lanches pra peonada briguenta dele.
Ainda faltava um tempo pra missa acabar, então tive que contar como aconteceu a coisa toda.
Sei que meu tio fez um escândalo, quase caiu da cadeia de tanto rir, quando o Joãozinho contou em voz baixa, só pra gente ouvir, que a moça que ele catou, namorada do sujeito que ficou de nariz quebrado e banguela, na hora que ele gozou na boca da cumadi, ela gorfou tudo que havia bebido e comido na roda da caminhonete dele.
Meu velho tio, com toda experiência e malícia conversou comigo e meus amigos, concordou que poderíamos ter dado conta da confusão, mas poderia ter acontecido o pior. E arrematou dizendo que se fosse só troca de socos, na pancada mesmo, ele não teria entrado na confusão. Mas quando viu o sujeito de camisa levanta, mostrando o cabo do punhalzão, ele achou covardia demais.
E ficamos rindo, bebendo e comendo, até que o povão saiu da Santa Igreja Católica, após aquele sermão “estimulante” do velho pároco que, não sabia qual dos dois odiava mais, e se excomungava primeiro eu, ou meu tio! Kkkkkkkkk
Minha tia chegou, me abençoou, cumprimentou meus amigos, se juntou a nós, e ficamos conversando, uma família calma e tranquila! 😇
Lembro da tia perguntar para o tio, porque todo mundo que passava ficava olhando para a nossa mesa.
O Branco tirando um sarro disse que era por causa do meu retorno, o povo estava com saudades do Betão…
Foi só risada!
Meus tios ficaram por lá até quase meia noite, o movimento da praça estava grande. E só foram se levantando porque minha tia estava cansada.
Me avisaram que passariam em casa no outro dia, que meu pai ia assar uma carne, e convidou meus companheiros, que já toparam a empreitada naquele mesmo instante.
Meus tios se despediram de nós, mas o Branco me fez ir com eles até a caminhonete.
Minha tia foi na frente, se despedindo de uma comadre ou outra que aparecia, e meu tio do no meu ouvido, me mandando ficar de olho, esperto, e se tivesse alguma coisa esquisita pro meu lado, quente pra valer, já sabia o que fazer e quem chamar!
Até perguntou se eu queria ficar com o revólver, mas não precisava, a confusão tinha acabado, e de fato terminou naquele dia! (Pelo menos era o que eu pensava)
Quando encostamos na caminhonete, abracei minha tia, pedi a benção, e quando meu tio me abraçou, falou baixinho que era pra deixar pra contar pro meu pai só no outro dia, com ele junto. Obedeci às ordens do meu amado tio, levei um esfrega na orelha e fui voltando pra praça.
Quando cheguei na mesa, meus amigos estavam cercados por todos os lados, todo mundo querendo saber…
Só não haviam chegado antes, por ficarem meio assim, sabe… por causa do meu tio!👀
Era assim, alguns da região gostavam do meu tio, outros ficavam com medo dele. Mas uma coisa é fato, ele nunca fez covardia com ninguém, era uma onça de bravo, e tinha tamanho para sustentar aquele jeito.
Quantas vezes ele tirou alguém mais fraco de uma confusão, onde ia apanhar de forma covarde. Sem falar das bondades que ele fazia e ninguém nunca soube!
Aquele era o meu tio, e me orgulhava ser parecido com ele. Outra coisa que deixava os invejosos com ódio mortal do meu tio, era que, além dele ser um homem bem sucedido nos negócios, era um loiro grandão, bonito de verdade, cara de safado com aquele bigodão, corpo forte, em forma, e ostentava um tremendo cacete, que fez muita biscate rodada se deitar derrotada com o útero deslocado! Kkkkkkkkkk
Foi um forfé dos diabos naquele Lanchão!
Meu tio havia deixado tudo pago, e agradecido ao velho conhecido que o alertou da confusão pro meu lado.
Saímos dali, atravessamos a praça e a avenida, e nada de tempo tomamos conta da entrada da sorveteria.
Quando a Andréia e a Tica me viram chegando, deixaram o balcão e vieram apressadas saber como eu estava.
Me falaram um monte na orelha, pareciam minha mãe. Mas o fato era que elas gostavam de mim, de verdade, e nossa amizade era da época em que tínhamos dentes de leite na boca.
Juntei duas mesas, chamei a turma e já mandei vir sorvete e tudo quanto tinham vontade.
Aquele calorão gostoso, noite de sábado, ainda havia muita gente na praça e lanchonetes… Minha turma dando risada, falando da briga, nos narrando a confusão mas de um outro ângulo…
Nesse meio tempo, apareceu um conhecido que morava em um sítio, coisa de uns quatro quilômetros pra frente daquele cafezal onde fiz de Motel por longos anos da minha juventude.
Ele chegou onde a turma estava, cumprimentou todos e assim que teve uma brecha, começou a nos contar uma história bem interessante. 👀
Que soube por outro, que no sábado anterior, tinha um sujeito lá no meio do cafezal. Esse que estava na moita, próximo de onde eu e o João fizemos aquela bagunça com as duas, também estava dando um cutuco numa feinha, tinha entrado de moto no meio da roça. Porém, quando viu os faróis das nossas caminhonetes, se abaixou por trás dos pés de café, junto da bucetinha dele, e acompanhou nossa farra.
E por causa da pouca claridade que tinha no local, em decorrência de eu ter deixado a lanterna do farol ligada, ele assistiu tudo o que fizemos. Viu e ouviu! —- 🌳 👀👂🏼🌲
Só que, ao invés de ficar quieto, guardar pra ele tudo que tinha assistido de camarote, linguarudo pra caralho, contou pra um, que falou pra outros… Também nos relatou que tinha um casal “namorando” dentro de um carro embaixo de uma árvore, no escurinho da rua onde o João “recolheu” as duas… na quarta-feira daquela semana, até lá do outro lado da divisa no Mato Grosso estavam sabendo.
Pronto, tava a bosta feita. Kkkkkkkkkkkk
A fofoca corria amarrada no rabo de foguete!
A turma só ouvindo, eu de orelhas em pé, não deixei passar uma vírgula da história.
Arrematou contando quem era o filho da puta que tinha visto e espalhado o ocorrido.
Era um outro tonto metido a bravo que tinha na cidade, e para o nosso azar, esse linguarudo trabalhava para o pai do rapaz que me jurou de morte, era quem operava a balança e conferia as cargas no armazém da máquina beneficiadora de grãos.
Um puxa saco do caralho, que para tentar ficar bem com o filho do patrão, caguetou o que a namorada dele tinha feito.
Podia ter acabado de uma forma bem ruim aquela história!
Ficamos até tarde na sorveteria, agradeci muito o alerta que aquele conhecido me fez. O João não disse nada, mas eu conhecia bem aquela cara.
Aquela madrugada levei a Déia pra “passear” comigo, demos aquela trepada gostosa, com muita chupada naquela buceta virgem, linguadas no cuzinho, mordidas naquela bundona gostosa.
Deixei minha amiga com os quatro pneus arriados e o estepe com a roda amassada.
Toda vez que eu arranjava uma confusão, depois, eu sentia uma vontade doida de trepar. Não era fazer aquele amorzinho gostoso, não!
Eu socava a rola com vontade, fazendo estalar a ponta do pistão… gozava feito um cavalo, mordendo, apertando, socando de um jeito que parecia querer entrar dentro da fêmea!
Tadinha da Andréia, aquele noite sofreu, mas naquilo de me pedir calma, que minha rola estava muito grande, grossa demais, aquela voz gostosa, sussurrando, o cheiro que ela tinha no corpo, me chamando de cavalão, grandão, que tava acabando com a “Pretinha”:
–Calma meu amor, tua rola tá grandona demais… Betoooo… ai ai…faz assim com a tua Pretinha não, meu gato… aaaaiii meu cuzinho.. que dor…
Aquilo me deixava com a boca seca, maluco de tesão, TARADO! 👀
Quando fui devolvê-la próximo de sua casa, avisei que faria um churrasco pra nossa turma, ela adorou a ideia, e fomos combinando tudo. Ela não poderia ir naquele domingo na fazenda, mas faríamos nossa festa outra hora com a turma.
Cheguei em casa já era madrugada alta!
Acordei com o converseiro do meu tio do lado de fora da nossa casa. O Branco parecia uma chuva de pedras em um telhado de zinco ❤! Kkkkkkkkk
Não era meio dia ainda, mas já estavam comendo carne. O Joãozinho tinha levado nossos companheiros que trabalhavam no posto de gasolina.
Ficamos até a noite comendo carne, bebendo, tomando tereré, fazendo torneios de truco.
Meu tio gostava de jogar de parceiro com meu pai ou o Miguelito.
Eram umas ratazanas jogando baralho!
Nem tocamos no assunto da briga, por sugestão do meu tio, deixamos aquilo pra lá, eram águas passadas, vida que seguiu…
Eu adorava aquilo, e me fazia um bem danado. Naquelas ocasiões, eu na minha inocência chegava imaginar que aquilo nunca teria um fim, tudo era perfeito demais…
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E a semana começou como havia de ser, aquela rotina de trabalho, olhando a fazenda inteira, conferindo todas as cercas, revirando sal de engorda nos cochos, curando bois, repassando a tropa…
Dias depois, na outra sexta-feira que fui aparecer na cidade.
Cheguei cedo na vila, minhas amigas estavam acabando de arrumar a sorveteria, organizar as mesas e cadeiras.
Foi aquela festa quando me viram chegando, a Tica tirando o maior sarro quem fez a fofoca, me contando que a Andréia trabalhou a semana inteira meio “torta”.
A nossa intimidade era muito grande, de anos!
A Andreia me abraçou, sempre dava uns beijos estalados no meu rosto, fez aquela carinha e destampou reclamar comigo.
Que eu arranjava confusão por aí, depois ela quem sofria, descontava no bumbum dela a raiva… que eu não tinha coração, era um desalmado, malvado demais… que por causa da minha pegada bruta, estava dormindo de lado na cama desde o outro final de semana…
A Tica apelou muito com a amiga e comigo, nos chamando de safados, dois descarados.
Também ouvi um caminhão por ter levado as moças pro cafezal e passado a rola. Elas ficaram indignadas, pareciam minhas irmãs mais velhas, mas lá no fundo, tinham ciúmes do Betão, eu sabia!
Era gostosa aquela nossa amizade pra lá de colorida.
Sentei na mesa que ficava na ponta, embaixo do toldo colorido, pedi uma Coquinha gelada, o de sempre, elas puxaram as cadeiras e começaram o falatório:
–Não Déia, conta você… ou conto eu?
As duas faziam o maior suspense, mas por fim me contaram que a briga tinha sido feia durante a semana.
Quis saber de qual briga estavam falando.
Quem me contou foi Andréia, que o Joãozinho estava fazendo entregas do açougue dele e do avô de bicicleta, como sempre, e ao passar perto da praça, viu o desgraçado que havia espalhado pra cidade inteira o aconteceu com as moças, lá no cafezal.
Me disseram que Joãozinho acompanhou ele por um tempo, esperando ele chegar na outra ponta da praça, local sem comércio, movimento quase inexistente de transeuntes…
Não demorou muito, eu soube pela boca dele aquela coisa toda.
Pedalou com força, chegou perto, bem ao lado do boca aberta, armou o pé e soltou uma sapatada nas costas dele, que o rapaz caiu de cara no asfalto.
Ela já largou a bicicleta caída no chão, levantou o safado no chute.
Olha meu povo, o João bateu tanto nele, de soco, tapa, chute, que para dormir naquela noite, teve que fazer uma salmoura com compressa de ervas nas mãos. Kkkkkkkkk
Meu amigo ameaçou capar ele, e no fim da pêia, só de raiva, com ódio, tacou a bicicleta por cima do safado.
O jeito que ele contava a cena, fez o povo quase se mijar de tanto rir.
Que tinha tacado a bicicleta por cima do rapaz, que estava estatelado no chão, olhos inchados, cheio de hematomas, nariz sai sangue… depois para acalmar, colocou um pé por cima da bicicleta, bateu a mão no bolso, pegou um cigarro e ficou fumando e resmungando…
Enquanto a turma se refazia das gargalhadas, ele se levantou, mostrou pra todos as duas mãos e falou sério nos encarando:
–Óia gente, vê o estado das minhas mão… óia se isso é vida .. ãhn? Que ocêis fala? A gente nem pode levá umas cumpadi pra fudê no mato, quê uns fiadaputa sai falâno… ainda a doida quase górfa no meu saco…CRUZ CREDO! né não Betão?
Ali acabou tudo, com ele mostrando as mãos cortadas, cheio de talhos, indignado… quase derrubamos o toldo da sorveteria de tanto que demos risada.
E ele continuou sério! 🚬👀
Eu tenho uma saudade daquela época boa, puta que pariu.
Éramos jovens, a vida inteirinha pela frente, e nada, absolutamente nada nos coloca medo, enfrentávamos tudo, brigas, confusões, trabalho!
Os velhos nos diziam. “Se você chegar tarde em casa, de cara cheia, cansado, então precisa ter coragem para levantar cedo e ir trabalhar”.
Tínhamos liberdade para fazer aquelas coisas, porque a gente não deixava a peteca cair. Apesar de muito jovens, sabíamos das nossas responsabilidades.
Aquela confusão acabou por ali, com a surra que o João deu no linguarudo!
As duas que foram passear conosco, mudaram de cidade.
Os cornos, que eram amigos, trabalhavam em outros negócios das suas famílias em Prudente, e por lá ficaram.
Um tempo depois eu fiquei sabendo pela boca do Miguelito, que o pai do rapaz que queria me “matar”, foi até a fazenda do meu tio querendo apaziguar as coisas, e saber se o Branco estava calmo, havia esquecido, com o coração sereno…
Segundo meu amigo índio, meu tio falou pra caralho, e sugeriu ele aconselhar bastante o filho, e se por um acaso eu aparecesse machucado, o Joãozinho ou meus outros companheiros, de forma misteriosa, a coisa ia feder pólvora e chumbo quente! 👀
Ali terminou de vez a confusão, e ninguém nunca mais falou daquele assunto. Nem eu ou o Joãozinho tivemos problemas com aquele assunto. Depois arranjamos outras brigas, mas isso são outros causos, até já contei alguns.kkkkkkkk
Tive tantas brigas na juventude. Época de escola, campeonato entre as cidades, bailes.
Eu evitava, mas… 🤠
E outra hora eu conto mais uns causos da época que eu era novo, ainda cheirando à plástico.
Que saudade…
🐂 🐎