Rafael sempre foi mais que um amigo; era o irmão que a vida me deu. Dividimos a infância na mesma rua, os cadernos na mesma sala de aula, os segredos sussurrados na madrugada, as garrafas de cerveja barata na calçada e as ressacas monumentais que marcavam o fim da adolescência e o início da vida adulta. Fui padrinho do casamento dele, um nó na garganta disfarçado de sorriso enquanto o via dizer "sim". Depois disso, a vida adulta, com suas demandas e rotinas, nos afastou um pouco. Os encontros ficaram mais esporádicos, geralmente confinados aos churrascos de domingo ou aniversários na casa da mãe dele, eventos familiares onde o passado e o presente se misturavam em meio ao cheiro de fumaça e às conversas cruzadas.
E era nessas ocasiões que Pedro, o irmão mais novo do Rafael, invariavelmente marcava presença. Por anos, ele foi apenas isso na minha mente: o "Pedrinho", o moleque magrelo e calado que orbitava o irmão mais velho, sempre com um controle de videogame nas mãos ou chutando uma bola murcha no quintal. Mas a faculdade, aquele caldeirão de transformações, o havia mudado de uma forma que me pegou desprevenido. Longe de casa, ele não apenas cresceu; ele se descobriu. Descobriu um prazer sombrio e excitante em comandar, em ver outros homens, subjugados por sua presença, se curvarem à sua vontade. Essa descoberta interna se refletiu no exterior. A academia e o futebol incessante esculpiram um corpo que antes era esguio, transformando-o em pura fibra e músculo definido, bronzeado pelo sol dos campos. Ele trocou as camisetas largas por roupas que acentuavam sua nova forma, especialmente aqueles shorts de futebol, justos, que pareciam desenhados para emoldurar a bunda firme e insinuar o volume entre as pernas. O menino tímido havia se metamorfoseado em um homem. E que homem.
Quase sempre o encontrava assim: camiseta do Palmeiras, invariavelmente verde ou branca, abraçando o peitoral, e o short curto, deixando as coxas torneadas à mostra, uma visão que parecia calculada para incendiar a imaginação. Ele fingia não notar meus olhares, a forma como meus olhos, quase contra minha vontade, mapeavam cada contorno de seu corpo, cada músculo que se movia sob a pele lisa, impecavelmente depilada – um hábito que ele dizia ser "por causa do futebol", mas que eu suspeitava ter outras motivações. Eu desejava cada centímetro daquela pele branca, cada linha daquele corpo jovem e potente, mas me escondia atrás do papel conveniente de "amigo gay do irmão dele", um rótulo que me protegia e me condenava ao mesmo tempo. Eu via o brilho nos olhos dele às vezes, uma faísca de reconhecimento, talvez de diversão, ao perceber o efeito que causava em mim. Mas era só isso, uma faísca, nunca uma chama.
Naquele sábado específico, o calor pairava sobre a cidade como um cobertor pesado e úmido. O ar estava parado, denso, carregado de uma eletricidade que parecia antecipar uma tempestade. Fazia semanas que eu não tinha nenhum alívio, nenhum encontro casual que aplacasse a tensão que se acumulava em meu corpo. O desejo era uma coceira constante sob a pele, uma fome que me deixava inquieto. E então, a mensagem de Rafael chegou, casual como sempre: "Cola aqui em casa, bora queimar uma carne". Era o convite de sempre, mas naquele dia, pareceu uma tábua de salvação.
Quando estacionei em frente à casa, uma estranheza me atingiu. Silêncio. Nenhum som de conversa animada, nenhuma música tocando, nem mesmo o cheiro característico de carvão e carne começando a assar. Apenas o zumbido baixo e distante de uma televisão ligada em algum cômodo e o tique-taque insistente do relógio antigo na parede da cozinha, cada segundo amplificado pela quietude inesperada. O sol da tarde entrava pelas frestas da persiana, desenhando listras de luz na poeira suspensa no ar, criando uma atmosfera quase irreal, suspensa no tempo.
Empurrei o portão, que rangeu baixo, e chamei por Rafael. Nenhuma resposta. Entrei na sala, sentindo o ar abafado me envolver. Foi quando ouvi passos no corredor. Leves, ritmados. Definitivamente não era o andar pesado e desajeitado do meu amigo.
Era Pedro.
Ele surgiu na entrada da sala, e o ar pareceu ficar ainda mais denso. O sorriso que ele ostentava não era o habitual, aquele meio tímido, meio brincalhão. Havia algo mais ali, uma malícia afiada, quase predatória. Era o sorriso de um caçador que finalmente encurralou a presa. Vestia a indefectível camiseta verde do Palmeiras, um pouco mais folgada que o usual, mas ainda assim incapaz de esconder completamente o volume do peitoral e dos braços. As mangas, apertavam os bíceps. E o short branco, ah, o short branco... justo como sempre, talvez mais do que o habitual, realçando sem pudor o volume que se projetava entre suas pernas. Seus cabelos estavam úmidos, como se tivesse acabado de sair do banho, e algumas gotas de água escorriam pelo pescoço, traçando um caminho que meus olhos seguiram com avidez.
— Fala aí — a voz dele soou mais grave do que eu me lembrava, preenchendo o silêncio da sala. Ele caminhou em minha direção, os passos lentos, calculados, cada movimento exalando uma confiança recém-descoberta. — Pode entrar. O Rafael teve que buscar a mãe lá no sítio. Imprevisto. Mandaram avisar pra você esperar aqui.
— Ah... beleza, então — consegui responder, a voz saindo um pouco mais rouca do que o normal. Lutei para manter o contato visual, para focar naqueles olhos castanhos que agora pareciam mais escuros, mais intensos. Mas meus olhos eram traidores, escorregando inevitavelmente para baixo, para a curva do pescoço, para o V da gola da camiseta onde a pele se revelava, para o contorno exato do volume sob o tecido fino do short.
Pedro percebeu. Claro que percebeu. Um riso baixo, gutural, escapou de seus lábios, um som que vibrou no ar e pareceu reverberar dentro de mim. Era o riso de quem sabe um segredo, de quem finalmente decidiu parar de jogar.
— Tá um forno hoje, né? — ele comentou, passando a língua lentamente sobre os lábios, um gesto deliberado, quase obsceno, enquanto seus olhos não deixavam os meus.
— Tá... tá bem quente — gaguejei, sentindo o sangue esquentar em minhas veias, o calor subindo pelo meu pescoço.
— Quer uma cerveja gelada pra refrescar? — ele ofereceu, caminhando até a geladeira. Abriu-a, e a luz fria iluminou seu perfil por um instante. Ele pegou duas latas, fechou a porta com o quadril e se virou para mim. — Ou talvez... você prefira outra coisa?
A pausa antes de "outra coisa" foi carregada de significado. O tom de voz baixou ainda mais, tornando-se um sussurro rouco, íntimo. Cada pelo do meu corpo se eriçou. Aquele não era o Pedrinho brincalhão que eu conhecia. Era outra pessoa, alguém com uma intenção clara, afiada como uma navalha, brilhando em seus olhos.
Ele se aproximou, estendendo uma das latas geladas. Nossos dedos se roçaram quando a peguei, e uma corrente elétrica pareceu percorrer meu braço. Ele não se afastou. Ficou ali, perto demais, o cheiro dele – uma mistura de sabonete, suor fresco e algo mais, algo puramente masculino e excitante – invadindo meus sentidos.
— Você sempre me olhou desse jeito? — a pergunta veio direta, sem rodeios, quebrando a tensão com uma clareza brutal. Seus olhos me perscrutavam, intensos, como se pudessem ler cada pensamento lascivo que eu tentava esconder.
— Assim... como? — minha voz era um fio, a garganta seca.
Ele riu novamente, aquele som baixo e rouco que fazia meu estômago se contrair. E então, num gesto lento e deliberado, sua mão desceu até o próprio short. Ele não apenas tocou, ele agarrou o volume ali presente, apertando-o, exibindo-o sem qualquer traço de vergonha, o tecido branco esticando sob a pressão.
— Assim — ele disse, a voz carregada de uma certeza cruel. — Como se quisesse devorar isso aqui com a boca.
O mundo pareceu parar. O sangue abandonou meu rosto em uma corrida desenfreada, concentrando-se todo em meu membro, que latejou dolorosamente dentro da bermuda, já completamente duro. Fiquei paralisado, mudo, exposto. A máscara do "amigo gay do irmão" se estilhaçou, revelando o desejo cru que eu mantinha trancado a sete chaves.
Pedro sorriu, um sorriso satisfeito, vitorioso. Ele se aproximou ainda mais, fechando o espaço que restava entre nós. Aquele corpo magro, mas incrivelmente firme, levemente bronzeado, liso. O cheiro dele me envolveu completamente. Ele me encarou, e naqueles olhos eu vi um reflexo do meu próprio desejo, da minha própria fome. Mas nos olhos dele, havia algo mais: poder.
— Passa a mão aqui — a ordem foi baixa, quase um sussurro, mas carregada de uma autoridade inquestionável. Ele pegou minha mão, que tremia como uma folha, e a guiou até sua coxa. A pele queimava sob o tecido fino do short, o músculo era duro como pedra. Minha mão subiu hesitante, explorando o contorno da coxa, a curva do quadril, sentindo o calor que emanava dele. Cada centímetro era uma tortura deliciosa. Quando meus dedos roçaram o início do volume que ele ainda segurava, ele agiu. Sua outra mão subiu rápido, agarrando minha nuca com uma força surpreendente, os dedos se cravando em meus cabelos.
— De joelhos — a voz dele era um açoite, cortando o ar. — Agora.
Não houve tempo para pensar, para processar. Meu corpo obedeceu antes que minha mente pudesse formular qualquer resistência. Os joelhos bateram no chão frio, o som ecoando na sala silenciosa. Olhei para cima, para o rosto dele, e vi a satisfação pura em seu sorriso, o prazer em ver sua vontade sendo cumprida instantaneamente.
— Isso... bom garoto — ele murmurou, apertando minha nuca. — Agora esfrega essa sua cara aqui. Quero sentir.
Ele pressionou meu rosto contra o volume em seu short branco. O tecido era fino, levemente áspero contra minha bochecha. O cheiro era avassalador agora – suor masculino, a fragrância sutil do sabonete e o odor primordial do desejo contido, prestes a explodir. Ele estava incrivelmente duro, pulsando contra meu rosto a cada batida do meu próprio coração acelerado. Ele moveu o quadril, esfregando-se em mim com força, marcando seu território, deixando minha pele ardendo com o atrito, com a humilhação deliciosa.
— Abre a boca.
A ordem foi seca, direta. Hesitei por um milésimo de segundo, o choque ainda reverberando. Ele afastou ligeiramente a perna e, com um movimento rápido, puxou o membro para fora, pela lateral do short. Era exatamente como eu imaginava, só que mais real, mais potente. Rosado, grosso, as veias saltando sob a pele fina, a cabeça úmida e inchada de tanto desejo acumulado. Era uma visão brutalmente erótica. Antes que eu pudesse reagir completamente, a palma da mão dele atingiu meu rosto. Não foi com força total, mas o estalo foi alto, chocante, humilhante. Uma marca vermelha começou a arder em minha bochecha.
— Eu falei pra abrir a boca, porra. Tá surdo?
O insulto, a dor, a visão daquele pau perfeito à minha frente... tudo se misturou numa onda avassaladora de submissão e excitação. Abri a boca. No instante seguinte, ele cuspiu. O líquido quente e espesso atingiu meu queixo, escorrendo lentamente pelo meu pescoço. Pedro riu, um som gutural, cheio de puro prazer sádico. E então, sem aviso, ele enterrou seu sexo em minha boca. De uma vez só. A cabeça grossa forçou minha garganta, me engasgando, cortando minha respiração. O gosto dele invadiu tudo – salgado, almiscarado, inconfundível.
— Isso... engole minha rola toda, putinha... — ele rosnou, as mãos agora agarrando meus cabelos com força, controlando minha cabeça enquanto começava a mover os quadris. Lento no início, depois mais rápido, mais fundo.
Era uma invasão completa. O peso do pau dele em minha língua, a textura da pele, o roçar contra o céu da minha boca, a pressão na minha garganta. Meus olhos lacrimejavam, não de dor, mas de uma mistura avassaladora de prazer e submissão. Minhas mãos encontraram suas coxas firmes, agarrando-as como se fossem minha única âncora naquele turbilhão. Ele usava minha boca com uma maestria cruel, sem pressa, mas com um controle absoluto, ditando o ritmo, a profundidade, me moldando ao seu prazer. Seus gemidos eram baixos, roucos, sons de satisfação que me incendiavam ainda mais. Eu era apenas um receptáculo para o desejo dele, e nunca me senti tão vivo.
Ele fodeu minha boca por longos minutos, cada estocada mais profunda, mais exigente. Quando finalmente me puxou pelos cabelos, afastando meu rosto de seu membro latejante, eu estava ofegante, a saliva misturada ao seu pré-gozo escorrendo pelo meu queixo, meus lábios inchados.
— Ainda não acabou. Nem perto disso — ele disse, a voz tensa de desejo. Agarrou meu braço com força e me puxou, me forçando a levantar. Me arrastou pelo corredor silencioso, meus pés tropeçando no piso. Entramos no banheiro pequeno e abafado. Ele me empurrou contra a parede fria dos azulejos e se posicionou diante do box de vidro. Sem dizer nada, abaixou o short e começou a mijar. O jato forte e amarelado bateu no chão branco do box, o som ecoando no espaço confinado, o cheiro forte e acre se misturando ao vapor quente que ainda pairava no ar de seu banho recente. Ele olhou para mim por cima do ombro, aquele sorriso safado, desafiador, estampado no rosto.
— Vem cá.
A ordem era simples, mas o significado era claro. Tirei minhas roupas em segundos, as peças caindo emboladas no chão do banheiro. Completamente nu, vulnerável, excitado, entrei no box.. Ele me observou, um brilho divertido e cruel nos olhos.
Ele riu, um som satisfeito que pareceu vibrar através da água. Então, ele fez. Direcionou o jato quente e forte de sua urina diretamente sobre mim. Senti o líquido morno atingir minhas costas, escorrer pelo meu peito, molhar meu rosto. O cheiro forte me envolveu. E então, ele mirou na minha boca. Abri-a instintivamente, recebendo o fluxo salgado, quente, sujo. Era a mais profunda das humilhações, a mais intensa das excitações. Engoli, sentindo o gosto dele, a marca dele, me preenchendo.
Pedro gargalhou alto, o som ecoando no banheiro, um som de pura dominação satisfeita.
— Toma, putinha. É todo seu. Pra você nunca mais esquecer de quem manda — ele disse, e então, puxou a camiseta do Palmeiras, mostrando o escudo no peito. — Vai se lembrar disso toda vez que me ver com essa camisa. Toda vez que ver esse escudo.
Terminou, sacudiu as últimas gotas e, sem se importar em se limpar. Abriu o registro do chuveiro, e a água gelada lavou a urina, mas não a sensação, não a marca que ele havia deixado em mim. Ele me esfregou com uma certa brutalidade calculada, como se eu fosse um objeto, um brinquedo que ele tinha o direito de sujar e limpar conforme sua vontade. A água cessou. Ele me agarrou pelo pescoço molhado e me puxou para fora do banheiro, de volta para a sala de estar silenciosa e abafada. Me jogou no sofá velho de couro, meu corpo nu e molhado deslizando no material frio.
— Empina essa bunda pra mim. Quero ela bem aberta, esperando minha rola.
Me posicionei como ele mandou, de quatro sobre o sofá, o rosto pressionado contra as almofadas que cheiravam a poeira e a anos de uso. Ouvi seus passos atrás de mim, senti sua presença quente se ajoelhando no sofá. Senti o cuspe molhado e quente na minha entrada e, em seguida, a pressão inconfundível da cabeça de seu pau, roçando, provocando, testando minha resistência, me deixando louco de desejo e antecipação. Cada toque era uma promessa de dor e prazer.
— Fala que você quer minha rola dentro de você. Fala, porra. Quero ouvir você implorar.
A voz dele era um rosnado baixo no meu ouvido, o hálito quente na minha pele.
— Eu quero... por favor, Pedrinho... Me fode logo. Me usa....
— Puta que pariu... você nasceu pra ser minha cadela, não foi? — ele grunhiu, e senti seus quadris se contraírem. E então, ele empurrou.
De uma vez só. Sem preparação, sem gentileza. A dor inicial foi aguda, cortante, me arrancando um gemido rouco, quase um grito. Ele era grosso, quente, preenchendo cada milímetro do meu interior de uma forma que me deixou sem ar. Mas a dor rapidamente se transformou em algo mais, uma sensação avassaladora de estar sendo possuído, preenchido, dominado. Ele começou a se mover, estocadas fortes, brutais, que batiam fundo, cada uma mais intensa que a anterior, me levando ao limite.
— Essa bunda agora é minha propriedade. Entendeu? — ele rosnou perto do meu ouvido, suas mãos grandes apertando minha cintura com força, deixando marcas vermelhas na minha pele. — Você é meu.
Eu não era mais eu mesmo. Era apenas um corpo sendo usado, um receptáculo para a fúria e o desejo dele. E eu amava desesperadamente cada segundo daquela entrega, daquela anulação. Ele me fodia com um ritmo implacável, seus quadris batendo contra minha bunda, o som úmido e obsceno ecoando na sala.
— Fala pra mim quem tá te fodendo. Fala o nome da rola que tá te arrombando.
— É você... Pedro... é a sua rola...
— Isso, caralho! Grita meu nome!
A palma da mão dele estalou na minha nádega, uma, duas, três vezes. O ardor se misturou ao prazer. Ele puxava meus cabelos para trás, forçando meu rosto contra o sofá. Me chamava de putinha, de vadia, de cadela submissa. E eu gemia, arfava, respondia a cada insulto com um tremor de prazer, totalmente entregue àquela tempestade de sensações.
Depois de uma eternidade que pareceu durar segundos, ele diminuiu o ritmo, mas não a profundidade. Me virou de barriga para cima no sofá, sem tirar o pau de dentro de mim. Subiu sobre meu corpo, seu peso me pressionando contra o couro, a camiseta verde e molhada roçando em meu peito nu. O pau dele entrava e saía devagar agora, um deslizar quente e profundo que me permitia sentir cada centímetro dele dentro de mim. Ele me olhava nos olhos, a respiração pesada, o suor escorrendo pelo rosto tenso, os músculos dos braços tremendo com o esforço. Aquele cheiro de homem, de suor, de sexo, de testosterona pura, era intoxicante.
— Você só vai gozar quando eu mandar. Entendeu? Quero controlar até isso em você.
Assenti, incapaz de falar, perdido na intensidade do olhar dele, na sensação avassaladora de seu pau me preenchendo. Ele voltou a meter com força, olhando fixamente nos meus olhos, cada estocada um comando silencioso.
— Olha pra mim, porra. Não desvia o olhar. Quero ver essa sua cara de puta quando eu te fizer gozar.
Eu olhava. Não conseguia desviar. Aquela rola me fodendo fundo, o comando em sua voz, o peso de seu corpo sobre o meu, a humilhação e o prazer se fundindo em algo indescritível. Meu corpo estava no limite, a tensão se acumulando, prestes a explodir.
— Goza agora! — ele ordenou, a voz rouca e alta. — Goza pra mim, vadia! Quero ver a porra jorrar de você enquanto eu encho essa sua bunda com a minha!
O comando foi o gatilho final. Explodi. Um gozo forte, violento, quente, que me fez tremer inteiro, arqueando as costas no sofá, o sêmen espirrando em meu próprio peito, sem que eu precisasse me tocar. E quase no mesmo instante, senti Pedro endurecer dentro de mim, um gemido profundo escapando de sua garganta. Ele me mordeu o ombro com força, um ato final de posse, e senti o fluxo quente e espesso de seu gozo me preenchendo por dentro, uma sensação de plenitude avassaladora.
O silêncio que se seguiu foi preenchido apenas pelo som pesado de nossas respirações e o zumbido constante do ventilador de teto. Pedro se ergueu, com a mesma naturalidade com que havia me dominado, e limpou seu membro com a própria camiseta, antes de esfregá-la em meu rosto, um último ato de posse. Seus olhos, ainda brilhando com a intensidade do prazer, me fitaram com um sorriso maroto.
— Se contar pro Rafael, eu nego até a morte — ele disse, a voz rouca, mas com um tom de desafio divertido. —Mas se souber se comportar, quem sabe a gente não repete a dose?
Então, sem mais uma palavra, ele se virou e entrou no chuveiro, deixando-me ali, estendido no sofá, com o corpo ainda tremendo e a mente em um turbilhão. Vesti-me devagar, cada peça de roupa roçando em minha pele sensível, ainda sentindo a presença dele dentro de mim, a marca de sua rola em cada fibra do meu ser. Pouco depois, ouvi a porta da frente se abrir e a voz de Rafael. Pedro surgiu na sala, como se nada tivesse acontecido, com a mesma indiferença casual de sempre.
Mas eu sabia. E meu corpo, ainda vibrando com a adrenalina e o resquício daquele encontro profano, sabia ainda mais. Eu voltaria. Eu precisava voltar.