Desejo de Verão Entre Primos (Capítulo 2)

Um conto erótico de JustMe00
Categoria: Homossexual
Contém 1186 palavras
Data: 02/10/2025 00:26:52
Assuntos: Gay, Homossexual, Incesto

✧ Primeiros Dias ✧

A rotina de verão se instalou com a facilidade preguiçosa que só o calor de janeiro permite. As manhãs começavam tarde, com o som dos pássaros e o cheiro de café fresco que Daniel, surpreendentemente, fazia questão de preparar. Eles tomavam o café da manhã na varanda, em silêncio na maior parte do tempo, apenas observando o jardim verdejante que cercava a casa. Tiago com sua caneca de café com leite, Daniel com seu café preto e forte.

O contraste entre eles se tornava mais evidente a cada dia que passava. Daniel era um homem de ação. Passava parte do dia cuidando da casa, consertando uma cerca, limpando a piscina, sempre com o torso nu sob o sol, a pele bronzeando rapidamente e o suor brilhando em seus músculos. Tiago era o observador. Passava horas sentado em uma espreguiçadeira à sombra, com um livro no colo que raramente lia, seus olhos invariavelmente se desviando para a figura do primo em movimento.

Ele observava a maneira como os músculos das costas de Daniel se contraíam quando ele levantava algo pesado. Observava as gotas de suor que escorriam de suas axilas cheias, traçando um caminho pelo seu torso e desaparecendo na cintura de sua bermuda. Observava suas pernas peludas e fortes, plantadas com firmeza no chão. Era um estudo em masculinidade crua, uma fisicalidade que fascinava e intimidava Tiago.

"Vai ficar aí me secando ou vai me ajudar a tirar essas folhas da piscina?", Daniel perguntou certo dia, sem se virar, a voz carregada de um divertimento que fez Tiago corar.

"Eu não estava te secando", Tiago mentiu, fechando o livro com um baque suave. "Estava... apreciando a paisagem."

Daniel riu, um som grave e gostoso que ecoou pelo jardim. "A paisagem, sei. Vem, segura aqui a peneira."

Tiago se levantou e foi até a beira da piscina. Daniel lhe entregou o cabo longo da peneira, e seus dedos se tocaram por um breve instante. A pele de Daniel era quente e um pouco áspera. O toque foi rápido, acidental, mas enviou um choque pelo braço de Tiago. Ele se concentrou na tarefa, recolhendo as folhas da superfície da água, dolorosamente ciente da proximidade de Daniel, que agora estava ao seu lado, apontando para as folhas que ele havia deixado para trás.

"Você leva jeito pra coisa", Daniel brincou. "Se cansar da vida de sonhador, pode virar meu assistente de piscineiro."

"Acho que vou manter minhas opções em aberto", Tiago retrucou, tentando manter o tom leve, mas seu coração batia um pouco mais rápido.

À tarde, o calor se tornava insuportável, e a piscina era o único refúgio. Daniel mergulhava com um salto poderoso, espirrando água para todo lado. Tiago entrava com mais cautela, descendo os degraus, sentindo a água fria envolver seu corpo lentamente. A água era um equalizador. Nela, o peso de Tiago parecia diminuir, e a massa de Daniel se tornava mais fluida.

Eles jogavam bola, competiam em corridas desajeitadas de uma ponta a outra, e às vezes, apenas flutuavam, deixando o sol aquecer seus rostos. Nesses momentos, a conversa fluía mais facilmente. Falavam sobre o futuro incerto de Tiago, que havia se formado em letras, mas não sabia o que fazer com o diploma. Falavam sobre o trabalho de Daniel na oficina mecânica do pai, um futuro que ele aceitava com uma resignação pragmática.

"Você não queria fazer outra coisa?", Tiago perguntou uma tarde, enquanto flutuavam de costas, olhando para o céu azul sem nuvens.

Daniel ficou em silêncio por um momento. "Eu gosto de consertar coisas. Gosto de ver um motor que não funcionava voltar à vida. É simples. É real." Ele se virou na água para olhar para Tiago. "Nem todo mundo nasceu pra viver nas nuvens, primo."

A frase não foi dita com maldade, mas atingiu Tiago. Era verdade. Ele sempre viveu em seus sonhos, em suas histórias. Daniel vivia no mundo real, com as mãos sujas de graxa e os pés firmes no chão.

À noite, a dinâmica mudava novamente. Eles jantavam, às vezes preparavam a comida juntos na cozinha espaçosa. Depois, sentavam-se na varanda para sentir a brisa noturna. Daniel tomava uma cerveja, Tiago um copo de suco. O silêncio entre eles era diferente do silêncio matinal. Era mais denso, carregado com as tensões não ditas do dia.

Certa noite, uma tempestade de verão se formou. Raios distantes iluminavam o céu, e o som dos trovões era baixo e profundo. Eles decidiram assistir a um filme. A coleção de DVDs da casa era antiga e limitada. Acabaram escolhendo um filme de ação que ambos já tinham visto várias vezes.

Sentaram-se no sofá grande, mas a uma distância respeitosa um do outro. Conforme o filme avançava, no entanto, Daniel, relaxado, se esparramou, e seu braço acabou tocando o de Tiago. Novamente, aquele choque. Tiago não se moveu. Ele ficou ali, sentindo o calor do braço de Daniel contra o seu, os pelos curtos fazendo um leve atrito em sua pele lisa.

Ele podia sentir a respiração de Daniel, calma e ritmada. O cheiro dele, agora misturado com o da chuva que começava a cair lá fora, era inebriante. Tiago arriscou um olhar. O perfil de Daniel estava iluminado pelos clarões da TV. A mandíbula forte, os lábios cheios, a sombra da barba por fazer. Um desejo agudo e doloroso floresceu no peito de Tiago. Era uma sensação tão intensa que ele teve medo que Daniel pudesse ouvi-la, senti-la no ar.

Durante uma cena de explosão particularmente barulhenta, Daniel se moveu, e sua mão grande pousou na coxa de Tiago. Foi um gesto casual, uma reação ao filme, talvez. Mas a mão não se retirou. Permaneceu ali, pesada e quente sobre o tecido da bermuda de Tiago. Tiago prendeu a respiração. Seu corpo inteiro ficou tenso. Ele sentiu o calor da palma de Daniel se infiltrar em sua pele, aquecendo seu músculo, enviando ondas de calor diretamente para sua virilha.

Ele não conseguia se concentrar no filme. Toda a sua existência estava focada naquele ponto de contato. Naqueles cinco dedos que o prendiam ao sofá, ao momento. Ele queria que Daniel apertasse, que seus dedos se cravassem em sua carne. Queria que ele subisse a mão, que explorasse mais. Mas a mão permaneceu imóvel.

Depois de um minuto que pareceu uma eternidade, Daniel bocejou, se espreguiçou e, ao fazer isso, retirou a mão. "Estou morto. Acho que vou pra cama", ele disse, alheio ao turbilhão que havia criado dentro de Tiago. "Boa noite, primo."

"Boa noite", Tiago conseguiu sussurrar, sem se atrever a olhar para ele.

Ele ouviu os passos de Daniel subindo as escadas e o som da porta do quarto se fechando. Tiago permaneceu no sofá, o filme esquecido correndo na tela. O lugar em sua coxa onde a mão de Daniel estivera ainda formigava, queimava. A semente da tensão sexual, plantada nos primeiros olhares, havia germinado. E agora, regada por toques "acidentais" e uma proximidade constante, começava a crescer, selvagem e incontrolável, dentro dele. O verão estava apenas começando, mas Tiago sabia, com uma certeza assustadora, que ele não terminaria da mesma forma que começou.

Continua...

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Comentários

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tensão sexual ao vivo,no calor do verão,suor,olhares, tentação e sonho noturno

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Gostei do dois capítulos, promete muitas emoções . . . então, fico no aguardo da continuação !

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Muito obrigado pelo seu comentário! Novos capítulos em breve...

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