Riacho doce

Um conto erótico de Ribeirodenny
Categoria: Gay
Contém 543 palavras
Data: 14/10/2025 18:34:39

🏞️ Capítulo 1: O Silêncio Quebrado pelo Pop

O sol se punha sobre a Fazenda Riacho Doce, pintando o céu de tons alaranjados e roxos. O único som era o ranger dos sinos do gado e o chiado de uma chaleira no fogão de lenha.

Jackson Ribeiro, 28, estava na varanda da administração, o boné abaixado cobrindo os olhos castanhos, tentando conferir um talão de notas fiscais. O cheiro de terra molhada era seu perfume. O sotaque carregado se tornava mais forte quando ele murmurava, irritado: "Trem danado de complicado."

O Peso da Tradição

Na cozinha, Marilda (57) lavava uma travessa, o olhar preocupado. Ela cuidava de Jackson desde bebê e temia que a chegada da "gente da capital" trouxesse problemas.

"Jackson, cê tem certeza que esses meninos vão saber cuidar das coisas? Vão é quebrar tudo com esse negócio de internet na roça," ela resmungou, sem tirar os olhos da janela.

"Eles são os 'parceiros' do projeto, Marilda," Jackson respondeu com um suspiro pesado, "O dinheiro do adiantamento já caiu. Agora a gente aguenta. Só não quero amizade com estranhos que vêm falar de computador no meio do pasto. Vão é me atrasar."

O capataz Paulo Roberto (25), entrava limpando as mãos no macacão, os olhos azuis apertados de desconfiança. Ele nutria um amor silencioso por Jackson e via esses visitantes como uma ameaça direta.

"Esses caras vão fazer a vaca dar leite por aplicativo agora?" Paulo ironizou, "Parece palhaçada. Se eles não souberem nem fechar o portão direito, a gente bota pra correr."

Jackson apenas balançou a cabeça. Ele sabia que o ciúme de Paulo era mais sobre a atenção dele do que sobre o gado, mas preferiu não comentar. Ele não tinha cabeça para lidar com os próprios sentimentos, muito menos com os do melhor amigo.

A Chegada do Caos

De repente, o silêncio da fazenda foi rasgado.

Um som alto e estridente de música pop eletrônica ecoou pela propriedade. O hit "A Queda" de Gloria Groove invadiu o ar, misturando-se com o cheiro de mato e estrume. Segundos depois, uma SUV preta de luxo, completamente enlameada até os vidros, surgiu na estrada de terra, freando bruscamente.

Jackson tirou o boné, massageando a testa. Lá vem o problema, pensou.

Cinco pessoas saíram do carro. Quatro, incluindo o líder do projeto Gabriel e a metódica Lívia, pareciam constrangidos com a sujeira e a música. Mas o último, Pietro Vianna (26), usava uma calça de sarja branca (agora marrom de lama) e uma jaqueta de couro que parecia custar a colheita de um mês.

Pietro olhou para o carro, depois para o barro, depois para Jackson. Ele ergueu a mão para desligar o som com um gesto de nojo.

Jackson colocou o boné de volta e caminhou em passos lentos e firmes até eles.

"Ocês tão atrasado," Jackson declarou, com seu sotaque mineiro bem carregado, a voz baixa, mas firme. "O trator tá parado lá na estrada pra puxar a bagaça de ocês. Essa lama toda não foi brincadeira."

Pietro o encarou de cima a baixo, um sorriso de superioridade nos lábios.

"Olha, não precisava de tanto teatro, caipira! É só nos dizer onde é o maldito Wi-Fi e onde podemos lavar este carro," Pietro retrucou, o sotaque ligeiramente europeu se destacando.

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EPA. JÁ DÁ UMA RESPOSTA PRA ESSE IDIOTA DO PIETRO PRA ELE SE SITUAR. BABACA.

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