O Despertar de Kadu

Um conto erótico de Taylor
Categoria: Gay
Contém 4207 palavras
Data: 13/10/2025 17:14:22

O Despertar de Kadu

O cheiro de suor e metal da academia sempre me trouxe uma sensação de familiaridade, um conforto estranho na rotina matinal. Aos 33 anos, solteiro e gay assumido há pouco tempo para os mais próximos, a academia era meu templo, o lugar onde eu podia me concentrar em mim mesmo, no meu corpo e na minha mente. E foi nesse templo que o passado resolveu me visitar, com um sorriso largo e um aceno desajeitado do outro lado do salão de musculação.

Kadu. Meu colega de ensino médio, o mesmo Kadu que eu não via há anos, agora estava ali, levantando pesos com uma expressão concentrada. Ele era um homem feito, com o corpo de um atleta amador, forte e bem definido, sem ser exagerado. Seus cabelos pretos e curtos estavam úmidos de suor, e uma barba rala, por fazer, cobria seu maxilar quadrado, conferindo-lhe um ar viril e um pouco selvagem. Os olhos castanhos, que eu me lembrava de serem alegres e zombeteiros na adolescência, agora carregavam uma profundidade e um cansaço que me intrigaram.

Naquele dia, ele usava uma bermuda preta, que, molhada de suor, colava em suas coxas grossas e torneadas, e uma regata branca, quase transparente, que se esticava sobre o peito largo, revelando os contornos dos músculos trabalhados. Às vezes, era uma camiseta de time, que ficava justa em seus ombros largos e um short de futebol branco, perigosamente curto, que deixava à mostra o volume proeminente em sua virilha que eu me esforçava, em vão, para ignorar. O tecido úmido colava em sua pele, e o cheiro de seu suor, misturado ao ferro e ao desinfetante da academia, era um perfume inebriante para mim, uma promessa de algo selvagem e real.

Nós nos cumprimentamos, trocamos algumas palavras sobre a vida. Ele, casado, com um filho pequeno. Eu, solteiro, tentando me encontrar. A conversa foi rápida, mas o reencontro foi o suficiente para acender uma faísca de curiosidade em mim. Passamos a nos ver todos os dias, no mesmo horário, e a cada dia eu me permitia olhar um pouco mais. Observava o jeito que o suor escorria pela sua testa, molhando os fios de cabelo escuro, o contorno dos músculos das costas quando ele fazia barra fixa, a maneira como o tecido da regata ficava colado à pele úmida, ressaltando cada curvaa maneira como a bermuda de tactel se ajustava às suas coxas grossas . O cheiro de metal e suor da academia, antes apenas um detalhe, agora se misturava ao cheiro dele, um aroma másculo e excitante que me inebriava, me fazendo desejar mais do que apenas a proximidade.

Eu sabia que era perigoso. Kadu era hétero, casado, um pai de família. E eu era o amigo gay que tinha acabado de sair do armário para ele. Mas a atração era inegável, um ímã que me puxava para perto dele, mesmo que eu tentasse resistir. E então, comecei a notar os olhares de volta. Eram rápidos, quase imperceptíveis, mas estavam lá. Um olhar mais demorado no espelho, um sorriso de canto de boca quando eu o elogiava por um exercício bem feito. A semente da dúvida estava plantada, e eu mal podia esperar para ver o que brotaria dela.

Os olhares na academia se tornaram um jogo silencioso, uma dança de insinuações e desejos não ditos. Kadu, com sua aura de homem de família, parecia alheio à intensidade do meu escrutínio, ou talvez apenas fingisse estar. Eu, por outro lado, me deleitava em cada vislumbre de sua pele suada, de seus músculos tensos, da forma como ele se movia com uma força contida que me deixava sem fôlego.

Foi numa manhã chuvosa, depois de um treino particularmente puxado, que a barreira entre nós começou a ruir. Estávamos na lanchonete da academia, tomando um café, quando Kadu, com um suspiro pesado, começou a falar sobre seu casamento. "As coisas não andam bem, sabe?" ele disse, mexendo o açúcar no café com uma colher. "A gente briga por tudo, por nada. Parece que a paixão sumiu, virou só rotina. Minha esposa e eu estamos em caminhos diferentes." Eu o ouvi com atenção, oferecendo palavras de conforto e compreensão. Ele desabafou sobre a distância emocional, a falta de comunicação, a sensação de estar preso numa vida que não o satisfazia mais. Enquanto ele falava, eu sentia uma mistura de compaixão e uma estranha excitação. A vulnerabilidade dele era um convite, uma fresta que se abria para um mundo que eu só ousava sonhar.

Nossas conversas se tornaram mais frequentes, estendendo-se para além da academia. Trocas de mensagens, ligações noturnas, sempre com a desculpa de "amigos de infância colocando o papo em dia". Mas a cada palavra, a cada confissão, a intimidade entre nós crescia, tecendo uma teia invisível de conexão. Ele me via como um porto seguro, alguém que o ouvia sem julgamentos, que entendia suas dores. E eu o via como o homem que sempre admirei, agora mais acessível, mais humano, e perigosamente mais desejável.

A tensão sexual, antes um sussurro, agora era um grito abafado. Eu sentia isso em cada toque acidental de mãos, em cada risada compartilhada, em cada olhar que se demorava um pouco mais. A linha entre amizade e atração estava cada vez mais tênue, quase inexistente. Kadu, com sua inocência (ou negação), parecia não perceber o fogo que ele acendia em mim, ou talvez estivesse lutando contra o seu próprio. Eu sabia que estávamos caminhando para um precipício, e a única coisa que eu podia fazer era esperar para ver quem daria o primeiro passo. A tesão entre nós era palpável, um segredo compartilhado que nos unia de uma forma que a amizade jamais conseguiria.

Foi depois de um treino particularmente intenso. O suor escorria por nossos corpos, a exaustão física se misturava a uma energia elétrica que vibrava no ar. Kadu estava visivelmente abalado por uma discussão recente com a esposa. "Eu não aguento mais, cara", ele murmurou, a voz rouca, enquanto guardávamos nossas coisas no vestiário. "Eu só queria um lugar para esquecer tudo, por umas horas." Meu apartamento, que ficava a poucas quadras da academia, pareceu a resposta óbvia. "Vem pra casa", eu disse, minha voz mais firme do que eu esperava. "A gente pode pedir uma pizza, assistir a um filme. Você se distrai um pouco." Ele hesitou por um momento, mas o cansaço e a necessidade de escape eram maiores. "Tá bom", ele concordou, e a simples palavra fez meu coração disparar.

Chegamos ao meu apartamento, o cheiro de suor ainda impregnado em nossas roupas. Ele vestia uma bermuda de tactel azul-marinho e uma camiseta branca, um visual casual que, de alguma forma, o tornava ainda mais atraente. A pizza foi esquecida. O filme, nem começou. Apenas sentamos no sofá, um silêncio carregado entre nós. Eu podia sentir o calor do corpo dele ao meu lado, a respiração pesada. Meus olhos encontraram os dele, e não havia mais inocência ali. Aquele olhar, antes hesitante, agora era um abismo de desejo e confusão.

Eu não sei quem deu o primeiro passo. Talvez tenha sido o meu olhar que o convidou, ou a mão dele que, quase inconscientemente, tocou minha coxa. O beijo veio em seguida, urgente, faminto, como se estivéssemos nos negando aquilo por tempo demais. A boca dele tinha o gosto de café e suor, e eu me perdi na intensidade daquele momento. Sua língua invadiu a minha, explorando cada canto com uma curiosidade selvagem. Suas mãos fortes me puxaram para mais perto, envolvendo minha cintura, e eu me deixei levar, um gemido escapando da minha garganta. O beijo se aprofundou, tornando-se uma batalha de línguas e dentes, uma expressão crua da tensão acumulada por semanas.

Ele me deitou no sofá, seus olhos fixos nos meus, uma mistura de surpresa e determinação. "Você tem certeza?" ele sussurrou, a voz grave. Eu apenas assenti, incapaz de falar, meus sentidos aguçados pela proximidade do seu corpo. Com uma urgência que me deixou sem fôlego, ele rasgou minha camiseta, o som do tecido se partindo ecoando no silêncio do apartamento. Eu fiz o mesmo com a dele, minhas mãos trêmulas de desejo enquanto eu revelava o peito forte e suado que eu tanto admirava. Seus lábios desceram pelo meu pescoço, deixando um rastro de fogo, enquanto suas mãos desabotoavam minha calça. Eu me contorci sob seu toque, a fricção de sua barba por fazer em minha pele enviando ondas de prazer por todo o meu corpo.

Em instantes, estávamos nus, nossos corpos colados pelo suor. Ele me explorou com uma curiosidade ávida, suas mãos passeando por cada músculo, cada curva. Ele me virou de bruços no sofá, e eu senti seus dedos se insinuando entre minhas nádegas. "Relaxa pra mim", ele sussurrou em meu ouvido, sua voz um comando rouco. Ele pegou o lubrificante na mesinha de centro – um item que eu mantinha ali mais por esperança do que por expectativa – e senti o gel frio em sua mão antes que ele começasse a me preparar. Seus dedos me invadiram lentamente, primeiro um, depois dois, esticando-me, acostumando meu corpo à sua invasão. Eu gemi, enterrando o rosto nas almofadas, a sensação de ser preenchido por ele, mesmo que apenas por seus dedos, era avassaladora.

Quando ele se posicionou atrás de mim, senti a ponta de seu pau grosso e pulsante pressionando minha entrada. "Olha pra mim", ele ordenou, e eu virei o rosto, encontrando seu olhar intenso. Ele me penetrou devagar, um movimento torturante e delicioso. Um grito abafado escapou de mim, uma mistura de dor e prazer. A sensação de ser preenchido por ele, de tê-lo dentro de mim, era mais intensa do que qualquer coisa que eu já havia imaginado. Ele esperou um momento, permitindo que meu corpo se ajustasse, antes de começar a se mover. As estocadas eram lentas no início, profundas, cada uma atingindo um ponto dentro de mim que me fazia arquear as costas. Aos poucos, o ritmo se acelerou, seus quadris batendo contra os meus com uma força bruta e ritmada. O som de nossos corpos se chocando, misturado aos nossos gemidos, preenchia o ambiente. Ele me possuía com uma autoridade que me deixava sem fôlego, o ativo dominante que eu sempre soube que ele era.

"Isso... porra... assim", ele rosnava em meu ouvido, sua voz quebrada pelo prazer. Eu me entregava completamente, meus quadris se erguendo para encontrá-lo a cada estocada, buscando mais, sempre mais. Ele me virou de costas, me colocando de quatro no chão, e continuou a me foder com uma ferocidade que beirava a selvageria. Seus tapas em minha bunda estalavam, deixando marcas vermelhas que ardiam de um jeito delicioso. O clímax veio como uma onda avassaladora. Senti seu corpo enrijecer, suas estocadas se tornarem mais rápidas e profundas, e ele gozou dentro de mim, um jato quente que me preencheu por completo. Meu próprio orgasmo veio em seguida, uma explosão de prazer que me deixou tremendo, meu corpo exausto e satisfeito.

Quando tudo acabou, ficamos ali, ofegantes, suados, nossos corpos entrelaçados. O silêncio era pesado, mas não constrangedor. Havia uma mistura de choque e êxtase em seus olhos quando ele me olhou. "O que a gente fez?" ele perguntou, a voz ainda rouca. Eu apenas sorri, um sorriso de quem sabia que um segredo havia nascido, um segredo que mudaria tudo.

O "o que a gente fez?" de Kadu ecoou em minha mente por dias, mas a resposta veio em seus olhos, em seus toques, na urgência com que ele me procurava. O segredo que compartilhávamos era um fardo, mas também um elo poderoso, uma chama que nos consumia. Nossos encontros na academia, antes marcados por olhares furtivos, agora eram prelúdios para a verdadeira atração que nos esperava.

Os encontros na minha casa tornaram-se mais frequentes, quase uma rotina secreta. Cada vez que ele batia à minha porta, meu coração acelerava. O Kadu que entrava era diferente do Kadu que eu via na academia ou que ele apresentava ao mundo. Aqui, ele se despia não apenas das roupas, mas das máscaras, das responsabilidades, das expectativas. Ele se tornava o Kadu que eu sempre soubera que existia, um homem de desejos profundos e uma intensidade avassaladora.

Nossa relação sexual se aprofundou, explorando cada faceta da dominação dele e da minha submissão. Ele descobriu em mim uma entrega que o libertava, e eu encontrei em sua força e controle um prazer que me levava aos limites. Não era uma dominação cruel, mas uma dança de poder onde o carinho e a paixão eram a melodia. Em uma de nossas noites, ele me despiu lentamente, beijando cada centímetro do meu corpo antes de me amarrar na cama com as gravatas que ele mesmo tirou. "Você é meu esta noite", ele disse, sua voz um sussurro autoritário. Ele me chupou lentamente, provocando-me até o limite, antes de me virar e me tomar por trás, o ritmo lento e torturante, cada estocada um lembrete de quem estava no comando. Seus dedos fortes apertavam minha cintura, seus lábios encontravam os meus com uma fome insaciável, e seu corpo se movia com uma precisão que me deixava em êxtase. A cada encontro, a intimidade se aprofundava, e as barreiras entre nós caíam, revelando novas camadas de desejo e entrega.

As sessões eram longas, intensas, repletas de gemidos abafados e suspiros profundos. Ele me fazia sentir cada fibra do meu corpo, cada nervo, cada pulsação. E eu, em troca, o fazia sentir-se o homem mais poderoso e desejado do mundo. A química entre nós era inegável, uma força bruta que nos unia de uma forma que desafiava a lógica e a moral. Ele me puxava pelos cabelos, me forçava a olhar em seus olhos enquanto me preenchia, e eu sentia seu gosto em minha boca. Os tapas em minha bunda, no início suaves, tornaram-se mais firmes, deixando marcas vermelhas que eu guardava como troféus de nossa intimidade. Era natural que, com a crescente confiança e aprofundamento da dominação, algumas práticas se tornassem um ritual comum, dando espaço a novas experimentações, uma forma de reafirmar seu controle e eu, minha submissão, sempre com a paixão e o carinho que nos caracterizavam.

Uma tarde, depois de um treino particularmente exaustivo, ele me levou para o banheiro de casa, seus olhos fixos nos meus. "Você confia em mim?" ele perguntou, a voz grave. Eu assenti, meu corpo tremendo em antecipação. Ele me virou, me empurrando contra a parede fria do box, e eu senti o calor do seu corpo atrás do meu. "Ajoelha", ele ordenou, e eu obedeci sem hesitar. Abri a boca e recebi seu membro grosso e rígido. Ele o esfregou em meu rosto, em meus lábios, antes de enfiá-lo em minha garganta. Eu o chupei com devoção, sentindo o pré-gozo salgado em minha língua. Então, ele se afastou um pouco. "Abre bem a boca. Não engole até eu mandar." Senti o jato quente e forte de sua urina atingir o fundo da minha garganta, um fluxo contínuo que me fez engasgar, mas eu me forcei a aguentar, a receber tudo o que ele me dava. A sensação de humilhação e prazer me fez gemer, um som abafado pelo líquido. Ele me segurou ali, me fazendo beber de sua fonte, e eu o fiz, sentindo o gosto salgado e quente, uma prova de sua posse. Quando terminou, ele me puxou para um beijo, me fazendo engolir o restante de sua urina misturada à nossa saliva. "Bom garoto", ele disse, antes de me levantar e me foder ali mesmo, contra a parede molhada do chuveiro, uma foda rápida, suja e desesperada que nos levou a um orgasmo simultâneo.

Kadu ainda falava do casamento, das brigas, da culpa que o corroía. Mas a cada vez que ele me possuía, a cada vez que nossos corpos se uniam em um emaranhado de paixão e suor, eu sentia que ele estava se afastando um pouco mais daquela vida e se aproximando da nossa. Eu me apegava a ele com uma intensidade que me assustava, mas que eu não conseguia controlar. Sabia que estávamos brincando com fogo, que a qualquer momento poderíamos nos queimar. Mas a adrenalina, o perigo, a própria transgressão, só tornavam tudo mais excitante, mais real. Aquele era o nosso mundo, o nosso segredo, e eu estava disposto a ir até o fim por ele.

A paixão entre nós, antes confinada às quatro paredes do meu apartamento, começou a transbordar, exigindo mais, buscando a adrenalina do proibido. Kadu, que antes hesitava, agora era o instigador, a necessidade de me ter se tornando mais forte do que o medo de ser descoberto. A cada dia, o casamento dele se desintegrava um pouco mais, e a culpa, que antes o atormentava, dava lugar a uma urgência quase desesperada por prazer e conexão.

Lembro-me de uma tarde, depois da academia. O vestiário estava quase vazio, apenas nós dois e o eco distante de alguns chuveiros. O vapor quente pairava no ar, misturado ao cheiro de cloro e suor. Kadu me encurralou entre os armários, seus olhos escuros de desejo. "Eu não aguento esperar até chegar no teu apartamento", ele sussurrou, a voz rouca, enquanto suas mãos ágeis desabotoavam minha calça. A adrenalina de poder ser pego a qualquer momento corria por minhas veias, tornando tudo mais intenso. Ele me empurrou para um dos boxes do chuveiro, a porta de vidro embaçada nos escondendo parcialmente. "De joelhos", ele ordenou. Eu obedeci, o chão frio e úmido contra minhas pernas. Ele abriu a própria bermuda, liberando seu pau já duro e pulsante. Eu o abocanhei com a voracidade que ele esperava, minha língua traçando cada veia, meus olhos fixos nos seus, buscando aprovação. Ele me segurou pela nuca, controlando o ritmo, forçando seu membro mais fundo em minha garganta a cada movimento. O som de meus engasgos se misturava ao barulho da água de um chuveiro ligado ao longe. Senti o gozo quente e espesso encher minha boca, um gosto salgado e familiar, uma prova de sua posse que eu engoli sem questionar, sob seu olhar satisfeito. O medo de sermos ouvidos era um tempero a mais, um afrodisíaco que nos deixava viciados.

Os encontros na minha casa já não eram suficientes. A excitação de ter que nos esconder, de roubar momentos, se tornou um vício. Começamos a nos arriscar, buscando lugares onde a possibilidade de sermos pegos era real, mas a promessa de um prazer intenso era ainda maior. A dominação de Kadu evoluía, e eu me entregava a cada nova exigência, cada novo limite que ele me impunha.

Outra vez, foi num churrasco de família dele. A casa estava cheia, a música alta, o cheiro de carne na brasa. No meio da tarde, Kadu me puxou para um quarto de hóspedes vazio nos fundos da casa, sob a desculpa de me mostrar algo. Mal fechamos a porta, ele me prensou contra ela, me beijando com uma ferocidade que me deixou sem ar. "Fica quieto", ele sussurrou contra meus lábios. Suas mãos exploraram meu corpo por baixo da roupa, e eu me contorci contra ele, a excitação do perigo me consumindo. Ele me virou de costas, levantando minha camisa. "Abre a boca", ele ordenou, e eu obedeci. Ele tirou a própria cueca, suada do calor do dia, e a enfiou na minha boca, o gosto de seu almíscar me invadindo, abafando meus gemidos. Ele abaixou minha calça e cueca até os joelhos, e sem qualquer preparação, cuspiu na mão e me penetrou. A invasão foi brusca, dolorida, mas excitante. Ele me fodeu com força e rapidez, suas estocadas brutas e desesperadas, o som de sua pele contra a minha abafado pela música lá fora. Eu gemia contra o tecido em minha boca, meu corpo tremendo com a mistura de dor, prazer e medo. A esposa dele nos chamou do corredor, sua voz perigosamente próxima. Kadu parou, seu corpo tenso. Ele gozou dentro de mim em um último impulso profundo e silencioso. Ele se recompôs rapidamente, ajeitando a roupa. Antes de abrir a porta e voltar para a festa com um sorriso no rosto, ele se virou para mim, o suor brilhando em sua testa, e o olhar que me lançou era de um homem completamente viciado no proibido, e eu, sua droga mais potente.

A esposa de Kadu, claro, começou a desconfiar. As brigas se tornaram mais violentas, as acusações mais diretas. Ele voltava para mim com os olhos cansados, mas com uma determinação renovada. "Eu não consigo mais viver essa farsa", ele me disse uma noite, depois de um de nossos encontros arriscados. "Eu quero você. Eu preciso de você." Aquele era o ponto de não retorno. Sabíamos que o fim estava próximo para o casamento dele, e o início de algo novo e incerto para nós. O perigo nos unia, mas a paixão e o carinho que cresciam entre nós eram a verdadeira força que nos impulsionava para o futuro.

A tensão em casa de Kadu tornou-se insustentável. As discussões com a esposa eram constantes, e a distância emocional, antes uma fresta, agora era um abismo. Ela sentia a mudança nele, a ausência, o olhar distante. As desculpas esfarrapadas para os atrasos, as noites fora, a nova energia que ele trazia da academia – tudo se somava a uma verdade que ela, no fundo, já conhecia. Não houve uma grande revelação dramática, mas sim um desgaste lento e doloroso que culminou em uma noite de sinceridade brutal.

Kadu me ligou no meio da noite, a voz embargada. "Acabou", ele disse, simplesmente. "Ela sabe. Eu contei tudo." Meu coração gelou. O medo e a euforia se misturaram em meu peito. Ele me contou sobre a conversa, as lágrimas, a raiva, e, finalmente, a aceitação mútua de que o casamento havia chegado ao fim. Não havia mais volta. O segredo que nos unia e nos atormentava estava agora exposto, e as consequências eram inevitáveis.

Ele apareceu na minha porta na manhã seguinte, com uma mala pequena e os olhos vermelhos de uma noite sem dormir. Eu o abracei, um abraço que dizia tudo o que as palavras não conseguiam expressar. Havia um misto de alívio e incerteza no ar. O futuro era uma página em branco, assustadora e excitante ao mesmo tempo. Mas, pela primeira vez, não havia mais mentiras, não havia mais segredos. Éramos apenas nós dois, nus e crus, diante da bagunça que havíamos criado e da possibilidade de construir algo novo a partir dela.

Os dias que se seguiram foram um turbilhão. Kadu se mudou da casa, e eu estive ao seu lado, oferecendo apoio, ouvindo, sendo o porto seguro que ele precisava. A transição foi difícil, especialmente para o filho, mas Kadu estava determinado a fazer o que era certo. Ele não escondeu a verdade de sua esposa, nem de si mesmo. Ele havia encontrado algo em mim que não sabia que procurava, uma conexão que ia além do físico, que tocava sua alma.

Quando a poeira baixou, e a papelada do divórcio começou a se resolver, Kadu veio até mim. Não foi um pedido, mas uma afirmação. "Eu quero você", ele disse, seus olhos fixos nos meus, a mesma intensidade que eu via na academia, mas agora sem o peso do segredo. "Eu quero construir algo com você. Sem mentiras, sem esconderijos." E eu, com lágrimas nos olhos, apenas o abracei, sentindo o calor do seu corpo, o cheiro da sua pele, a promessa de um futuro que antes parecia impossível.

Nossa primeira noite como um casal de verdade foi uma celebração. Não havia a urgência do proibido, a pressa do medo. Havia apenas amor, e um desejo profundo de nos explorarmos sob uma nova luz. Ele me despiu lentamente, seus beijos eram ternos, reverentes. "Eu te amo", ele sussurrou contra minha pele, e as palavras, que nunca haviam sido ditas, preencheram o quarto com uma nova energia. Deitamo-nos na cama, e ele me beijou por um longo tempo, um beijo que falava de promessas e de um futuro compartilhado. Ele me fez amor com uma delicadeza que eu não conhecia, cada toque, cada carícia, uma declaração. Ele me colocou em seu colo, de frente para ele, e me penetrou, nossos olhos fixos um no outro. Movimentamo-nos juntos, em um ritmo lento e sensual, uma dança de corpos e almas que finalmente se encontravam sem barreiras. O orgasmo foi compartilhado, um momento de conexão tão intensa que nos deixou sem fôlego, abraçados, em silêncio. A dominação dele, que antes era um jogo de sedução e perigo, agora era uma expressão de amor e confiança. Ele continuava a ser o ativo dominante, e eu, o passivo entregue, mas a cada ato, havia uma profundidade de carinho e paixão que só o amor verdadeiro pode trazer.

Construímos nossa vida juntos, passo a passo. Não foi fácil, houve olhares de julgamento, sussurros, mas a força do nosso amor era maior. Kadu, o homem que eu conheci no ensino médio, o amigo hétero, o pai de família, havia se transformado. Ele havia se encontrado, e eu, ao seu lado, também. A história de um reencontro na academia, de olhares furtivos e segredos proibidos, havia se tornado a história de um amor verdadeiro, construído sobre a paixão, o carinho e a coragem de ser quem realmente somos.

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