Os pecados de um padre - Parte 8

Um conto erótico de Felipe
Categoria: Gay
Contém 642 palavras
Data: 16/10/2025 13:04:02

Três meses se passaram desde que Felipe começou a viver com Augusto na casa paroquial. A rotina entre eles se tornou mais sólida, mais natural. A cumplicidade crescia em detalhes simples: o café já pronto quando o outro acordava, os olhares trocados em silêncio durante a missa, os cochilos depois do almoço, os beijos escondidos atrás das portas fechadas.

Elias havia voltado para sua cidade. Na manhã da despedida, Felipe o ajudou a guardar as malas no carro.

— Foi bom te conhecer, Felipe. Você tem... algo especial — disse Elias, com um olhar demorado.

— Obrigado, padre. Boa viagem.

Augusto observava tudo da varanda, braços cruzados, calado. Assim que o carro sumiu pela estrada, ele voltou para dentro e puxou Felipe pela cintura.

— Agora essa casa é só nossa.

E os dias seguintes foram assim: livres, leves... intensos.

Mas aos poucos, Felipe notou algo diferente.

Certa noite, depois de um jantar à luz de velas improvisado na cozinha, os dois subiram para o quarto rindo, meio bêbados, meio cansados. Felipe tirou a roupa e se deitou nu na cama, olhando Augusto com desejo. O mais velho, já sem camisa, parou por um instante.

— Vem — sussurrou Felipe, esticando a mão.

Augusto se aproximou, deitou ao lado, beijou o pescoço do rapaz com carinho, mas... quando suas mãos desceram e tentaram se excitar, nada aconteceu.

Ele respirou fundo e tentou de novo. Mas o membro mole não respondia. Estava quente, vivo, mas inerte.

Felipe notou o desconforto.

— Tá tudo bem?

— Claro. Só... cansado, talvez.

Felipe sentou-se na cama, preocupado.

— Aconteceu ontem também... e semana passada. Você tá evitando, Augusto?

— Não tô evitando. Só... não tá vindo. Não como antes.

Augusto afastou o rosto, como se tivesse vergonha. Mas Felipe se aproximou, encostou sua testa na dele.

— Isso acontece. Não precisa se envergonhar comigo.

Augusto suspirou, deitou de costas e ficou olhando para o teto.

— Eu tenho quase 70, Felipe. Às vezes meu corpo... falha. E você tem vinte e dois, cheio de fogo, de desejo. Às vezes eu fico com medo de não ser mais o homem que você precisa.

— Você é o homem que eu amo — respondeu Felipe, firme.

Augusto o encarou.

— Você me ama?

— Achei que você já soubesse.

Augusto fechou os olhos por um instante. Quando abriu, havia algo diferente neles. Um brilho. Um medo. E uma emoção contida.

Felipe se deitou sobre o peito peludo dele e começou a beijar devagar. Primeiro o pescoço. Depois os mamilos. Desceu pela barriga, acariciou com a ponta dos dedos as laterais, os quadris, a parte interna das coxas.

Beijava o corpo do homem mais velho como quem agradece. Como quem venera.

— Eu não te amo por isso aqui — disse, apontando o membro ainda mole. — Eu te amo por isso aqui — e colocou a mão no peito de Augusto, sobre o coração.

— Mas eu sinto que te frustro.

— Me frustra quem mente. Quem some. Quem engana. Você nunca fez nada disso. Você me acolheu, me protegeu, me ensinou a amar. E se o seu corpo quiser descansar, eu fico aqui... só pra te cuidar.

Augusto puxou Felipe para perto, abraçou-o com força. Ficaram em silêncio por um tempo.

E então, quase sem aviso, ele começou a endurecer.

— Olha só... — murmurou Felipe com um sorriso — às vezes, é só amor o que precisa.

Augusto riu baixo. Puxou Felipe por trás, encaixou-se com calma. Não era como antes: não havia pressa, não havia violência. Era lento. Quente. Uma penetração profunda, com gemidos suaves e beijos no ombro, entre sussurros.

Fizeram amor assim. Como dois homens que se entendem. Que se respeitam. Que vivem o tempo como ele é: passageiro, mas precioso.

Depois, dormiram colados, como sempre.

E pela primeira vez em semanas, Augusto acordou antes do sol — com Felipe entre os braços e o coração leve.

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Comentários

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REALMENTE COM O PASSAR DOS ANOS O FÍSICO PODE NÃO RESPONDER COMO ANTES, MAS O QUE MAIS IMPORTA NUMA RELAÇÃO ENTRE DUAS PESSOAS NÃO É A PENETRAÇÃO EM SI, MAS OS SENTIMENTOS ENTRE ESSAS DUAS PESSOAS.

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