O eco da mordida de João Victor no meu ombro demorou dias para desaparecer, a mancha roxa escura um lembrete constante sob a camisa. Mas a marca psicológica, essa era permanente, gravada a ferro quente na minha alma. Eu vivia num estado de dormência ansiosa, o corpo ainda dolorido em pontos estratégicos, a mente presa num loop vicioso, revivendo cada toque, cada ordem, cada humilhação com uma mistura doentia de repulsa e desejo febril. Eu me tornara um viciado esperando a próxima dose, odiando a necessidade que me corroía, mas completamente incapaz de resistir à atração magnética daquele abismo escuro e excitante que os irmãos representavam. A pergunta não era se eles me chamariam de novo, mas quando. E, mais assustadoramente, como seria da próxima vez.
Na quinta-feira à noite, enquanto eu tentava inutilmente me concentrar em algum trabalho no computador, a resposta chegou na forma de uma notificação estridente no celular. Um novo grupo de WhatsApp. O nome era uma bofetada na cara, brutalmente direto: "Brinquedo". Os únicos outros membros: Pedro e João Victor. Meu estômago se contraiu, gelado. Antes que eu pudesse sequer respirar fundo, duas mensagens pipocaram na tela, uma atrás da outra.
A primeira era uma foto. Os dois irmãos, lado a lado, provavelmente no vestiário improvisado do campinho de futebol onde jogavam. Estavam sem camisa, os torsos definidos brilhando de suor sob a luz fluorescente fraca, os músculos tensos. Os shorts de futebol, um verde e um branco, colados às coxas musculosas e grossas. Nos rostos, expressões sérias, quase impassíveis, mas com um brilho de poder nos olhos escuros. E entre eles, segurando juntos como um troféu compartilhado, estava uma coleira. Uma coleira de couro preta, grossa, com argolas de metal pesadas. Uma coleira de cachorro, inconfundível.
A segunda mensagem era texto, curta, imperativa:
"Sexta. 20h. Sem atrasos. Esteja no seu apartamento. E queremos você pronto para ser usado."
O ar fugiu dos meus pulmões. Senti uma tontura súbita. Era uma ordem. Uma convocação para a minha própria degradação. A foto da coleira era uma escalada deliberada na humilhação, um teste claro para medir os limites da minha submissão. O medo era real, palpável, um nó frio se formando na minha garganta, ameaçando me sufocar. Mas por baixo da camada de pânico, a excitação fervia, uma corrente elétrica percorrendo meu corpo, endurecendo meu pau instantaneamente dentro da calça, uma resposta traiçoeira e involuntária. Não havia escolha a ser feita. A decisão já fora tomada por eles, e meu corpo já a aceitara. Eu era o brinquedo deles. E na sexta-feira, às 20h em ponto, eu estaria no meu apartamento, pronto para ser usado
A sexta-feira se arrastou como uma tortura lenta. Cada hora era uma eternidade de antecipação nervosa. Às 19h50, eu estava no meu apartamento, o coração batendo tão forte que parecia querer sair pela boca. As luzes estavam acesas. Respirei fundo e esperei.
O interfone tocou. Tremi e mandei subirem. Quando abri a porta, eles não sorriram, apenas me olharam de cima a baixo, avaliadores. João Victor estava vestido com uma calça de moletom escura e uma camiseta de manga comprida. Pedro usava uma calça cargo e uma camiseta larga, que delineava seus ombros largos. O cheiro masculino preencheu o ar, uma mistura intoxicante que me deixou ainda mais desnorteado.
— Pontual. Bom garoto — Pedro disse, a voz neutra. Abri mais a porta e eles entraram .
O silêncio na sala era pesado, carregado de uma eletricidade palpável. Nenhum dos dois disse nada por um momento, apenas me observando, me medindo, como se estivessem decidindo por onde começar.
— Tira a roupa — ordenou João Victor, dando um passo em minha direção. — Tudo.
Obedeci, minhas mãos desajeitadas desabotoando a camisa, abaixando a bermuda. Cada peça que caía no chão parecia me deixar mais vulnerável, mais exposto sob os olhares atentos e críticos dos dois irmãos. Fiquei completamente nu no meio da sala, sentindo meu rosto queimar, o corpo tremendo levemente, não de frio, mas de uma mistura de vergonha, medo e uma excitação quase dolorosa.
— Vira — comandou Pedro.
Virei-me de costas para eles, sentindo os olhares deles percorrendo minhas costas, minha bunda, minhas pernas. Ouvi um risinho baixo de João Victor.
— Bunda boa pra levar tapa — ele comentou, e senti a ponta dos dedos dele roçarem minha nádega direita, um toque leve, quase casual, mas que me fez estremecer.
— Agora veste isso — Pedro disse, jogando uma venda nos meus pés.
Abaixei-me, peguei a peça, cobri os olhos e a escuridão me engoliu. Não era apenas a ausência de luz, mas um vácuo denso que se instalou, cortando minha conexão com o mundo visível. Meus olhos, agora inúteis, não podiam mais me guiar, e a sensação de vulnerabilidade se intensificou, transformando-se em uma vertigem que me desequilibrava. Endireitei-me, sentindo-me ridículo, degradado, e completamente à mercê do que viria, sem a menor ideia do que me esperava. O ar ao meu redor parecia vibrar com a presença deles, cada movimento, cada respiração, amplificados pela minha cegueira forçada.
— Vira pra gente de novo — ordenou João Victor.
Virei-me lentamente, o som dos meus próprios passos ecoando na escuridão, a incerteza de onde eles estavam me corroendo. A voz de João Victor parecia vir de um ponto à minha frente, mas a ausência de visão distorcia a percepção espacial. Os dois me olharam, um brilho de diversão cruel nos olhos que eu não podia ver, mas podia sentir, como um calor invisível sobre minha pele. Pedro se aproximou, seus passos suaves no tapete, mas o ar se movendo ao meu redor me alertava de sua proximidade. Ele circulou ao meu redor como um predador inspecionando a presa, e eu podia sentir o deslocamento do ar, a temperatura de seu corpo irradiando, mesmo sem vê-lo.
— Mãos para trás — Pedro comandou, parando atrás de mim. Senti suas mãos firmes agarrarem meus pulsos, a pressão exata, inconfundível. Ele pegou algo e passou nos meus pulsos – corda fina, mas resistente. O atrito da corda contra minha pele, o som sutil do nó sendo apertado, tudo se tornou agudamente perceptível. Em poucos segundos, minhas mãos estavam firmemente amarradas atrás das minhas costas. A restrição aumentou meu pânico, mas também intensificou a sensação de entrega, de impotência. O sangue parecia pulsar mais forte em meus pulsos, um lembrete constante da minha nova condição.
— Agora começa a diversão — Pedro sussurrou no meu ouvido, sua voz grave e rouca, o hálito quente em minha pele, um arrepio percorrendo minha espinha. O som parecia vibrar dentro da minha cabeça, e então, ele me empurrou com força na direção do sofá. Caí de joelhos sobre o tapete felpudo, o impacto abafado, mas a dor nos joelhos, aguda. As mãos presas me impediam de amortecer a queda, e a sensação de desamparo era total.
Fiquei ali, de joelhos, a cabeça baixa, a respiração ofegante, esperando. O silêncio que se seguiu era pesado, preenchido apenas pelo som da minha própria respiração e pelo batimento acelerado do meu coração. Ouvi passos, o ranger sutil do sofá, e senti a presença deles se posicionando à minha frente, o ar ao meu redor se tornando mais denso, mais carregado.
Pedro sentou no sofá, as pernas afastadas, um sorriso satisfeito no rosto que eu só podia imaginar. Ouvi o som abafado de tecido e o leve estalo de um tênis sendo retirado. João Victor estava de pé ao lado dele, os braços cruzados novamente, a expressão dura que eu sentia pairar sobre mim.
— Lambe — ordenou João Victor, sua voz cortante, e senti uma mão firme em minha nuca, abaixando minha cabeça até o pé direito de Pedro. O cheiro forte e salgado de suor invadiu minhas narinas, misturado ao odor de borracha da meia branca. Era um cheiro cru, íntimo, que me causava náusea e, ao mesmo tempo, me prendia. Minha língua tocou o tecido úmido sobre seus dedos, a textura áspera da meia, o calor do pé por baixo, uma humilhação que me excitava de forma inesperada. Lambi cada centímetro, o som molhado da minha língua contra a meia, o sabor salgado, tudo amplificado na escuridão. Eu podia sentir o olhar atento e divertido de Pedro, e o olhar frio e impaciente de João Victor, mesmo sem vê-los.
— Agora o outro — Pedro comandou quando terminei o primeiro.
Repeti o processo na outra meia, sentindo a humilhação queimar em meu peito. Quando terminei, Pedro não retirou o pé. Em vez disso, ele pressionou a sola suja contra meu rosto, empurrando minha cabeça para baixo, forçando minha bochecha contra o tapete áspero, um lembrete constante da minha posição.
— Fica aí, cachorrinho. Bem quietinho enquanto a gente conversa — ele disse, aplicando mais pressão. O som da sua voz era abafado pela proximidade do meu rosto com o chão. Eu mal conseguia respirar, a humilhação era esmagadora.
— Tá vendo, Pedro? — João Victor disse, agachando-se ao meu lado, a voz cheia de escárnio, tão perto que eu podia sentir o calor de seu corpo. — Ele nem reclama. Nasceu pra ficar aí embaixo, com a cara no chão, cheirando nossa sujeira.
Pedro riu, um som baixo e satisfeito, e finalmente tirou o pé do meu rosto, mas uma sensação de pressão e calor que persistia. Ele se inclinou e ouvi o farfalhar de couro, o som da coleira preta sendo pega.
— Hora de colocar o acessório principal.
Ele passou a coleira em volta do meu pescoço. O couro era frio contra a minha pele, um contraste chocante com o calor do pé de Pedro. Apertou a fivela, não a ponto de sufocar, mas firme o suficiente para que eu sentisse a pressão constante, o símbolo da minha subjugação. Havia uma argola de metal na frente.
— Agora você parece completo — João Victor comentou, aproximando-se. Ele se agachou na minha frente e ouvi ele tirar algo do bolso da calça. O cheiro, uma mistura de borracha e um odor íntimo, inconfundível, atingiu minhas narinas. Eram dois invólucros de camisinha, já abertos e usados. — A gente guardou um presentinho pra você.
— Essa aqui é do Pedro. Cheira.
Ele aproximou a camisinha do meu nariz. Obedeci, inalando o cheiro. Era íntimo, masculino, a prova física do prazer dele e a sensação de náusea se misturava com uma curiosidade mórbida.
— Agora limpa. Com a língua.
Abri a boca hesitante e passei a língua pelo látex melecado, a textura escorregadia, o gosto salgado, químico, com um fundo amargo. Limpava os resquícios de sêmen e lubrificante, o som molhado da minha língua contra o látex, tudo amplificado na escuridão. Ele me fez limpar a camisinha inteira, virando-a para que eu não perdesse nenhum canto, e cada movimento era uma tortura sensorial.
— Engole — ele ordenou quando terminei.
Engoli em seco, sentindo o gosto residual na garganta, a sensação pegajosa descendo. Era uma humilhação profunda, mas meu pau estava duro como pedra, latejando de desejo, uma resposta traiçoeira do meu corpo.
— Agora a minha — João Victor disse, pegando a outra camisinha usada. Repetiu o processo: cheirar, limpar meticulosamente com a língua, engolir o que restava. A humilhação era profunda, visceral, mas meu pau estava duro como pedra, latejando de desejo.
— Puta que pariu, você gosta mesmo dessa merda, né? — Pedro riu, levantando-se do sofá, o som de seus movimentos. João Victor também se levantou. Os dois se posicionaram sobre mim, que continuava ajoelhado, a cabeça baixa. Eu podia sentir a sombra de seus corpos sobre mim, o ar ao meu redor se tornando mais frio, mais denso.
— Hora do batismo duplo, brinquedo — disse João Victor, sua voz grave, carregada de antecipação. — Abre a boca. Queremos ver sua cara enquanto a gente te enche.
Hesitante, levantei o rosto, a escuridão me impedindo de ver suas expressões, mas eu podia sentir o peso de seus olhares. Ouvi ambos baixarem as calças quase simultaneamente.
Dois jatos quentes e fortes me atingiram ao mesmo tempo. Um no rosto, encharcando a venda, o líquido escorrendo pelos meus olhos, nariz e boca aberta. O outro no meu peito e ombros, encharcando minha pele. O cheiro forte e amoniacal me envolveu, sufocante. Tentei virar o rosto, mas a mão de Pedro segurou minha cabeça firmemente no lugar.
— Engole, porra! Bebe tudo! É o nosso presente pra você! — ele gritou por cima do som dos jatos.
Engasguei, tossi, mas fui forçado a engolir o líquido quente e salgado que enchia minha boca. O fluxo parecia interminável. Senti a urina deles escorrer pelo meu corpo, molhando o tapete ao meu redor. Era a degradação máxima, ser transformado num mictório humano para os dois irmãos. Quando finalmente pararam, eu estava tremendo, encharcado, ofegante, o gosto amargo na boca, o cheiro impregnado em mim.
— Isso... bom cachorro — Pedro disse, rindo, o som de sua risada ecoando na escuridão. Ele agarrou a argola da coleira, o metal frio contra minha garganta. — Vem.
Ele me puxou pela coleira, a pressão em meu pescoço me guiando. Fui conduzido até o centro da sala, arrastado pelo chão, e forçado a ficar com a cara no chão novamente e com a bunda para cima, como um animal encharcado e humilhado. A textura do tapete contra meu rosto, a sensação de estar exposto, tudo se intensificava na ausência de visão.
— Empina essa bunda pra gente — João Victor ordenou, parando atrás de mim. Senti suas mãos grandes agarrarem meus quadris, puxando-os para cima. — Bem aberta. Pronta pro que vem aí.
A situação escalou rapidamente. Enquanto um dos irmãos me segurava pelos cabelos, forçando minha boca em seu membro já duro, o outro me virou sem cerimônia, expondo minha entrada traseira. Senti a pressão inicial, seguida pela invasão quente e firme enquanto ele me penetrava analmente. Gemidos abafados escapavam da minha garganta, misturados aos sons obscenos que preenchiam o quarto. Então, como se tivessem combinado, eles trocaram. O que estava em minha boca passou para trás, e o que me possuía por trás agora exigia minha submissão oral. A troca foi rápida, brutal, me deixando sem fôlego, completamente à mercê de seus desejos conjuntos, meu corpo sendo usado como um mero receptáculo para o prazer deles. Quando pararam, eu já avia gozado, sem me tocar. Porém, eles ainda não.
— Abre bem essa bunda, puta. Hoje você vai sentir o que é ser fodido de verdade — rosnou João Victor, sua voz grave e ameaçadora, vibrando no ar.
Senti as mãos firmes afastando minhas nádegas, a pele esticando, expondo minha entrada já sensível de minutos anteriores. E então, senti o cuspe quente e abundante de ambos molhando minha pele. A tensão era quase insuportável, cada nervo do meu corpo em alerta.
Senti mãos firmes afastando minhas nádegas, expondo minha entrada já sensível de minutos anteriores. E então, senti o cuspe quente e abundante de ambos molhando minha pele, preparando o caminho. A tensão era quase insuportável.
— No três. Quero entrar junto com você, Pedro — ouvi João Victor dizer.
—! AGORA!
Senti duas pressões distintas e brutais contra minha entrada ao mesmo tempo. Duas cabeças de pau forçando passagem simultaneamente no mesmo buraco. A dor foi excruciante, cegante. Um grito agudo rasgou minha garganta, mas foi abafado pela mão de Pedro que rapidamente cobriu minha boca. Senti como se estivesse sendo rasgado ao meio. Meus músculos se contraíram violentamente, tentando expulsar os invasores, mas eles empurraram com mais força, implacáveis.
— Relaxa a porra do cu ou vai rasgar! — gritou João Victor, a voz tensa pelo esforço.
Tentei obedecer, tentei respirar, mas a dor era avassaladora. Senti os dois paus deslizando lentamente para dentro, esticando-me ao limite absoluto. Era uma sensação de preenchimento tão extrema que beirava o insuportável. Cada milímetro conquistado por eles era uma agonia e, paradoxalmente, uma fonte de prazer perverso e profundo. Eu podia sentir a textura de suas peles, o calor de seus corpos, a pulsação de seus membros, tudo em uma sinfonia de sensações dolorosas e excitantes.
Finalmente, ambos estavam completamente dentro. O aperto era inacreditável. Eu podia sentir os dois corpos pulsando dentro de mim, ocupando todo o espaço, pressionando um contra o outro através das minhas paredes internas. Minha respiração vinha em arquejos curtos e dolorosos contra a mão de Pedro.
— Puta que pariu... olha isso, João... cabe direitinho... — Pedro disse, a voz rouca de excitação.
— Apertado pra caralho... Delícia... — respondeu João Victor.
E então, eles começaram a se mover. Não em uníssono, mas em ritmos ligeiramente diferentes, criando um atrito interno caótico e avassalador. Um empurrava enquanto o outro recuava ligeiramente. A sensação era indescritível, uma sobrecarga sensorial que me deixou completamente perdido. Eu era apenas um buraco sendo usado por dois machos dominantes, um receptáculo para o prazer compartilhado deles. Lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto, misturando-se ao suor e à urina seca.
Continuaram assim, fodendo meu cu simultaneamente, por um tempo que pareceu infinito. Os sons eram obscenos: o bater de pele contra pele multiplicado por dois, os gemidos guturais deles, meus próprios soluços abafados. A dor inicial havia diminuído um pouco, substituída por uma sensação de preenchimento extremo e um prazer cru e masoquista.
Senti a tensão crescendo neles novamente. Os movimentos ficaram mais rápidos, mais desesperados, mais descoordenados, a pressão dentro de mim aumentando.
— Vou gozar! — gritou João Victor.
— Espera, porra! Quero gozar junto! — respondeu Pedro, acelerando suas estocadas.
E então, senti ambos endurecerem dentro de mim quase ao mesmo tempo. Dois espasmos violentos, duas ondas de calor intenso me preenchendo por dentro. Gozaram juntos, um fluxo duplo e abundante inundando meu interior. O espasmo final me fez arquear as costas, um gemido longo e sofrido finalmente escapando quando Pedro afrouxou a mão da minha boca.
Eles permaneceram dentro de mim por alguns segundos, pulsando, antes de se retirarem lentamente, deixando-me vazio, dolorido e tremendo incontrolavelmente, o líquido quente escorrendo por entre minhas pernas.
Mal tive tempo de processar o que havia acontecido. Ouvi João Victor se movendo.
— Ainda não acabou, brinquedo. A gente só começou a esquentar.
Ele me puxou pela coleira, arrastando-me pelo chão – meu corpo exausto e melecado mal oferecendo resistência – até me jogar de costas no tapete. Pedro se aproximou, um sorriso cruel nos lábios que eu não podia ver, mas podia sentir a presença, o ar ao meu redor se tornando mais frio..
— Gostou da nossa dupla? Achou que ia ser só isso? — ele perguntou, ajoelhando-se ao meu lado.
João Victor riu. — A gente tem mais ideias.
Ele pegou meus tornozelos e puxou minhas pernas para cima e para os lados, abrindo-as o máximo possível, expondo minha entrada agora visivelmente maltratada, vermelha e latejante. Pedro pegou sua cueca e do João Victor.
— Vamos ver o quanto você aguenta. Queremos ouvir você implorar de verdade agora.
Ele dobrou as cuecas e enfiou na minha boca, amordaçando-me. Aquele de pré-gozo, misturado com mijo e suor invadiu minha boca, e eu mal conseguia respirar. A mordaça me impedia de gritar, mas os sons abafados de desespero ainda escapavam. Senti a mão de João Victor apertar meu pescoço, não a ponto de me sufocar, mas o suficiente para me lembrar de quem estava no controle. Pedro, então, ouvi o estalar de um isqueiro e o cheiro adocicado de cera de vela queimando. Senti o calor se aproximar da minha pele, e logo uma gota quente e espessa atingiu minha entrada já sensível. O choque térmico foi excruciante, uma dor ardente que me fez contorcer, mas a mordaça impedia qualquer som audível. Ele continuou, as gotas de cera derretida caindo em pontos diferentes, intensificando a sensação de queimação e formigamento. Meus músculos se contraíam involuntariamente, mas eles não paravam, observando minha agonia com um brilho sádico nos olhos que eu não podia ver, mas podia sentir, como um peso invisível sobre mim..
Quando finalmente pararam com a cera, minha pele ardia intensamente, coberta de arrepios e latejante. Eu soluçava, exausto pela dor. João Victor se posicionou entre minhas pernas abertas novamente.
— Agora você vai sentir diferente. Mais devagar.
Ele cuspiu abundantemente na minha entrada machucada e penetrou novamente. Desta vez, o ritmo era insuportavelmente lento, quase torturante. Cada movimento parecia calculado para maximizar a sensação, o atrito na minha pele já sensível. Enquanto isso, Pedro se sentou sobre meu peito, seu peso me imobilizando ainda mais. Ele começou a se masturbar lentamente, eu sentindo a presença do seu pau grosso e pulsante a centímetros do meu rosto.
— Você vai engolir essa porra de novo. Mas só quando eu mandar.
João Victor continuava a me foder lentamente por trás, suas mãos explorando meu corpo dolorido, apertando meus mamilos com força, torcendo-os, me fazendo gemer de dor e prazer contraditórios, os sons abafados pela mordaça. A combinação da penetração lenta e profunda com a presença do pau de Pedro se preparando para gozar na minha cara era uma tortura psicológica e física que me levava ao limite da sanidade.
— Pede pra ele gozar na sua cara, vadia — João Victor ordenou, dando uma estocada mais funda, enquanto predo tira as cuecas da minha boca. — Implora direito.
— Por favor... Pedrinho... goza em mim... me suja... — consegui balbuciar entre soluços.
Pedro sorriu, um brilho sádico nos olhos. — Ainda não. Quero ver você sofrer mais um pouco. Quero ver você implorar mais.
Ele acelerou a masturbação, o pau ficando ainda mais duro, mais latejante, o pré-gozo pingando no meu queixo. João Victor também aumentou o ritmo da penetração, as estocadas ficando mais rápidas, mais brutais novamente, atingindo minha próstata repetidamente. Eu estava sendo bombardeado por estímulos, prestes a desmaiar ou gozar involuntariamente.
— AGORA! — gritou Pedro.
Ele explodiu. O jato quente e grosso atingiu meu rosto, minha boca aberta. Engoli o que pude, o gosto familiar me preenchendo. No mesmo instante, senti João Victor ter um último espasmo violento dentro de mim, um fluxo final quente preenchendo meu interior já saturado, me fazendo gritar contra a mão de Pedro que voltou a tampar minha boca no último segundo.
Fiquei ali, deitado no tapete, por um longo tempo depois que eles terminaram. Meu corpo era uma confusão de dores, fluidos e exaustão total. Minha bunda e coxas ardiam, minha garganta estava dolorida, minha entrada parecia em chamas, e meu rosto estava coberto pela porra dos dois, misturada à urina seca. As mãos ainda estavam amarradas, a coleira ainda apertava meu pescoço e eu não enxergava nada. Eu me sentia completamente destruído, mas estranhamente vivo, cada sensação, cada dor, cada prazer, amplificado pela escuridão..
João Victor se abaixou e, com uma força surpreendente, desamarrou meus pulsos, o alívio imediato da pressão, o sangue voltando a circular com um formigamento doloroso. Em seguida, retirou a venda. O brilho da luz invadindo meus olhos foram mais um choque no meu sistema sobrecarregado, a visão retornando lentamente, embaçada no início, depois nítida. Pedro, por sua vez, soltou a fivela da coleira. O alívio da pressão foi imediato, mas a marca vermelha em meu pescoço permaneceu, um colar invisível de posse, uma lembrança gravada na pele.
Eles se levantaram, movendo-se com uma calma desconcertante, como se tivessem acabado de terminar um treino pesado. Observaram-me de cima, um objeto quebrado e sujo no chão da sala. Pedro jogou a coleira sobre meu peito nu e melecado.
— Fica pra você. Pra não esquecer seu lugar — disse ele, a voz desprovida de qualquer emoção, o que era ainda mais assustador.
— Queremos você usando ela da próxima vez — Complementou João Victor.
A frase "da próxima vez" ecoou na minha mente, uma promessa e uma ameaça.
Eles se vestiram em silêncio, calçando os tênis, pegando suas mochilas. Não havia mais nada a ser dito. A performance havia acabado. Antes de sair, João Victor parou na porta e olhou para trás, para a bagunça que era eu, no meio da minha sala profanada.
Então, eles se foram. A porta se fechou com um clique suave, deixando-me sozinho no silêncio ensurdecedor, rodeado pela minha própria sujeira e degradação.
Aquela noite não foi um fim, mas um começo brutal. As semanas seguintes se desdobraram numa rotina perversa e viciante. Às vezes, era só Pedro quem chamava, com sua dominação fria e calculista. Outras vezes, apenas João Victor, mais impulsivo e agressivo. Eu obedecia, servia, suportava. Cada encontro deixava novas marcas, físicas e mentais. Mas nada se comparava à eletricidade crua, à intensidade avassaladora de quando os dois estavam juntos. Eram esses os momentos que eu passei a aguardar com uma mistura doentia de pavor e desejo febril, sabendo que era ali, sob o domínio conjunto deles, que minha submissão encontrava seu propósito mais sombrio e excitante. Eu era o brinquedo deles, e a espera pela próxima sessão com ambos se tornou o centro distorcido da minha existência.