CAPÍTULO 14: A OFICIALIZAÇÃO
O ar na nossa sala de estar estava carregado de um perfume que não era o dela de todo dia, era mais pesado, mais provocante. Naquela noite de Dia dos Namorados, Igor não trouxe flores ou chocolates. Ele entrou com as mãos nos bolsos do jeans, um sorriso largo e confiante no rosto, e um único presente em mente: ele mesmo.
Fah me recebeu na sala com um beijo que era uma contradição em si mesmo – rápido na boca, mas com os olhos que me devoravam de longe. Seus lábios sabiam diferente, já tinham o gosto antecipado da traição consensual.
"Hoje, amor," ela sussurrou, sua voz um fio de seda embebido em conhaque, "o seu presente é a vista privilegiada. Quero você só olhando. Absorvendo cada detalhe. Sem tocar, sem interferir. Seu presente é ver, ao vivo, como o seu futuro namorado sabe me comer exatamente do jeito que eu gosto. E eu gosto é de ser devorada."
Igor não perdeu tempo. Com uma naturalidade que era ao mesmo tempo assustadora e excitante, ele envolveu a cintura dela com seus braços musculosos, puxando-a para seu corpo como se ela fosse uma extensão dele.
"É noite de namorados, gata," ele rosnou baixo, seu hálito quente no pescoço dela, enquanto seus olhos me encaravam, desafiadores. "E você vai ser minha namorada hoje – oficialmente. Com a bênção e a plateia do seu marido."
Ele a conduziu até o sofá, meu sofá, e a deitou sobre os almofadões onde eu estava sentado, imóvel. Seus dedos grandes abriram o laço do vestido dela como quem desembrulha a única coisa que realmente desejava. O tecido cedeu, revelando seus seios altos e firmes, a curva suave do seu ventre, a renda preta de uma calcinha que eu nunca tinha visto. Pela primeira vez, eu não estava apenas ouvindo um relato; era um espectador na primeira fila de um espetáculo de posse. Cada detalhe estava sob a luz do abajur: o vermelho que subia ao rosto dela, a saliva que brilhava nos lábios dele após um beijo profundo, a sombra dos dedos dele marcando a pele macia das suas coxas quando ele as abriu.
"Você gosta dessa vista, amigo?" Igor perguntou, sua voz rouca e sem perder o ritmo da penetração profunda e ritmada que fazia Fah arquear as costas e prender as unhas nos braços dele. "Gosta de ver sua esposa sendo comida pelo macho que ela tanto queria? Ela não é mais só sua, entendeu? A partir de hoje, ela é a minha namoradinha também."
Antes que meu cérebro pudesse formar uma sílaba, Fah gritou, um gemido alto e gutural que parecia vir das entranhas: "Ele adora! E vai adorar mais ainda o que vem a seguir, seu safado! Goza pra ele ver! Goza dentro da sua namorada!"
Foi o que ele fez. Com um rosnado que era pura animalidade, Igor enterrou-se nela até o fim, seu corpo ficou rígido, e eu pude ver, claramente, os músculos das suas costas contraindo em ondas enquanto ele se esvaziava dentro dela, possuindo-a de forma tão visceral que o ar pareceu sair da sala.
Quando ele se afastou, Fah desabou no sofá, ofegante, as pernas tremendo incontrolavelmente. Seu corpo todo brilhava com uma fina camada de suor, e no centro das suas coxas, uma umidade escura e quente começava a escorrer, a prova inegável do ato.
Ela se arrastou para o chão, na minha frente, e abriu as pernas com uma mistura de cansaço e triunfo. O aroma intenso, doce e salgado do sexo deles inundou meus sentidos.
"Agora, corno," ela ordenou, sua voz grave pela exaustão, mas carregada de uma autoridade absoluta. "Limpa a sua esposa. Mostra para o meu futuro namorado como você é dedicado. Mostra a ele como você cuida do que… agora é dele também."
Não hesitei. Ajoelhei-me no carpete, fechando os olhos por um segundo antes de enterrar o rosto entre suas pernas. O sabor era uma explosão complexa e avassaladora: o sêmen salgado e único de Igor, misturado com o mel acre do prazer dela. Era o selo de um novo pacto, a humilhação mais doce que já tinha experimentado. Enquanto minha língua trabalhava, limpando cada dobra, cada vestígio deles, eu sentia o olhar pesado e aprovador de Igor sobre mim.
E naquela noite, percebi que o melhor presente de Dia dos Namorados para Fah não era ser desejada por um ou por outro. Era ser o epicentro de um desejo compartilhado, o objeto de adoração de dois homens que, de formas complementares e igualmente intensas, viviam para provar o seu valor através do corpo e da submissão dela. E eu, ali, no chão, saboreando a evidência do seu prazer, sentia-me mais conectado a ela do que nunca.